Sedentarismo cognitivo: uma das consequências inesperadas da inteligência artificial que pode prejudicar seu cérebro

Você já parou para pensar no quanto a tecnologia facilita a nossa vida? Hoje em dia, é possível pedir comida, resolver problemas do trabalho e até tirar dúvidas complexas com poucos cliques — tudo graças aos avanços da inteligência artificial. É claro que isso tem seu lado positivo: a praticidade é enorme e o tempo que ganhamos é valioso. Mas, por trás de tanta eficiência, existe um efeito colateral que quase ninguém percebe: o chamado sedentarismo cognitivo.

Assim como o corpo precisa de movimento para se manter saudável, o cérebro também exige estímulo constante para continuar funcionando bem. Quando deixamos de exercitar nossas habilidades mentais — como a memória, o raciocínio lógico e a criatividade — porque a tecnologia resolve tudo por nós, corremos o risco de deixar o cérebro “preguiçoso”. E isso pode trazer consequências reais para a saúde mental e a capacidade de aprendizado ao longo do tempo.

Sedentarismo cognitivo: o efeito negativo da tecnologia

A inteligência artificial revolucionou diversos setores da sociedade, impactando positivamente o trabalho, o entretenimento, a educação e outras áreas. No entanto, uma consequência inesperada surgiu: o sedentarismo cognitivo.

Embora o termo “estilo de vida sedentário” seja comumente usado para descrever a inatividade física, o sedentarismo cognitivo se refere à falta — ou à limitação — de atividade mental, resultado da quantidade de tarefas que a inteligência artificial pode realizar por nós. Ou seja, ela pode incentivar a passividade mental, se não for usada de maneira consciente.

De assistentes virtuais a algoritmos preditivos, a inteligência artificial simplificou muitas tarefas do dia a dia — e isso pode levar à dependência passiva, com consequências significativas.

Assim, o sedentarismo cognitivo pode contribuir para o esgotamento mental, perda de memória, redução da capacidade de concentração e aumento do risco de problemas como ansiedade e depressão, afetando diretamente a saúde mental.

Portanto, embora a inteligência artificial possa (e deva) ser usada no cotidiano para facilitar nossas rotinas, é fundamental estimular a mente com regularidade, exercitando-a por meio de quebra-cabeças, leituras desafiadoras e atividades criativas que combatam a passividade mental promovida pela tecnologia atual.

Utilizar a inteligência artificial como ferramenta para a aprendizagem ativa é a melhor escolha, pois exige pensamento crítico e, ao mesmo tempo, estabelece limites para que o uso passivo não se torne prejudicial.

Sem dúvida, o sedentarismo cognitivo é uma consequência inesperada do avanço da inteligência artificial — mas que pode ser evitada ou combatida para preservar a saúde do cérebro.

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Como a “junk food” engana os nossos cérebros – escondendo-se nas nossas memórias

Os desejos alimentares podem parecer impulsivos, mas novos estudos sugerem que estão frequentemente enraizados na memória. Os cientistas descobriram que o cérebro codifica os alimentos altamente calóricos de uma forma que pode influenciar silenciosamente aquilo que comemos – mesmo quando não temos fome.

Na próxima vez que se lembrar de que tem um chocolate numa gaveta da secretária, o seu cérebro poderá não estar apenas a lembrar-se do chocolate, mas a tentar activamente obrigá-lo a ir buscá-lo.

Um estudo recentemente publicado na Nature Metabolism sugere a existência de uns neurónios específicos no hipocampo que mantêm um registo dos pormenores sensoriais e emocionais dos alimentos ricos em calorias. Em experiências realizadas com ratos, estes neurónios desencadearam desejos alimentares, levando-os a comer em excesso, mesmo quando os animais não tinham fome. Quando os investigadores silenciaram esses neurónios, os roedores diminuíram a sua ingestão de açúcar, evitando assim a obesidade induzida pela alimentação.

“Todos os animais precisam de comer, por isso sentimos impulsos de fome que nos ajudam a sobreviver”, afirma Guillaume de Lartigue, membro associado do Monell Chemical Senses Center e co-autor do novo estudo. Tradicionalmente, os cientistas distinguiam entre a fome metabólica – a necessidade de energia do corpo – e a fome hedonista, que se manifesta quando os alimentos têm umaspecto ou cheiro tentador. No entanto, este novo estudo acrescenta uma terceira camada: fome causada pela memória.

Embora a investigação tenha sido realizada com animais, corrobora um crescente corpo de evidências segundo as quais as memórias da gordura e do açúcar podem moldar, silenciosamente, o nosso comportamento alimentar – frequentemente, sem que tenhamos consciência disso. E, num mundo onde os alimentos altamente calóricos estão por toda a parte, esses padrões neuronais podem ajudar a explicar por que razão parece impossível resistir a alguns desejos alimentares.

Por que MOTIVO os nossos cérebros não conseguem fazer frente à junk food

O trabalho de qualquer organismo é perceber como navegar no seu ambiente e fazer as melhores escolhas para obter alimento, diz Dana Small, psicóloga, neurocientista e Investigadora de Excelência do Metabolismo e do Cérebro do Canadá (Canada Excellence Research Chair in Metabolism and the Brain).

Segundo Small, nos primórdios da história humana, quando as calorias eram escassas, aprendemos a recorrer a pistas sensoriais – olfacto, visão e localização para identificar alimentos ricos em energia. Depois de comermos, o cérebro armazena essa informação, juntamente com a forma como a comida nos fez sentir, criando uma “base de dados mental” de sabores e dos seus efeitos. Basicamente, quando comemos, estamos, subliminarmente, a integrar os mundos interno e externo – que é exactamente a memória”, diz Small.

Estes sinais influenciam alibertação de dopaminanas vias de recompensa do cérebro. Em seguida, o cérebro actualiza o valor de um alimento, com base nesta informação, e usa esses dados quando voltamos a encontrar o sabor. Por isso, na vez seguinte que passamos por uma padaria, por exemplo, esse registo interno, ou memória, activa-se, desencadeando um desejo alimentar.

O estudo de Monell também descobriu que as memórias da gordura e do açúcar são armazenadas através de vias diferentes, mas ambas resultam na libertação de dopamina. Embora a maioria dos alimentos contenham gordura ou hidratos de carbono, os alimentos ultra-processados contêm ambos. Alimentos que juntam esses macronutrientes podem activar ambas as vias em simultâneo, como se verificou nos ratos do estudo, desencadeando, potencialmente, uma resposta ampliada da recompensa, o que pode ajudar a explicar por que razão é difícil resistir a esses alimentos.

No mundo actual, este tipo de alimentos altamente calóricos, contendo esta poderosa combinação, existem por toda a parte e são de fácil acesso, oprimindo os sistemas de tomada de decisões do nosso cérebro e fazendo com que seja mais difícil escolher opções saudáveis.

Poderá a terapia ou a medicação ajudar-nos a parar de desejar junk food?

A boa notícia é que o cérebro é adaptável. Tal como aprende a desejar determinados alimentos, também pode aprender novas respostas, diz Amy Egbert, professora assistente de ciências psicológicas na Universidade do Connecticut. O primeiro passo é identificar a causa dos desejos alimentares. Será fome, emoção ou outra coisa?

Depois de compreender o gatilho, poderá começar a desaprender o circuito do desejo alimentar. É aqui que as abordagens terapêuticas entram em cena. “As terapias de exposição e as técnicas cognitivas são das ferramentas mais eficazes de que dispomos”, diz Egbert. Estes métodos podem ajudar indivíduos a desmontar a forma como desenvolveram determinadas relações com a comida e a reprogramarem as suas respostas ao longo do tempo.

Small concorda que a terapia de exposição pode ser útil, mas diz que não se aplica de forma genérica aos sabores. Cada sabor tem de ser abordado de forma individual, tornando o processo trabalhoso. Ela acrescenta que medicamentos como os agonistas dos receptores do GLP-1 – incluindo o Ozempic – parecem promissores na diminuição dos sinais de recompensa libertados pelo cérebro depois de comer. “Conseguem reduzir o condicionamento, reduzir a libertação de dopamina e ajudar a reduzir os desejos alimentares no cérebro”, diz Small.

No entanto, devemos ter em conta que, embora estes medicamentos possam gerir o apetite a curto prazo, não resolvem a raiz do problema que leva alguém a comer em excesso. “É fantástico termos um fármaco que diminui isso, porque ajuda-nos a gerir a nossa ingestão de alimentos. Mas, quando paramos de tomá-lo, o problema subjacente ainda lá está”, diz Lartigue.

Enquanto os investigadores ainda estão a explorar a forma exacta como estes medicamentos afectam os sistemas de recompensa e de memória do cérebro, o melhor é focarmo-nos em como e por que razão comemos aquilo que comemos e examinarmos sobre essas questões, a par das intervenções farmacêuticas.

Como programar o cérebro a resistir à junk food

O estilo de vida contemporâneo faz com que seja particularmente difícil resistir aos desejos alimentares. As nossas vidas quotidianas funcionam contra nós – em muitos casos, não temos recursos, seja tempo ou dinheiro, para preparar uma refeição mais saudável que seja igualmente deliciosa para os nossos sistemas. Para complicar ainda mais as coisas, o cérebro pode formar uma memória alimentar após uma única exposição, fazendo com que seja praticamente impossível resistir a um desejo alimentar.

Mesmo assim, Lartigue crê que o simples facto de sabermos que a memória pode desencadear a ingestão de alimentos é importante. “O conhecimento de que a própria memória é um gatilho para comer em excesso, pode ajudar-nos a mudar o nosso comportamento. Muitas destas coisas são subconscientes, por isso, se ganharmos consciência delas, poderemos interromper o ciclo da memória e dos desejos”, afirma.

Os desejos alimentares podem parecer impulsivos ou permissivos, mas devem-se frequentemente a esquemas neuronais profundamente enraizados. Quanto melhor compreendermos esses padrões, mais probabilidades teremos de conseguir reformulá-los – e recuperarmos o controlo sobre aquilo que comemos.

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Neurogames podem ajudar idosos com declínio cognitivo leve a manter autonomia no dia a dia; entenda

Além de fortalecerem a cognição, os neurogames podem ajudar a melhorar a capacidade funcional de pessoas idosas com comprometimento cognitivo leve. É o que aponta um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros e publicado na revista GeroScience em janeiro deste ano.

Os neurogames, também chamados de treinamentos cognitivos digitais, são atividades mentais planejadas para estimular e aprimorar diversas funções do cérebro, como memória, atenção, raciocínio e resolução de problemas. “Os exercícios são baseados em princípios de neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de se aperfeiçoar e melhorar suas funções”, explica Rogério Panizzutti, professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor sênior da pesquisa.

Já o comprometimento cognitivo leve (CCL) se caracteriza por um declínio cognitivo que vai além do envelhecimento normal, mas ainda não é grave o suficiente para ser classificado como demência. Nesse estágio, a independência funcional nas atividades cotidianas é preservada, embora a realização das tarefas possa ser mais lenta, menos eficiente e com maior propensão a erros. A fase, no entanto, representa uma janela crítica para prevenir ou retardar um declínio cognitivo mais grave.

“A partir de determinado ponto, o comprometimento cognitivo prejudica o funcionamento da pessoa. Ela passa a ter dificuldade em realizar as tarefas do dia a dia, perde a independência e passa a precisar da ajuda de outras pessoas”, destaca o professor. Com o tempo, as consequências da perda cognitiva podem chegar a uma dependência total.

No estudo, os neurogames foram usados para trabalhar as funções executivas de idosos com CCL, mas há outras aplicações. “Eles também podem ser usados, por exemplo, por pessoas jovens que estudam para concursos e querem trabalhar a atenção”, diz Cíntia Monteiro Carvalho, primeira autora do estudo e pesquisadora do Laboratório de Neurociências e Aprimoramento Cerebral (LabNACe). “Você pode trabalhar memória, funções executivas, linguagem. Depende do seu objetivo”.

Melhora no desempenho e no aprendizado

O estudo contou com a participação de 66 participantes com mais de 60 anos e com comprometimento cognitivo leve. Eles foram divididos em dois grupos. Um passou por testes com neurogames, enquanto o outro participou de sessões com jogos digitais convencionais.

No fim da intervenção, que teve duração de 10 horas, o grupo do treinamento cognitivo digital apresentou uma melhora de 21% no desempenho funcional e de 36,75% no aprendizado em relação ao grupo que testou jogos convencionais.

Os resultados foram medidos por uma ferramenta chamada Canadian Occupational Performance Measure (COPM), que avalia como os próprios participantes percebem sua capacidade de realizar tarefas do cotidiano. “As pessoas se sentiam mais capazes e tinham performances melhores em suas atividades de vida diária”, detalha Panizzutti.

Para a realização dos testes, os pesquisadores usaram o BrainHQ, uma plataforma que oferece mais de duas dezenas de exercícios organizados em seis categorias principais: atenção, velocidade do cérebro, memória, habilidades sociais, inteligência e navegação. Os exercícios são adaptativos e se ajustam automaticamente ao desempenho do usuário para manter um nível equilibrado.

A plataforma está disponível em português e pode ser acessada por meio de computadores ou dispositivos móveis, mas não é gratuita. O usuário tem de pagar uma mensalidade.

Caminhos

Os pesquisadores trabalham em outras pesquisas relacionadas ao tema. Uma delas, de acordo com Cíntia, pretende entender como os exercícios físicos podem interferir nos resultados.

Outro projeto pretende usar estimulação elétrica transcraniana (tDCS) em regiões do cérebro associadas a incapacidades cognitivas. A ideia, conforme Panizzutti, é estimular essas áreas enquanto os pacientes jogam os neurogames.

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Estudo lista 17 fatores modificáveis ligados a AVC, demência e depressão tardia

Pesquisadores apontaram 17 fatores modificáveis compartilhados por pelo menos duas de três doenças cerebrais —AVC (acidente vascular cerebral), demência depressão tardia— em um estudo publicado recentemente no Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry.

O estudo revisou pesquisas publicadas entre janeiro de 2000 e setembro de 2023, procurando meta-análises previamente publicadas de fatores de risco associados a doenças cerebrais relacionadas à idade. Os pesquisadores analisaram os dados para identificar fatores modificáveis —aqueles que podem ser alterados por meio de mudanças comportamentais.

Havia associações compartilhadas por pelo menos duas das doenças em 17 categorias modificáveis. Essas incluíam pressão arterial, níveis de glicose no sangue, colesterol, consumo de bebidas alcoólicasdieta, perda auditiva, dor, atividade física, engajamento social e estresse.

A pressão arterial alta e a doença renal grave tiveram o maior impacto negativo na incidência e carga das doenças. O envolvimento em atividades físicas e atividades de lazer com um aspecto cognitivo (por exemplo, resolver quebra-cabeças) foram os fatores mais importantes para reduzir o risco em comparação com os outros fatores.

Os autores disseram esperar que suas descobertas possam guiar estratégias preventivas e informar ferramentas para ajudar as pessoas a reduzir o risco de doenças.

Em muitos casos, os fatores modificáveis também estão conectados.

“Também é importante notar que, ao melhorar um fator de risco modificável, você muitas vezes também melhora indiretamente outros fatores de risco modificáveis”, escreve Sanjula Singh, investigadora principal do Brain Care Labs no Hospital Geral de Massachusetts, em um e mail para o The Washington Post.

“Por exemplo, aumentar a atividade física pode levar a um melhor controle da pressão arterial, melhora nos hábitos de sono e dieta, e até mesmo mais conexão social —ao se juntar a um time de esportes ou grupo de corrida.”

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Cientistas usam “neurogames” e musculação para evitar demência

As demências começam a se desenvolver anos – até décadas – antes do aparecimento dos primeiros sintomas e como ainda não existe nenhum remédio eficaz capaz de reverter o problema uma vez que ele está instalado, muitas iniciativas se concentram em intervenções que podem prevenir ou postergar seu aparecimento.

Uma das iniciativas mais estudadas atualmente é o potencial do uso de neurogames, ou treinamento cognitivo digital, contra a condição. Trata-se do uso de aplicativos e sites que oferecem exercícios de treinamento cerebral para melhorar os processos cognitivos gerais, como velocidade de processamento, atenção e memória de trabalho, com a premissa de que essas melhorias serão traduzidas para ganhos em funcionalidade.

— São exercícios, desenvolvidos e validados cientificamente, que trabalham o processamento cerebral para que o indivíduo consiga processar com mais eficácia e mais rapidez — explica o médico Rogerio Panizzutti, professor e pesquisador da UFRJ.

A mais nova evidência sobre o assunto é um estudo realizado pelo Laboratório de Neurociências e Aprimoramento Cerebral (LabNACe) da UFRJ, que demonstrou que o treinamento cognitivo digital levou a melhorias na funcionalidade de idosos com comprometimento cognitivo leve, condição que indica uma perda cognitiva maior do que a esperada para a idade, indicando maior risco de demência.

— Nessa fase, a perda é muito sutil. Então a pessoa ainda é independente para fazer todas as atividades, mas demora mais tempo para realizá-las ou comete mais erros, como deixa de pagar alguma conta, faz algum erro de cálculo ou se esquece de tomar um medicamento — explica a terapeuta ocupacional Cíntia Monteiro Carvalho, primeira autora do estudo e pesquisadora do LabNACe.

Anteriormente, a mesma equipe havia publicado um trabalho que mostrou que idosos sem problemas de memória apresentaram ganhos na parte cognitiva, de atenção e memória, após fazerem esses exercícios. Já o novo estudo, publicado recentemente na revista científica GeroScience, da American Aging Association, analisou o impacto dos neurogames na melhora da funcionalidade dos participantes, ou seja, na capacidade de realizar tarefas do dia a dia.

— Essa é a fase intermediária entre envelhecimento saudável e demência. Então, é muito interessante e crucial para intervir porque a gente consegue retardar, em muitos casos, essa perda cognitiva — pontua Carvalho.

O treinamento cerebral envolve atividades que desafiam seu cérebro a manter seu pensamento aguçado. No estudo, 66 participantes, com pelo menos 60 anos de idade e comprometimento cognitivo leve foram divididos em dois grupos. Um deles realizou exercícios de treinamento cognitivo digital da versão brasileira do programa BrainHQ, focados principalmente em melhorar as funções executivas, que são fundamentais para a autonomia, a tomada de decisões e a adaptação ao ambiente.

Por exemplo, em um dos jogos que buscava exercitar as habilidades de atenção dividida, o voluntário precisava acompanhar uma bola em movimento na tela. Conforme o jogo seguia, outras bolas, iguais à primeira, surgia. No final da atividade, ele precisava indicar, por meio de um clique no mouse, qual era a bola inicial.

Durante cada sessão de treinamento, os participantes completaram 15 minutos de quatro exercícios diferentes. A recomendação era treinar pelo menos duas vezes por semana, totalizando 10 horas de treinamento. Os exercícios tinham sua velocidade, tipo de estímulo em resposta ao desempenho do participante e nível de dificuldade da tarefa balizados automaticamente de acordo com o desempenho do participante. Os participantes do outro grupo apenas jogaram jogos online pelo mesmo período.

Os resultados mostraram que o treinamento cognitivo digital levou a uma melhoria de 21% na funcionalidade e o aprendizado em relação aos testes em 36,75%, em comparação com o grupo que se envolveu em jogos comuns de computador.

— Idosos com problemas de memória ficam mais capazes de realizar suas rotinas diárias após praticarem games para o cérebro. Isso animou muito a gente porque depois do treino, essas pessoas conseguem aprender melhor, ficam mais confiantes para realizar as tarefas do dia a dia. É o que a gente chama de funcionalidade, que é sempre o nosso sonho de consumo conseguir que a pessoa tenha uma vida melhor — diz Panizzutti, que é o pesquisador responsável pelo novo estudo. — Estes estudos que publicamos são pioneiros na verificação científica de neurogames na população mais velha brasileira.

A fonoaudióloga aposentada Léa Carvalhosa, de 74 anos, é uma das voluntárias do estudo. Ela conta que o treinamento a ajudou a ficar mais atenta e a realizar melhor suas tarefas diárias.

— Fiz a inscrição e achei surpreendente porque são vários jogos que trabalham todas as questões, atenção, percepção visual, orientação espacial e me ajudou muito.

Os pesquisadores ainda não têm dados de longo prazo para saber quanto tempo o efeito desses jogos vai durar nem se isso será capaz de prevenir o desenvolvimento de demência. Mas um estudo semelhante, realizado nos Estados Unidos, mostrou que pessoas que realizaram esse tipo de exercício apresentaram menos demência.

— Obviamente não podemos falar que é uma bala de prata que vai resolver tudo, mas se você diminuir a chance de a pessoa evoluir para demência, que é o que mostram estudos realizados nos EUA, é um ganho importante — diz o pesquisador.

Diante disso, eles acreditam que o treinamento cognitivo digital tem potencial como uma intervenção não farmacológica para melhoria funcional e cognitiva em indivíduos com comprometimento cognitivo leve.

— A gente pode pensar no treino para promover a saúde cerebral. é como se da mesma forma a gente precisasse fazer atividade física para treinar os nossos músculos, o treino também vai ajudar a gente a aprimorar determinados domínios cognitivos — recomenda Cinthia.

Uma revisão de estudos sobre o impacto de jogos cerebrais para pessoas com mais de 60 anos que não apresentam declínio cognitivo, mostrou essa atividade pode ser eficaz em diversas áreas, incluindo: a capacidade de planejar, focar sua atenção e conciliar múltiplas tarefas; a rapidez com que o cérebro recebe, entende e responde às informações; quão bem uma pessoa se lembra das informações que ouve e a capacidade de reter e recuperar informações, como uma lista de compras ou um número de telefone, temporariamente.

O impacto da atividade física

 

Não é só a atividade cerebral que parece ter impacto positivo sobre a redução do risco de demência. A musculação também protege o cérebro de idosos contra a neurodegeneração, de acordo com um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), publicado na revista científica GeroScience.

No trabalho, a equipe analisou o cérebro e o desempenho da memória de 44 pessoas com comprometimento cognitivo leve. Os participantes foram divididos em dois grupos: um deles praticou musculação de intensidade moderada a alta e com progressão da carga, duas vezes por semana, durante seis meses. Os demais não realizaram o exercício durante o período do estudo e integraram o grupo-controle.

Os resultados revelam que o treino de força não só foi capaz de melhorar o desempenho da memória como também alterar a anatomia cerebral. Após seis meses, os participantes que praticaram musculação apresentaram proteção contra atrofia no hipocampo e pré-cúneo – áreas cerebrais associadas à doença de Alzheimer –, além de melhoras nos parâmetros que refletem a saúde dos neurônios (integridade da substância branca).

Os voluntários que praticaram musculação tiveram melhor desempenho na memória episódica verbal, melhora na integridade dos neurônios e áreas relacionadas à doença de Alzheimer protegidas contra atrofia, ao passo que o grupo-controle apresentou piora nos parâmetros cerebrais.

Diante dos resultados, os pesquisadores acreditam que um período mais longo de treinamento promova resultados ainda mais positivos. A musculação pode proteger o cérebro contra demências estimulando a produção do fator de crescimento neural (proteína importante para o crescimento, manutenção e sobrevivência de neurônios) e promovendo a desinflamação global do organismo.

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Como a aposentadoria afeta o cérebro dos idosos?


A aposentadoria, para muitos, é um destino. Significa descansar e aproveitar a vida após anos dedicados ao ofício. Um merecimento. No entanto, é uma mudança de vida que deve ser feita de forma gradual para evitar perdas cognitivas e isolamento social. Mudar a rotina e o estilo de vida deve ser feito com a calma que uma vida inteira de trabalho merece.

Aposentadoria e perda cognitiva

José Inácio, de 85 anos, lembra que após a aposentadoria, quando completou 62 anos,  veio uma sensação de vazio. “Eu era um auditor fiscal, tinha uma rotina cansativa. De repente, fiquei sem saber o que fazer com os meus dias. Só saía para jogar dominó e beber cerveja… Comecei a me preocupar”, afirma. Depois, começou a usar sua experiência para prestar consultoria em contabilidade. “Uma vez por semana eu volto a utilizar parte do que desenvolvi por toda a minha vida e está sendo ótimo, consigo organizar meus dias e ainda mantenho meu cérebro ativo”.

Um estudo feito com 8 mil aposentados na Europa mostrou que a capacidade de lembrar de algumas palavras após um certo período de tempo se deteriorava mais rapidamente após a aposentadoria do que quando estavam trabalhando.

“Há alguns indícios de que a aposentadoria pode ser ruim para a cognição, porque quando você se aposenta, seu cérebro não é mais tão desafiado”, disse Guglielmo Weber, professor de econometria na Universidade de Pádua, na Itália, que trabalhou no estudo europeu, ao The New York Times. Estas investigações também descobriram uma relação entre a aposentadoria e o início da depressão.

“Passar repentinamente de uma vida profissional agitada para nada pode exacerbar sentimentos de inutilidade, mau humor, tristeza, bem como sintomas depressivos graves e perda de memória”, explicou Xi Chen, professor associado de saúde pública na Universidade de Yale que estuda o envelhecimento.

Emily Fessler, professora assistente da Weill Cornell Medicine especializada em cuidados geriátricos, afirma que pessoas que se aposentam  “por causa de problemas de saúde ou preconceito de idade”, ou que enfrentam dificuldades financeiras na aposentadoria, podem sofrer efeitos mais severos. Além disso, afirma que os homens são os mais afetados: “As mulheres podem ter menos probabilidade de sofrer grande declínio mental ou cognitivo pronunciado, talvez porque sejam mais propensas do que os homens a continuar se socializando e passando tempo com a família após a aposentadoria”.

Como se adaptar à nova realidade?

Especialistas são unânimes em reafirmar os efeitos benéficos dos exercícios físicos para o corpo e a mente. Por isso, a ordem é dedicar uns minutinhos do dia para atividades físicas. Uma caminhada, dança somadas à musculação vão ajudar a manter o cérebro renovado. Além disso, que tal dedicar parte deste tempo livre para ajudar quem precisa? Um trabalho voluntário pode ser um caminho para evitar a depressão e o declínio cognitivo devido ao possível isolamento social na terceira idade.

Por fim, especialistas concordam que seria ideal incorporar novas rotinas que sejam mental e fisicamente atraentes alguns anos antes de deixar o trabalho. Alison Moore, chefe da divisão de geriatria, gerontologia e cuidados paliativos da Universidade da Califórnia, dá a dica: “O ideal é planejar a aposentadoria com antecedência, mesmo que você não implemente as mudanças na rotina  imediatamente. Adiar essas decisões para depois de se aposentar torna mais difícil lidar com uma mudança de forma tão abrupta”. 

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Exercício faz bem pro cérebro: meia hora é o suficiente pra ajudar memória

Há muitos anos, cientistas vêm encontrando evidências de que a prática frequente de atividades físicas proporciona benefícios ao funcionamento cerebral. E há indícios de que não é preciso se esforçar muito para obter essas vantagens. Publicado na revista Communications Psychology, um estudo recente aponta que malhar apenas durante alguns minutos é o suficiente para beneficiar diversas áreas cerebrais.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, nos Estados Unidos, analisaram 113 trabalhos científicos publicados entre 1995 e 2023 que envolveram 4.390 pessoas, com idades de 18 a 45 anos. Eles concluíram que uma sessão pontual de exercícios já aprimorou diversas funções cognitivas, em especial a memória, a atenção, o processamento de informações e a função executiva, que está ligada ao planejamento e a execução e manutenção de tarefas.

Também ficou evidente que as atividades vigorosas têm os maiores efeitos no cérebro — o treinamento intervalado de alta intensidade, conhecido como HIIT, apresentou os resultados mais consistentes. Além disso, a repercussão foi maior após o treino, em comparação aos testes feitos durante os exercícios. Os resultados foram mais significativos após sessões de menos de 30 minutos do que após as que ultrapassaram meia hora.

Esses achados são ainda mais importantes levando em conta que os participantes eram adultos. “A maioria dos trabalhos dessa natureza é focada em idosos e crianças e, nesse caso, temos dados interessantes sobre uma população pouco estudada, mas que merece atenção”, avalia o educador físico Caio Novaes, do Espaço Einstein – Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein. Adultos são os mais afetados por fatores como estresse, ansiedade e diminuição do sono, gerados por múltiplas tarefas envolvendo trabalho, estudo e filhos, o que pode gerar prejuízos cognitivos.

De acordo com os pesquisadores dos EUA, uma única sessão de exercícios desencadeia uma cascata de reações químicas similar à que acontece quando a pessoa treina com frequência. Isso inclui um aumento na síntese dos neurotransmissores dopamina (proporciona prazer), acetilcolina (regula a memória, o aprendizado e o sono) e ácido gama-aminobutírico, conhecido como GABA, que tem efeito relaxante. Os fatores neurotróficos — substâncias que atuam na sobrevivência, na manutenção e no desenvolvimento de células do sistema nervoso — também são estimulados.

“As atividades físicas também elevam o IGF-1 [fator de crescimento que desempenha papel fundamental no desenvolvimento celular] e, graças a tudo isso, melhoram a plasticidade sináptica, ou seja, a capacidade do sistema nervoso de se adaptar a estímulos, permitindo o aprendizado e a formação da memória, em vários locais do cérebro”, explica o neurologista Ricardo Mário Arida, chefe da disciplina de Neurofisiologia e Fisiologia do Exercício do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Estudos em animais têm mostrado também que os exercícios aumentam a neurogênese, a formação de novos neurônios no hipocampo, região do cérebro envolvida na aprendizagem e na memória.

Melhores resultados a longo prazo

Apesar de a pesquisa realizada na Califórnia ter demonstrado que é possível notar melhoras cognitivas com sessões isoladas e curtas de exercícios, os especialistas ouvidos pela Agência Einstein afirmam que os efeitos da atividade regular são mais eficazes.

“Realmente, a prática realizada por períodos prolongados promove mais adaptações funcionais e estruturais no cérebro, o que chamamos de plasticidade cerebral, mais duradouras do que os exercícios pontuais”, afirma Arida. De acordo com o neurologista, já foi demonstrado que atividades que envolvem estratégia, contato social, estímulos sensoriais e ativação mais intensa do sistema respiratório, como danças, esportes coletivos e lutas, promovem melhor neuroplasticidade.

Em relação às modalidades que têm resultados mais intensos ao bem-estar mental, os aeróbios se destacam na literatura científica. “Modalidades como corrida e ciclismo têm demonstrado ser os melhores aliados da cognição e ainda aliviam o estresse e a ansiedade, entre outros benefícios, contribuindo ainda mais para a parte psicológica do praticante”, ressalta Novaes. Segundo ele, é importante combinar essas práticas com exercícios de força para evitar lesões.

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Semente, fruta, batata-doce: conheça a dieta recomendada por especialista de Harvard para fortalecer o cérebro e melhorar a memória


Do momento em que acordamos até o final do dia, a alimentação é essencial para qualquer ser humano. Com um cardápio cheio de variações, cada um pode escolher as vitaminas e minerais que melhor atendem às suas necessidades. Isto foi afirmado por Jeffrey Karp, cientista e pesquisador biomédico da Universidade de Harvard. Entre seus conceitos, um se destaca: comer bem e de forma saudável ajuda a fortalecer o cérebro.

Muitas vezes ouvimos que se o cérebro estiver saudável, nossa memória e concentração serão ótimas. Para isso, o pesquisador incluiu uma série de itens a serem levados em consideração na hora de escolher melhor a sua dieta.

A sensação de gratidão e saciedade na hora das refeições é essencial. Para isso, você deve consultar primeiramente um nutricionista ou profissional de saúde que fará um estudo preliminar do seu corpo, para chegar às conclusões que melhor atendam às suas necessidades.

Dieta especializada de Harvard para fortalecer o cérebro

De acordo com Jeffrey Karp, você deve esperar duas horas e meia depois de acordar para comer alimentos sólidos no café da manhã. Entre as opções destacadas pelo cientista estão biscoitos de aveia, nozes, avelãs e qualquer outra fruta seca que possa servir como um lanche saudável, além disso, sementes de qualquer tipo e cor, laticínios — de preferência à base de aveia — e mirtilos, uma pequena fruta que é fonte de vitaminas.

Ao planejar o almoço e o jantar, Karp se concentrou nos FODMAPs, um grupo de carboidratos encontrados em alguns alimentos que causam inflamação e desconforto no corpo. Dentro desta classificação estão o alho, a cebola, o trigo e os cereais. Segundo o especialista, é preciso buscar substitutos para evitar efeitos colaterais.

Outro ponto muito importante, não só para essa abordagem, mas para a vida em geral, é o consumo de água. A hidratação é vital para as pessoas e, portanto, aproximadamente dois litros por dia devem ser consumidos para manter o corpo estável. Ainda no mesmo ponto, Karp explicou que devemos comer alimentos e frutas ricos em água, como laranja, toranja, maçã, entre outros.

Você deve beber café?

Sobre o café, uma das bebidas mais consumidas, o cientista afirmou que as pessoas devem beber um ou dois copos por semana, limitando assim sua influência na dieta.

Segundo Karp, essa bebida pode, a longo prazo, levar a transtornos de ansiedade e estresse que afetarão a saúde mental, o cérebro e suas funções.

Dieta especializada de Harvard para fortalecer o cérebro

De acordo com Jeffrey Karp, você deve esperar duas horas e meia depois de acordar para comer alimentos sólidos no café da manhã. Entre as opções destacadas pelo cientista estão biscoitos de aveia, nozes, avelãs e qualquer outra fruta seca que possa servir como um lanche saudável, além disso, sementes de qualquer tipo e cor, laticínios — de preferência à base de aveia — e mirtilos, uma pequena fruta que é fonte de vitaminas.

Ao planejar o almoço e o jantar, Karp se concentrou nos FODMAPs, um grupo de carboidratos encontrados em alguns alimentos que causam inflamação e desconforto no corpo. Dentro desta classificação estão o alho, a cebola, o trigo e os cereais. Segundo o especialista, é preciso buscar substitutos para evitar efeitos colaterais.

Outro ponto muito importante, não só para essa abordagem, mas para a vida em geral, é o consumo de água. A hidratação é vital para as pessoas e, portanto, aproximadamente dois litros por dia devem ser consumidos para manter o corpo estável. Ainda no mesmo ponto, Karp explicou que devemos comer alimentos e frutas ricos em água, como laranja, toranja, maçã, entre outros.

Você deve beber café?

Sobre o café, uma das bebidas mais consumidas, o cientista afirmou que as pessoas devem beber um ou dois copos por semana, limitando assim sua influência na dieta.

Segundo Karp, essa bebida pode, a longo prazo, levar a transtornos de ansiedade e estresse que afetarão a saúde mental, o cérebro e suas funções.

A abordagem de Karp em relação ao horário das refeições e à seleção cuidadosa de cada item alimentar não é apenas comprovada cientificamente, mas também recebeu o endosso da Universidade de Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do mundo em pesquisas sobre a função cerebral.

É importante observar que antes de incorporar qualquer alimento novo à sua dieta, você deve consultar um médico especialista.

O tubérculo para melhorar a memória e cuidar da visão

Um dos alimentos mais recomendados para melhorar a memória, a visão e a saúde do cérebro é a batata-doce. Este tubérculo, nativo da América Central e do Sul, é cultivado há mais de 5.000 anos.

As civilizações pré-colombianas já conheciam suas propriedades nutricionais e medicinais, utilizando-a não apenas como alimento, mas também em remédios tradicionais para fortalecer o corpo.

Entre seus principais nutrientes está a vitamina C, essencial para a formação de neurotransmissores como a dopamina e a norepinefrina, que influenciam na memória e na atenção.

Ele também fornece vitamina B6, necessária para a síntese de serotonina, um neurotransmissor que regula o humor e promove o desempenho cognitivo.

Além dos benefícios para a memória e a função cerebral, a batata-doce é uma importante aliada para a saúde ocular. Seu alto teor de betacarotenos, precursores da vitamina A, ajuda a manter uma boa visão e a proteger os olhos dos danos causados ​​pela luz azul e pelo envelhecimento. Esta vitamina é essencial para a regeneração das células da retina.

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Por que ler artigos e matérias com base científica (como este) pode ajudar você a manter sua mente jovem

Alguns centenários conseguem ter uma mente mais jovem do que o próprio corpo, eles mantém raciocínios lógicos durante jogos e são ágeis em dar respostas inteligentes. Mas como isso é possível? Segundo um estudo publicado na revista científica Science Advances, o segredo está em não abandonar as habilidades cognitivas ao longo da vida.

“Uma descoberta central da nossa análise é que os perfis de habilidades por idade diferem significativamente pelo uso das habilidades. Essa descoberta está intimamente relacionada à pesquisa psicológica e neurocientífica que mostra que o envelhecimento cognitivo não é inevitável, mas depende de fatores de contexto social e cultural, bem como do comportamento e da genética dos indivíduos”, explicam os autores do estudo.

Os cientistas descobriram que utilizar frequentemente suas habilidades de leitura, fala e cálculo garante que essas habilidades não se atrofie. Isso pode ser feito lendo um artigo ou matéria com base científica, para o qual tanto a interpretação de texto quanto o foco para a leitura são necessários. Outras ações do dia a dia benéficas são fazer planilhas de gastos mensais com o supermercado ou até mesmo ler um e-mail mais longo.

Ao longo do tempo as habilidades cognitivas tendem ao declínio como parte das mudanças causadas pelo envelhecimento natural. Por isso, a equipe investigou os resultados de testes de habilidade individuais desenvolvidos em participantes alemães e também os dados de amostras populacionais representativas de países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), para compará-los.

Como resultado, eles perceberam um aumento acentuado na faixa dos 40 anos nas habilidades de alfabetização e numeração para logo em seguida ter uma diminuição pequena na capacidade de leitura e escrita e grande na capacidade de lidar com números.

Outro ponto indicado pelos pesquisadores é que as habilidades declinam em idades mais avançadas apenas para aqueles com uso de habilidades abaixo da média. Um exemplo claro disso é que pessoas com empregos de cargos altos e com ensino superior mostram conseguem evoluir sua cognição mesmo após os quarenta anos.

Já as maiores perdas foram observadas em mulheres, que apresentam uma piora particular em lidar com números e cálculos.

“As competências cognitivas da população, como a letramento e a numeracia [capacidade de usar números], são importantes não só para os rendimentos individuais, mas também para o crescimento econômico dos países. Como resultado, o envelhecimento das populações mundiais apresenta uma preocupação económica se os declínios comumente assumidos destas competências com a idade se mantiverem”, explicam os autores.

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Cérebro de homens e mulheres envelhece de formas diferentes, diz estudo

Com o passar dos anos, o cérebro sofre um processo de envelhecimento natural, que pode ser responsável pelo aparecimento de sintomas típicos do comprometimento cognitivo e demência. Mas a forma como esse envelhecimento acontece pode ser diferente em homens e mulheres, de acordo com um novo estudo publicado nesta quarta-feira (27).

Publicado no jornal científico Science Translational Medicine, o estudo fornece novas percepções sobre a relação entre envelhecimento do cérebro e a quebra de angiogênese (formação de vasos sanguíneos).

Os vasos sanguíneos do corpo também envelhecem como outras partes do corpo, mas a quebra de pequenos vasos pode ser perigosa para a saúde e pode estar relacionada às formas de demência e comprometimento cognitivo. Por isso, entender esse processo é fundamental para desenvolver novas terapias para a demência.

Os pesquisadores, então, decidiram examinar o envelhecimento cerebral e a angiogênese em grupo de 435 pessoas, além de um conjunto de dados externos de 80 indivíduos idosos para validação. Eles estudaram imagens cerebrais, dados clínicos e marcadores sanguíneos de angiogênese.

Os cientistas identificaram trajetórias de alguns marcadores de formação de vasos sanguíneos associados à melhor função executiva e à menor atrofia cerebral em mulheres mais jovens, mas não em homens. No entanto, essas trajetórias se reverteram aos 75 anos, o que sugere que tanto o sexo quanto a idade são variáveis críticas para estudar.

“A abordagem de modelagem que adotamos neste estudo fornece um modelo para investigação de biomarcadores plasmáticos de doença neurodegenerativa vascular, com grande promessa para diagnósticos futuros e intervenções em ensaios clínicos”, escrevem os autores.

Os achados deverão, ainda, ser validados por estudos futuros, mas poderão orientar novas pesquisas e terapias para demência e distúrbios vasculares do cérebro.

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