Arquivos da categoria: Uncategorized

Estudo de pesquisadores do Brasil e do Canadá indica que cérebro pode ser afetado em casos graves de Covid-19

site-copy

Trabalho foi publicado na revista científica Trends in Neurosciences nesta terça-feira (21). Eles observaram casos em UTIs da China e França. Estudo vai prosseguir com a análise clínica de dados de pacientes.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) e da Queen’s University, do Canadá, publicaram um artigo sobre a possibilidade de que o sistema nervoso central possa ser afetado em casos graves do novo coronavírus. O trabalho foi publicado na revista científica Trends in Neurosciences na terça-feira (21).

A pesquisa, assinada por quatro pesquisadores brasileiros e um canadense, usa dados sobre a Covid-19 (SARS-CoV-2), sobre outros tipos de coronavírus e outras famílias de vírus.

Os pesquisadores usaram como uma das bases para o trabalho, dados de pacientes do coronavírus em UTIs na China e na França. Nos dois locais, eles observaram danos cerebrais em uma relevante parcela dos pacientes que estavam internados com sinais severos da doença.

A pesquisadora disse ainda que a infecção dos neurônios já havia sido observada em outros tipos de coronavírus e o tipo de inflamação observado na Covid-19 pode ser semelhante. No entanto, ela lembra que todo conhecimento sobre o coronavírus que gerou a pandemia no mundo ainda é muito novo.

“Os pacientes severos devem ser seguidos com cuidado porque eles podem ter um risco aumentado de desenvolver demência e doenças neurodegenerativas como, Alzheimer e Parkinson. E já tem associações de infecção no sistema nervoso e aumento do risco dessas doenças. Acho que é mais um fator para a população ficar ligada, principalmente a população que segue o conceito de ser uma gripezinha e algo leve. Os impactos podem ser muito grandes e duradouros e pode aumentar a prevalência de doenças degenerativas no Brasil e no mundo”, explicou.

Andamento do estudo

Fernanda Tovar-Moll, diretora-presidente do Instituto Idor, disse que o estudo terá andamento com a análise de casos clínicos que vão observar, de várias maneiras, os efeitos da Covid-19 no cérebro do maior número possível de pacientes.
A pesquisadora disse ainda que os pacientes que fazem parte do estudo também terão suas funções cognitivas mapeadas a longo prazo para identificar os efeitos do coronavírus.

“Estas capacidades cognitivas que serão investigadas serão em diversos domínios, como memória, tomada de decisão e outras funções e estes dados serão relacionados com as informações de imagem”, disse.

Casos leves

A professora do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da UFRJ ressaltou que, nos casos mais leves, pacientes também podem apresentar sintomas de origem neurológica, como dor de cabeça e perda do olfato, sintomas da doença que ficaram conhecidos, mas que não deixam sequelas.

“Pode ser que a doença também esteja impactando o cérebro em casos mais leves também. Mas aí, enquanto não fica grave, o corpo está acostumado a combater e resolver. Então, a gente acha que os problemas não devem ser mais acentuados, pois temos os nossos mecanismos de proteção”, afirmou.

Novas maneiras de melhorar a saúde do cérebro

site-copy

Durante décadas, esperamos que a comunidade científica encontre uma cura para a doença de Alzheimer – mas muito pouco progresso foi feito. O primeiro medicamento usado para tratar os sintomas da doença de Alzheimer foi o Cognex (tacrina), aprovado em 1993; e o mais recente foi o Namenda (memantina), aprovado em 2003. Isso significa que, nos últimos 16 anos, não houve novos medicamentos aprovados. Mas a notícia é ainda pior do que isso: nesses dezesseis anos, mais de 100 medicamentos foram testados em ensaios clínicos e nenhum se mostrou eficaz no tratamento da doença de Alzheimer. Nenhum. E, durante esse período, nenhum medicamento demonstrou melhorar com segurança e eficácia a função cognitiva em adultos saudáveis, ou reduzir o risco de demência.

Esse conjunto contínuo de resultados decepcionantes da indústria farmacêutica aumentou o interesse nas chamadas abordagens “não farmacológicas” – um termo genérico que inclui tudo, desde dieta a exercícios, até treinamento cerebral.

Nós da Posit Science (NeuroForma no Brasil) somos grande defensores de abordagens “não farmacológicas” para a saúde do cérebro. Uma das razões pelas quais inventamos o BrainHQ é porque acreditamos que o treinamento cerebral era a maneira mais direta de melhorar a saúde do cérebro.

Recentemente, nosso ponto de vista (que compartilhamos com muitas pessoas) recebeu um grande impulso de um importante grupo de defesa chamado UsAgainstAlzheimers, uma organização que trabalha para criar e compartilhar conhecimento sobre pesquisa e acelerar ensaios clínicos. Esta organização foi fundada por um grupo de pessoas afetadas pela doença de Alzheimer em suas famílias e que compartilham um objetivo comum de interromper a doença até 2025. A UsAgainstAlzheimers acaba de lançar um novo relatório intitulado “Terapias não farmacológicas na doença de Alzheimer: Uma revisão sistemática ”- você pode ler um resumo ou fazer o download do relatório completo. O relatório é uma revisão sistemática de mais de 300 estudos publicados de intervenções não farmacológicas relevantes para melhorar a função cognitiva e / ou retardar o aparecimento de demência. Cada tipo de intervenção foi sistematicamente classificado com um “nível de evidência” que descreve a força dos dados por trás da intervenção.

Entre intervenções dietéticas e nutricionais, a dieta MIND (uma versão da dieta mediterrânea saudável para o coração, com modificações adicionais para apoiar a saúde do cérebro) foi classificada com alta classificação, com resultados promissores também observados para cacau / chocolate, vitaminas do complexo B e ácidos graxos essenciais . O exercício aeróbico também foi altamente avaliado.

O treinamento cognitivo também foi classificado com alta classificação, com o relatório observando que “um resultado terapêutico com uma população específica é muito claro: o uso de programas de treinamento cognitivo computadorizados no envelhecimento normal, independentemente do domínio estudado, melhorou significativamente o desempenho cognitivo e do mundo real. Isso é apoiado por vários grandes estudos, ensaios clínicos bem executados e meta-análises publicadas. ”

Nosso próprio BrainHQ foi um foco específico do relatório, destacado em um estudo de caso sobre intervenções disponíveis baseadas em evidências para apoiar a saúde cognitiva. O BrainHQ foi descrito como “uma terapia computadorizada notável disponível agora”, e o relatório estava ansioso para ver o BrainHQ avançar em outros estudos para avaliar o efeito do treinamento regular do BrainHQ na prevenção da demência. Fico feliz em dizer que vários desses estudos estão começando agora, financiados pelo Instituto Nacional do Envelhecimento.

Estou empolgado com a promessa de todas essas intervenções (e, claro, do BrainHQ em particular). É cada vez mais claro que manter o cérebro saudável como órgão biológico – por meio de exercícios, nutrição e treinamento cerebral – pode manter e melhorar a função cognitiva e ajudar nossos “intervalos de cérebro” a corresponderem a nossos períodos de vida crescentes. Este relatório da UsAgainstAlzheimers mostra o que é necessário para tornar realidade a nova ciência do aprimoramento cognitivo não farmacológico: investimentos na ciência básica por trás dessas abordagens e na realização de rigorosos ensaios clínicos necessários para demonstrar eficácia. Este trabalho agora está valendo a pena para todos nós – e não pode chegar em breve!

Dr. Henry Mahncke, CEO da Posit Science

8 dicas da neurociência para aumentar a produtividade no home office

site

O trabalho homeoffice pode ser motivado por uma situação emergencial, como aconteceu na quarentena contra o covid-19. O cérebro, contudo, costuma estranhar o novo contexto.

”Isso porque, ao acordar até chegar ao escritório, aproximadamente 40% das atividades realizadas são inconscientes e autômatas, incluindo escovar os dentes e pegar o transporte”, descreve a neurocientista Thaís Gameiro, sócia-fundadora da Nêmesis Neurociência Organizacional. “O cérebro atua assim para poupar energia”, explica.

Quando a rotina e o ambiente de trabalho mudam, há a necessidade de mais concentração em atividades que antes passavam batidas, gastando recursos e gerando cansaço. Além disso, a neurocientista lembra que assimilamos informações do ambiente de forma inconsciente, que também interferem na produtividade.

”O escritório frequentado diariamente emite ‘pistas’ de que é hora de trabalhar. Sua cadeira, mesa, sala, entre outros, são fatores ambientais que influenciam inconscientemente nessa disposição”, informa. Já a casa pode transmitir informações opostas, de que lá é um local de descanso e para a família.

A boa notícia é que, por ser um órgão plástico, o cérebro é capaz de produzir novas conexões e fixar hábitos inéditos para potencializar o trabalho em casa. Dicas simples ajudam nessa tarefa!

MANTENHA A MESMA ROTINA DE VIDA
Acordar e iniciar o expediente nos mesmos horários do escritório ajuda o cérebro a “entender” o trabalho em casa. “O erro é dormir mais porque não haverá o tempo do deslocamento para o escritório”, lembra Gameiro. “Na prática, o profissional se atrapalha com demandas domésticas, e o atraso para começar o expediente engole, em efeito dominó, os demais compromissos do dia”, adverte.

ESCOLHA UM ÚNICO ESPAÇO DA CASA PARA TRABALHAR
Como consolidar um hábito exige repetição, mudar o posto de trabalho diariamente atrapalha. “Deixe no local escolhido água e tudo o que você precisa para o dia, evitando o abandono do posto para procurá-los. Toda interferência prejudica a produtividade”, acrescenta.

MESA ORGANIZADA
Sem as gavetas do escritório, a chance da papelada acabar em cima da mesa de casa é grande. A psicóloga da Universidade de Princetown (EUA), Sabine Kastner, descobriu que o córtex cerebral é sensível à desordem visual, prejudicando a atenção e esgotando as funções cognitivas rapidamente. Assim, mantenha à vista somente o essencial.

TIRE O PIJAMA
Segundo Gameiro, o pijama emite sinais inconscientes de relaxamento e descanso. “Um exemplo é que nossa postura social e corporal muda quando vestimos uma determinada roupa”, ilustra. Contudo, você pode deixar o terno e gravata no armário. “Escolha uma roupa que você poderia usar em uma call sem parecer desleixado”, recomenda.

SAIBA A HORA DE PARAR
Sem as regras de horário do escritório, o profissional pode extrapolar na jornada de trabalho em casa. “Mas conforme a semana evolui, o cansaço e estresse prejudicam as funções cognitivas”, alerta Gameiro. Para delimitar o fim do dia, agende um compromisso para o horário escolhido. “Seja brincar com seus filhos, ver uma série, ir à academia, etc.”, orienta.

UMA TAREFA POR VEZ
De um lado, família e problemas domésticos. Do outro, prazos e cobranças nos aplicativos de mensagem e e-mail. As orientações são respirar; separar os momentos de resolver problemas familiares do trabalho; diferenciar as demandas importantes das urgentes e responder uma solicitação por vez. “A capacidade de fazer várias tarefas simultaneamente é um mito. O cérebro apenas alterna o foco de uma coisa para outra, em um processo que gasta recursos e causa sobrecarga cognitiva”, destaca Camila Campanhã, professora da Especialização em Neurociência e Psicologia Aplicada na Universidade Presbiteriana Mackenzie. O estresse de tentar ser multitarefa ainda derruba o neurotransmissor dopamina, fundamental à atenção.

NĀO SE ISOLE
Campanhã explica que o trabalho colaborativo gera motivação –algo desafiador quando não se está no mesmo ambiente que a equipe. “Somos seres sociais e a sensação de pertencimento está ligada ao instinto de sobrevivência”, contextualiza. “Assim, se mostre disponível aos colegas e peça ajuda quando necessário, mesmo a distância”, finaliza.

PRATICAR EXERCÍCIOS COGNITIVOS ONLINE
A NeuroForma possuí ferramentas incríveis que vão fortalecer sua capacidade de atenção ajudar na resolução de problemas. A ferramenta é disponibilizada gratuitamente por um período de testes e pode ser acessada do seu computador, tablet ou smartphone.

Entenda como funcionam os hormônios da felicidade no nosso cérebro

site

A dopamina, serotonina e adrenalina são neurotransmissores, substâncias químicas produzidas pelos neurônios, que regulam o humor e a liberação de alguns hormônios. Quando liberados no cérebro, dão sensação de bem-estar e felicidade. Saiba o que a ciência já descobriu sobre o assunto.

A dopamina, serotonina e adrenalina são neurotransmissores, substâncias químicas produzidas pelos neurônios, que regulam o humor e a liberação de alguns hormônios. Quando liberados no cérebro, dão sensação de bem-estar e felicidade.

Um artigo publicado em 2014 discutiu que há aspectos endógenos e externos (socioculturais, econômicos, geográficos, eventos da vida), que influenciam a felicidade. Entre os endógenos, há cinco fatores: genética, neurotransmissores cerebrais, hormônios e glândulas endócrinas, saúde física e biótipo.

Tem pessoas que possuem genes mais favoráveis à liberação de serotonina, ou seja, produzem mais serotonina. Mesmo que você seja uma pessoa que geneticamente produz menos serotonina, tudo bem. Isso só quer dizer que você vai precisar se esforçar mais para sentir-se feliz. Ter um gene favorável à produção de serotonina não determina que você será mais feliz, mas é uma constatação de que a genética influencia, sim, no seu estado de humor. Estudos com gêmeos sugerem que fatores genéticos influem 35-50% na felicidade.

hormonio-libera

COMO LIBERAR OS NEUROTRANSMISSORES DO PRAZER?
1) Tenha pensamentos positivos: o pensamento positivo aumenta a liberação de endorfina, o que equilibra o sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático e dá sensação de felicidade. Pensamento positivo não é só achar que tudo vai dar certo, mas pensar em algo que lhe traz felicidade, como um momento bom que teve no passado.

2) Faça atividade física: quando fazemos atividade física, o corpo libera dopamina, que dá motivação para correr mais; e serotonina que dá bem-estar mais prolongado. Vale lembrar que não funciona só se mexer de vez em quando! Se você tem dificuldade de fazer atividade sozinho, convide alguém para ir com você. Além de liberar dopamina, você ainda libera endorfina.

3) Praticar treinamento cognitivo digital: A Neuroforma disponibiliza no Brasil e em países de língua portuguesa a plataforma BrainHQ. Única com mais de 100 estudos e pesquisas científicas comprovando os reais benefícios dos exercícios.

4) Faça o bem: um estudo mostrou que comprar presentes para uma pessoa que precisa mantém a sensação de felicidade e bem-estar por mais tempo do que comprar presente para si próprio.

5) Coma chocolate: o chocolate tem teobromina, substância que aumenta a produção de dopamina. Só tome cuidado com exageros. Saiba que após comer, você vai sentir-se feliz, mas logo depois ficará com vontade de comer mais para manter a sensação de prazer, se tiver tendência a comportamentos de compulsão

6) Abrace: o abraço aumenta a ocitocina, que facilita relacionamentos e melhora comportamentos sociais. Aumenta conexões.

7) Ouça música: olhe fotos antigas e converse sobre momentos felizes do passado com amigos. Isso aumenta a serotonina.

8) Medite: os neurocientistas descobriram que monges que passam anos meditando apresentam um maior crescimento do córtex pré-frontal esquerdo, a principal parte do cérebro responsável pelo sentimento de felicidade. Mas não se preocupe. Você não precisa passar anos vivendo isolado e em silêncio como celibatário. Bastam cinco minutos por dia observando sua respiração. Enquanto faz isso tente ser paciente.

Especialistas explicam por que, em meio a coronavírus, parece que a vontade de tocar o rosto é maior

site

Com tantas recomendações para não levar a mão próximo ao nariz, olhos e boca para prevenir a covid-19, existe a impressão de que a vontade do corpo é, justamente, de contrariar a orientação

Uma das principais medidas para prevenir o novo coronavírus é não encostar as mãos nos olhos, boca e nariz. Porém, em meio a tantas recomendações parece que a vontade de tocar ou coçar o rosto é ainda mais persistente. É apenas uma impressão? Não, isso está acontecendo mesmo, e existem duas explicações.

A primeira delas é que com as orientações para conter a pandemia da covid-19 a consciência sobre o onde colocamos as mãos é maior. O que antes era automático, agora está sendo vigiado.

“Não conseguimos mudar tão rapidamente um hábito, por isso temos a percepção de que está acontecendo o contrário. Tudo que a gente se programa para não fazer acabamos fazendo naturalmente, porque estamos tentando combater o que já está programado em nosso cérebro”, afirma Kátia Bonfadini Pires, psicóloga especialista em psicologia hospitalar e mestre em saúde coletiva, da clínica Leger.

Keitiline Viacava, pós-doutora em neurociência cognitiva pela Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, concorda. “Tocar o rosto é um comportamento que temos há muitos anos, desde a barriga da mãe, é muito automatizado, a gente faz quase sem querer.”

A notícia ruim é que por se tratar de um hábito, a mudança não será instantânea. A alteração de um costume é lenta e gradativa. “É como um aprendizado: precisa de tempo para observar, assimilar e depois passar a reproduzir”, explica a psicóloga. No entanto, por ser algo que já estava estabelecido ainda é necessário um período maior para ‘apagar’ o que já é uma prática.

A notícia boa é que o primeiro passo para deixar de fazer algo no automático é perceber que isso está ocorrendo antes mesmo de pensar. “Essa impressão na verdade pode ser apenas a nossa tomada de consciência. Isso é fundamental para que a gente consiga controlar essa vontade. Hábito é difícil de transformar, não se frustre se não conseguir imediatamente”, diz a neurocientista.

Agora vem a parte que não é tão otimista: esse desejo quase que incontrolável de coçar mais o nariz, a boca e os olhos pode ocorrer porque todos os alertas para não colocar as mãos no rosto podem, em alguns casos, funcionar como um gatilho. Esse fenômeno também é conhecido como espelhamento e é o mesmo do bocejo. Ao ver uma pessoa bocejando, surge no mesmo momento a vontade de bocejar também.

Portanto, para ser considerado uma reação a um estímulo o impulso de tocar o rosto tem que surgir no mesmo momento em que se ouve uma recomendação para não fazê-lo. “O cérebro não compreende muito bem os processos do não. Mecanicamente estamos tentando evitar um funcionamento natural”, ressalta a mestre em saúde coletiva. Ao tentar proibir um comportamento, gasta-se energia para primeiro negá-lo e depois para consolidar a atitude nova.

Dicas para deixar de tocar no rosto
Mas se não é muito efetivo passar a mensagem de que algo é proibido, como mudar um hábito? “É possível mudar, mas leva um tempo. Para uma situação de crise, uma emergência, o cérebro funciona melhor com as instruções assertivas do que com as negativas”, explica Kátia. Segundo a especialista precisamos mudar a maneira que “falamos” com nós mesmos. No lugar de pedir para “não colocar as mãos no rosto”, é melhor orientar para “deixar as mãos longe do rosto”.

Além de ter consciência das vezes em que você descumpre a recomendação para prevenir o coronavírus também é importante chamar atenção das pessoas que estão a sua volta. Keitiline reforça que isso deve ser feito de maneira empática e afetiva: “fale sorrindo, descontraído, deixe o julgamento de lado, nós estamos todos no mesmo barco. Ser mais leve cria ambientes psicologicamente seguros e existe uma maior adesão a orientações de segurança”.

De acordo com a neurocientista, outro passo para mudar o hábito é “revisar o momento” em que você percebe o erro. Pergunte-se algo em específico fez você tocar o nariz, a boca e os olhos. Assim, é possível alterar também contextos e situações que levem ao comportamento indesejado.

Fonte: Vida e estilo/ Terra

Demência atinge 6,6 milhões de mulheres, mais do dobro dos homens

site

A demência atinge na Europa cerca de 6,6 milhões de mulheres, mais do dobro dos homens, segundo dados hoje divulgados num relatório da Alzheimer Europe.

“As mulheres continuam a ser desproporcionalmente afetadas pela demência: 6.650.228 mulheres para 3.130.449 homens com demência na Europa”, refere o relatório divulgado hoje pela Alzheimer Europe durante um almoço-debate do Parlamento Europeu organizado por Christophe Hansen, eurodeputado do Luxemburgo.

O novo relatório da Alzheimer Europe espelha os resultados da análise colaborativa dos estudos de prevalência recentes, revelando os índices atualizados da prevalência da demência na Europa.

Relativamente às mulheres, à exceção do grupo etário entre os 75 e os 79 anos, houve uma redução na prevalência de demência nos últimos 10 anos em comparação ao projeto da Alzheimer Europe European Collaboration on Dementia — EuroCoDe (2006-2008).

O documento estima que o número de pessoas com demência na União Europeia a 27 seja de 7.853.705 e nos países europeus com representação na Alzheimer Europe de 9.780.678.

Comparando com estimativas anteriores, estes números constituem uma redução significativa dos 8.785.645 para a União Europeia a 27 e dos 10.935.444 para as outras regiões europeias, refere em comunicado a Alzheimer Portugal.

Segundo o documento, o número de pessoas com demência na Europa irá quase duplicar por volta de 2050, sofrendo um aumento para 14.298.671 na União Europeia e para 18.846.286 nas restantes regiões da Europa.

O Anuário da Alzheimer Europe realça ainda “limitações significativas” na investigação disponível quanto à prevalência da demência, assim como a inexistência de investigação relativamente à prevalência de pessoas jovens com demência (com menos de 65 anos).

Aponta ainda as limitações relativas à prevalência dos diferentes tipos de demência, ao número de pessoas afetadas nos diferentes estadios, incluindo as com défice cognitivo ligeiro e à prevalência da demência em pessoas de minorias étnicas.

Comentando estes resultados, o diretor-executivo da Alzheimer Europe, Jean Georges, afirmou que “é prometedor verificar que estilos de vida mais saudáveis, melhor educação e maior controlo dos fatores de risco cardiovascular parecem ter contribuído para reduzir a prevalência da demência”.

“No entanto, o nosso relatório demonstra também que se prevê que o número de pessoas que vivem com demência sofrerá um aumento substancial nos próximos anos, o que acarretará maior pressão nos cuidados e nos serviços de apoio, a menos que sejam identificadas melhores formas para o tratamento e a prevenção”, afirma Jean Georges no comunicado divulgado pela Alzheimer Portugal.

Defendeu ainda que, “para que as pessoas com demência, as suas famílias e os seus cuidadores tenham acesso aos cuidados de alta qualidade e centrados na pessoa de que necessitam, os governos devem assegurar que os seus sistemas de saúde e de cuidados estão preparados para atender a esta necessidade, sendo necessários maiores investimentos na investigação para tratamento e prevenção da demência”.

Os resultados hoje apresentados baseiam-se numa análise colaborativa dos estudos publicados após a conclusão do projeto EuroCoDe. Nessa análise foram incluídos 16 estudos que cumpriam os critérios de qualidade pré-definidos.

Alzheimer é tema de exposição na Casa de Ciência da UFRJ

site-copy

Projeto reúne obras de vinte artistas brasileiros que apresentam seus olhares sobre a doença. Entrada é gratuita.

Vinte artistas brasileiros aceitaram o desafio de apresentar através da arte uma visão sobre o Alzheimer. O resultado dessa iniciativa poderá ser vista na exposição “Alzheimer – 20 Artistas e uma das Maiores Crises de Saúde do nosso Tempo”, que começa nesta quinta-feira (5) e vai até 31 de maio, na Casa da Ciência da UFRJ.

Participam da exposição os artistas Alberto Pereira, Gustavot Diaz, Ingrid Bittar, Marcia Albuquerque, Camile Sproesser, Diego Max, Mauricio Planel, Mazola Marcnou, Pas Schaefer, Andre Mogle, Domitila de Paulo, Marcel Lisboa, Mariana San Martin, Jesso Alves, Flavio Grão, Bárbara Malagoli, Hanna Lucatelli, Pina, Luiza de Alexandre e Apolo Torres.

Idealizada pelo coletivo ArtBio e patrocinada pela Rede D’Or São Luiz, a exposição propõe um diálogo com a temática do cérebro, explorando questões como memórias e o envelhecimento. A entrada é gratuita.

Associada à senilidade, a doença provoca perda de memória, dificuldade de atenção, orientação, além da perda de outras funções cognitivas. Atualmente, estima-se que haja 35,6 milhões de casos de Alzheimer no mundo e, no Brasil, o número chega a 1,2 milhão.

Fundador da ArtBio, Igor Fonseca avalia que embora a doença ainda não possa ser curada ou interrompida, ações de sensibilização e acesso à informação são fundamentais. “Acreditamos que a arte tem potência para sintetizar questões fundamentais para a humanidade. Por isso, buscamos estimular debates relevantes através da perspectiva artística”, explica.

Para o professor da UFRJ e pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), Stevens Rehen, que participará de uma mesa sobre o tema no dia 19 de março, o olhar artístico humaniza a própria ciência, e tanto demência quanto a doença de Alzheimer são assuntos cuja reflexão se faz oportuna devido ao envelhecimento da população. “A arte nos possibilita enxergar o mundo de uma forma mais sensível e nos ajuda a debater temas que nem sempre são fáceis. É ousada a proposta da exposição, mas é necessária. A expectativa de vida continua aumentando, acompanhada de mais casos de Alzheimer no mundo”, avalia.

Igor explica que cada artista teve total liberdade para criar a sua obra. Alguns já vivenciaram o drama da doença, seja através de casos familiares ou pelo convívio com pessoas próximas acometidas. Outros exploraram o assunto a partir de pesquisas e percepções próprias. “Reunimos artistas visuais experientes e jovens talentos que estão despontando no cenário das artes. Homens e mulheres com identidade própria, com personalidade, com diferentes histórias de vida”, conta.

O resultado é um painel de interpretações que, em comum, da colagem ao graffitti, da pintura a óleo ao carvão, revelam um olhar sensível e humanista sobre o tema. Na exposição, as obras, produzidas originalmente em diferentes técnicas, serão apresentadas em ampliações de aproximadamente dois metros de altura e acompanhadas de breves textos escritos pelos artistas que complementam suas interpretações.

Ações complementares

A mesa com a participação do Stevens Rehen faz parte de uma série de ações complementares que serão realizadas em paralelo à exposição. O encontro do dia 19, que também será na Casa da Ciência da UFRJ, intitulado ‘Experiências e Memórias’, contará com a presença de pesquisadores e artistas. Entre eles: Mariana San Martin, Marília Zaluar, Cláudia Figueiredo, Maurício Planel, Marcia Albuquerque e Alberto Pereira. Haverá ainda uma campanha de divulgação de busdoor que apresentará as obras artísticas nas traseiras de ônibus urbanos, funcionando como uma galeria móvel a céu aberto. E também será produzido um documentário, que abordará de forma sensível o envelhecimento e a doença de alzheimer.

Serviço

Alzheimer – 20 Artistas e uma das Maiores Crises de Saúde do nosso Tempo

Local: Casa da Ciência da UFRJ – Rua Lauro Müller, 3 – Botafogo – RJ
De 05/03 até 31/05 – terça a sexta, das 9h às 20h / sábado, domingo e feriados, das 10h às 20h
Entrada Gratuita

fonte: G1

Demência atinge 6,6 milhões de mulheres, mais do dobro dos homens

site

A demência atinge na Europa cerca de 6,6 milhões de mulheres, mais do dobro dos homens, segundo dados hoje divulgados num relatório da Alzheimer Europe

“As mulheres continuam a ser desproporcionalmente afetadas pela demência: 6.650.228 mulheres para 3.130.449 homens com demência na Europa”, refere o relatório divulgado hoje pela Alzheimer Europe durante um almoço-debate do Parlamento Europeu organizado por Christophe Hansen, eurodeputado do Luxemburgo.

O novo relatório da Alzheimer Europe espelha os resultados da análise colaborativa dos estudos de prevalência recentes, revelando os índices atualizados da prevalência da demência na Europa.

Relativamente às mulheres, à exceção do grupo etário entre os 75 e os 79 anos, houve uma redução na prevalência de demência nos últimos 10 anos em comparação ao projeto da Alzheimer Europe European Collaboration on Dementia — EuroCoDe (2006-2008).

O documento estima que o número de pessoas com demência na União Europeia a 27 seja de 7.853.705 e nos países europeus com representação na Alzheimer Europe de 9.780.678.

Comparando com estimativas anteriores, estes números constituem uma redução significativa dos 8.785.645 para a União Europeia a 27 e dos 10.935.444 para as outras regiões europeias, refere em comunicado a Alzheimer Portugal.

Segundo o documento, o número de pessoas com demência na Europa irá quase duplicar por volta de 2050, sofrendo um aumento para 14.298.671 na União Europeia e para 18.846.286 nas restantes regiões da Europa.

O Anuário da Alzheimer Europe realça ainda “limitações significativas” na investigação disponível quanto à prevalência da demência, assim como a inexistência de investigação relativamente à prevalência de pessoas jovens com demência (com menos de 65 anos).

Aponta ainda as limitações relativas à prevalência dos diferentes tipos de demência, ao número de pessoas afetadas nos diferentes estadios, incluindo as com défice cognitivo ligeiro e à prevalência da demência em pessoas de minorias étnicas.

Comentando estes resultados, o diretor-executivo da Alzheimer Europe, Jean Georges, afirmou que “é prometedor verificar que estilos de vida mais saudáveis, melhor educação e maior controlo dos fatores de risco cardiovascular parecem ter contribuído para reduzir a prevalência da demência”.

“No entanto, o nosso relatório demonstra também que se prevê que o número de pessoas que vivem com demência sofrerá um aumento substancial nos próximos anos, o que acarretará maior pressão nos cuidados e nos serviços de apoio, a menos que sejam identificadas melhores formas para o tratamento e a prevenção”, afirma Jean Georges no comunicado divulgado pela Alzheimer Portugal.

Defendeu ainda que, “para que as pessoas com demência, as suas famílias e os seus cuidadores tenham acesso aos cuidados de alta qualidade e centrados na pessoa de que necessitam, os governos devem assegurar que os seus sistemas de saúde e de cuidados estão preparados para atender a esta necessidade, sendo necessários maiores investimentos na investigação para tratamento e prevenção da demência”.

Os resultados hoje apresentados baseiam-se numa análise colaborativa dos estudos publicados após a conclusão do projeto EuroCoDe. Nessa análise foram incluídos 16 estudos que cumpriam os critérios de qualidade pré-definidos.

DADOS NO BRASIL

Segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International (ADI), federação que representa mundialmente 85 entidades, as demências afetam mais de 47 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são estimados 55 mil novos casos de demências todos os anos, a maioria decorrentes do Alzheimer.

Como treinar seu cérebro para trabalhar melhor sob pressão

site

Psicólogo ensina três maneiras de treinar o cérebro para evitar sentimentos negativos em situações estressantes

Prazos apertados, cobrança dos superiores, necessidade de entrega, metas a cumprir, grandes apresentações e reuniões com os clientes. Esses fatores fazem parte da rotina de grande parte dos profissionais e demandam uma habilidade importante: saber trabalhar sob pressão. Desconsiderando pré-disposições pessoais, é possível treinar o cérebro para lidar melhor com esses momentos de pressão, de acordo com o psicólogo Arthur Markman, da Universidade do Texas.

Mas antes de aprender as técnicas, Arthur explica que é preciso entender o conceito de pressão. Em suas pesquisas, o acadêmico descobriu que existem duas facetas da pressão que levam a comportamentos previsíveis. O primeiro é um foco em todas as coisas que poderiam dar errado, se distanciando do potencial das coisas boas que cercam os profissionais. O segundo é uma atenção na própria performance, que pode ser difícil de lidar quando o profissional começa a notar coisas que são feitas no automático.

COMO TRABALHAR MELHOR SOB PRESSÃO?

A partir disso, o psicólogo afirma que existem três maneiras de treinar o cérebro para trabalhar melhor sob pressão.

Gerenciar recompensas
Uma das razões pelas quais os profissionais costumam perder o foco e a atenção quando trabalham sob pressão é porque o mundo está estruturado em torno de coisas positivas. Então, quando o colaborador se sente ameaçado, as condições parecem ruins para seu estado de espírito e sua motivação. As pesquisa de Arthur sugerem que os trabalhadores são mais criativos quando há uma combinação entre recompensas do ambiente e a motivação pessoal.

Ou seja, quando alguém está focado em conseguir algum resultado positivo, a pessoa é mais criativa quando há pequenas recompensas pelo seu trabalho, ao invés de pequenas perdas em potencial. No entanto, quando o funcionário está focado em um resultado negativo (como acontece quando se trabalha sob pressão) acontece o contrário: ele é mais criativo quando há pouco a perder do que quando há pequenas recompensas.

Na prática, quando se trata de trabalhar sob pressão, o ideal é criar um sistema no qual se evite as perdas para concluir alguma tarefa. Uma forma de fazer isso é colocar um saco de doces ou dinheiro como prêmio. Se a tarefa for realizada com sucesso, o profissional ganha o prêmio, mas cada vez que ele fizer algo que não tenha relação com o trabalho a ser feito, ele retira um pouco do prêmio. Arthur afirma que essa estratégia ajuda a manter o foco, mas também estimula a criatividade e o raciocínio.

Treinar, treinar e treinar
Trabalhar sobre pressão é algo desagradável, por isso muitas pessoas tendem a procrastinar. Como consequência, os profissionais podem agravar a pressão que enfrentam pelo fato de estarem despreparados. O trabalho da cientista cognitiva Sian Beilock aponta que treinar as situações em que é preciso lidar com pressão é melhor para a entrega. Assim, o profissional pode se acostumar com os efeitos da pressão, sem que um desempenho ruim manche sua reputação.

Arthur dá como exemplo a prática de falar em público. Se o profissional acredita que não seja bom nisso, ele deve praticar seu discurso antes, preferencialmente sozinho e no local em que ele será realizado. Depois, ele pode treinar com colegas. Além disso, ele pode tentar fazer palestrar para grupos para treinar falar na frente de outras pessoas. Com o tempo, o treino fará com que a pressão tenha menos efeito.

Focar nas coisas certas
Na hora de treinar, o profissional deve se preparar para o que ele irá pensar quando tiver que trabalhar sob pressão. Porque, nesse tipo de situação, as pessoas prestam mais atenção em aspectos do seu desempenho e precisam focar em pensamentos produtivos. Em uma negociação, por exemplo, é possível que o profissional se atente à forma como ele está falando, seus gestos e tom de voz. Nada disso o ajudará a negociar melhor porque a probabilidade de falar de forma eloquente e natural é maior quando a pessoa não está prestando atenção nesses fatores.

O psicólogo recomenda fazer negociações simuladas com os colegas para praticar e ir anotando em uma folha os elementos mais importantes da negociação. Ele acrescenta que contribui tentar olhar para as anotações frequentemente assim, em uma situação real, o cérebro vai buscar monitorar como andam os elementos da negociação, ao invés de como o profissional está se saindo.

Você já conhece a ferramenta de exercícios cientificamente desenvolvidos da NeuroForma para aprimorar as funções cognitivas, combater o declínio cognitivo e as demências? Clique aqui

fonte: Revista Exame

Música pode estimular do desenvolvimento do cérebro à saúde emocional.

site

Diferentes tipos de música despertam diferentes emoções e evocam lembranças, provocando uma série de respostas no corpo humano. Assim, escutar música não é apenas lazer: a música pode ter efeitos terapêuticos e ser parte das estratégias de estímulo de áreas do cérebro que despertam os potenciais de aprendizagem. Em artigo da revista Literartes, Mauro Muszkat traz as contribuições da neurologia para o desenvolvimento na educação musical e aborda a relação entre música e desenvolvimento neurológico. Ele mostra que a música atua, inclusive, como fator de melhora em doenças como depressão ou Alzheimer. Deste modo, o autor convoca arte-educadores, músicos e educadores para observar a a criança e/ou participar com ela do “processo de construção de linguagem, de maneira a encontrar respostas para as dificuldades e para a inclusão dessa criança, seja pedagógica ou social”.

De um lado está a neurociência, que trata da objetividade dos dados e dos sinais que mapeiam o funcionamento cerebral. De outro, está a música, “que não pode ser entendida sem levarmos em conta a subjetividade, o envolvimento lúdico e a transitividade que caracterizam a arte”, explica Muszkat. Quando escutamos música, nosso batimento cardíaco, nossa frequência respiratória e nossos ritmos elétricos cerebrais mudam conforme o ritmo e a melodia, em outras palavras, “dançam conforme a música”. Ela não apenas é processada no cérebro, mas afeta seu funcionamento. E os benefícios em potencial da mais emocional das artes não param aí: a música intensifica também as capacidades linguística.

O pesquisador da Unifesp explica que as crianças normalmente se expressam melhor pelo som e pela música do que pelas palavras, verificando-se que aquela pode ser uma ferramenta única para crianças com déficit de atenção, dislexia, autismo, depressão, esquizofrenia e outras disfunções cerebrais. Mas transtornos como a demência, por exemplo, não afetam os talentos musicais, e até contribuem para suavizar o problema. A música pode, também, “facilitar a intimidade e a aproximação física dos indivíduos com seus cuidadores, com maior engajamento em tarefas e melhor modulação positiva do humor”, comenta o neurologista. A proposta do autor é sugerir, para os cuidadores, um trabalho que apresente “sentimentos compartilhados e convergentes a partir de uma experiência emocional, estética e artística”.

Segundo Muszkat, os tratamentos realizados tendo como instrumento principal a música são conhecidos e utilizados já há séculos. O estímulo ao cérebro musical aumenta a flexibilidade mental e a coesão social, e, para isso, são utilizados recursos como a dança e jogos musicais, potencializando-se as técnicas de restabelecimento físico e cognitivo. A inteligência musical é um traço compartilhado e mutável que pode estar presente em grau até acentuado, mesmo em crianças com deficiência intelectual.

Não são só as crianças que se beneficiam com a música; os adolescentes também, atuando, essa arte, como fator de auxílio ao jovem na difícil fase de transição, em que ele se depara “com mudanças não apenas hormonais, mas neurobiológicas e mudanças na impulsividade, agilidade motora e períodos de humor oscilante e de tédio”. A música é ainda mais fundamental na era atual, em que os adolescentes tendem a se relacionar boa parte das vezes virtualmente, sem estabelecer contatos reais e relações que propiciem experiências de compartilhamento, de vivências com o outro para dividir questões que melhor se resolvem quando há vínculo afetivo.

Por fim, o pesquisador propõe um trabalho multidisciplinar em que músicos, neurologistas e professores possam levar em conta a importância da música no desenvolvimento cerebral e mental, trazendo para os alunos e pacientes atividades e possibilidades sensíveis, criativas e terapêuticas que a música nos oferece, buscando-se, nas palavras do autor, “uma poética musical inclusiva”.

Fonte: Viva Bem Uol

Pratique e conheça nossos exercícios cientificamente desenvolvidos para aprimorar as funções cognitivas, combater o declínio cognitivo e as demências.

CLIQUE AQUI!