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As 7 dicas para cuidar da saúde mental em 2024

De acordo com a pesquisa “Monitor Global dos Serviços de Saúde” de 2023, realizada pela empresa de pesquisa Ipsos, a saúde mental é encarada como a principal preocupação de saúde pela maioria dos brasileiros, citada como prioridade por 52% dos entrevistados. A apreensão com o bem-estar psíquico está acima até mesmo do que a com o câncer, mencionada por 38% dos indivíduos.

Além disso, a taxa é acima da média global, 44% da população global diz ter como maior preocupação a saúde da mente. Mas, como traduzir essa preocupação em hábitos práticos que podem ser incorporados na rotina e de fato levar a uma maior qualidade de vida?

O GLOBO ouviu especialistas que listaram 7 formas de fazer isso. E aproveitar a virada do ano pode ser uma boa ideia, já que para muitas pessoas o momento é um símbolo de recomeço que traz maior disposição para experimentar novas atividades ou, finalmente, tirar objetivos antigos do papel.

1 – Alimentação também impacta o cérebro Uma boa rotina alimentar e seus efeitos para a saúde mental tem motivado, inclusive, uma área da ciência chamada de psiquiatria nutricional. Uma série de estudos nesse campo têm confirmado impactos psíquicos positivos em dietas pobres em ultraprocessados e ricas em legumes, verduras e outros alimentos nutritivos.

Uma análise sobre o tema publicada por pesquisadores de diversos países na revista científica BMJ confirma os efeitos e sugere que uma das explicações é devido às substâncias consideradas nocivas para a saúde aumentarem o estado de inflamação do organismo – o que já foi associado a sintomas de depressão.

Além disso, a alimentação é parte crucial para se manter uma microbiota equilibrada, nome dado à população de microrganismos que vivem no intestino. O papel dessa região do corpo na mente é cada vez mais compreendido, sendo chamado inclusive de “o segundo cérebro”. Isso porque, entre outros motivos, é lá que é produzido cerca de 90% de toda a serotonina do corpo, um neurotransmissor que atua na mediação do humor.

2 – Coloque o sono em dia Outro ponto abordado pelos especialistas é buscar manter uma rotina de sono regular em 2024, com ao menos 7 horas de sono por noite no caso dos adultos. O repouso adequado é essencial pois há processos fisiológicos de limpeza de substâncias tóxicas no cérebro que apenas acontecem durante a noite.

Além disso, garantem uma melhor disposição no dia seguinte para lidar com as questões do cotidiano, como problemas no trabalho, apertos financeiros e desentendimentos familiares.

— É muito importante estar atento ao sono porque, até porque, além de ele poder contribuir para uma boa saúde mental, ele é um dos principais fatores de aferição dela. Isso porque um dos primeiros sintomas de ansiedade e depressão é justamente a insônia — acrescenta o psiquiatra Ricardo Patitucci, diretor clínico da Clínica da Gávea, unidade especializada em saúde mental, no Rio de Janeiro.

3 – Deixe o sedentarismo de lado Trabalhar o corpo também é indispensável para prevenir e combater o sofrimento mental. A prática estimula áreas do cérebro e a liberação de substâncias analgésicas, como a endorfina e os endocanabinoides, que são moléculas produzidas pelo nosso próprio corpo, mas que atuam nos mesmos receptores que os canabinoides extraídos da planta cannabis.

Além disso, induz a produção de dopamina e serotonina, neurotransmissores que exercem um papel na comunicação entre os neurônios e ativam o sistema de recompensa do cérebro, promovendo a sensação de prazer e bem-estar.

— Nós temos um conhecimento muito grande sobre os benefícios clínicos da atividade física, e corpo e mente não são separados, cuidar de um é cuidar do outro. Além disso, o exercício físico pode ajudar a dar vazão a alguns sintomas e questões psíquicas — diz o psicólogo Bruno Emerich, doutor em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professor da faculdade São Leopoldo Mandic Araras, onde coordena uma especialização em saúde mental.

No geral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um mínimo de 150 minutos de atividade física moderada ou 75 de exercício intenso. No entanto, um estudo com mais de 37 mil pessoas em 16 países, incluindo o Brasil, liderado por pesquisadores da King’s College de Londres, no Reino Unido, mostrou que movimentar-se por 15 minutos e 9 segundos ao dia já proporciona uma melhora do bem-estar mental.

4 – Volte à escola Patitucci diz que o início de ano é também uma boa oportunidade para aprender uma nova atividade, o que promove o estabelecimento de novas conexões cerebrais, ocupa a rotina e ajuda a dar uma sensação de propósito importante para manter a saúde mental em dia.

— Com o passar do tempo, e até mesmo pelo número limitado de experiências que nos estão disponíveis, tendemos a repetir as mesmas coisas e vamos nos fechando para as novidades. Porém, é fato que aprender uma nova atividade, além de contribuir para nossa saúde mental, também é um dos principais fatores de proteção para a demência — acrescenta o psiquiatra.

5 – Invista numa rede de suporte O momento reflexivo que o início de um novo ano proporciona também pode servir para analisar as pessoas que estão ao nosso redor e entender se elas formam uma “rede de suporte”, diz Emerich.

Esse conceito refere-se a cercar-se de pessoas que podem atuar como um apoio em momentos de sofrimento emocional, em questões que causem angústia. Muitas vezes, há quem viva em grandes famílias, ou cercado de amigos, porém na hora da necessidade, não há nomes claros aos quais recorrer.

— Porém, quanto maior nossa rede de suporte com pessoas que possamos contar afetivamente, são maiores as relações de cuidados. No caso, não necessariamente parentes, mas também amigos, pessoas que você possa de fato contar, que são significativas na sua vida, sobretudo nos momentos mais difíceis — orienta Emerich.

6 – Desconectar-se das redes faz bem Outra mudança de hábito que pode entrar na lista de metas para 2024 é desconectar-se das redes sociais. Os especialistas explicam que a “vida perfeita” exposta nas plataformas, que são partes cortadas e editadas da vida real, leva a uma comparação excessiva e cria padrões de beleza, felicidade e produtividade inalcançáveis.

Por isso, ainda que não seja necessário um completo abandono das mídias, reduzir o uso, especialmente para aqueles que passam boa parte do dia com o celular na mão, é uma boa ideia. Uma estratégia disponível em aplicativos como o Instagram que pode ajudar é a limitação nas configurações do tempo de uso, o que leva a própria plataforma a impossibilitar o acesso quando forem atingidas as horas diárias estipuladas pelo usuário.

Emerich acrescenta que essa conexão 24h, além dos prejuízos já citados, torna mais difícil para a pessoa deixar as preocupações de lado e aproveitar os momentos de descanso e de lazer, pois ela acaba sempre acreditando que deveria estar fazendo outra coisa.

— Nós somos constantemente convocados a fazer múltiplas coisas ao mesmo tempo, sermos multitarefas, de modo que na hora de atividades prazerosas não conseguimos nos desconectar de outras tarefas, sempre com o celular na mão por exemplo. Então pensar em uma certa gestão do tempo para conseguir estar inteiro nas atividades de lazer, nos momentos afetivos, isso produz bons efeitos para a saúde mental. Mesmo que não tenhamos todo o tempo que gostaríamos, no que temos é importante estarmos presentes — afirma o psicólogo.

7 – Terapia é muito bem-vinda Embora as dicas possam ser boas estratégias para aumentar o bem-estar e prevenir o desenvolvimento de transtornos de saúde mental, os especialistas reforçam que casos graves ou apenas mais delicados podem demandar o acompanhamento de um profissional – ajuda que não deve ser estigmatizada.

— Muitas pessoas ainda têm a ideia de que só devemos procurar um psicólogo quando não estamos bem. Porém, o autoconhecimento que a terapia nos proporciona nos ajuda a lidar melhor com situações de crise. Não precisamos esperar a depressão ou ansiedade surgirem para irmos ao psicólogo — diz Patitucci.

Emerich concorda, e ressalta que o olhar mais atento da sociedade para o bem-estar psíquico tem ajudado a quebrar esses preconceitos, o que é importante para que pessoas que estão passando por um desconforto não hesitem em buscar ajuda.

— Há um estigma histórico, como se a saúde mental fosse uma questão menos importante ou quase interditada de ser discutida. Mas, o assunto tem vindo mais à tona, o que abre possibilidade de conversarmos e justamente pensarmos nessas estratégias para lidar com ele — diz ele

O alerta é importante especialmente no contexto em que o Brasil vive um crescimento nos diagnósticos de transtornos de saúde mental. Em relação à ansiedade, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, 18,6 milhões de pessoas sofriam com o problema no país – maior incidência no mundo.

Já para a depressão, segundo o Vigitel, levantamento anual do Ministério da Saúde sobre fatores de risco e doenças crônicas, de 2023, 12,3% da população adulta tinha um diagnóstico clínico – aproximadamente 20 milhões de brasileiros.

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Fonte: O Globo

Fumar leva ao encolhimento do cérebro e aumenta risco de Alzheimer, diz estudo

Fumar provavelmente encolhe o cérebro. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St, publicado recentemente na revista científica Biological Psychiatry: Global Open Science e ajuda a explicar por que os fumantes correm alto risco de declínio cognitivo relacionado à idade e doença de Alzheimer.

A boa notícia é que parar de fumar pode prevenir maiores perdas de tecido cerebral – mas ainda assim, não restaura o tamanho original do cérebro. Como o cérebro perde volume naturalmente com a idade, fumar efetivamente faz com que o órgão envelheça prematuramente.

“Até recentemente, os cientistas negligenciavam os efeitos do fumo no cérebro, em parte porque estávamos focados em todos os terríveis efeitos do fumo nos pulmões e no coração”, diz a médica e autora sênior Laura J. Bierut, em comunicado.

“Mas à medida que começamos a observar o cérebro mais de perto, tornou-se evidente que fumar também faz muito mal ao cérebro”, completa.

Os cientistas sabem há muito tempo que o tabagismo está associado a um menor volume cerebral, mas até agora, não se sabia exatamente o que era responsável por isso. E há ainda um terceiro fator a considerar: a genética. Tanto o tamanho do cérebro quanto o comportamento de fumar são hereditários. Cerca de metade do risco de uma pessoa fumar pode ser atribuído aos seus genes.

Para desemaranhar a relação entre genes, cérebros e comportamento, Bierut e o primeiro autor Yoonhoo Chang, um estudante de pós-graduação, analisaram dados extraídos do UK Biobank, um banco de dados biomédico disponível publicamente que contém informações genéticas, de saúde e comportamentais de meio milhão de pessoas, principalmente de ascendência europeia.

Um subconjunto de mais de 40 mil participantes do Biobank do Reino Unido foi submetido a imagens cerebrais, que podem ser usadas para determinar o volume cerebral. No total, a equipe analisou dados sobre volume cerebral, histórico de tabagismo e risco genético de fumar de 32.094 pessoas.

Cada par de fatores mostrou-se ligado: história de tabagismo e volume cerebral; risco genético para fumar e história de tabagismo; e risco genético para tabagismo e volume cerebral. Além disso, a associação entre tabagismo e volume cerebral dependia da dose: quanto mais maços uma pessoa fumava por dia, menor era o seu volume cerebral.

Quando todos os três fatores foram considerados em conjunto, a associação entre o risco genético para fumar e o volume cerebral desapareceu, enquanto a ligação entre cada um deles e os comportamentos de fumar permaneceu. Usando uma abordagem estatística conhecida como análise de mediação, os pesquisadores determinaram a sequência de eventos: a predisposição genética leva ao tabagismo, o que leva à diminuição do volume cerebral.

“Parece ruim e é ruim. A redução do volume cerebral é consistente com o aumento do envelhecimento. Isto é importante à medida que a nossa população envelhece, porque o envelhecimento e o tabagismo são fatores de risco para a demência”, pontua Bierut.

E, infelizmente, a retração parece irreversível. Ao analisar dados de pessoas que tinham parado de fumar anos antes, os investigadores descobriram que os seus cérebros permaneciam permanentemente mais pequenos do que os de pessoas que nunca tinham fumado.

“Você não pode desfazer o dano que já foi causado, mas pode evitar causar mais danos. Fumar é um fator de risco modificável. Há uma coisa que você pode mudar para parar de envelhecer seu cérebro e aumentar o risco de demência: parar de fumar”, afirma Chang, em comunicado.

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Fonte: O Globo

Médicos mostram como o álcool age no cérebro após uma noite de bebedeira (e por que aumenta o risco de depressão e ansiedade)

Depois de uma noite bebendo álcool é natural acordar no dia seguinte com alguns sintomas da famosa ressaca. Dores de cabeça, fadiga, enjoo, vômitos e até um pouco desanimado, como se não tivesse ânimo para sair da cama. O que levanta o questionamento: valeu a pena beber tanto na noite anterior?

Segundo a médica Hana Patel, em entrevista ao Daily Mail, há uma forte ligação entre o consumo excessivo de álcool (mais de 14 unidades por semana) e a depressão. O que poderia explicar esse sentimento de desânimo no dia seguinte.

“As ressacas muitas vezes fazem você se sentir ansioso e deprimido por horas e até dias. Se você já se sente ansioso ou triste, beber pode piorar isso, então diminuir o consumo pode deixá-lo com um humor melhor em geral. A razão pela qual o álcool pode nos deixar assim é porque ele é um depressor. Isso significa que causa alterações químicas no cérebro que podem fazer você se sentir mais calmo e relaxado no início”, explica.

Especialistas dizem que, embora isso não signifique que a pessoa seja alcoólatra, mas se sentir ansioso com uma boa frequência, pode ser sinal para reduzir ou parar o consumo de álcool.

Como o álcool funciona no cérebro? O álcool afeta a via do ácido gama-aminobutírico (GABA) no cérebro. Quando você ingere álcool, ele estimula esse receptor e ativa o “sistema inibitório”, fazendo você se sentir desinibido e relaxado. No entanto, na manhã seguinte, quando metaboliza o álcool, o cérebro continua a produzir GABA, bem como o neutrotransmissor glutamato — fazendo com que se sinta ainda mais ansioso.

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Encolhimento de área do cérebro é importante sinal de Alzheimer, segundo estudo

Pesquisadores descobriram que um encolhimento no hipocampo provoca declínio cognitivo independentemente de o paciente ter as proteínas tau e amiloide em excesso no cérebro. Segundo o site The Conversation, esse achado pode mudar o tratamento de pacientes com Alzheimer e outras condições neurodegenerativas.
Para você entender o impacto da descoberta, precisamos primeiro lembrar o que é o hipocampo. Essa é uma pequena área do cérebro, do tamanho de um cavalo-marinho, responsável por diversas funções, além do aprendizado, como:

  • regular emoções;
  • transformar memórias de curto prazo em memórias de longo prazo;
  • permitir a navegação espacial.

À medida que envelhecemos, naturalmente o nosso hipocampo diminui um pouco em tamanho. No entanto, esse encolhimento é mais acentuado em pessoas que têm determinados hábitos de vida nocivos – como alimentação inadequada e consumo excessivo de álcool – e também com doenças, entre elas, Alzheimer. Por isso, essa perda de volume tende a vir antes de sinais de declínio cognitivo.

Outros biomarcadores também são importantes no diagnóstico e tratamento do Alzheimer e de outras doenças cerebrais. É o caso das proteínas tau e beta amiloide, que são importantes para o bom funcionamento do órgão, mas que são prejudiciais quando estão em excesso.
De forma mais detalhada, os emaranhados de tau destroem os neurônios por dentro, enquanto as placas amiloides se aglomeram na parte externa dos neurônios.

O estudo, publicado na revista Neurology, coletou dados de 128 idosos durante dez anos. No início da pesquisa, esses participantes não apresentavam sinais de comprometimento cognitivo.

Além de registrar o desempenho dos participantes em testes cognitivos, eles fizeram exames de imagem cerebral para observar o volume do hipocampo e ainda rastrearam as proteínas tau e amiloide.

Ao longo da década, eles descobriram que:

  • O encolhimento do hipocampo estava relacionado com o declínio cognitivo.
  • Quanto mais rápido fosse a diminuição do volume, mais rápido seria o comprometimento cognitivo.
  • Pessoas com menor hipocampo no início do estudo tiveram uma diminuição do tamanho mais rápida.
  • A correlação entre encolhimento do hipocampo e declínio cognitivo continuou forte mesmo depois que eles removeram a influência das proteínas tau e amiloide das análises

    Consequências da pesquisa

    Apesar de usar uma amostra pequena, esta pesquisa sugere algumas questões importantes. A primeira é que as placas amiloides e emaranhados de tau podem não ser os únicos gatilhos para o declínio cognitivo.

    Em segundo lugar, os resultados podem ajudar no tratamento de pacientes, pois se o comprometimento cognitivo tiver sido decorrência da diminuição do volume do hipocampo, provavelmente medicamentos para combater placa amiloide terão pouco efeito em retardar a progressão do Alzheimer.

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    Fonte: Olhar Digital


Cérebro precisa de 7 meses de abstinência para “esquecer” o álcool

Pessoas que bebem álcool excessivamente começam a apresentar benefícios logo nos primeiros dias de abstinência. Em poucos meses, muitas funções do corpo já voltaram ao normal, quando não existem sequelas hepáticas (fígado). Após sete meses, o cérebro já estará quase 100% recuperado, segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos EUA.

Publicado na revista científica Alcohol, o estudo se concentrou nos efeitos da abstinência do álcool no córtex cerebral. Isso porque, segundo os autores, há redução do volume e estreitamento desta parte do cérebro com o uso excessivo de álcool, afetando as funções cognitivas.

Efeitos da abstinência de álcool

O estudo acompanhou 88 pessoas diagnosticadas com o transtorno do uso de álcool (AUD) a pararem de beber. Esses voluntários realizaram três ressonâncias magnéticas durante o estudo: na primeira semana, no primeiro mês e após sete meses de abstinência. Em seguida, as modificações no cérebro foram comparadas com as de 45 indivíduos, sem problemas com o abuso de substâncias alcoólicas.

No total, foram avaliadas mudanças em 34 pontos diferentes do córtex cerebral nos indivíduos do estudo, através das ressonâncias. A taxa de recuperação mais alta foi observada no primeiro mês sem álcool, no entanto, é apenas aos sete meses que a região volta a se parecer com a observada em pessoas que não são alcoólatras (etilista).

Nas pessoas com AUD e pressão alta (hipertensão) ou colesterol elevado, a recuperação tende a ser mais lenta que a média. Outro fator que contribui para desacelerar a recuperação é o tabagismo.

Recuperação do cérebro

“Estes dados fornecem informações clinicamente relevantes sobre os efeitos benéficos da sobriedade sustentada na morfologia do cérebro humano”, afirmam os autores, em artigo. Esta é uma boa descoberta para quem deseja parar de beber e pode até incentivar esse processo.

Vale observar que, no levantamento, os pesquisadores não analisaram questões genéticas e a prática regular de atividade física. Essas duas variáveis podem ajudar no processo e devem ser oportunamente analisadas, especialmente a importância dos exercícios.

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Fonte: Alcohol  

Alzheimer: novo estudo aponta sinal precoce inédito da doença; saiba qual

A doença de Alzheimer é uma das principais causas de demência na população. Os sintomas avançados são bem conhecidos, como o declínio cognitivo, a perda de memória e da autonomia. Mas cientistas têm se voltado cada vez mais para descobrir marcadores iniciais do quadro, que permitam um diagnóstico precoce – estágio em que há novas opções terapêuticas para retardar a patologia.

Nesta semana, pesquisadores do renomado Instituto Karolinska, na Suécia, publicaram um estudo na revista científica Molecular Psychiatry em que descreveram um sinal precoce do Alzheimer até então desconhecido: um aumento metabólico nas mitocôndrias de uma parte do cérebro chamada hipocampo. Para os responsáveis pelo trabalho, a descoberta abre caminho não apenas para um diagnóstico mais cedo, mas para novos métodos de intervenção precoce na doença.

“Essa doença começa a se desenvolver 20 anos antes do início dos sintomas, por isso é importante detectá-la precocemente . Especialmente tendo em conta os medicamentos retardadores que estão começando a chegar. Alterações metabólicas podem ser um fator diagnóstico importante nisso”, diz Per Nilsson, professor associado do Departamento de Neurobiologia, Ciências do Cuidado e Sociedade do Instituto Karolinska, em comunicado.

As medicações citadas por Nilsson são principalmente o Lecanemabe, vendido sob o nome comercial de Leqembi nos Estados Unidos, onde foi aprovado neste ano, pela farmacêutica japonesa Eisai e a americana Biogen. É um anticorpo direcionado à eliminação das placas de proteína beta-amiloide, que se acumulam no cérebro de pacientes com Alzheimer.

O remédio representa uma nova fronteira no tratamento da doença, mas ainda enfrenta uma série de limitações: é destinado apenas a pessoas com Alzheimer muito inicial, apresenta riscos, como de hemorragia cerebral, e retarda em apenas 27% da taxa de declínio cognitivo – não impedindo o agravamento eventual do quadro.

Ainda assim, para que a nova alternativa possa ser ao menos considerada é essencial que os diagnósticos sejam feitos cada vez mais cedo. Por isso, o time sueco utilizou camundongos com um modelo de Alzheimer semelhante ao de humanos para estudar o desenvolvimento da doença antes da formação das conhecidas placas amiloides.

Eles observaram um aumento do metabolismo nas mitocôndrias em animais jovens, que foi seguido por alterações nas sinapses do cérebro. Essas alterações interferiram no sistema de reciclagem celular, a autofagia, que é responsável justamente pelo descarte de substâncias para que elas não se acumulem no órgão.

“Curiosamente, as mudanças no metabolismo podem ser vistas antes que qualquer uma das placas insolúveis características do Alzheimer se acumule no cérebro. O diferente equilíbrio energético corresponde ao que vimos nas imagens do cérebro com Alzheimer (já diagnosticado), mas agora detectamos estas alterações numa fase anterior da doença”, diz Maria Ankarcrona, professora do Instituto.

As mudanças no metabolismo das mitocôndrias foram observadas no hipocampo, estrutura do cérebro que desempenha um papel importante na memória de curto prazo e que é afetada no início do processo patológico do Alzheimer. Os pesquisadores utilizaram então microscopia eletrônica e outras técnicas para avaliar as mudanças nas sinapses que ocorriam em seguida.

Com isso, descobriram que as vesículas chamadas autofagossomos, que realizam o processo de autofagia, se acumularam nas sinapses, interrompendo o funcionamento. Para Nilsson, isso abre caminho para um novo tratamento:

“Essas descobertas destacam a importância de manter as mitocôndrias funcionais e o metabolismo normal das proteínas. No futuro, poderemos fazer testes em ratos para ver se novas moléculas que estabilizam a função mitocondrial e autofágica podem retardar a doença”.


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Fonte: Metrópolis

Estudo realizado nos Estados Unidos aponta que o sexo pode melhorar a saúde cognitiva de pessoas entre os 75 e 90 anos

Além de proporcionar prazer no momento em que é feito, o sexo é muito benéfico para a saúde em vários aspectos, para pessoas de todas as idades. Um estudo recente indica, inclusive, que ele pode ter um impacto direto no cérebro de idosos.

De forma geral, manter o prazer em dia garante vantagens como alívio do estresse, fortalecimento da imunidade, controle de pressão, melhora do sono e do humor e até mesmo o fortalecimento da musculatura da região pélvica.

Segundo o estudo, realizado nos Estados Unidos, a atividade sexual (bem como outras interações sociais) é essencial para idosos, uma vez que os dados mostram que pessoas entre 75 e 90 anos tinham uma função cognitiva significativamente melhor cinco anos depois se houvesse uma frequência sexual de, ao menos, uma vez por semana.

“Promover a qualidade sexual entre casais mais jovens pode ser uma forma de combater as interrupções que as pessoas antecipam que surgirão com o envelhecimento. Esses sentimentos de qualidade sexual podem manifestar-se nas suas capacidades cognitivas posteriores”, afirma o documento.

Uma das prováveis explicações para isso é que o sexo trata-se de uma atividade física e que, além de melhorar a cognição, contribui para uma melhor saúde vascular e melhor fluxo sanguíneo para o cérebro, diminuindo riscos de inflamações.

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Fonte: Metrópolis

Onde o cérebro guarda cada tipo de memória?

A memória não representa um único mistério científico: representa muitos deles. Neurocientistas e psicólogos descobriram que vários tipos de memória coexistem em nosso cérebro: memórias episódicas de experiências passadas, memórias semânticas de fatos, memórias de curto e longo prazo e muito mais. Essas memórias muitas vezes têm características diferentes e até parecem se localizar em partes diferentes do cérebro. Mas nunca ficou claro qual característica de uma memória determina como ou por que ela é classificada de certa maneira.

Agora, uma nova teoria apoiada por experiências que utilizam redes neurais artificiais propõe que o cérebro talvez ordene memórias avaliando a probabilidade de serem úteis como guias no futuro. O estudo sugere, em particular, que muitas memórias de coisas previsíveis, desde fatos a experiências recorrentes e úteis – como o que comemos no café da manhã ou o caminho para o trabalho – são guardadas no neocórtex, onde podem contribuir para generalizações sobre o mundo.

Memórias com menor probabilidade de serem úteis – como o sabor da bebida especial que você tomou naquela festa – são guardadas no banco de memória em forma de cavalo-marinho chamado hipocampo. Separar ativamente as memórias dessa forma, com base na sua utilidade e generalização, pode otimizar a confiabilidade das memórias para nos ajudar a enfrentar situações novas.

Os autores da nova teoria – os neurocientistas Weinan Sun e James Fitzgerald, do Janelia Research Campus do Howard Hughes Medical Institute, Andrew Saxe, da University College London, e seus colegas – a descreveram em artigo recente na Nature Neuroscience. Ela atualiza e expande a ideia bem estabelecida de que o cérebro tem dois sistemas de aprendizagem interligados e complementares: o hipocampo, que codifica rapidamente novas informações, e o neocórtex, que gradualmente as integra para armazenamento a longo prazo.

James McClelland, neurocientista cognitivo da Universidade de Stanford que foi pioneiro na ideia de sistemas de aprendizagem complementares na memória, mas não fez parte do novo estudo, observou que este “aborda aspectos da generalização” que seu grupo não havia pensado quando propôs a teoria em meados dos anos 1990.

Os cientistas sabem que a formação da memória é um processo de vários estágios pelo menos desde o início da década de 1950, em parte graças a estudos sobre o paciente Henry Molaison – por décadas conhecido na literatura científica apenas como H.M. Como ele sofria de convulsões incontroláveis originadas no hipocampo, os cirurgiões o trataram removendo a maior parte dessa estrutura cerebral.

Depois disso, o paciente parecia bastante normal em muitos aspectos: seu vocabulário estava intacto; ele tinha memórias de infância e se lembrava de outros detalhes de sua vida antes da cirurgia. Mas sempre se esquecia da enfermeira que cuidava dele. Durante a década em que cuidou dele, ela teve de se apresentar novamente toda manhã. Ele havia perdido completamente a capacidade de criar novas memórias de longo prazo.

Os sintomas de Molaison ajudaram os cientistas a descobrir que novas memórias se formavam primeiro no hipocampo e depois eram gradualmente transferidas para o neocórtex. Por um tempo, presumiu-se que isso acontecia com todas as memórias persistentes. No entanto, quando os pesquisadores começaram a ver um número crescente de exemplos de memórias que continuavam dependentes do hipocampo a longo prazo, ficou claro que tinha mais alguma coisa acontecendo.

Para compreender a razão por trás dessa anomalia, os autores do novo artigo recorreram às redes neurais artificiais, uma vez que a função de milhões de neurônios entrelaçados no cérebro é incompreensivelmente complicada. Essas redes são “uma idealização aproximada dos neurônios biológicos”, mas são muito mais simples do que as redes reais, disse Saxe.

Assim como os neurônios vivos, elas têm camadas de nós que recebem dados, os processam e depois fornecem saídas ponderadas para outras camadas da rede. Assim como os neurônios influenciam uns aos outros através de suas sinapses, os nós das redes neurais artificiais ajustam seus níveis de atividade com base nas entradas de outros nós.

A equipe conectou três redes neurais com funções diferentes para desenvolver uma estrutura computacional que chamaram de modelo professor-caderno-aluno. A rede professor representava o ambiente em que um organismo poderia se encontrar e fornecia informações sobre experiência. A rede caderno representava o hipocampo, codificando rapidamente todos os detalhes de cada experiência proporcionada pelo professor.

A rede aluno treinava com os padrões do professor, consultando o que estava registrado no caderno. “O objetivo do modelo é encontrar neurônios – nós – e aprender conexões [descrevendo] como elas poderiam regenerar seu padrão de atividade”, disse Fitzgerald.

As repetições de memórias da rede caderno treinaram a rede aluno em um padrão geral por meio da correção de erros. Mas os pesquisadores também notaram uma exceção à regra: se a rede aluno fosse treinada com muitas memórias imprevisíveis – sinais ruidosos que se desviavam muito do resto – isso degradava a capacidade de a rede aluno aprender o padrão generalizado.

Do ponto de vista lógico, “faz muito sentido”, disse Sun. Imagine receber pacotes em casa, explicou ele: se o pacote contém algo útil para o futuro, “como canecas e pratos”, parece razoável trazê-lo para dentro e guardá-lo permanentemente. Mas, se a embalagem contém uma fantasia de Homem-Aranha para o Halloween ou um folheto de promoção, não há necessidade de bagunçar a casa com ela. Esses itens podem ser armazenados em um lugar diferente ou jogados fora.

O estudo fornece uma convergência interessante entre os sistemas utilizados na inteligência artificial e aqueles empregados na modelagem do cérebro. É um exemplo em que “a teoria desses sistemas artificiais deu algumas novas ideias conceituais para pensar sobre as memórias no cérebro”, disse Saxe.

Existem paralelos, por exemplo, com o funcionamento dos sistemas computadorizados de reconhecimento facial. Eles podem começar solicitando que os usuários carreguem imagens de alta definição de si mesmos de diferentes ângulos. As conexões dentro da rede neural podem montar uma concepção geral da aparência do rosto de diferentes ângulos e com diferentes expressões.

Mas, se acontecer de você enviar uma foto “contendo o rosto do seu amigo, o sistema não vai ser capaz de identificar um mapeamento facial previsível entre os dois”, disse Fitzgerald. Isso prejudica a generalização e deixa o sistema menos preciso no reconhecimento da face normal.

Essas imagens ativam neurônios de entrada específicos e a atividade flui pela rede, ajustando os pesos das conexões. Com mais imagens, o modelo ajusta ainda mais os pesos das conexões entre os nós para minimizar erros de saída.

Mas o simples fato de uma experiência ser incomum e não se enquadrar em uma generalização não significa que ela deva ser descartada e esquecida. Pelo contrário, pode ser de vital importância relembrar experiências excepcionais. Parece ser por isso que o cérebro classifica suas memórias em diferentes categorias que são armazenadas separadamente, sendo o neocórtex utilizado para generalizações fiáveis e o hipocampo para exceções.

Esse tipo de pesquisa aumenta a consciência sobre a “falibilidade da memória humana”, disse McClelland. A memória é um recurso finito e a biologia teve de fazer o melhor uso dos recursos limitados. Mesmo o hipocampo não contém um registro perfeito de experiências.

Cada vez que uma experiência é relembrada, há mudanças nos pesos de conexão da rede, fazendo com que os elementos da memória fiquem mais ponderados. Isso levanta questões sobre as circunstâncias sob as quais “os depoimentos de testemunhas oculares [poderiam] ser protegidos de preconceitos e da influência de seguidas rodadas de perguntas”, disse ele.

O modelo também pode oferecer insights sobre questões mais fundamentais. “Como construímos conhecimento confiável e tomamos decisões informadas?”, disse James Antony, neurocientista da California Polytechnic State University que não esteve envolvido no estudo. Isso mostra a importância de avaliar memórias para fazer previsões confiáveis: muitos dados ruidosos ou informações não confiáveis podem ser tão inadequados para treinar humanos quanto para treinar modelos de IA. 

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Fonte: Estadão

Os benefícios que organizar a casa proporciona ao cérebro

A maioria de nós não gosta de bagunça. Um estudo publicado no jornal Personality and Social Psychology Bulletin realizado com 60 mulheres descobriu que, após os pesquisadores solicitarem um tour na casa delas, aquelas que acreditavam que o imóvel estava bagunçado tinham mais chances de se sentir constantemente cansadas e apresentar sintomas de depressão. Esses efeitos estavam relacionados ao hormônio cortisol, que desempenha um papel em como respondemos ao estresse.

A bagunça combinada com uma sensação de falta de controle sobre ela também pode nos levar a tomar decisões ruins. Um estudo de 2016 publicado em Environment and Behavior explorou como nossa mentalidade em relação a uma cozinha caótica faz algumas pessoas tomarem decisões alimentares inadequadas. Especificamente, o estudo constatou que, quando as pessoas sentiam que não tinham controle sobre a bagunça e o caos em sua cozinha, elas consumiam mais biscoitos do que quando sentiam que estavam no controle.

Ao ampliar isso, podemos ver como um ambiente bagunçado pode ir de uma questão estética para um sério problema de estilo de vida, que pode levar a evitar exercícios, se envolver em comportamentos sexuais arriscados ou usar drogas recreativas. Além de ajudar com a depressão, desejos não saudáveis ou fadiga, a organização faz muitas pessoas sentirem uma sensação de leveza e aumento de produtividade.

Menos bagunça significa mais poder mental para tarefas reais

Você pode ter ouvido falar (ou ter sentido) que trabalhamos melhor quando temos menos bagunça física ao nosso redor. A ciência nos oferece uma explicação neurocientífica para isso: um estudo publicado no Journal of Neuroscience analisa como o cérebro humano processa ambientes com muita bagunça e sugere que organizar seus arredores pode ser uma forma de garantir que sua capacidade mental limitada seja usada da melhor maneira possível.

Quando olhamos para a bagunça, nosso cérebro tenta identificar as informações mais relevantes que nos ajudarão a alcançar nossos objetivos imediatos. Essas informações são chamadas de “conjunto de atenção”. Quando nossos objetivos mudam, nosso cérebro precisa suprimir o antigo conjunto de atenção e focar em um novo, o que consome energia mental.

Neste estudo, os pesquisadores examinaram como o cérebro dos participantes reagiu quando eles olharam para fotos de objetos diferentes. Eles descobriram que, quando as pessoas estavam procurando um certo tipo de objeto (o alvo), seu cérebro prestava mais atenção a esse tipo de objeto e menos atenção a outros tipos de objetos (os distratores) que costumavam ser importantes, mas não eram mais.

Quanto mais o seu campo de visão estiver cheio de objetos que não têm nada a ver com seu objetivo, mais difícil é para seu cérebro trabalhar para mantê-los fora do conjunto de atenção. Isso pode levar à fadiga e fazer com que nos sintamos preguiçosos e menos produtivos do que somos capazes de ser.
Por outro lado, se o seu ambiente estiver organizado ou minimalista, seu cérebro terá menos coisas para filtrar e, assim, poderá alocar mais recursos para a tarefa em questão.

Conclusão

Limpar sua casa ou arredores não é apenas um processo físico, mas também mental. Reduzir a bagunça minimiza as distrações, permitindo que seu cérebro se concentre em tarefas mais importantes. A ação de organizar seu espaço também pode proporcionar uma sensação de controle e ordem, o que pode aliviar sentimentos de estresse e promover uma sensação de bem-estar. A revitalização mental que vem da organização é uma evidência clara da ligação entre os espaços físicos em que nos encontramos e a função cognitiva.

*Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder.



Cientistas recriam trecho de música do Pink Floyd a partir de ondas cerebrais; ouça e entenda o impacto na medicina

Cientistas americanos conseguiram, de forma inédita, recriar um trecho de uma música apenas a partir da atividade cerebral captada de indivíduos enquanto escutavam a canção. O som de “Another Brick in the Wall”, da banda Pink Floyd, é facilmente reconhecido na reconstrução feita pelos pesquisadores da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos. (Ouça abaixo) O estudo em que detalham o trabalho foi publicado nesta semana no periódico PLOS Biology.

O feito permitiu ainda que os cientistas identificassem novas regiões do cérebro ligadas à musicalidade. A expectativa é que a tecnologia no futuro ajude pessoas com problemas de comunicação, já que os avanços que conseguem decodificar pensamentos em texto ainda carecem de fatores como ritmo, ênfase e entonação, que atribuem significado ao que está sendo dito. É o que explica o doutor em Neurociências Rogério Panizzutti, professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

— Traduzir o funcionamento da atividade cerebral em falas, movimento, é uma área muito quente e promissora para pessoas com lesões, com questões que interferem na comunicação. Mas basicamente ainda não temos um entendimento completo de como nosso cérebro funciona, nos detalhes mais complexos. Então esse tipo de estudo, que aborda questões específicas, é um passo importante para construir as peças desse quebra-cabeça — diz ele, que é diretor do Laboratório de Neurociências e Aprimoramento Cerebral (LabNACe) da UFRJ.

O novo trabalho teve início ainda em 2008 e 2015, quando médicos do Centro Médico de Albany, nos EUA, recrutaram um total de 29 pacientes para o estudo. Os voluntários se preparavam para uma cirurgia de epilepsia e, por isso, já estavam com eletrodos anexados na superfície do cérebro. Com isso, os responsáveis apenas monitoraram a atividade cerebral enquanto a obra do Pink Floyd tocava.

Agora, quase uma década depois, os neurocientistas da Berkeley pegaram os dados capturados das ondas cerebrais e, com o auxílio de inteligência artificial, os utilizaram para recriar o som que estava na cabeça dos voluntários. O resultado foi um trecho idêntico ao da música, facilmente reconhecível. O feito, segundo eles, foi alcançado pela primeira vez.

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Fonte: O Globo