Estudo científico mostra porque o gingado e o rebolado estão sempre em alta na dança

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O carnaval está chegando e se você dança como um robô fazendo um rebolado enferrujado, a ciência pode ter alguns conselhos para você. Psicólogos da Inglaterra usaram a tecnologia de captura de movimento para acompanhar os movimentos de 39 mulheres enquanto elas dançavam ao som de uma batida. Os pesquisadores então traduziram essas informações em um punhado de diferentes vídeos de danças, que foram exibidos a 57 homens e 143 mulheres, todos heterossexuais. Depois de assistirem aos vídeos com duração de 15 segundos, os participantes da pesquisa foram convidados a classificar cada vídeo com base nas habilidades das dançarinas. As descobertas foram publicadas no último dia 10 de fevereiro, na Revista Nature.

A equipe encontrou três características chaves do movimento que indicaram um bom dançarino: movimento grande dos quadris, movimentos assimétricos da coxa, e movimentos um pouco menos assimétricos do braço. Para entender melhor, confira aqui um desses vídeos que mostra o movimento de uma dançarina superpositivamente classificada.

Então por que o gingado e o rebolado é tão eficaz?

Obviamente, a dança é uma arte subjetivamente massiva que pode variar dependendo da cultura, do ambiente social ou mesmo do indivíduo. Além disso, o tamanho da amostra desse estudo é relativamente pequeno. No entanto, o autor principal da pesquisa, Dr. Nick Neave disse que “indicamos que todas as avaliações dão pistas honestas para o potencial reprodutivo, de saúde e da personalidade”.

Por exemplo, o balanço dos quadris parece mostrar que o indivíduo é “enfaticamente feminino”. O movimento simétrico e assimétrico também pode mostrar a qualidade de controle do motor, boa aptidão física e saúde. Os movimentos também têm uma forte quantidade de potencial expressivo para a dançarina, permitindo que ela retrate efetivamente sua personalidade ou expresse sinais para aqueles ao seu redor.

“A maneira como você se move é crucial e está ligada à sua saúde, seu status hormonal, sua personalidade e também possivelmente pode ter relação com a inteligência e a criatividade”, ressaltou o Dr. Neave, em entrevista ao periódico The Guardian. “Somos capazes de interpretar muitas coisas sobre as pessoas a partir da maneira com a qual elas dançam ou se movimentam”.

A mesma universidade realizou estudo semelhante com indivíduos do sexo masculino há cerca de seis anos. Na ocasião, os participantes disseram que os bons dançarinos tinham uma forte variedade de movimentos de repertório que envolviam torcer e girar o tronco e o pescoço.

De curiosidade, veja aqui uma das danças com notas mais baixas. Note a distinta falta de movimento de quadril e personalidade.

Imagina se os cientistas resolvem fazer esse estudo com as passistas do nosso carnaval…