Cérebro geneticamente modificado?

Redes geneticas neurais ligadas a inteligencia
 
 
Cientistas identificam genes da “inteligência” e relacionados às habilidades cognitivas.

 
 
As habilidades cognitivas, como a capacidade de tomar decisões, variam muito de pessoa para pessoa e, embora se reconheça que tanto a genética quanto o ambiente desempenham um papel nesta variação, é incrivelmente difícil relacionar quais são os genes específicos das capacidades cognitivas saudáveis. Um novo estudo publicado na revista Nature Neuroscience, no entanto, identificou uma rede genética dentro de uma parte do cérebro que pode estar relacionadas com esses genes específicos.
 

A equipe da Escola de Medicina Duke-NUS e do Imperial College London (ICL) começou sua busca ao estudar todos os genes ativos dentro do hipocampo humano. Essa região do cérebro tem a função de consolidar as memórias de curto prazo para as de longo prazo, um componente chave da cognição. Utilizando amostras de hipocampo de humanos (com ampla variedade de habilidades cognitivas e status de saúde neurológica), os pesquisadores compararam e contrastaram centenas de genes com aqueles também encontrado em ratos.
 

Em vez de observar como os genes sozinhos podem estar ligados a atributos neurológicos específicos, a equipe usou uma nova abordagem chamada de System Genetics. Nesta abordagem, os pesquisadores analisaram as formas com que os genes “interagem” e determinaram como e quando os outros genes são ativados ou inibidos. Estas redes de genes geralmente possuem uma influência mais complexa no comportamento neurológico de uma pessoa que os genes poderiam exercer isoladamente.
 

Várias redes comuns de genes foram encontradas – duas destas, M1 e M3, pareceram mostrar uma forte ligação à cognição humana e à consolidação da memória. No caso de M3, descobriu-se que haviam 150 genes que aparentemente trabalham em conjunto com os outros numa rede “convergente”. Além disso, esta rede estaria ativa desde o nascimento.
 

Mais importante ainda, foi a demonstração de que esta rede (M3) é essencial para dois tipos muito diferentes de inteligência. A primeira inteligência, cristalizada, é a capacidade de pessoa se adaptar às situações que envolvem padrões e comportamentos vivenciados; a segunda inteligência, fluida, determina o o grau de eficiência com que uma pessoa pode se adaptar a uma situação totalmente única.
 

Os pesquisadores também compararam essas redes de genes com todos os dados genéticos conhecidos sobre as doenças e desordens do desenvolvimento neurológico, incluindo o autismo, a epilepsia e a esquizofrenia, e descobriram que um terço dos genes são mutantes em pacientes que sofrem destas condições.
 

Embora muitos destes genes foram individualmente relacionados ao desenvolvimento destas doenças, eles nunca foram relacionados entre si como uma rede. Em última análise, os resultados do estudo indicam que ambas as capacidades cognitivas saudáveis e as desordens do neurodesenvolvimento ​​são influenciadas pelo comportamento das mesmas redes genéticas.
 

Michael Johnson, o principal autor do estudo, disse que “talvez seja possível trabalhar com estas redes para modificar a inteligência, mas isso é apenas uma possibilidade teórica no momento – nós acabamos de dar o primeiro passo.”
 

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