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Treino no computador traz mais benefícios que palavras cruzadas

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O estudo conhecido como IHAMS foi o primeiro a demonstrar que o treino cognitivo computadorizado traz um desempenho melhor que palavras cruzadas

 

Pesquisadores da Universidade de Iowa relataram, em artigo publicado na revista científica PLOS ONE, a descoberta de que um grupo de pessoas que praticou exercícios cognitivos computadorizados por apenas 10 horas obteve ganhos significativamente superiores nas funções cognitivas em relação a outro grupo que exercitou o cérebro somente com as tradicionais palavras cruzadas. O estudo comparou usuários mais velhos com mais jovens, usuários sozinhos em casa com usuários num ambiente clínico supervisionado, bem como usuários que praticaram os exercícios de fitness cerebral por tempos variáveis.

 

Concepção do Estudo e Objetivos

 

Liderado pelo pesquisador Fred Wolinsky, P.h.D. do Departamento de Gestão e Políticas de Saúde da Universidade de Iowa, o IHAMS foi planejado para superar as limitações do estudo ACTIVE (cujos participantes tinham 65 anos de idade ou mais), ao incluir participantes mais jovens (50 anos ou mais).

Os 681 participantes do IHAMS foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos: o primeiro recebeu 10 horas de treinamento cognitivo no local com um exercício da plataforma BrainHQ que melhora a velocidade de processamento e de campo útil de visão (o exercício Dupla Decisão, originalmente desenvolvido com financiamento dos Institutos Nacionais de Saúde e que está agora comercialmente disponível em nossa plataforma on-line).

Outro grupo recebeu enigmas de palavras cruzadas, enquanto os outros grupos separados praticaram o exercício Decisão Dupla em diferentes contextos – por conta própria em casa, em ambiente supervisionado, e ainda em ambiente supervisionado com quatro horas extras de treinamento. Os pesquisadores também compararam os participantes com idades entre 50 e 64 contra aqueles com idade igual ou maior que 65 anos. Todos os grupos foram avaliados antes do início do estudo, com 6 a 8 semanas durante o estudo e, em seguida, aos 12 meses após o término do mesmo.

O estudo IHAMS tinha vários objetivos, um dos quais foi determinar se o treinamento cerebral era superior às atividades “padrão” para a melhoria cerebral – neste caso, enigmas de palavras cruzadas. “Houve um debate na comunidade científica sobre a eficiência de funcionamento do treinamento cerebral computadorizado comparado à outras atividades mentais de lazer, como aprender uma nova língua ou fazer palavras cruzadas”, lembra o Dr. Fred Wolinsky. “Este estudo demonstra claramente que o uso de exercícios especialmente projetados para fins de fitness cerebral – como os exercícios de velocidade de processamento da plataforma BrainHQ – dão mais trabalho, mas são muito mais eficazes na melhoria da função cognitiva do que outros jogos ou atividades recreativas”, completa John W. Colloton, então presidente em Gestão e Políticas de Saúde da Universidade de Iowa.

 

Resultados melhores

 

Os resultados iniciais mostraram que os participantes que usaram o exercício da plataforma BrainHQ™ exibiram melhorias significativamente superiores em suas capacidades cognitivas – através de vários testes neuropsicológicos de funcionamento cognitivo – em relação aos participantes que treinaram só com as palavras cruzadas. As melhorias nas funções cognitiva foram as mesmas, tanto com a prática dos exercícios no contexto clínico monitorado ou na casa do participante. Estas mudanças positivas foram observadas em menos de 8 semanas e foram mantidas ao longo de 12 meses. O sub-grupo de participantes que recebeu treino extra de quatro horas obtiveram ganhos ainda maiores.

As melhorias para os participantes mais jovens eram tão grandes quanto aquelas para os participantes mais velhos, indicando que o treinamento cerebral pode e deve ser iniciado o mais cedo possível. Mas o mais surpreendente na pesquisa foi o fato de as pessoas que fizeram os exercícios por conta própria em casa terem se saído tão bem quanto as pessoas que os fizeram sob supervisão (contexto clínico). Isso indica que o treinamento pode ser amplamente implantado via on-line e com baixo custo.

Saiba mais sobre o exercício Dupla Decisão

Vícios podem ser detectados no cérebro mesmo após a morte

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Tornar-se viciado em drogas ou sexo faz com que haja alterações no cérebro que podem ser vistas até mesmo após a morte. Além de ajudar os investigadores forenses a descobrir como seus “clientes” poderiam ter vivido e morrido, as implicações desta descoberta também lançam luz sobre a razão pela qual viciados têm tanta dificuldade de mudar seus hábitos, mesmo ficando em abstinência por um longo tempo.

Quando realizamos atividades altamente prazerosas como ter relações sexuais ou usar drogas, uma proteína chamada FosB torna-se ativa nas partes do cérebro que compõem o chamado circuito de recompensa. Depois de se combinar com outras proteínas, a FosB liga-se a receptores locais que promovem a expressão de certos genes neurais que, por sua vez, alteram a atividade dos neurônios relevantes.

No entanto, estudos anteriores mostraram que quando as pessoas desenvolvem vícios, a constante tensão colocada em FosB faz com que ele sofra alterações epigenéticas, o que significa que a sua expressão genética se torna alterada pela adição de certas moléculas ao seu DNA. Como resultado, ela se transforma em uma proteína ligeiramente diferente conhecida como DeltaFosB.

Isto é particularmente perigoso porque a DeltaFosB é mais estável do que FosB e, portanto, persiste no cérebro por um período mais longo. Consequentemente, ela produz mudanças muito mais duradouras na atividade neural, que é o que leva à fissura e à dependência.

Em um novo estudo publicado no Journal of Addiction Research and Therapy, uma equipe de cientistas examinou os cérebros de 15 viciados em heroína recentemente falecidos e descobriu que o DeltaFosB ainda podia ser visto nas regiões cerebrais responsáveis pelo prazer e pela memória nove dias após a morte.

Eles suspeitam que essa proteína pode persistir por mais tempo em vivos, o que traz alguma luz sobre por que os viciados em recuperação frequentemente continuam a sentir desejos, mesmo depois de ter parado de consumir determinada droga e, ainda: por que tantas pessoas têm recaídas.

A coautora do estudo, Monika Seltenhammer, explicou que isso poderia ter implicações para o desenvolvimento de novas estratégias para tratar aqueles que tentam superar um vício. “Se o desejo viciante pode persistir no cérebro por meses, é muito importante prover o cuidado contínuo prolongado e o apoio psicológico correspondente,” ressaltou a pesquisadora.

Neurogames ajudam pacientes com câncer a reverter o declínio cognitivo

Pesquisa Cepe

Novo estudo importante sobre o déficit cognitivo relacionado ao câncer – muitas vezes chamado de “chemobrain” – foi recentemente publicado no Journal of Clinical Oncology. No estudo, os sobreviventes de câncer foram capazes de reverter os sintomas do dano cognitivo, em suas próprias casas, ao adicionar exercícios computadorizados para o cérebro como parte do tratamento. Os participantes do estudo que usaram esses exercícios relataram menor prejuízo cognitivo, estresse, fadiga e ansiedade/depressão imediatamente após o treinamento e seis meses depois. Esta é a primeira vez que um estudo demonstrou que uma intervenção prática é eficaz contra o comprometimento cognitivo relacionado com o câncer.

Perguntas frequentes (FAQ) sobre o estudo – elaborado e divulgado pela Posit Science™:

1. O que é Chemobrain (ou Declínio Cognitivo Relacionado ao Câncer)?

Na década de 1980, os grupos de apoio aos sobreviventes de câncer de mama começaram a chamar a atenção para diferentes tipos de comprometimento cognitivo, como um efeito adverso da quimioterapia que persistiu mesmo após o termino do tratamento. Inicialmente, essa condição era chamada de “chemobrain” ou “chemofog”. Na década de 1990, a condição passou a ser chamada de “declínio cognitivo” relacionado ao câncer ou “induzido pelo câncer” . Usamos portanto o termo “declínio cognitivo relacionado ao câncer”.

2. O que causa o Declínio Cognitivo Relacionado ao Câncer (DCRC)?

Existe discordância entre especialistas quanto à sua causa (ou causas): o câncer em si, o tratamento do câncer, o estresse relacionado à condição do paciente, e disfunção inflamatória. Existe um crescente consenso de que a condição pode surgir de múltiplas causas.

3. Qual a prevalência, persistência e severidade DCRC?

As estimativas variam de 10 a 40% dos sobreviventes de câncer em geral e até 70% dos pacientes tratados com quimioterapia. A pesquisa indica que os sintomas podem persistir por 10 ou mais anos. Efeitos (assim como com outras formas de comprometimento cognitivo) podem interferir na manutenção da capacidade de trabalho, relacionamentos, qualidade de vida e independência no cotidiano. Milhões de pacientes recebem quimioterapia a cada ano e, globalmente, há mais de 35 milhões de pessoas com mais de cinco anos de câncer.

4. Qual é o desenho deste estudo?

O estudo foi desenvolvido como um estudo pragmático, longitudinal. Os ensaios “pragmáticos” foram concebidos para avaliar a eficácia das intervenções em condições “reais”. Aqui, o estudo foi concebido para alcançar resultados em casa, usando avaliações e treinamentos que poderiam ser realizados sem supervisão direta. Os participantes do estudo foram randomizados para um grupo de intervenção. Antes da randomização, todos os indivíduos participaram de um estudo de 30 dias, através de consultas minuciosas em que descreviam suas estratégias para combater o declínio cognitivo. O grupo controle (121 participantes) recebeu cuidados-padrão de profissionais de saúde. O grupo que sofreu a intervenção (121 participantes) também recebeu tratamento padrão, e foi solicitado a completar 40 horas de exercícios cerebrais durante o curso de 15 semanas (40 minutos por sessão, 4 vezes por semana). Cada participante foi avaliado no início do estudo, após 15 semanas e seis meses depois.

5. Quem participou neste estudo?

Os pesquisadores recrutaram adultos sobreviventes de câncer através de 18 sites australianos, que tinham sido tratados por uma doença primária (não-CNS) maligno, que tinham completado pelo menos três ciclos de quimioterapia nos meses anteriores a pesquisa, e que relataram sintomas cognitivos persistentes. Os participantes precisavam ser fluentes em inglês e ter acesso a um computador e à Internet. Dos participantes, 95% eram do sexo feminino com idade média de 53 (com uma faixa etária de 23 a 74). Cerca de 89% tinham câncer de mama, 5% tinham câncer colorretal e o restante possuia outros tipos de cânceres.

6. Quem dirigiu este estudo?

Pesquisadores do Survivorship Research Group, da Universidade de Sydney (Austrália) organizaram e relataram o estudo. Os autores do estudo são:

Victoria J. Bray, Universidade de Sydney; Hospital de Liverpool – primeiro autor

Haryana M. Dhillon, Universidade de Sydney

Melanie L. Bell, Universidade de Sydney; Universidade do Arizona

Michael Kabourakis, Universidade de Sydney

Mallorie H. Fiero, Universidade do Arizona

Desmond Yip, Universidade Nacional Australiana

Frances Boyle, Universidade de Sydney;

Patricia Ritchie, Centro de Cuidados e Pesquisa do Câncer

Melanie A. Price, Universidade de Sydney

Janette L. Vardy, Universidade de Sydney – autor sênior

7. Quem pagou por este estudo?

O financiamento e apoio foram fornecidos por: Cancer Council New South País de Gales, Fundação Amigos da Mater, Instituto do Câncer Nova Gales do Sul Clinical Fellowship (V.J. Bray), uma Sociedade de Oncologia Clínica da Austrália / Roche Hematology Oncology Targeted Terapias Fellowship (V.J. Bray.), Pfizer Cancer Research Grant (V.J. Bray), e pelo National Breast Cancer Fundação (J.L. Var).

8. O que o estudo mostrou?

O estudo teve muitas medidas de resultado. A principal questão do estudo era se o uso desses exercícios computadorizados proporcionava a diminuição da experiência de um paciente com alterações cognitivas negativas. Os exercícios tiveram esse efeito.

9. Qual foi seu resultado primário?

A medida de resultado primária para este estudo foi auto-relatada Função Cognitiva, conforme avaliado pelo questionário FACT-COG, Insuficiência Cognitiva (PCI). O resultado primário foi o FACT-COG PCI pontuação, medida imediatamente após o treinamento.  Os pesquisadores relataram que os participantes do grupo que obteve a intervenção, em comparação ao grupo controle, relataram um desempenho significativamente melhor nesta medida (a medida de resultado primária – FACT-COG PCI) imediatamente após a intervenção (p <0,0001) e seis meses depois (P < 0,0002).

10. Quais foram os resultados secundários do estudo?

O estudo estabeleceu uma série de medidas de desfecho secundário. Uma das principais medidas de desfecho secundário foi a função neuropsicológica, medida através da plataforma Cogstate. As outras medidas de resultado secundárias foram amplamente utilizadas e validadas com questionários de autoavaliação, incluindo: ansiedade e depressão (questionário de saúde geral com 12 itens), qualidade de vida (FACT-General), fadiga (FACT-Fadiga subescala) e estresse (14 itens – Escala de Stress Percebida). As outras subescalas (não PCI) do FACT-COG também foram usadas como medidas secundárias.

Para mostrar o principal resultado secundário da função neuropsicológica, os participantes completaram a bateria de 7 testes da Cogstate (que também podem ser realizados no computador em casa). Essa avaliação leva cerca de 18 minutos e mede a cognição em áreas como velocidade de processamento, memória de trabalho, tomada de decisão e função executiva.

Os pesquisadores descobriram que, após 15 semanas, os pacientes que fizeram os exercícios tiveram uma redução de 7,47 na PCI em comparação com os do grupo controle (IC 95%, intervalo: -10,8 a -4,13; P <0,001), e essa diferença persistiu após 6 meses, quando se observou uma redução de -6,48 na PCI no grupo de intervenção (IC 95%, -9,85 a -3,11; P <0,001).

As habilidades cognitivas percebidas após 15 semanas também melhoraram significativamente (3,34, IC 95%, 1,98 a 4,70, P <0,001) entre aqueles que fizeram os exercícios on-line e continuaram boas após 6 meses (2,88; IC95%, 1,50 a 4,25; P <0,001). Além disso, segundo os próprios participantes, a qualidade de vida foi significativamente melhorada 6 meses após o término o programa de treinamento cognitivo.

O grupo que treinou com os exercícios computadorizados teve desempenho significativamente melhor na maioria das medidas secundárias, incluindo a medida de estresse logo após intervenção e após seis meses; as medidas de fadiga e ansiedade / depressão após o treino e com tendência de melhor desempenho em seis meses; sobre a qualidade de vida, após seis meses, mas não imediatamente após o treinamento.

11. Quais foram os exercícios cerebrais utilizados neste estudo?

O grupo de intervenção utilizou cinco níveis de velocidades visuais dos exercícios de processamento desenvolvidos pela Posit Science, e comercialmente disponíveis como parte do programa on-line BrainHQ, que a NeuroForma disponibiliza no Brasil e países de Língua Portuguesa. Os exercícios utilizados foram:

Dupla Decisão

Olho de Águia

Ondas Visuais

Foco nos Detalhes

Olho Vivo

Esses exercícios representam o conjunto básico dos jogos de processamento visual da plataforma on-line BrainHQ, que ainda inclui o exercício Decisão Dupla, visando ao aprimoramento da velocidade e precisão da percepção visual (que é frequentemente referida no meio neurocientífico como “UFOV® training” ou “speed training” / treino de velocidade UFOV®). Mais especificamente, esses exercícios visam melhorar a velocidade de processamento visual, foco, atenção seletiva, atenção dividida, memória de trabalho, precisão, acuidade, campo de busca, campo de visão útil, atenção periférica e central, direção e rastreamento de objetos múltiplos.

12. Quais foram os níveis de uso dos exercícios no estudo?

Os pacientes do grupo que obteve a intervenção foram convidados a completar 40 horas de treinamento. Níveis de uso dos exercícios cerebrais variados pelo paciente, com média de uso de 25,08 horas (e um intervalo de 0,19 a 55,82 horas). Cerca de 14% dos pacientes só começou e os 86% restantes fizeram pouco mais de 34 horas de média.

13. Quais são as conclusões dos autores?

Os autores concluem no estudo: “pesquisas anteriores mostraram ser viável a reabilitação cognitiva, com evidências preliminares de eficácia. Nosso grande RCT [Ensaio Controlado Aleatório] acrescenta peso a esta evidência, confirmando que a prática dos exercícios de velocidade de processamento visual levou a uma melhoria nos sintomas cognitivos. Mais importante também é que houve melhorias no PRO [resultados relatados pelos pacientes], incluindo QV [qualidade de vida] e estresse, fadiga e ansiedade / depressão. O programa tem vantagens de ser relativamente barato e pode ser executado em casa (basta um computador conectado à Internet), sendo que os indivíduos podem dirigir seu próprio treinamento. O programa tem o potencial de se uma nova opção de tratamento para pacientes com sintomas de câncer, onde anteriormente não existiam”.

14. Como isso se encaixa com a literatura científica anterior?

Este estudo amplia o trabalho relatado em 2012 no documento “Treinamento Cognitivo Avançado para sobreviventes de câncer de mama: um estudo randomizado controlado”, publicado na revista Breast Cancer Research. O principal autor foi a Dra. Diane Von Ah, e nos referimos a esse estudo anterior como o “estudo Von Ah”. O estudo de Von Ah analisou 82 sobreviventes de câncer de mama, randomizados em três grupos. O primeiro grupo usou os mesmos cinco exercícios de velocidade de processamento presentes na plataforma on-line BrainHQ; o segundo grupo utilizou um programa de treinamento da memória que ensinava estratégias de lembranças; e um terceiro foi um grupo controle de lista de espera. Cada intervenção foi administrada aos grupos em 10 sessões de uma hora, completadas ao longo de 6-8 semanas. As avaliações dos resultados primários foram profissionalmente administradas. Testes neuropsicológicos com objetivos de mensurar as capacidades de memória e velocidade de processamento. Houve uma série de medidas de resultado secundárias, incluindo: função cognitiva, sintoma aflição (humor, ansiedade, fadiga) qualidade de vida e satisfação com a intervenção. Os dados foram coletados ao longo de 2 meses. Von Ah e colegas descobriram que ambas as intervenções melhoraram significativamente o desempenho cognitivo objetivo relacionado ao domínio mental (o grupo de treinamento de memória foi significativamente melhor em testes de memória do que o grupo controle. Em relação ao processamento visual o grupo de treinamento de velocidade foi significativamente melhor no teste comparado com o grupo controle). No entanto, o grupo de treinamento de velocidade mostrou transferência das melhorias para a capacidade de memória, após os dois meses de  treinamento, que se apresentaram ainda maiores do que o grupo de treino de memória. Os resultados do estudo Von Ah levaram a uma nova diretriz na clínica da Oncological Sociedade de Enfermagem que passou a recomendar este tipo de treinamento do cérebro (https://www.ons.org/practice-resources/pep/cognitive-impairment). O novo estudo amplia esses resultados, passando a um estudo pragmático, no qual os pacientes foram orientados a fazer uso da intervenção BrainHQ por conta própria, em suas casas. Isso apresenta um enorme impacto nas possibilidades de economia, distribuição e administração do treino cognitivo computadorizado.

Como o estresse prejudica nosso cérebro?

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Cada evento estressante que vivenciamos pode ter um impacto importante e duradouro em nossos cérebros, danificando a estrutura e alterando a função de regiões-chave, revela uma nova pesquisa publicada na revista Nature.

Sabe-se há muito tempo que o estresse sustentado – também conhecido como estresse crônico – apresenta consequências cognitivas extremas, levando a uma série de transtornos mentais, como transtorno de estresse pós-traumático. Contudo, os perigos do estresse agudo e do impacto de momentos traumáticos isolados permanecem em grande parte inexplorados.

A equipe, portanto, decidiu observar o cérebro de ratos depois de terem sido submetidos a um episódio de 40 minutos de estresse, durante o qual eles receberam um choque elétrico repetidamente no pé. Os autores do estudo explicam como isso causou a liberação de um hormônio do estresse chamado de corticosterona, que por sua vez causou um aumento maciço nos níveis de um neurotransmissor chamado glutamato em uma parte do cérebro chamada de córtex pré-frontal (PFC).

Uma vez que o glutamato é uma molécula excitatória, ele fez com que os neurônios do PFC começassem a disparar rapidamente. No momento em que os níveis de glutamato começaram a retornar ao normal, cerca de 24 horas depois, muitos desses neurônios tinham ficado danificados.

Mais precisamente, os dendritos desses neurônios – que são os ramos de conexão que contêm os receptores de glutamato – sofreram atrofia ou morte celular. Isto é significativo porque o PFC está fortemente envolvido na cognição superior e é essencial para a nossa capacidade de pensar racionalmente e tomar decisões.

O fato de que esse dano permaneceu visível por até duas semanas após o experimento sugere que mesmo os pequenos episódios de estresse podem danificar de forma duradoura a estrutura de nossos cérebros e ainda, como os autores do estudo afirmam: “as consequências do estresse agudo estão longe de ser simplesmente agudas.”

– O estresse contínuo é dos maiores venenos para o nosso cérebro. A melhor forma de evitá-lo é cultivando hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos e cognitivos, manter uma dieta balanceada , respeitar os horários de trabalho e de sono, bem como os momentos de lazer – explica o médico-psiquiatra Rogério Panizzutti, fundador da NeuroForma.

Por que nosso cérebro não consegue decifrar truques de mágica?

Por que nosso cérebro não consegue decifrar truques de mágica?

Coelho na cartola

Nós, adultos, sabemos que quando vemos um truque de mágica o que nos engana não é a mágica de verdade, mas algum tipo de truque que nos faz pensar que estamos vendo algo que não poderia acontecer no mundo real. E, mesmo assim, o truque não fica menos divertido ou menos surpreendente. Então, por que não podemos ver através deles e saber o que realmente está acontecendo?

A resposta é que nossos cérebros não são realmente configurados para lidar com a ambiguidade perceptiva. Quando vemos o mágico fazer movimentos específicos com as mãos ou braços, interpretamos suas intenções e as classificamos com base em experiências passadas. Um bom mágico usa um movimento reconhecível para fazer algo inesperado.

Nossos cérebros não conseguem fazer várias tarefas ao mesmo tempo muito bem. Assim, mesmo intelectualmente cientes de que é impossível que bolas desapareçam da mão do mágico e reapareçam dentro de uma caixa fechada sobre a mesa, por exemplo, não somos capazes de conciliar o fato de que as bolas foram de fato transferidas da mão para a caixa.

Nossos cérebros dependem de pistas visuais, por vezes referidas como as leis da Gestalt da visão, para dar sentido ao que vemos. Esperamos continuação e organização racional, mas quando esses conceitos estão em falta, não conseguimos descobrir o motivo (no caso decifrar qual foi realmente o truque de mágica a que acabamos de assistir!).

Conheça nossos exercícios cientificamente projetados e saiba como melhorar suas capacidades de memória visual e atenção dividida AQUI!

Exercício da plataforma BrainHQ reduz em até 48% risco de desenvolver demência, aponta estudo

Exercício computadorizado reduz em até 48% risco de desenvolver demênciaDouble Decision1

 

Divulgada na Alzheimer’s Conferences, que terminou no último dia 28 de julho, em Toronto, a pesquisa acompanhou 2,8 mil pessoas durante mais de 10 anos

 

Uma nova pesquisa, que teve duração de 10 anos, mostrou que o treinamento de velocidade de processamento cerebral – através de exercícios computadorizados que fazem com que os usuários processem informações visuais mais rapidamente – são melhores que os exercícios de memória e de raciocínio, duas outras técnicas populares para o treinamento do cérebro. Os pesquisadores descobriram que um total de 11 a 14 horas de treinamento de velocidade têm o potencial de reduzir em 48% o risco de desenvolver demência 10 anos mais tarde.

 

Os resultados do estudo, chamado de Active (Advanced Cognitive Training in Vital Elderly ou Treinamento Cognitivo Avançado para a Terceira Idade), foram apresentados na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, que aconteceu de 24 a 28 de julho em Toronto, no Canadá, considerado o maior encontro mundial de pesquisadores de Alzheimer. Acredita-se que o estudo seja a primeira pesquisa a demonstrar que uma intervenção comportamental pode reduzir a incidência de demência. Muitas pessoas praticam diversos exercícios de treinamento do cérebro a fim de manter a mente ágil à medida que envelhecem.

 

Pesquisas anteriores lançadas como parte do estudo Active mostraram que todos os três tipos de treinamento do cérebro testados levaram a melhorias na função cognitiva e na capacidade de realizar atividades da vida diária, tais como preparar uma refeição e dirigir melhor. O treinamento de velocidade se sobrepôs aos outros exercícios na redução da incidência de acidentes de carro por culpa do condutor e preveniu declínios na saúde, e foi a única intervenção que protegeu contra os sintomas da depressão.

 

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“Se você pode reduzir a chance de desenvolver demência em quase 50% com esse exercício, isso é formidável”, diz Michael Roizen, presidente do Instituto de Bem-estar da Clínica de Cleveland, que não estava envolvido no estudo.

 

O estudo, que foi financiado pelo Instituto Nacional de Envelhecimento e pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Enfermagem, incluiu 2.832 indivíduos saudáveis, com idades entre 65 a 94, em seis locais de estudo nos Estados Unidos. Os participantes foram randomizados para receber um dos três programas de treinamento cognitivo ou estar num grupo de controle. O treinamento de memória e de raciocínio foram realizados com um instrutor e não em um computador, e não reduziu o risco de desenvolver demência.

 

Os participantes do treinamento de velocidade realizaram 10 sessões de treino de uma hora ao longo de cinco semanas com um instrutor presente para fornecer ajuda. Alguns tiveram sessões de reforço um ano depois e três anos mais tarde.

 

Os participantes que fizeram apenas as 10 horas iniciais de treinamento tinham, em média, um risco 33% menor de desenvolver demência 10 anos mais tarde, ao passo que aqueles que receberam as sessões adicionais reduziram seu risco em 48%. A neurocientista Jerri Edwards, diretora da Escola de Estudos de Envelhecimento e do Instituto Byrd de Alzheimer da Universidade do Sul da Flórida, foi a pesquisadora responsável pela pesquisa e análise dos dados mais recente.

 

“Os resultados do estudo Active vão certamente proporcionar um aumento da credibilidade nesse campo”, diz o Dr. Doraiswamy. O estudo suscita agora qual seria a quantidade ideal de treinamento de velocidade, acrescentando que mais pesquisas serão necessárias para reproduzir os resultados.

 

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O exercício utilizado no estudo faz parte da plataforma de treino cognitivo BrainHQ que a NeuroForma Tecnologias disponibiliza no Brasil e países de língua portuguesa em parceria com a Posit Science. A assinatura mensal, que inclui acesso ao exercício Decisão Dupla, custa R$49 por mês ou 12 parcelas de R$29 reais no plano anual aqui no Brasil. A Posit Science anunciou logo após a divulgação do estudo que a empresa irá apresentar um pedido de dispositivo médico ao FDA (ANVISA americana) com base nas recentes descobertas desses estudos clínicos.

 

No exercício Decisão Dupla, os usuários devem identificar um objeto no centro do seu olhar e, simultaneamente, identificar um objeto na periferia. Enquanto os jogadores obtiverem respostas corretas, o tempo necessário para identificação visual acelera e elementos distratores são introduzidos, tornando os alvos mais difíceis de serem diferenciar.

 

Este exercício de velocidade cerebral foi projetado para melhorar a velocidade e precisão do processamento de informações visuais e expandir o campo útil de visão, ou UFOV – área visual sobre o qual uma pessoa pode tomar decisões rápidas e prestar atenção sem mover os olhos ou a cabeça. A UFOV diminui com a idade e está associada com uma diminuição no desempenho em tarefas diárias, especialmente a condução de veículos.

 

Na sequência do estudo Active, a Dra. Edwards diz que o próximo passo seria investigar a dose ideal de treinamento e compreender como ele afeta o cérebro. Tal pesquisa avaliaria as pessoas em risco de desenvolver demência e as submeteria ao treinamento para ver se o mesmo impede o desenvolvimento da doença.

 

“O potencial de benefício é enorme e os riscos são inexistentes a mínimos”, ressaltou a neurocientista.

 

Assista AQUI ao vídeo tutorial do exercício Dupla Decisão em português

 

Fonte: Wall Street Journal

Game pode ajudar sua mente a resistir à tentação de comer doces?

App quer mostrar como não escapar da dieta

Doces Chocolate

 

Um jogo de computador pode ajudar seu cérebro a resistir à tentação de doces?

 

Essa é a questão que pesquisadores da Universidade de Drexel esperam responder com estudos lançados esse mês. Eles desenvolveram um jogo de computador e um aplicativo para smartphone para ajudar pessoas a controlarem hábitos alimentares ruins e perderem peso.

O jogo é desenvolvido para melhorar o “controle inibitório”, a parte do cérebro que impede impulsos não-saudáveis, mesmo quando o cheiro da batata frita praticamente chama as pessoas pra dentro da lanchonete.

Eles também desenvolveram um aplicativo móvel que inteligentemente detecta padrões nos hábitos alimentares. Quando os usuários são susceptíveis de escapar de seus planos alimentares, o aplicativo fornece estratégias adaptadas para colocá-los de volta aos trilhos. Os pesquisadores estão agora procurando participantes para os dois estudos.

Sessenta e nove por cento dos adultos que vivem na Filadélfia estão com sobrepeso ou obesos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças. Embora uma série de fatores contribuam para a epidemia de obesidade da cidade, muitas vezes, a mente é o maior obstáculo quando se trata de perder peso, explica o PhD e professor de psicologia Evan Forman.

 

Estudos demosntram, por exemplo, que alimentos doces desencadeiam as mesmas substâncias químicas do cérebro que fazem as pessoas se sentirem bem, como drogas que causam dependência.

 

“Milhões de pessoas estão tentando perder peso, e estão fazendo isso de forma razoável – tentando reduzir as calorias. Mas você vai acabar escapando de seu plano de dieta, o que praticamente acontece com todo mundo “, diz o psicólogo.” Pode-se dizer que o segredo para ajudar as pessoas a realmente perderem peso está em impedir esses lapsos, então nos concentramos na melhor forma de fazer isso”.

 

Melhore seu dia, treine seu cérebro

 

Durante todo o dia, as pessoas fazem escolhas sobre os alimentos vão consumir. Sem dúvida há uma parte do seu cérebro que direciona para coisas que sejam gostosas.

Vamos supor que um colega traz uma caixa de donuts para o escritório. Para uma pessoa que habitualmente consome doces, a primeira reação é: “Eu quero um.” A resposta secundária tenta bombear os freios sobre esse impulso. Mas essa reacção é tipicamente mais lenta e menos forte do que o impulso, lembra o psicólogo.

“No entanto, estudos têm mostrado que, se você fizer determinadas tarefas que envolvem este controle inibitório uma e outra vez, ele realmente fica mais forte”, explica.

Forman e uma equipe de investigadores testaram esta teoria em um estudo recente, publicado na revista Appetite. Comedores habituais de snacks foram enquadrados em exercícios de curta duração, destinados a aumentar a consciência na tomada de decisões e reforçar o controle inibitório. O estudo concluiu que os treinamentos foram bem sucedidos na redução do hábito de comer “lanchinhos”.

Os pesquisadores agora querem descobrir se o treinamento do controle inibitório pode ajudar os participantes a reduzir o seu consumo de alimentos açucarados e, finalmente, perder peso.

O jogo
Balas de acucar
O jogo de treinamento – chamado DietDash – solicita aos participantes que revelem os tipos de alimentos açucarados que consomem com mais frequência. Eles então são associados a uma das quatro versões personalizadas para sua dieta. Por exemplo, se alguém listar refrigerantes e biscoitos de chocolate como seus doces favoritos, esses itens aparecerão no jogo.

Os jogadores são instruídos a pressionar certas teclas para responder a diferentes tipos de imagens, incluindo fotos de alimentos açucarados saborosos e imagens de alimentos saudáveis. Como o controle inibitório do jogador melhora, a velocidade do jogo aumenta para um desafio extra. Os usuários são instruídos a jogar este jogo durante oito minutos por dia, todos os dias, durante seis semanas.

Embora outros estudos de menor duração tenham demonstrado que esse tipo de treinamento afeta temporariamente os hábitos alimentares dos usuários, os pesquisadores querem saber o que vai acontecer ao longo de dois meses.
“O estudo é realmente o primeiro nesta linha a tentar treinar pessoas por semanas consecutivas”, ressalta o PhD. “Achamos que isso pode se traduzir em comportamentos do mundo real, porque apenas como qualquer tarefa, ela melhora com a prática.”

Um App para vigiar seu plano alimentar

O segundo projeto dos pesquisadores é um aplicativo de perda de peso chamado DietAlert, desenvolvido com financiamento do Weight Watchers and the Obesity Society.

Utilizado em conjunto com outro aplicativo, ele coleta informações sobre os hábitos alimentares dos usuários e usa um algoritmo matemático para determinar quando eles são mais propensos a falhar em seus planos de dieta.

Por exemplo, o aplicativo pode concluir que uma pessoa tem mais tendência a comer junk food depois do almoço, se ela deixou de tomar café da manhã. Como ele aprende sobre os padrões de alguém, vai enviar um alerta de aviso e oferecer uma dica para ajudar o usuário em seu plano de saúde.

“Este aplicativo tem como alvo cada pessoa exatamente quando ela precisa de ajuda”, resume o pesquisador.

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Os efeitos da cocaína na estrutura do cérebro

Os efeitos da cocaína na estrutura do cérebro

 
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Um novo estudo publicado pela revista Addiction Biology indicou que o consumo de cocaína a longo prazo pode produzir alterações em partes do cérebro responsáveis ​​pela regulação da impulsividade e pela capacidade de analisar as próprias decisões. A pesquisa fornece um panorama sobre o que impulsiona o vício e mostra que as pessoas que desenvolvem dependência da droga podem acabar tomando decisões ruins em outras áreas da vida.

 

Para realizar o estudo, os pesquisadores recrutaram 30 indivíduos dependentes de cocaína – todos abstinentes no momento do experimento – para participar de um exercício de jogos de azar, em que se ganharia ou perderia dinheiro em função da sua capacidade de adivinhar qual número apareceria sobre uma tela. Usando várias técnicas de imagem, os autores do estudo foram capazes de medir a atividade no tecido e na microestrutura nos cérebros dos participantes.

 

Eles observaram que, em comparação com os não usuários, os indivíduos dependentes de cocaína tiveram um aumento da atividade no estriado ventral, que faz parte do circuito de recompensa do cérebro. É importante ressaltar que a atividade nesta região estava elevada, independentemente se o indivíduo havia ganhado ou perdido o desafio do jogo, ou seja, os resultados negativos não diminuíram o desejo do indivíduo de buscar as recompensas associadas a uma atividade em particular – neste caso o jogo. Isso mostra que a hiperatividade no circuito de recompensa pode ser um importante motor do vício.

 

Cocaine

 

Além disso, os pesquisadores descobriram padrões anormais de atividade em partes do córtex pré-frontal medial em usuários de cocaína, principalmente nas áreas que abrangem o córtex cingulado anterior e o córtex orbitofrontal, ambos associados com a avaliação dos resultados das próprias decisões e atribuição de importância a esses resultados. O sistema está ligado à codificação de sinais de recompensa e punição.

 

Como era esperado, quando a tarefa do jogo foi realizada por indivíduos que não eram viciados em cocaína, as perdas resultaram em um aumento robusto na ativação nestas regiões do cérebro, permitindo-lhes avaliar e analisar seu comportamento e reagir em conformidade. No entanto, nenhuma ativação foi notada nos usuários de cocaína, o que sugere que a sua capacidade de pensar sobre as consequências das suas decisões pode ter sido prejudicada.

 

Estas alterações funcionais foram correlacionadas com anormalidades estruturais nessas mesmas regiões do cérebro. Por exemplo, o aumento do volume de substância cinzenta foi observado em partes do circuito de recompensa, tais como o núcleo caudado.

 

Embora ainda não se saiba o quanto de cocaína uma pessoa deve consumir para que estes efeitos sejam produzidos – ou, na verdade, se eles podem ser revertidos – o estudo oferece uma visão importante sobre as mudanças estruturais e funcionais que o uso constante da droga causa no cérebro.

Hormônio pode comprometer nossa capacidade de controle de impulsos

 

 

Como controlamos nossos impulsos?

hungryboy

 

Ir ao supermercado quando se está com fome pode resultar, muitas vezes, em algumas compras desnecessárias.  Às vezes, acabamos comprando um bolo de aniversário inteiro só para o jantar, não é verdade? Uma nova pesquisa, porém, sugere que essa pode não ser a única tarefa desaconselhável quando se está de estômago vazio. De acordo com estudo publicado pela revista Neuropsychopharmacology, um hormônio liberado quando estamos com fome interfere diretamente numa parte do cérebro que controla a impulsividade, tornando-nos mais propensos a tomar decisões erradas.

 

O hormônio em questão é a grelina e seus níveis tendem a subir um pouco antes dos horários das refeições. O objetivo dessa alteração hormonal é fazer com que os seres humanos consumam alimentos para que continuem vivos. Além de tudo isso, a grelina também tem papel importante na regulação do centro de recompensa do cérebro, que é o que nos conduz a procurar estímulos como sexo e drogas, além da comida.

 

A atividade deste centro de recompensa, por sua vez, está intimamente ligada à impulsividade, que se refere à nossa capacidade – ou falta dela – de exercer a moderação em nossa busca contínua por prazer. Uma região chave do cérebro chamada área tegmental ventral (VTA), que faz parte do centro da recompensa, desempenha um papel crucial na modulação da impulsividade, levando os autores do estudo à hipótese de que a grelina pode, de alguma forma, comprometer a atividade do VTA.

 

Para investigar isso, os pesquisadores ensinaram ratos a executar três tarefas relacionadas com a impulsividade. A primeira delas, conhecida como o reforço diferencial de baixas taxas (DRL), exigia que os ratos esperassem um certo tempo antes de pressionar uma alavanca, após o qual iriam receber uma recompensa açucarada. A segunda tarefa, referida como o teste “go” / “no-go”, observou se os ratos receberiam a recompensa se eles pressionassem ou se abstivessem de pressionar uma alavanca, dependendo se uma luz brilhava ou um som tocava. Por último, o teste de atraso descontado expunha os ratos a uma escolha, na qual eles poderiam mover uma alavanca imediatamente para receber um comprimido de açúcar, ou esperar um determinado período de tempo antes de movê-la para receber quatro comprimidos.

 

Balas de acucar

 

Após os ratos terem dominado todos estes ensaios, os investigadores injetaram grelina nos seus cérebros. Isso fez com que eles pressionassem prematuramente a alavanca durante o DRL ao mesmo tempo, tornando-os três vezes mais propensos a pressionar a alavanca em vez de esperar no teste “go” / “no-go”. Eles também se tornaram muito menos capazes de esperar a recompensa maior no teste de atraso descontado, o que indica que o hormônio afetou tanto sua impulsividade motora quanto seus processos de tomada de decisão.

 

Para confirmar o papel da grelina, os pesquisadores repetiram o experimento com ratos famintos, e não aqueles que tinham recebido injeções do hormônio. Mais uma vez, os roedores se tornaram menos competentes na execução de todas as três tarefas. No entanto, quando os autores do estudo injetaram nos ratos um inibidor da grelina, seus níveis de desempenho voltaram ao normal.

 

Finalmente, eles decidiram injetar grelina diretamente naárea tegmental ventral (VTA), em vez de no centro de recompensa, a fim de confirmar a importância dessa região particular do cérebro quanto ao controle da impulsividade. Isso foi “suficiente para reduzir a eficiência que havíamos observado com as injeções de grelina no cérebro inteiro”, escreveram os autores, indicando que o VTA era de fato inteiramente responsável por este aumento da impulsividade e quebra de autocontrole.

 

Além de revelar as razões (às vezes, acabamos comprando um bolo de aniversário inteiro só para o jantar), os resultados deste estudo também fornecem uma base potencial para o tratamento de certos distúrbios comportamentais. Como a co-autora do estudo, Karolina Skibicka, da Universidade de Gotemburgo, explicou, “receptores de grelina no cérebro podem ser alvo para o tratamento futuro de transtornos psiquiátricos que são caracterizados por problemas com impulsividade e até mesmo por distúrbios alimentares.”

 

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Praticar corrida pode aumentar o poder do seu cérebro!

Mulher correndo ao sol
 
Muitos estudos – tanto com animais e com pessoas – já comprovaram os benefícios dos exercícios físicos para a cognição e função do cérebro: melhor memória espacial, memória de trabalho, velocidade de processamento, só para citar alguns. Isso se dá devido ao fato de que o cérebro possui uma incrível capacidade de se reformular e se reorganizar em resposta às atividades físicas e cognitivas ao longo de nossas vidas. O fato de que o ambiente pode alterar a composição do cérebro levou a uma série de outras pesquisas sobre o assunto, mais conhecido como neuroplasticidade ou plasticidade cerebral.

 

No último mês de maio, a revista científica NeuroImage publicou uma série de estudos, de diversos neurocientistas e pesquisadores ao redor do mundo, que  exploram os efeitos da atividade física sobre o cérebro. Em um deles, uma equipe liderada por Henriette van Praag, do National Institutes of Health nos EUA, estudou como as redes cerebrais são afetadas em ratos após a execução de exercício numa roda giratória silenciosa com cerca de 11cm de diâmetro. Eles se concentraram em monitorar a atividade cerebral no hipocampo, uma importante área do cérebro para a navegação espacial e formação da memória.

 

Após análise, os resultados revelaram que ao correr, há uma espécie de recrutamento para a entrada de novos neurônios em ação no hipocampo e áreas do cérebro que desempenham um papel no processamento da informação. “Houve de fato um aumento da produção de novos neurônios no hipocampo”, afirmou van Praag, acrescentando que “nos seres humanos, o exercício também aumenta o volume do hipocampo e sua vascularização”.

 

CorridãoPB

 

Em outra frente de pesquisa científica sobre o assunto, Claire Sexton e seus colegas da Universidade de Oxford na Inglaterra, iniciaram estudos com exames de ressonância magnética observando como a atividade física afeta as massas branca e cinzenta em cérebros envelhecidos. A substância branca contém os axônios – fibras nervosas responsáveis pelas sinapses – que ligam diferentes partes da massa cinzenta entre si. Embora os níveis mais elevados de aptidão física comprovadamente proporcionavam efeitos cada vez mais benéficos sobre os volumes de matéria cinzenta em adultos mais velhos, a relação com a matéria branca ainda não ficara bem estabelecida.

 

No entanto, nos 29 estudos seguintes por eles revisados, a equipe descobriu que os níveis mais elevados de atividade física estavam frequentemente associados com melhores resultados observados na massa branca, seja em sua estrutura e volume mais bem conservados ou mesmo observando a redução da gravidade das lesões da matéria, consequências da idade.

 

Em todo o mundo, o declínio cerebral e cognitivo relacionado à idade é um problema de saúde crescente. Inatividade, tanto física quanto cognitiva, é o principal fator de risco que contribui para esse declínio e podem acelerar os sinais de doenças neurodegenerativas.

 

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