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O que está acontecendo de mais moderno na pesquisa sobre o Alzheimer; ‘grande promessa de talvez ter a cura nos próximos anos’, diz especialista

Os cientistas que estudam o Alzheimer realizaram avanços recentes que permitem novas abordagens de estudo sobre a doença. Diferentes linhas de pesquisa, focados em diferentes sintomas dos pacientes, mostraram que estudar a origem do problema antes do agravamento pode trazer perspectivas para a cura em um futuro não tão distante.

O Alzheimer em estágio inicial traz sintomas como dificuldades para falar e para cumprir tarefas simples do dia a dia, além de afetar a coordenação dos movimentos, e também gera agitação e insônia. Já em estágio mais avançado ele acarreta deficiência motora, e dificuldades para engolir, falar e se movimentar – muitas vezes o paciente não consegue nem mesmo sair da cama.

O investimento nos estudos sobre o Alzheimer, no entanto, têm aumentado cada vez mais. E dado frutos: o respeitado professor John Hardy, da Unniversity College de Londres, estuda a doença há 30 anos. Ele descobriu que em pacientes com Alzheimer o cérebro está envolvido por placas de proteína, chamadas placas beta-amiloides ou amiloides. Elas prejudicam a passagem dos impulsos nervosos entre um neurônio e outro.

No entanto, a descoberta do professor já não é suficiente. Por dois motivos: algumas pessoas vivem sem sintomas de Alzheimer, e depois da morte, autópsias revelam que a pessoa tinha o cérebro cheio de placas amiloides. Além disso, os remédios criados após a descoberta também não tiveram a eficácia esperada.

“Lá no começo a gente achava que o medicamento contra as placas amiloides seria uma bala mágica. Mas primeiro foi difícil desenvolver os remédios. E mesmo quando esses remédios funcionam, não são uma bala mágica. Vamos precisar descobrir mais coisas”, reconhece Hardy.

Além das placas de proteína no cérebro descobertas por Hardy, acredita-se que a inflamação que o cérebro tem com o Alzheimer pode ser uma outra saída. Foram encontradas nas autópsias, junto com as placas amiloides, células de defesa que têm como função limpar o cérebro, chamadas microglias. No entanto, com o passar do tempo as microglias perdem a eficácia e se tornam parte da “sujeira”, matando mais neurônios.

Até o professor Hardy resolveu olhar com uma nova abordagem para o problema. “Entre 2007 e 2014 saíram artigos muito bons sobre o papel das micróglias no Alzheimer. Então percebemos que precisávamos pesquisar isso também”, conta.

Os cientistas têm, no entanto, mais uma suspeita forte: a proteína Tau. Ela forma emaranhados dentro dos neurônios. E a grande maioria das pessoas que têm esses emaranhados apresenta sintomas de Alzheimer.

“A gente observa que a Tau tem muita relação com a gravidade da doença tanto do ponto de vista de sintomas de memória, linguagem, mas também de sintomas neuropsiquiátricos”, explica Claudia Suemoto, professora de Geriatria da Faculdade de Medicina da USP.

As três descobertas sobre o Alzheimer fazem com que alguns cientistas passem a estudar a origem do problema bem antes dos primeiros sintomas. Esse fator, em cada uma das linhas de pesquisa, pode fazer com que a cura seja descoberta em uma das frentes em um futuro não tão distante, de acordo com a cientista Malú Tansey.

“Tenho muita, muita esperança de que a cura venha ainda no meu tempo de vida. E olha que não sou tão jovem. Em 15 anos talvez a gente se livre dessa doença. As descobertas de hoje são os medicamentos de amanhã”, diz a especialista.

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Fonte: G1

Os 6 melhores alimentos para o cérebro, segundo professora de Harvard

Há alimentos que podem melhorar o humor, aguçar a memória e ajudar o cérebro a funcionar com mais eficiência.

É o que argumenta Uma Naidoo, psiquiatra nutricional e professora da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

A saúde mental e a alimentação estão ligadas da mesma forma que o cérebro e o intestino, numa relação que tem consequências importantes para o corpo.

Ela explica que uma das bases biológicas para entender essa relação tem a ver com o fato de que o cérebro e o intestino se originam das mesmas células embrionárias e permanecem conectados à medida que o ser humano se desenvolve.

Eles se comunicam em ambas as direções, enviando mensagens químicas. Entre 90% e 95% da serotonina, neurotransmissor relacionado com a regulação do apetite e outras funções, é produzida no intestino.

Se a alimentação não for saudável, o intestino pode ficar inflamado e sofrer as consequências de uma alimentação inadequada. Isso pode influenciar no desenvolvimento de ansiedade, desatenção e doenças como a depressão.

Assim, quanto mais você cuida da sua alimentação e do seu intestino, mais você cuida da sua saúde mental, já que “existe uma ligação direta entre a alimentação e o humor”, diz a especialista em entrevista à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC).
Naidoo, diretora de psiquiatria nutricional e de estilo de vida do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, diz que sempre amou comida e culinária.

Vinda de uma família de médicos, ela conta que sempre buscou uma abordagem científica para as coisas que achava atraentes.

Quando estudou medicina, percebeu que não havia formação suficiente em nutrição e, quando se especializou em psiquiatria, ficou claro que mais pesquisas eram necessárias para estabelecer as conexões entre alimentação e saúde mental.

“Esse é um campo emergente que está começando a se expandir”, diz ela.

Em outubro de 2022, a especialista conversou com a BBC sobre os benefícios da vitamina B para manter o cérebro jovem e saudável, especialmente B-12, B-9 e B-1.

Agora, a psiquiatra fala sobre uma seleção de alimentos que considera benéficos para melhorar o humor e fortalecer o poder cerebral.

1. Especiarias

As especiarias são conhecidas por suas propriedades antioxidantes. Algumas, como a cúrcuma, têm efeitos benéficos na redução da ansiedade.

A curcumina, o ingrediente ativo da cúrcuma, pode diminuir a ansiedade, alterando assim a química do cérebro e protegendo o hipocampo.

Outra especiaria que a psiquiatra gosta muito é o açafrão. A pesquisa mostrou, explica Naidoo, que o açafrão tem efeitos sobre o transtorno depressivo grave.

Estudos demonstraram que consumir açafrão reduz significativamente os sintomas do paciente afetado pelo distúrbio.

No Brasil, a cúrcuma é popularmente chamada de açafrão-da-terra. O “verdadeiro” açafrão, tratado como iguaria, é outro, extraído do pistilo da flor da espécie Crocus sativus.

O açafrão é um ingrediente internacionalmente reconhecido por ser caro e ter propriedades antioxidantes.

2. Alimentos fermentados

Existe uma grande variedade de alimentos fermentados. Eles são feitos combinando leite, vegetais ou outros ingredientes crus com microorganismos, como leveduras e bactérias.

O mais conhecido é o iogurte natural com culturas ativas, mas também existem outros como chucrute, kimchi e kombucha.

O que eles têm em comum são fontes de bactérias vivas que podem melhorar a função intestinal e diminuir a ansiedade, segundo a especialista.

Alimentos fermentados podem fornecer vários benefícios cerebrais.

Uma análise de 45 estudos de 2016 mostrou que os alimentos fermentados podem proteger o cérebro, melhorando a memória e retardando o declínio cognitivo, aponta a especialista.

O iogurte rico em probióticos pode ser uma parte poderosa da dieta, acrescenta Naidoo, mas não o iogurte que é submetido a um tratamento com calor.

3. Nozes

Os efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes dos ácidos graxos ômega-3 nas nozes são muito promissores para melhorar o pensamento e a memória.

Por outro lado, as nozes têm gorduras e óleos saudáveis ​​que nosso cérebro precisa para funcionar bem, juntamente com vitaminas e minerais essenciais, como o selênio da castanha-do-pará.

Naidoo recomenda comer 1/4 de xícara por dia, como complemento de salada ou vegetais.

Elas também podem ser misturadas com uma granola caseira ou com frutas secas, porque essas combinações são mais saudáveis ​​do que as disponíveis comercialmente, que geralmente são ricas em açúcar e sal.

4. Chocolate amargo

O chocolate amargo é uma excelente fonte de ferro, que ajuda a formar o revestimento que protege os neurônios e ajuda a controlar a síntese de substâncias químicas que influenciam o humor.

Uma pesquisa realizada com mais de 13 mil adultos em 2019 descobriu que as pessoas que comem chocolate amargo regularmente têm um risco 70% menor de apresentar sintomas depressivos. O chocolate amargo também contém muitos antioxidantes e é altamente benéfico.

5. Abacates

Com quantidades relativamente altas de magnésio, importante para o funcionamento do cérebro, os abacates são outra fonte de bem-estar, aponta a especialista.

Existem inúmeras análises que relacionam a depressão à deficiência de magnésio.

Vários estudos de caso em que os pacientes foram tratados com uma dose entre 125 e 300 miligramas de magnésio mostraram uma recuperação mais rápida do transtorno depressivo.

“Adoro misturar abacate, grão de bico e azeite como uma pasta saborosa em torradas integrais ou como molho para vegetais recém-cortados”, conta a médica.

6. Vegetais de folhas verdes

Os vegetais de folhas verdes, como a couve, fazem a diferença na saúde, explica a especialista.

Embora não seja uma informação muito conhecida, a verdade é que os vegetais de folhas verdes contêm vitamina E, carotenóides e flavonóides, nutrientes que protegem contra a demência e o declínio cognitivo, diz Naidoo.

Outro benefício desses alimentos é que eles são uma grande fonte de folato, uma forma natural de vitamina B9 importante na formação de glóbulos vermelhos.

A deficiência de folato pode ser a base de algumas condições neurológicas. É por isso que esta vitamina tem efeitos benéficos no estado cognitivo e é importante na produção de neurotransmissores “As verduras como espinafre, acelga e folhas de dente-de-leão também são excelentes fontes de ácido fólico”, acrescenta a especialista.

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Fonte: BBC

Como a música afeta o cérebro humano

A música desperta sensações distintas em cada um de nós. Diferentes tipos de música despertam diferentes emoções e evocam lembranças, sentimentos e sensações provocando uma série de respostas no corpo humano.

Quando escutamos música, nosso batimento cardíaco, frequência respiratória e ritmos elétricos cerebrais mudam conforme o ritmo e a melodia

Ouvir música melhora a saúde física e cerebral, aumenta a função do sistema imunológico, promove o vínculo social mesmo na ausência de outras pessoas próximas e melhora o bem-estar geral.

Mauro Muszkat, no artigo “Música e Neurodesenvolvimento: em busca de uma poética musical inclusiva”, publicado na revista Literartes, traz as contribuições da neurologia para o desenvolvimento na educação musical e aborda a relação entre música e desenvolvimento neurológico. Ele mostra que a música atua, inclusive, como fator de melhora em doenças como depressão ou Alzheimer.

Segundo Muszkat, os tratamentos realizados tendo como instrumento principal a música são conhecidos e utilizados já há séculos. O estímulo ao cérebro musical aumenta a flexibilidade mental e a coesão social, e, para isso, são utilizados recursos como a dança e jogos musicais, potencializando-se as técnicas de restabelecimento físico e cognitivo. A inteligência musical é um traço compartilhado e mutável que pode estar presente em grau até acentuado, mesmo em crianças com deficiência intelectual.

Deste modo, o autor convoca arte-educadores, músicos e educadores para observar a criança e/ou participar com ela do “processo de construção de linguagem, de maneira a encontrar respostas para as dificuldades e para a inclusão dessa criança, seja pedagógica ou social“.

Cada vez que nós ouvimos um padrão musical que é novo para os nossos ouvidos, nosso cérebro tenta fazer uma associação através de qualquer sinal visual, auditivo ou sensorial.

A música tem uma relação direta com o nosso cérebro e estimula a produção de serotonina, endorfina, dopamina, ocitocina e prolactina, as chamadas substâncias da felicidade.

Como a música é recebida pelo nosso cérebro

O som é transmitido pelo ar na forma de moléculas e, quando elas atingem o tímpano, ele se agita, enviando sinais eletroquímicos para o cérebro.

Carolina Octaviano mestre em cognição e filosofia da música pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em seu artigo “Os efeitos da música no cérebro” explica como a música é recebida pelo nosso cérebro.

“Após o som ser transmitido por moléculas através do ar, ele chega ao tímpano, que se agita para dentro ou para fora, conforme a amplitude e volume do som que recebe, e também da altura desse som, isto é, se ele é grave ou agudo. Entretanto, nesse estágio, o cérebro recebe apenas uma informação incompleta, sem distinção do que o barulho realmente representa – se ele é de vozes, do vento, de máquinas etc. O resultado final, decodificado pelo cérebro, representa uma imagem mental do mundo físico, que é gerado a partir de uma longa cadeia de eventos mentais”.

Carolina explica que o primeiro processo dessa cadeia é a “extração de características”, quando o cérebro apenas percebe as características básicas da música por meio das redes neurais especializadas. “Nessa fase, o som é decomposto em elementos básicos como altura, timbre, localização no espaço, intensidade, entre outros. Isso ocorre nas partes periféricas do cérebro. O segundo passo ocorre nas partes superiores cerebrais, quando é preciso integrar essas informações básicas adquiridas, de forma a obter uma percepção completa”.

Carolina afirma que a atividade musical envolve quase todas as regiões do cérebro e os subsistemas neurais. “Quando uma música emociona, são ativadas estruturas que estão nas regiões instintivas do verme cerebelar (estrutura do cerebelo que modula a produção e liberação pelo tronco cerebral dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina) e da amídala (principal área do processamento emocional no córtex). Já na leitura musical, o córtex visual é a área utilizada. O ato de acompanhar uma música é capaz de ativar o hipocampo (responsável pelas memórias) e o córtex frontal inferior. Para a execução de músicas, são acionados os lobos frontais – o córtex motor e sensorial”.

De forma geral, é como se todas as áreas do cérebro conversassem entre si.

Sentir e processar música implica em sinais físicos que transformam-se em estados emocionais que refletem expectativas, tensão, repouso e movimento, bem como causam flutuações de nossos ritmos fisiológicos endógenos, como batimento cardíaco, frequência respiratória e ritmos elétricos cerebrais.

A música desperta sensações distintas em cada um de nós. Diferentes tipos de música despertam diferentes emoções e evocam lembranças, sentimentos e sensações provocando uma série de respostas no corpo humano.

Quando escutamos música, nosso batimento cardíaco, frequência respiratória e ritmos elétricos cerebrais mudam conforme o ritmo e a melodia.

Ouvir música melhora a saúde física e cerebral, aumenta a função do sistema imunológico, promove o vínculo social mesmo na ausência de outras pessoas próximas e melhora o bem-estar geral.

Mauro Muszkat, no artigo “Música e Neurodesenvolvimento: em busca de uma poética musical inclusiva”, publicado na revista Literartes, traz as contribuições da neurologia para o desenvolvimento na educação musical e aborda a relação entre música e desenvolvimento neurológico. Ele mostra que a música atua, inclusive, como fator de melhora em doenças como depressão ou Alzheimer.

Segundo Muszkat, os tratamentos realizados tendo como instrumento principal a música são conhecidos e utilizados já há séculos. O estímulo ao cérebro musical aumenta a flexibilidade mental e a coesão social, e, para isso, são utilizados recursos como a dança e jogos musicais, potencializando-se as técnicas de restabelecimento físico e cognitivo. A inteligência musical é um traço compartilhado e mutável que pode estar presente em grau até acentuado, mesmo em crianças com deficiência intelectual.

Deste modo, o autor convoca arte-educadores, músicos e educadores para observar a criança e/ou participar com ela do “processo de construção de linguagem, de maneira a encontrar respostas para as dificuldades e para a inclusão dessa criança, seja pedagógica ou social“.

Cada vez que nós ouvimos um padrão musical que é novo para os nossos ouvidos, nosso cérebro tenta fazer uma associação através de qualquer sinal visual, auditivo ou sensorial.

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A música tem uma relação direta com o nosso cérebro e estimula a produção de serotonina, endorfina, dopamina, ocitocina e prolactina, as chamadas substâncias da felicidade.

Como a música é recebida pelo nosso cérebro

O som é transmitido pelo ar na forma de moléculas e, quando elas atingem o tímpano, ele se agita, enviando sinais eletroquímicos para o cérebro.

Carolina Octaviano mestre em cognição e filosofia da música pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em seu artigo “Os efeitos da música no cérebro” explica como a música é recebida pelo nosso cérebro.

“Após o som ser transmitido por moléculas através do ar, ele chega ao tímpano, que se agita para dentro ou para fora, conforme a amplitude e volume do som que recebe, e também da altura desse som, isto é, se ele é grave ou agudo. Entretanto, nesse estágio, o cérebro recebe apenas uma informação incompleta, sem distinção do que o barulho realmente representa – se ele é de vozes, do vento, de máquinas etc. O resultado final, decodificado pelo cérebro, representa uma imagem mental do mundo físico, que é gerado a partir de uma longa cadeia de eventos mentais”.

Carolina explica que o primeiro processo dessa cadeia é a “extração de características”, quando o cérebro apenas percebe as características básicas da música por meio das redes neurais especializadas. “Nessa fase, o som é decomposto em elementos básicos como altura, timbre, localização no espaço, intensidade, entre outros. Isso ocorre nas partes periféricas do cérebro. O segundo passo ocorre nas partes superiores cerebrais, quando é preciso integrar essas informações básicas adquiridas, de forma a obter uma percepção completa”.

Carolina afirma que a atividade musical envolve quase todas as regiões do cérebro e os subsistemas neurais. “Quando uma música emociona, são ativadas estruturas que estão nas regiões instintivas do verme cerebelar (estrutura do cerebelo que modula a produção e liberação pelo tronco cerebral dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina) e da amídala (principal área do processamento emocional no córtex). Já na leitura musical, o córtex visual é a área utilizada. O ato de acompanhar uma música é capaz de ativar o hipocampo (responsável pelas memórias) e o córtex frontal inferior. Para a execução de músicas, são acionados os lobos frontais – o córtex motor e sensorial”.

De forma geral, é como se todas as áreas do cérebro conversassem entre si.

Sentir e processar música implica em sinais físicos que transformam-se em estados emocionais que refletem expectativas, tensão, repouso e movimento, bem como causam flutuações de nossos ritmos fisiológicos endógenos, como batimento cardíaco, frequência respiratória e ritmos elétricos cerebrais.

Ouvir música melhora a saúde física e cerebral, aumenta a função do sistema imunológico, promove o vínculo social mesmo na ausência de outras pessoas próximas e melhora o bem-estar geral.

A música é um universo de significados, representações e percepções distintas, tornando possível afirmar que cada pessoa a perceberá de um modo diferente.

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Fonte: Jornal de Brasília


Por que o cérebro das pessoas solitárias funciona de maneira diferente

Exames neurais em 66 jovens adultos descobriu diferenças significantes entre a maneira que o cérebro das pessoas solitárias processa informações e o que acontece no cérebro de seus colegas, relata o Science Alert.

O estudo, realizado pela Universidade da Califórnia, também estudou as diferenças que existiam entre as pessoas que estavam sozinhas naquele momento e aquelas que tendem a viver isoladas. “Foi surpreendente descobrir que as pessoas que se veem como solitárias apresentam diferenças ainda mais evidentes”, disse a psicóloga Elisa Baek.

Então o que acontece no cérebro dos solitários? Não se sentir compreendido pode ser um fator importante para que essas pessoas se sintam desconectadas das outras, por isso Baek e seu time tentou descobrir mais sobre o efeito da conexão.

Todos nós experimentamos a solidão em algum momento de nossas vidas: um estado emocional no qual percebemos o vazio entre as relações que queremos e as que temos. A solidão muitas vezes se refere mais à qualidade das relações do que à quantidade, e isso impacta a saúde de muitas maneiras.

No estudo feito com universitários entre 18 e 21 anos, os pesquisadores usaram ressonâncias magnéticas para observar a atividade do cérebro enquanto os estudantes assistiam 14 vídeos curtos. Os vídeos iam de clips de músicas românticas a imagens com festas e eventos esportivos.

Depois disso, os participantes preencheram um formulário com perguntas pensadas para definir o nível de solidão de cada um. A partir dos resultados, foram divididos em dois grupos: solitários e não-solitários.

Ao analisar a resposta de 214 regiões do cérebro aos estímulos dos vídeos, os especialistas perceberam que aqueles com maior nível de solidão tinham um jeito diferente de processar o mundo, que pode estar ligado a sensações de solidão e desconexão. A diferença era mais clara em áreas ligadas à compreensão compartilhada e ao sistema de recompensas do cérebro

Não ficou claro se o processamento único das pessoas solitárias é a causa ou o resultado da sua solidão. Mas a falta de uma compreensão compartilhada com certeza impacta os relacionamentos que as pessoas podem construir.

“O fato de que essas pessoas não se identificam nem com os solitários, e nem com os não-solitários, dificulta a conquista de conexões sociais”, diz Baek. “Essa sensação de desconexão pode prejudicar sua saúde física e mental”, diz Baek. “Espero que novas pesquisas na área ajudem as pessoas solitárias a se sentirem mais conectadas e compreendidas”, diz. A pesquisa foi publicada na revista Psychological Science.

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Fonte: Jornal O Globo

Fim da férias: 7 dicas para estimular o cérebro no retorno ao trabalho

Embora seja fácil entrar de férias e desfrutar de horas extras de descanso , durante o retorno, o nosso organismo percebe todas as mudanças feitas neste período. O afastamento da rotina pode nos proporcionar momentos de descontração, mas readaptar o relógio biológico e o cérebro para voltar à rotina habitual pode representar um grande desafio!
“Se você ainda não entrou no ritmo, pode ficar tranquilo: isso é natural. Demora cerca de uma semana, mas, aos poucos, o cérebro entende que ele precisa voltar a trabalhar”, afirma Dr. Fernando Gomes, neurocirurgião e neurocientista do Hospital das Clínicas de São Paulo.
 especialista explica que é no hipotálamo, região do cérebro que controla os vários relógios biológicos do organismo, é composto por um conjunto de células nervosas, com cerca de 10 mil neurônios, que formam um centro de comando chamado núcleo supra-quiasmático.

“É nele que estão todas informações de qual ritmo o corpo deve seguir, desde quanta fome vamos sentir, passando pela regulação do sono, a temperatura, a pressão arterial, o funcionamento do intestino até outras funções vitais como o apetite sexual ”, diz o Dr. Fernando Gomes.

Durante o período de férias, é normal acordar e dormir mais tarde. Assim, os milhares de neurônios recebem informações diferentes acerca das rotinas do corpo, como horários diferentes, padrões alimentares relaxados e até a presença de luz no ambiente em horários em que normalmente seria para estar dormindo. Dessa forma, na hora de voltar à rotina normal, o corpo reage negativamente e não volta tão rápido ao estado que deveria estar, deixando a sensação de estarmos mais preguiçosos.

Importância do descanso

Para driblar as angústias de voltar à rotina, o médico fala que é importante entender que as férias não devem ser vistas como um remédio para resolver todos os problemas ou curar, por exemplo, um burnout. Elas são importantes, claro, mas os dias de folga não irão recuperar de um problema sério, como um transtorno depressivo, ou outro abalo na saúde mental. “As férias são indispensáveis, mas não substituem terapias e remédios”, deixa claro o especialista.

Volte aos poucos

Voltando à retomada da rotina de maneira saudável, o Dr. Fernando afirma que em poucos dias o cérebro começa a trabalhar a favor da rotina, da carreira e dos estudos, afinal, ele se alegra quando está em pleno funcionamento.

“Nada de se atropelar e cobrar mais do seu cérebro do que ele é capaz de te dar agora. Ao invés disso, o ajude tentando colocar algumas dicas abaixo em prática para evitar a indesejável ansiedade pós-férias. Afinal, não adianta nada tirar uns dias de descanso, mas ficar com a mente estressada, pensando sem parar no trabalho e temendo nossa volta à rotina”,

7 dicas para voltar ao ritmo

O médico dá algumas dicas importantes para deixar o organismo perfeitamente readaptado:

  • Tente ir deitar uma hora mais cedo do que o horário em que pretende dormir.
  • Evite café ou substâncias estimulantes depois das 17 horas.
  • Não exagere nas refeições noturnas.
  • Evite exercícios físicos após às 21h.
  • Desligue-se da TV, computador e celular mais cedo do que o habitual.
  • Recomece de forma progressiva. Inicie resolvendo os trabalhos menores, mais simples e mais gostosos. Dê valor aos intervalos e momentos de refeições.
  • Não se force a ficar muitas horas focado em uma única coisa. Dessa forma, sua mente terá mais chances de se adaptar.

Fonte: Revista Exame Por Mayra Barreto Cinel

Pesquisa mostra como o cérebro de atletas paralímpicos se reorganiza para compensar a deficiência

Pesquisadores estão se dedicando a estudar o cérebro de atletas paralímpicos para entender como eles se adaptam às deficiências físicas.

As próteses passaram a fazer parte da vida de Vinicius Rodrigues em 2014, depois de um acidente de moto que causou a amputação de parte da perna esquerda. Seis meses depois, Vinicius Rodrigues já queria correr, mas descobriu, na prática, que nada seria tão simples como antes.

“Eu me lembro que quando eu tentava correr, eu tentava fazer o mesmo movimento. Tentava elevar o joelho. Mas eu via que minha corrida não estava tão simétrica assim”, conta Vinicius Rodrigues.

A situação mudou depois que Vinícius passou a frequentar uma sala repleta de espelhos, comum em escolas de balé. Ele descobriu que precisava se enxergar novamente – entender o novo corpo para depois utilizá-lo.

“Comecei a me visualizar de lado, vi o quadril, a postura. O atletismo é como se fosse um balé. 12 segundos sem errar. Quanto menos erro possível, mais rápido você fica”, diz Vinicius.

Estudando cada minúcia dos próprios movimentos, Vinicius decolou. Hoje, é vice-campeão paralímpico na prova mais rápida do atletismo: os 100 metros. E virou, pela naturalidade da corrida, objeto de desejo de cientistas como o japonês Kimitaka Nakazawa.

O pesquisador usou tecnologia para olhar como os cérebros de atletas amputados, como o Vinicius, se comportam quando estão correndo. E os comparou com amputados que não praticam esporte.

Para controlar a perna amputada, o cérebro dos esportistas ativa diversas áreas. Nos amputados não-atletas, a ativação cerebral é muito menor.

“Você vê claramente no caso dos atletas que os dois lados do cérebro estão envolvidos no movimento da perna amputada. Geralmente o que vemos é um lado só”, explica o cientista.

Algo semelhante foi visto em um dos atletas mais notáveis do esporte paralímpico do Brasil. Ricardinho vive na escuridão desde os oito anos, quando uma doença degenerativa o deixou totalmente cego. E isso não o impede de criar lances de extrema precisão em campo. Uma habilidade recompensada com títulos. Ele tem quatro ouro nas paraolimpíadas no futebol de cegos.

Quando o neurologista Renato Anghinah conseguiu avaliar o cérebro dele, descobriu isso aí: a área da visão funciona plenamente, e por isso brilha mais do que as outras no exame de imagem. Ela é até mais ativada do que em pessoas que enxergam normalmente.

“Ele tem essa perspicácia, percepção visuoespacial super aflorada. E ele utiliza essas áreas do cérebro de maneira plena, superativado”, conta Renato.

Ele não vê nada com os olhos, mas enxerga muito bem com o cérebro.

“Eu tenho meio que uma leitura na minha cabeça do que está acontecendo no jogo pelo que estou escutando. E aí eu tomo a decisão, se vou passar a bola, tentar driblar, todos esses pontos que a gente utiliza”, conta Ricardinho.

Esses estudos ajudam a compreender como nosso cérebro não é imutável. A depender dos estímulos, ele consegue se transformar. O que se aprende com os atletas vira conhecimento, que pode ajudar a vida de muita gente.

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Fonte: Jornal Nacional

Alzheimer: como identificar, quais são os tratamentos e os avanços da ciência sobre a doença

É um processo lento. Um dia, aquela pessoa que você ama reclama que não sabe onde deixou o celular. Esquece uma palavra aqui, outra ali. Depois, isso passa a ser frequente, e ela te conta a mesma história uma, duas, três vezes. Às vezes, parece meio desorientada, como se perdesse a noção do tempo.

Seriam apenas consequências normais do envelhecimento ou sinais progressivos de confusão mental, indicadores de Alzheimer, a doença neurodegenerativa mais comum no mundo? Fato é que o Alzheimer é considerado a principal causa de demência em indivíduos com mais de 60 anos.

O diagnóstico traz muito sofrimento – não só para o paciente, mas para a família inteira. Mas como identificar a doença? Quais são os tratamentos disponíveis? E os avanços da ciência? Será que estamos cada vez mais perto da cura?

Neste episódio, Renata Capucci recebe a Dra. Claudia Suemoto, professora de Geriatria da Faculdade de Medicina da USP, a gerontóloga Thais Bento Lima da Silva, que é uma das coordenadoras da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ), e o neurologista Felipe da Rocha Schmidt.

Nesta conversa, os especialistas falam, entre outras coisas, sobre os sinais precoces do Alzheimer, as opções de tratamento disponíveis e os avanços promissores que a ciência tem alcançado nessa área.

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Fonte: G1

Cochilos durante o dia podem ser bons para saúde do cérebro, diz estudo

Tirar cochilos durante o dia pode ajudar a manter a saúde do cérebro à medida que envelhecemos, de acordo com um novo estudo. No entanto, pesquisas anteriores mostraram que cochilar em excesso também pode ser prejudicial.

A soneca habitual foi associada a um maior volume total do cérebro, que está associado a um menor risco de demência e outras doenças, de acordo com pesquisadores da University College London (UCL) e da Universidade da República do Uruguai.

Em média, a diferença no volume cerebral entre aqueles que cochilam e os que não cochilam foi equivalente entre 2,5 a 6,5 anos de envelhecimento, disseram os pesquisadores.

“Nossas descobertas sugerem que, para algumas pessoas, cochilos curtos durante o dia podem ser uma parte do quebra-cabeça que pode ajudar a preservar a saúde do cérebro à medida que envelhecemos”, disse a autora Victoria Garfield, pesquisadora sênior da UCL, em um estudo publicado na revista Science.

Embora o estudo tenha sido “bem conduzido”, as limitações incluem o fato de que os hábitos de cochilo foram autorrelatados, disse Tara Spires-Jones, presidente da British Neuroscience Association e vice-diretora do Center for Discovery Brain Sciences da Universidade de Edimburgo, que não participou da pesquisa.

Os resultados mostram “um aumento pequeno, mas significativo, no volume do cérebro em pessoas que têm uma assinatura genética associada a tirar sonecas durante o dia”, disse ela ao Science Media Center.

“Mesmo com essas limitações, este estudo é interessante porque acrescenta dados que indicam que o sono é importante para a saúde do cérebro”, disse ela.

Em resposta, a principal autora do estudo, Valentina Paz, pesquisadora da Universidade da República do Uruguai e da UCL, disse à CNN que concordava que “o trabalho tem algumas limitações”, mas estão “confiantes” no método usado.

Abordagem estatística

No estudo, publicado na segunda-feira (19) na revista Sleep Health, os pesquisadores usaram uma técnica chamada randomização mendeliana para analisar amostras de DNA e exames cerebrais de 35.080 pessoas com idades entre 40 e 69 anos envolvidas no estudo UK Biobank, um grande banco de dados biomédico e recurso de pesquisa que seguiu residentes do Reino Unido de 2006 a 2010.

A randomização mendeliana é uma abordagem estatística que usa a genética para fornecer informações sobre a relação entre uma exposição e o resultado.

Os pesquisadores analisaram seções do código genético ligadas à probabilidade das pessoas de cochilar regularmente e, em seguida, compararam os resultados de saúde e cognição do cérebro entre aqueles com os genes do cochilo e aqueles sem.

“Ao observar os genes definidos no nascimento, a randomização mendeliana evita fatores de confusão que ocorrem ao longo da vida e que podem influenciar associações entre cochilos e resultados de saúde”, disse Paz.

No entanto, tal técnica só pode mostrar uma associação entre cochilo e saúde cerebral, não causa e efeito. Além disso, os pesquisadores não tinham informações sobre a duração do cochilo, o que poderia influenciar o conhecimento de o sono ser útil ou prejudicial.

Paz disse à CNN que descobertas anteriores sugerem que “tirar uma soneca curta [5 a 15 minutos] no início da tarde pode beneficiar aqueles que precisam”.

Cochilar também pode ser prejudicial

Enquanto isso, pesquisas anteriores mostraram que cochilos frequentes ou cochilos regulares por longos períodos durante o dia podem ser um sinal de demência precoce em adultos mais velhos.

Idosos que cochilavam pelo menos uma vez por dia ou mais de uma hora por dia tinham 40% mais chances de desenvolver Alzheimer do que aqueles que não cochilavam diariamente ou cochilavam menos de uma hora por dia, de acordo com um estudo publicado na revista “Alzheimer’s and Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association”, em março de 2022.

E em julho de 2022, um estudo descobriu que pessoas que cochilam com frequência têm maior chance de desenvolver pressão alta e sofrer um derrame.

Os participantes do estudo que normalmente cochilavam durante o dia tinham 12% mais chances de desenvolver pressão alta ao longo do tempo e 24% mais chances de ter um derrame em comparação com pessoas que nunca cochilavam.

“Isso pode ser porque, embora tirar uma soneca em si não seja prejudicial, muitas pessoas que tiram sonecas podem fazê-lo por causa do sono ruim à noite. O sono ruim à noite está associado a problemas de saúde, e os cochilos não são suficientes para compensar isso”, disse o psicólogo clínico Michael Grandner, na época.

Grandner dirige a Clínica de Medicina do Sono Comportamental no Banner-University Medical Center em Tucson, Arizona, e não participou do estudo.

Cochilos excessivos podem ser um sinal de um distúrbio do sono subjacente, disse à CNN o especialista em sono Dr. Raj Dasgupta, professor associado de medicina clínica na Escola de Medicina Keck da Universidade do Sul da Califórnia, em uma entrevista anterior.

“Distúrbios do sono estão ligados a um aumento no estresse e nos hormônios reguladores do peso, que podem levar à obesidade, pressão alta, diabetes tipo 2 – todos fatores de risco para doenças cardíacas”, disse ele. “Eu acredito que cochilar é um sinal de alerta de um distúrbio do sono subjacente em certos indivíduos”.

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fonte: CNN



Por que o estresse nos faz comer mais? Cientistas desvendam mecanismo inédito no cérebro; entenda

O termo “comer estressado” é algo comum para diversas pessoas – basta uma situação um pouco mais complicada para a vontade de um doce, um salgadinho ou de algum outro alimento rico em calorias aparecer. Sabe-se que o hábito de comer tem relações próximas com o estado emocional e a busca por uma sensação de conforto, mas esse pode não ser o único motivo para o fenômeno.

Um novo trabalho conduzido por pesquisadores da divisão de Neurociências do Instituto de Pesquisa Médica Garvan, na Austrália, descobriu um mecanismo cerebral inédito que faz o indivíduo não se sentir completamente satisfeito, resultado da combinação entre estresse e dietas muito calóricas.

“Nossas descobertas revelam que o estresse pode anular uma resposta natural do cérebro responsável por diminuir o prazer obtido ao comer, o que significa que o cérebro é continuamente recompensado para comer”, diz o professor Herbert Herzog, autor sênior do estudo e cientista do Instituto Garvan, em comunicado.

No estudo, publicado nesta quinta-feira na revista científica Neuron, os pesquisadores investigaram em grupos de camundongos a forma como o cérebro respondia ao estresse crônico por meio de variadas dietas. Quando a alimentação dos animais estressados era rica em calorias, eles observaram alterações em uma região do órgão chamada habenula lateral.

Essa área funciona inibindo a resposta de recompensa do cérebro para os estímulos e, com isso, proteger o indivíduo contra o consumo excessivo de alimentos. Quando ela é ativada, portanto, a comida passa a não induzir mais tanto prazer, e a pessoa perde a vontade de continuar a se alimentar.

“No entanto, quando os camundongos estavam estressados cronicamente, essa parte do cérebro permanecia silenciosa, permitindo que os sinais de recompensa ficassem ativos e estimulassem a alimentação por prazer, não respondendo mais aos sinais reguladores de saciedade”, explica Kenny Chi Kin Ip, também autor do estudo e pesquisador do Instituto Garvan.

Com isso, os animais continuavam a comer mais e mais, uma vez que não se sentiam saciados. Além disso, os cientistas identificaram que uma molécula chamada NPY, que é produzida naturalmente pelo cérebro em resposta ao estresse, estava no centro desse mecanismo.

Quando eles bloquearam o caminho que faz a NPY interferir nas células da habenula lateral, os camundongos estressados com uma dieta gordurosa passaram a consumir menos alimentos.

Ganho de peso duas vezes maior

Os cientistas explicam que é essa combinação do estresse com alimentos calóricos que gerou o silenciamento da habenula lateral e a consequente saciedade sem fim. Por isso destacam a importância de se buscar comidas saudáveis nos momentos de situações adversas, até mesmo para prevenir quadros de obesidade.

“Demonstramos que o estresse crônico, combinado com uma dieta rica em calorias, pode estimular um consumo cada vez maior de alimentos, bem como uma preferência por alimentos doces e altamente palatáveis, promovendo o ganho de peso e a obesidade. Essa pesquisa destaca a importância crucial de uma dieta saudável durante períodos de estresse”, diz Herzog.

Eles citam que os camundongos estressados que estavam em uma dieta rica em gordura ganharam o dobro do peso em comparação com aqueles que estavam na mesma alimentação, porém sem o estresse.

Além disso, eles realizaram um teste chamado de “preferência de sucralose”, que envolve oferecer água comum e água adoçada artificialmente aos animais. Os camundongos estressados consumiram três vezes mais sucralose.

“É importante destacar que não observamos essa preferência por água adoçada em camundongos estressados que estavam em uma dieta regular”, pontua o pesquisador.

De acordo com os cientistas, suas descobertas revelam que o estresse desempenha um papel crucial como regulador dos hábitos alimentares, interferindo na capacidade natural do cérebro de equilibrar as necessidades energéticas.

“Essa pesquisa enfatiza o quanto o estresse pode comprometer o metabolismo energético saudável. É um lembrete para evitar um estilo de vida estressante e, especialmente, se você está lidando com estresse a longo prazo, tente manter uma dieta saudável e guardar os alimentos não saudáveis”, aconselha Herzog.

COMO O USO EXCESSIVO DE CELULAR AFETA O CÉREBRO?

Os smartphones e celulares são parte integrante das nossas vidas e essenciais para diversas atividades. Entretanto, as horas seguidas olhando para telas, rolando as timelines de redes sociais já demonstram efeitos colaterais no funcionamento do nosso cérebro, segundo especialistas.

O CELULAR AFETA A COGNIÇÃO

Pesquisas mostraram que os smartphones afetam a cognição. Um estudo publicado na revista científica Frontiers in Psychology, em 2017, relata que, quando usado com prudência, os dispositivos podem até aumentar a cognição humana. 

No entanto, o estudo mostra que os hábitos atuais de uso de celulares vêm demonstrando um impacto negativo e duradouro na capacidade dos usuários de pensar, lembrar, prestar atenção e regular as emoções.

(Relacionado: O que acontece com o cérebro quando não dormimos)

impacto na memória acontece porque os smartphones permitem que nossos cérebros não trabalhem muito para obter informações. Por exemplo, quando você lê um livro, você gera as imagens descritas na obra com a sua mente, diferentemente de quando você assiste a um vídeo. A consequência disso, segundo a pesquisa, é que não retemos o conhecimento tão bem.

CELULARES PODEM DEIXAR OS CÉREBROS “PREGUIÇOSOS”

Outra pesquisa, feita por pesquisadores da Universidade de Waterloo (Canadá), em 2015, aponta que os celulares estão nos deixando mais preguiçosos para pensar. 

O artigo, divulgado na Science Daily, diz que com os smartphones não é mais preciso memorizar um número de telefone ou encontrar seu caminho pela cidade usando um mapa – o dispositivo faz essas coisas por você com um toque na tela. Isso, segundo o estudo, causa uma dependência excessiva do smartphone, o que pode levar à preguiça mental. 

Os pesquisadores também relataram que evitar usar a própria mente para resolver problemas pode ter consequências no envelhecimento.

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Fonte:  National Geographic Brasil