Maior capacidade cardiovascular protege cérebro da demência

Os cientistas concluíram que adultos de idade mais avançada que registaram maiores níveis de V02 máximo, ou seja,  maior capacidade cardiorespiratória, apresentaram menor deterioração de matéria branca no cérebro

Exercício protege cérebro de demência

O estudo foi publicado no Journal of Alzheimer’s Disease e não é o primeiro que sugere que a prática de exercício físico pode ajudar a manter o cérebro saudável na velhice. Porém, enquanto investigações prévias questionaram os indivíduos acerca dos seus níveis de ´fitness´, o novo estudo utilizou um teste que mede o nível cardiorespiratório, avaliando a forma física dos participantes.

Os investigadores mediram o V02 máximo – uma medida que testa a capacidade pulmonar e a quantidade de oxigênio que os pulmões utilizam durante a prática esportiva.

A equipa de cientistas também levou em conta diversos testes capazes de avaliar a função executiva mental dos analisados, e que incluem processos automáticos de pensamento, refletindo a destreza mental dos indivíduos no dia a dia – desde a toma de decisões a resolução de problemas ou planeamento de tarefas.

Os cientistas concluíram que adultos de idade mais avançada e que registraram maiores níveis de V02 máximo, ou seja, com maior capacidade cardiorespiratória, apresentavam menos deterioração de matéria branca. Fatores como a idade, sexo e índice de massa corporal foram levados em conta.

A matéria ou substância branca é composta por milhares de fibras nervosas que funcionam como os “cabos de um computador” e que conectam várias partes do cérebro, explica o principal autor do projeto Rong Zhang, professor de neurologia na UT Southwestern’s O’Donnell Brain Institute, nos Estados Unidos.

“Se esses cabos se deterioram, também se deteriora a nossa capacidade de comunicação”, acrescenta.

Zhang afirma que o estudo conduzido foi demasiado pequeno para levar a conclusões definitivas e que ainda não responde a perguntas a respeito, por exemplo, dos tipos de exercício mais eficazes no combate à demência. Ele ressalta ainda que, por ter sido um estudo observacional, foi  capaz apenas de demonstrar uma associação entre os níveis de ‘fitness’, a integridade da massa branca e a função executiva do cérebro – e não uma relação de causa e efeito.

Por esses motivos, a equipe está preparando novos testes clínicos que englobam um universo de 600 adultos idosos mais propensos – devido à genética ou outros fatores – a sofrerem de Alzheimer. A investigação que já está curso em seis universidades médicas nos EUA, pretende determinar se rotinas de exercícios físicos específicos, juntamente com medicação para reduzir a pressão arterial e o colesterol, podem efetivamente reduzir então o risco de demência.

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