09 de Setembro, 2015 –
Trabalhando desde 2008 na criação de um chip de computador que funcionasse de forma semelhante a neurônios dentro do cérebro, cientistas da IBM conseguiram desenvolver agora um sistema formado por nada menos que 48 milhões desses chips, cada um contendo um milhão de células artificiais – semelhante ao que encontramos num cérebro de um pequeno roedor.
A equipe apresentou os progressos significativos realizados com o seu sistema – batizado de TrueNorth – há três semanas, durante um workshop entre pesquisadores da gigante do setor de TI e funcionários do governo americano. Esses chips seriam “neuromórficos”, o que significa que eles são projetados para se comportar como cérebros orgânicos.
O sistema TrueNorth foi projetado para rodar algoritmos de aprendizagem profundos, que são semelhantes à tecnologia de Inteligência Artificial (IA) utilizada pelo Facebook para reconhecimento facial ou pelo modo de tradução instantânea do Skype.
A principal diferença é que esses chips da IBM são muito menores, utilizam menos energia e são mais baratos. O sistema TrueNorth portanto pode inserir a tecnologia de IA em um pacote muito menor, como um telefone ou relógio de pulso. O chip da TrueNorth de 5,4 bilhões de transistores usa 70 miliwatts de potência. Em comparação, um processador padrão da Intel, com 1,4 bilhão de transistores, usa cerca de 35 a 140 watts.
Os pesquisadores sugerem que os computadores tradicionais possuem um funcionamento semelhante ao do lado esquerdo de nosso cérebro, sendo parecido com a uma calculadora rápida processadora de números. Eles comparam o sistema TrueNorth ao lado direito do nosso cérebro, descrevendo-o como um sistema de máquinas “reconhecedoras de padrões”.
“O que uma arquitetura neurosináptica pode nos proporcionar? Ela nos permite fazer coisas como classificação de imagem com um consumo muito, muito baixo de energia”, ressaltou Brian Van Essen, cientista da computação do Lawrence Livermore National Laboratory, à Revista Wired.
Ainda deve demorar alguns anos até que a tecnologia esteja disponível no mercado mas, de acordo com a IBM, sua arquitetura única poderia resolver “uma ampla classe de problemas de visão, audição e fusão multi-sensorial, além de ter o potencial para revolucionar a indústria computacional ao integrar a capacidade de computação, semelhante à cerebral”. A Conferir!