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Você sabe por que o déjà vu acontece? Descubra as 4 principais teorias

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Entre confusões no processamento de dados e problemas no armazenamento de memórias, fenômeno ainda não é completamente esclarecido

Déjà vu é o termo francês que significa, em português, “já visto”. A frase é usada para designar a sensação de já ter vivido no passado o exato momento pelo qual se está passando ou de sentir que um local estranho é familiar. É como se a cena presente já estivesse na lembrança.

No entanto, embora seja uma sensação relativamente comum, ainda não existe uma explicação científica única sobre o motivo de isso acontecer. O déjà vu é uma sensação rápida e que acontece sem qualquer sinal de aviso, por isso é difícil de ser estudarda.

No entanto, existem algumas teorias que, embora complexas, podem justificar o déjà vu:

1. Acionamento acidental do cérebro

Nesta teoria, prevalece a suposição de que o cérebro segue dois passos quando observa uma cena familiar:

Procura em todas as memórias por alguma outra que contenha elementos semelhantes;
Caso identifique uma memória parecida, avisa que é uma situação semelhante.
Porém, este processo pode dar errado e o cérebro acaba indicando que uma situação atual pertenceria ao passado.

2. Mal funcionamento da memória

Esta é uma das teorias mais antigas, na qual os investigadores acreditam que o cérebro passa à frente das memórias de curto prazo, chegando imediatamente nas memórias mais antigas, confundindo-as e fazendo acreditar que as memórias recentes, que podem ainda estar sendo construídas sobre o momento que está sendo vivido, são antigas, criando a sensação de que já se viveu a mesma situação antes.

3. Duplo processamento

Esta teoria está relacionada com a forma como o cérebro processa a informação que chega dos sentidos. Em situações normais, o lobo temporal do hemisfério esquerdo separa e analisa a informação que chega ao cérebro e depois envia para o hemisfério direito. Essa informação depois volta ao hemisfério esquerdo.

Assim, cada informação passa duas vezes pelo lado esquerdo do cérebro. Quando essa segunda passagem demora mais tempo para acontecer, o cérebro pode ter maior dificuldade para processar a informação, achando que se trata de uma memória do passado.

4. Memórias de fontes erradas

O nosso cérebro armazena memórias de várias fontes, como a vida diária, filmes que assistimos ou livros que lemos no passado. Assim, esta teoria propõe que, quando um déjà vu acontece, na verdade, o cérebro está identificando uma situação semelhante a algo que assistimos ou lemos, confundindo com algo que realmente aconteceu na vida real.

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(Com informações do portal Tua Saúde)

Documentário expõe impacto do Alzheimer na vida das famílias da periferia.

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De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Alzheimer é o tipo mais comum de demência, representando cerca de 70% de todas elas. Mesmo assim, a doença ainda é considerada um tabu. “É algo que ninguém quer ver, ninguém quer falar. E quando o assunto é abordado, é sempre do ponto de vista médico ou a partir de relatos que não condizem com a realidade da maioria da população. A falta de informação é tão grande que ainda hoje não temos dados concretos de quantas pessoas têm a doença”, afirma Jorge Félix, gerontólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP).



Para ampliar a discussão do tema e, principalmente, mostrar as dificuldades reais de pacientes com a doença e seus cuidadores, desde setembro está disponível no YouTube o premiado documentário “Alzheimer na Periferia”. Produzido pela Malabar Filmes a partir do argumento original de Jorge Félix, o longa-metragem conta a história de cinco famílias da periferia de São Paulo que convivem diariamente com a doença. “O que mais faz falta na minha vida hoje é o trabalho. Quando eu tive que vender as lojas e parar de trabalhar para cuidar das minhas tias, eu fiquei muito deprimido, porque é horrível você não ter trabalho. Principalmente de segunda-feira, quando eu ouço as pessoas se levantarem, ligarem os carros e irem trabalhar”.



Desde que descobriu que sua tia Leonor tinha Alzheimer, o administrador de empresas Paulo Saudek teve de tomar a difícil decisão de vender as lojas da família e abandonar o trabalho para se tornar cuidador em tempo integral. A escolha lhe rendeu a solidão e o consumo excessivo de álcool e cigarro. Ele terminou os poucos namoros que teve para não abandonar a tia com Alzheimer e a mãe já idosa. Nunca se casou e pouco saía de casa. Assim como ele, outros quatro personagens centrais escolhidos para o documentário contam como suas vidas mudaram quando um familiar recebeu o diagnóstico da doença.

”

A proposta era que o documentário tivesse utilidade pública.
O que me apaixonou na ideia do Jorge era a possibilidade de contar essa história de uma forma mais poética e humana e menos jornalística para que chegasse ao maior número de pessoas possível. Nosso critério foi a diversidade de dores”, explica Albert Klinke, diretor do longa-metragem.


Logo nas primeiras conversas sobre o projeto dois importantes aspectos que conduziriam o trabalho foram definidos: a cidade de São Paulo como protagonista no tratamento da doença e o destaque para as impressões e sentimentos dos cuidadores.



A cidade, o cuidador e os sentimentos de culpa e frustração.



As cinco famílias escolhidas entre mais de cem entrevistadas moram nas periferias da capital paulista: Cidade Dutra e Jardim Imbé, na zona sul e ainda Vila Nova Brasilândia, bairro do Limão e Brasilândia, na zona norte.

”

Queríamos mostrar as dificuldades de locomoção e acesso aos equipamentos de saúde e assistência social vividos por uma maioria da população, as adaptações das casas e autoconstruções feitas com pouco dinheiro para tentar facilitar o dia a dia. Apesar de a doença estar espalhada, estes serviços estão concentrados no centro e nos melhores bairros”, afirma Jorge Félix.



Soma-se a isso o papel fundamental e difícil dos cuidadores que na maioria das vezes é deixado de lado nas reportagens, nos filmes e novelas. “O documentário mostra o desgaste do cuidador em muitos aspectos. O que permeia tudo é sempre a frustração. São pessoas que têm de abrir mão das suas vidas, do que gostam de fazer, do trabalho, do namoro”, continua o gerontólogo.

”

É difícil, mas é aquele ditado: comeu a carne, agora rói o osso. Eu fico com dó de ver ele assim. Às vezes eu perco a paciência com ele. E minhas filhas dizem que eu preciso sair, mas eu fico com dó de deixá-lo (sozinho). E todos os lugares que vou, levo ele”.



Em desabafo, Maria José Pereira, cuidadora do marido Daniel Alves Pereira desde a descoberta do Alzheimer, conta com lágrima nos olhos, que após oito anos de relacionamento, a doença se manifestou. “Tudo se acaba”. A vida passou a ser em função do companheiro: banho, comida na boca, consultas médicas, fisioterapia, atenção nos remédios.



Longa-metragem reconhecido

* The Indie For You Festival – Melhor documentário social – EUA (2020).

* My True Story Film Festival – Melhor documentário – EUA (2019).

* MovieScreenPro Film Festival – Melhor documentário sobre saúde – EUA (2019).

* Overcome Film Festival – Melhor documentário – EUA (2019).

* Festival Mundial de Cide de Veracruz – Melhor documentário – México (2019).

* Festival Nacional de Cine de Huanuco – Menção honrosa – Peru (2019)



Vencedor de seis prêmios – entre eles o My True Story Film Festival, dos Estados Unidos -, “Alzheimer na Periferia” estreou em 2018 em poucas salas de cinema. “Tivemos muita dificuldade para divulgar o filme e recebemos muitas negativas. Então optamos pelo caminho alternativo e contamos com a ajuda das universidades e dos professores”, conta Albert Klinke.

Agora, disponível na internet, os idealizadores esperam atingir mais pessoas. “É preciso difundir o assunto porque a população está envelhecendo. Não podemos esconder embaixo do tapete. Em muitos bairros da periferia, a palavra Alzheimer não existe e a pessoa com a doença é chamada de gagá, de demente. Isso faz com que as pessoas não procurem médico, com que o diagnóstico seja tardio e que a procura pelos medicamentos oferecidos de graça pelo SUS (Sistema Único de Saúde) seja baixa”, pondera o gerontólogo.

COVID-19 pode envelhecer o cérebro em dez anos, segundo estudo britânico

bbc

Muito se tem discutido em relação ao impacto neurológico proporcionado pela COVID-19. Com isso, muitas instituições se dedicaram a estudos a fim de decifrar um pouco mais dessas consequências tão enigmáticas. É o caso do Imperial College de Londres, no Reino Unido, por exemplo. Acontece no ultimo dia 27 (terça-feira), pesquisadores do instituto em questão fizeram o alerta de que os piores casos da infecção ligados ao declínio mental equivalem a um envelhecimento de dez anos do cérebro.

De acordo com o estudo, chamado Grande Exame da Inteligência Britânica e publicado no site MedRxix, em alguns casos graves, a infecção pelo coronavírus está ligada a déficits cognitivos consideráveis que duram meses. A coordenação do estudo ficou nas mãos de Adam Hampshire, médico do Imperial College de Londres, e a análise contou com os resultados de 84.285 pessoas.

De acordo com a equipe, as análises se alinham à visão de que existem consequências cognitivas crônicas de se contrair COVID-19, ou seja: pessoas que se recuperaram, incluindo aquelas que não relatam mais sintomas, exibiram déficits cognitivos significativos. Os responsáveis pelo estudo apontam que os déficits cognitivos foram de tamanho de efeito significativo, principalmente quando se trata de pessoas que foram hospitalizadas com a infecção.

“Os estudos de caso revelaram problemas neurológicos em pacientes COVID-19 gravemente afetados. No entanto, há poucas informações sobre a natureza e a prevalência mais ampla de problemas cognitivos pós-infecção ou em toda a extensão da gravidade. Analisamos dados de testes cognitivos de 84.285 participantes que preencheram um questionário sobre suspeita e confirmação biológica de infecção por COVID-19”, consta na descrição do estudo.

Reiteraram, ainda, que os piores casos mostraram impactos equivalentes ao declínio médio de dez anos no desempenho global entre os 20 e os 70 anos. “Pessoas que se recuperaram, incluindo aquelas que não relataram mais os sintomas, exibiram deficits cognitivos significativos ao controlar por idade, sexo, nível de educação, renda, grupo étnico-racial e distúrbios médicos pré-existentes. Eles foram de tamanho de efeito substancial para pessoas que haviam sido hospitalizadas, mas também para casos leves, mas biologicamente confirmados, que não relataram dificuldade respiratória”, conclui o estudo.

No entanto, o pessoal do Imperial College de Londres não estreou esse tipo de estudo. Em junho, pesquisadores norte-americanos desenvolveram um estudo referente ao efeito da COVID-19 no sistema nervoso, que classifica os danos cerebrais causados em três estágios. No artigo, eles alertaram sobre problemas neurológicos em pacientes que sofrem de COVID-19, incluindo derrame, convulsões, confusão, tontura, paralisia e/ou coma. A pesquisa conta com 24 casos que revelam o impacto do COVID-19 no cérebro dos pacientes.

Além disso, em meados do mês de agosto, em artigo para o veículo The Conversation, a professora de psicologia da Universidade de Michigan, Natalie C. Tronson, explica que muitos dos sintomas atribuídos a uma infecção se devem, na verdade, às respostas protetoras do sistema imunológico. Essas mudanças no cérebro e no comportamento, embora irritantes para nossa vida cotidiana, são altamente adaptativas e imensamente benéficas, segundo a análise em questão.

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Fonte: MedRxiv

Estudo da Unicamp comprova presença do coronavírus no cérebro de pacientes

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Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) encontraram o novo coronavírus em cérebros de pacientes mortos pela doença, além de alterações morfológicas – que se referem à forma e à estrutura – no cérebro de pessoas com quadros moderados de covid-19. O resultado deve ajudar em tratamentos mais efetivos de pacientes de covid-19 que apresentam sintomas neurológicos, como anosmia, confusão mental, convulsões e zumbido no ouvido.
“O que identificamos agora é que o vírus é sim capaz de chegar no sistema nervoso central, no cérebro. Não só detectamos o vírus no cérebro de pessoas que morreram com a covid-19 – coletamos os cérebros delas post mortem -, mas nós fizemos também análises de imagem, escaneamos os cérebros de pacientes com covid-19 moderada e alterações significativas foram observadas”, disse o professor de bioquímica da Unicamp, Daniel Martins-de-Souza, coordenador da pesquisa. O estudo foi divulgado essa semana, em plataforma preprint, ainda sem revisão por pares.

Ele ressalta que até o momento não existem evidências disso na literatura, apesar de alguns pacientes apresentarem sintomas neurológicos. “Esse é um estudo feito com centenas de pacientes moderados, não são nem pacientes graves, e que demonstra que as alterações morfológicas estão correlacionadas com a covid-19”, disse. Segundo ele, as consequências nos pacientes ainda estão sendo observadas porque a covid-19 é uma doença nova. “Não deu tempo de vermos o que vai acontecer no longo prazo, mas fato é que pessoas já curadas ainda tem queixas de sintomas neurológicos mesmo depois de o vírus já ter saído do corpo”.

Os pesquisadores já haviam comprovado em testes in vitro que o novo coronavírus era capaz de infectar os neurônios. No entanto, em testes em humanos, eles identificaram a presença do vírus em uma outra célula do cérebro, chamada astrócito.

“Vimos que o vírus está no cérebro de algumas das pessoas que morreram de covid-19, não tanto nos neurônios, mas em uma outra célula que chama astrócito. Esta é uma célula que auxilia os neurônios a se comunicarem. No laboratório, fizemos um experimento mostrando que os astrócitos infectados podem produzir substâncias que matam neurônios e essa pode ser a causa de a gente ver aquelas alterações nas imagens do cérebro [de pessoas vivas infectadas]”, explicou.

Tratamento
O pesquisador afirma que essas informações são a primeira pista para que se tenha tratamentos mais efetivos especialmente para aqueles pacientes que tiveram acometimentos neurológicos. “Nem todos vão ter [sintomas neurológicos], uma média de 30% a 35% são os que têm esses sintomas. Para esses, é bom saber que os sintomas podem sim ser derivados de infecção no cérebro”.

Martins-de-Souza explicou que o que se acreditava até agora é que os sintomas neurológicos eram causados apenas por uma infecção sistêmica. “Pensava-se até aqui que os sintomas neurológicos seriam uma consequência de inflamação em outros lugares – como o pulmão – e que afetava secundariamente o cérebro. Mas aqui vemos que isso [sintomas neurológicos] pode acontecer também porque o vírus chega sim ao cérebro”, disse.

Além desses resultados, os pesquisadores vão continuar as investigações para entender melhor o papel dos vírus dentro dos astrócitos, as consequências disso no longo prazo, além de uma questão que Martins-de-Souza considera essencial: como é que o vírus chega no cérebro.

Fonte:Estado de Minas

Empreendedor cuidado na hora de tomar decisões. Seu cérebro pode mentir para você de 5 maneiras. Saiba quais são

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Boas decisões, que podem ser determinantes para o sucesso tanto na vida pessoal quanto profissional, dependem de dois fatores: o conhecimento das informações que estão em jogo e o uso inteligente desses fatos. 
Normalmente, a tomada de decisão usa bastante o segundo fator: a ponderação de alternativas e a construção de cenários nos quais a escolha poderia se encaixar. De maneira geral, tendemos a pensar que possuímos tudo o que é necessário para sermos racionais. Mas podemos estar errados.
Nosso cérebro é capaz de pregar peças distorcendo nossas percepções, dependendo do nosso estado físico, emocional e das circunstâncias nas quais vivemos, conforme indica o livro “Percepção: como nossos corpos moldam nossas mentes”, publicado por Dennis Proffitt, psicólogo da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, e pelo escritor Drake Baer.

Recentemente, a psicóloga e editora norte-americana Jill Suttie reuniu alguns exemplos sobre como o cérebro pode nos enganar. Confira alguns, apresentados pelo portal Inc.:

1. As coisas parecem mais distantes quando você está cansado
As distâncias são vistas como fatos concretos e objetivos. Mas, quando você não tem uma fita métrica à mão, o cérebro faz uma estimativa. A grande questão é que essa medida feita pela nossa cabeça leva em conta não só nossa experência e visão, mas também nossos sentimentos. 
“Pesquisadores descobriram que se você está cansado, as distâncias parecem mais distantes”, diz Suttie. O oposto também pode acontecer: se você acredita que algo é fácil de alcançar, o objetivo parecerá mais próximo ou mais acessível do que realmente é.

2. A comida o torna mais agradável
Um exemplo claro dessa situação é o que acontece com os juízes. Pesquisas indicam que eles são menos tolerantes quando estão com fome. Por isso, se você precisar comparecer a um julgamento, faça o possível para garantir que a audiência seja marcada após o horário de almoço.
Os juízes não são os únicos que têm percepções e desempenhos afetados pelo fator comida. “Estudos também descobriram que pessoas que tomam um copo cheio de limonada açucarada tendem a ser mais úteis para os outros. E as crianças que tomam café da manhã se saem melhor na escola e têm menos problemas de comportamento”, observa Suttie.
“Hangry” é o termo em inglês que explica o fenômeno. A combinação das palavras “hungry”, que significa “faminto”, e “angry”, usada para descrever raiva e irritabilidade, mostra que a comida tem impactos significativos na percepção do mundo real e nas tomadas de decisão.



3. Tudo parece mais difícil quando você está triste
Além da fome, a tristeza também tem o poder de afetar a forma com a qual enxergamos o mundo, bem como outros sentimentos. Um exemplo que Suttie deu é que as pessoas que ouvem músicas melancólicas tendem a pensar que um morro parece mais íngreme do que pessoas que ouvem músicas alegres. Ou seja, o mundo parece mais difícil quando se está triste.


4. E tudo parece mais fácil quando você está com os amigos
Quando se diz que uma boa companhia torna tudo mais simples, isso é comprovado pela ciência. “O fato de ter que carregar um fardo pesado com outra pessoa, em vez de fazer isso sozinho, faz com que ele pareça mais leve”, afirma a editora.

5. Tendemos a adivinhar as cores de acordo com o contexto
É impossível se esquecer do post do vestido polêmico que viralizou nas redes sociais, no qual as pessoas tinham que dizer se enxergavam as cores branco e dourado ou azul e preto. Um artigo da Vox mostra que a discordância entre as percepções não se caracterizou como uma ocorrência isolada, uma vez que fazemos interferências sobre cores com base nas situações em que elas estão inseridas. O que está ao redor de determinada cor, ou pelo menos o que presumimos, pode mudar as tonalidades que enxergamos.
No caso do vestido, é muito provável que aqueles que enxergaram o vestido como branco e dourado presumiram que estavam olhando para a peça de roupa à luz do dia. Já os que enxergaram como azul e preto presumiram que ele estava sendo iluminado por uma lâmpada. Os dois os grupos corrigiram inconscientemente a iluminação, chegando a conclusões diferentes.

fonte: Pequenas empresas & Grandes negócios

O que é brain food? Nutri lista alimentos bons para o cérebro

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Você sabia que existem alimentos que potencializam as atividades cerebrais e trazem mais foco e concentração no dia a dia? São os brain foods, com nutrientes específicos para a saúde e o bom funcionamento dos neurônios. A nutricionista Juliana Carreira fala mais sobre os benefícios e indica os alimentos certos para quem quer manter uma alta performance. Confira!

Você já ouviu falar em brain foods? São alimentos que contribuem para o bom funcionamento do cérebro, dando mais energia no dia a dia e reduzindo os riscos de doenças neurodegenerativas. Para saber mais sobre os benefícios desses alimentos e como incluí-los na sua rotina, a nutricionista Juliana Carreira tem dicas preciosas que você confere no Purepeople. Aos detalhes!

PRECISA DE BOM DESEMPENHO COGNITIVO? CAPRICHE NAS FOLHAS VERDE-ESCURAS!
Trabalhar, estudar, resolver os pepinos da rotina… tudo isso demanda uma alta atividade cerebral. Para isso, alguns alimentos podem te dar um forcinha extra! “As dietas ricas em gorduras monoinsaturadas (azeite de oliva, abacate), ômega 3 e 6 (salmão, sardinha, óleo de peixe, linhaça) e vitamina E (oleaginosas, sementes e cereais integrais) aumentam o fluxo sanguíneo, oxigenando o cérebro e melhorando o seu desempenho”, afirma Juliana. Vale também caprichar nos folhosos de cor verde-escura, como espinafre, rúcula, brócolis, couve, que são ricos em antioxidantes.

CHÁS E FRUTAS CÍTRICAS SÃO MUITO INDICADOS PARA A MEMÓRIA
Com o passar dos anos, o cérebro passa por estresse oxidativo, o que pode provocar alterações na memória e até mesmo doenças como Alzheimer. Para manter a memória fresquinha, vale incluir na alimentação diária chás como o verde, o de hibisco e o de gengibre, vegetais verde-escuros, frutas cítricas e vermelhas. “As chamadas berries (morango, amora, framboesa e mirtilo) já possuem comprovação científica na prevenção e recuperação da perda de memória”, reforça a nutri.

CAFÉ AUMENTA A CONCENTRAÇÃO, MAS O CONSUMO DEVE SER MODERADO!
A expert também explica que a cafeína tem poder estimulante, pois bloqueia uma substância do cérebro chamada adenosina, que nos deixa sonolentas. Mas isso não significa que está liberado tomar café o dia inteiro. “A cafeína está presente café e nos chás verde, preto e mate. Mas é importante reforçar que ela pode afetar o sono e algumas pessoas têm mais sensibilidade. O consumo deve ser moderado e, de preferência, indicado por um profissional”, alerta.

XÔ, ESTRESSE! OS ALIMENTOS INDICADOS PARA ALIVIAR TENSÕES
Em meio a tanta notícia ruim e correria, difícil se manter bem-humorada e relaxada. Porém, a banana é uma brain food que funciona! “Por ser fonte de potássio, vitaminas do complexo B, triptofano e magnésio, a banana auxilia na produção de dopamina, o neurotransmissor principal para regularizar os processos motivacionais, e serotonina, que traz a sensação de prazer e bem estar. Com isso, ela ajuda a reduzir quadros de estresse e ansiedade”. Quer ficar mais alegrinha? A nutri indica consumir cacau, aveia e ovo, que também são ricos em triptofano.

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Entenda como o coronavírus ataca também o cérebro

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Imagens cerebrais de pacientes com coronavírus, de um estudo publicado em julho. Alguns desenvolvem complicações neurológicas graves, incluindo danos nos nervos. Foto: Ross W. Paterson, Rachel L. Brown, et al. / Imprensa da Universidade de Oxford / via NYT

NOVA YORK — O coronavírus atinge principalmente os pulmões, mas, como já sabe, também os rins, o fígado e os vasos sanguíneos. E cerca de metade dos pacientes relatam sintomas neurológicos, incluindo dores de cabeça, confusão e delírio, sugerindo que o vírus também pode atacar o cérebro.

Um novo estudo oferece a primeira evidência clara de que, em algumas pessoas, o coronavírus invade as células cerebrais, sequestrando-as para fazer cópias de si mesmo. O vírus também parece sugar todo o oxigênio próximo, matando as células vizinhas de fome.

Ainda não está claro, no entanto, como o vírus chega ao cérebro ou com que frequência ele desencadeia essa trilha de destruição. É provável que a infecção do cérebro seja rara, mas algumas pessoas podem ser suscetíveis por conta de seus antecedentes genéticos, uma alta carga viral ou outros motivos.

— Se o cérebro for infectado, isso pode ter uma consequência letal — diz Akiko Iwasaki, imunologista da Universidade de Yale que liderou o trabalho.

O estudo foi divulgado online na última quarta-feira (9) e ainda ainda não foi avaliado por especialistas para publicação. Mas pesquisadores indepedentes destacaram o cuidado científico e o fato de ele elencar várias maneiras em que o vírus pode infectar células cerebrais.

Os cientistas usaram imagens e avaliaram os sintomas dos pacientes para inferir efeitos sobre o cérebro.

— Não tínhamos visto ainda muitas evidências de que o vírus pode infectar o cérebro, embora já soubéssemos que era uma possibilidade potencial — afirmou Michael Zandi, neurologista consultor do Hospital Nacional de Neurologia e Neurocirurgia da Grã-Bretanha. — Esses dados fornecem um pouco mais de evidência de que certamente ele pode.

Zandi e seus colegas publicaram uma pesquisa anterio,r em julho, que já mostrava como alguns pacientes com Covid-19 desenvolvem complicações neurológicas graves, incluindo danos nos nervos.

No novo estudo, a Dra. Iwasaki e seus colegas documentaram a infecção cerebral de três maneiras: no tecido cerebral de uma pessoa que morreu de Covid-19, em um modelo de camundongo e em organóides — agrupamentos de células cerebrais em uma placa de laboratório destinada a imitar a estrutura tridimensional do cérebro.

Mais furtivo do que o Zika

Outros patógenos — incluindo o Zika Vírus — são conhecidos por infectar células cerebrais. As células imunológicas inundam os locais danificados, tentando limpar o cérebro destruindo as células infectadas.

O coronavírus é muito mais furtivo: ele explora o mecanismo das células cerebrais para se multiplicar, mas não as destrói. Em vez disso, sufoca o oxigênio para as células adjacentes, fazendo com que elas murchem e morram.

Os pesquisadores não encontraram nenhuma evidência de resposta imunológica para remediar este problema.

— É uma espécie de infecção silenciosa. Este vírus tem muitos mecanismos de evasão — disse a Dr. Iwasaki.

Essas descobertas são consistentes com outras observações em organóides infectados com o coronavírus, afirmou Alysson Muotri, neurocientista da Universidade da Califórnia, San Diego, que também estudou o Zika.

O coronavírus parece diminuir rapidamente o número de sinapses, as conexões entre os neurônios.

— Dias após a infecção, já observamos uma redução dramática na quantidade de sinapses. Não sabemos ainda se isso é reversível ou não — disse Muotri.

O vírus infecta uma célula por meio de uma proteína em sua superfície chamada ACE2. Essa proteína aparece em todo o corpo e especialmente nos pulmões, explicando por que são alvos favoritos do vírus.

Estudos anteriores sugeriram, com base em uma representação dos níveis de proteína, que o cérebro tem muito pouca ACE2 e provavelmente seria poupado. Mas a Dra. Iwasaki e seus colegas olharam mais de perto e descobriram que o vírus poderia de fato entrar nas células cerebrais usando essa porta.

Sua equipe então examinou dois conjuntos de camundongos — um com o receptor ACE2 expresso apenas no cérebro e o outro com o receptor apenas nos pulmões. Quando os pesquisadores introduziram o vírus nesses ratos, os infectados no cérebro perderam peso rapidamente e morreram em seis dias. Com os camundongos infectados no pulmão não aconteceu nada.

Apesar das ressalvas associadas a estudos com ratos, os resultados ainda sugerem que a infecção por vírus no cérebro pode ser mais letal do que a infecção respiratória, disse a Dr. Iwasaki.

O vírus pode chegar ao cérebro por meio do bulbo olfatório — que regula o cheiro — pelos olhos ou até mesmo pela corrente sanguínea. Não está claro qual rota o patógeno está tomando e se o faz com frequência suficiente para explicar os sintomas vistos nas pessoas.

— Acho que este é um caso em que os dados científicos estão à frente das evidências clínicas — disse Muotri.

Mais análises

Os pesquisadores ainda precisarão analisar muitas amostras de autópsia para estimar o quão comum é a infecção cerebral e se ela está presente em pessoas com doença mais branda ou naquelas em que os sintomas persistiram por meses, muitos dos quais apresentam uma série de sintomas neurológicos.

De 40 a 60% dos pacientes hospitalizados com Covid-19 apresentam sintomas neurológicos e psiquiátricos, segundo o Dr. Robert Stevens, neurologista da Universidade Johns Hopkins. Mas nem todos os sintomas são decorrentes da invasão do vírus nas células cerebrais. Eles podem ser o resultado de uma inflamação generalizada em todo o corpo.

Por exemplo, a inflamação nos pulmões pode liberar moléculas que tornam o sangue pegajoso e obstruem os vasos sanguíneos, causando derrames.

— Não é necessário que as próprias células cerebrais sejam infectadas para que isso ocorra — disse Zandi.

Mas, em algumas pessoas, ele acrescentou, pode sim ser o baixo nível de oxigênio no sangue das células cerebrais infectadas que leva aos derrames:

— Diferentes grupos de pacientes podem ser afetados de maneiras diversas. É bem possível que você veja uma combinação de ambos — afirmou.

Alguns sintomas cognitivos, como névoa cerebral e delírio, podem ser mais difíceis de detectar em pacientes sedados e usando ventiladores pulmonares. Os médicos devem planejar reduzir os sedativos uma vez por dia, se possível, para avaliar os pacientes com Covid-19, afirma Stevens.

Fonte: Jornal O Globo

Ensino online pode mudar cérebro das crianças, diz professora

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A crescente exposição das crianças a leituras em meios digitais por conta da pandemia do novo coronavírus – que fechou escolas ao redor de todo o mundo – pode levar a alterações no cérebro dos pequenos. A afirmação é da professora Maryanne Wolf, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, em artigo publicado no The Guardian nesta segunda-feira (24).

“O processo de aprender a ler muda nosso cérebro, mas o mesmo acontece com o que lemos, como lemos e no que lemos (impressos, telefone ou laptop). Ainda estamos nos estágios iniciais de compreensão do impacto da aprendizagem com base digital no desenvolvimento do cérebro de leitura das crianças, bem como na manutenção do cérebro de leitura em adultos. Mas transformar novas informações em conhecimento consolidado nos circuitos do cérebro requer múltiplas conexões com habilidades de raciocínio abstrato, cada uma das quais requer o tipo de tempo e atenção muitas vezes ausente na leitura digital”, diz a autora do livro “Leitor, volte para casa. O cérebro de leitura em um mundo digital” em tradução livre.

Segundo a professora, o ambiente digital propicia uma leitura não profunda, o que afeta a capacidade de análise e senso crítico. “A diferença entre ler rapidamente e ler com toda a nossa inteligência é a diferença entre cérebros de leitura totalmente ativados e suas versões em curto-circuito e tela opaca”, afirma.

“O que falta [na leitura digital] é o processo de leitura profunda, que requer uma qualidade de atenção cada vez mais ameaçada, em uma cultura e em um meio em que a distração constante bifurca nossa atenção. Esses processos incluem conectar o conhecimento prévio a novas informações, fazer analogias, tirar inferências, examinar o valor da verdade, passar para as perspectivas dos outros (expandir a empatia e o conhecimento) e integrar tudo na análise crítica. A leitura profunda é a ponte de nossa espécie para uma visão e um pensamento inovador”, explica a especialista.

Pesquisas feitas por Naomi Baron, Anne Mangen e Lalo Salmeron, citadas pela professora em seu artigo, encontraram declínios na compreensão do aluno ao ler as mesmas informações em telas em vez de impressas. Tami Katzir e Mirit Barzillai encontraram percepções e resultados semelhantes em alunos israelenses de quinta e sexta séries. E até crianças de 3 anos parecem menos capazes de lidar com materiais mais abstratos ao ouvir histórias nas telas do que ler nos livros.

Maryanne Wolf defende a importância de desenvolver o que chama de cérebro biletrado – adaptado para a alfabetização digital e impressa tradicional. “’Ler, falar e cantar’ deve ser o mantra desde a infância até o momento em que as crianças tenham seu próprio mundo interior de leitura.”

Mudanças na visão
Antes mesmo das mudanças impostas pela pandemia do novo coronavírus, o uso excessivo das telas por crianças já vinha sendo relacionado a mudanças nos olhos dos pequenos. Médicos norte-americanos relatam um aumento de casos de miopia – dificuldade de enxergar objetos distantes – e um aumento nas dores de cabeça e cansaço visual digital, com visão embaçada e um pouco de secura nos olhos.

Para evitar prejuízos, a Optometrista Laura Aelvoet sugere que os pais proponham pausas nas telas a cada 20 minutos. “A ideia é que a cada 20 minutos a criança pare e olhe a cerca de 6 metros de distância da janela, se puder, e apenas pisque, pisque, pisque.”

A especialista também sugere que os pais monitorem seus filhos quanto a sintomas como dores de cabeça ou visão turva. “Se surgirem quaisquer sintomas, os pais devem ter os olhos de seus filhos examinados por um especialista”.

Fonte: Revista Crescer

Impactos da covid-19 no cérebro vão de perda de memória até declínio cognitivo, diz artigo

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Muitos especialistas têm analisado os impactos da covid-19 no organismo humano e desencadeado cada vez mais descobertas. Estudos recentes mostram que muitos pacientes apresentam sintomas neurológicos, desde o aumento do risco de ter acidente vascular cerebral (AVC) até consquências mais duradouras, como a síndrome da fadiga crônica. A dúvida que surte entre os profissionais da área da saúde é se haverá uma onda de déficits de memória e casos de demência relacionados à covid no futuro.

Em um artigo do periódico acadêmico The Conversation, a professora de psicologia da Universidade de Michigan, Natalie C. Tronson, aponta que muitos dos sintomas atribuídos a uma infecção se devem, na verdade, às respostas de proteção do sistema imunológico e que essas mudanças, embora irritantes para nossa vida, são altamente adaptativas e imensamente benéficas.

Recentemente, os especialistas apontaram que as células neuroimunes que ficam nas conexões entre as células cerebrais (sinapses), que fornecem energia e quantidades mínimas de sinais inflamatórios, são essenciais para a formação da memória, mas isso também fornece uma maneira de doenças como a covid-19 causarem sintomas neurológicos e problemas de longa duração no cérebro.

A professora explica que tanto o cérebro quanto o sistema imunológico evoluíram especificamente para mudar como consequência da experiência, a fim de neutralizar o perigo e maximizar a sobrevivência. No entanto, mudanças duradouras no cérebro após a doença também estão intimamente ligadas ao aumento do risco de declínio cognitivo relacionado à idade e doença de Alzheimer.

Ela conta que as ações destrutivas das células neuroimunes e a sinalização inflamatória podem prejudicar permanentemente a memória. Mas isso ainda levará muitos anos até um resultado conclusivo para saber se a covid-19 causa um aumento no risco de mal de Alzheimer. Esse risco também pode ser diminuído por meio da prevenção e tratamento para diminuir a gravidade e duração da doença e da inflamação.

No artigo, a professora alerta que a covid-19 vai continuar causando impacto na saúde e no bem-estar muito tempo depois que a pandemia acabar.

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Fonte: Periódico acadêmico The Conversation

Multitarefa: veja as desvantagens de fazer várias coisas ao mesmo tempo

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Prática é associada com produtividade e encontra ambiente fértil na pandemia, mas pode atrapalhar e aumentar chance de cometer erros

Lidar com as diversas demandas do trabalho, a nova rotina de home office, o desaparecimento da “fronteira” entre ambiente de trabalho e doméstico. A pandemia do novo coronavírus mudou nosso dia a dia, e acabou incentivando ainda mais as pessoas a serem multitarefa, ou seja, fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo. Mas a prática possui várias desvantagens, e mais prejudica do que ajuda.

Também conhecida como multitasking, trazendo a expressão do inglês, essa característica é vista como positiva por muitos. Fazer várias coisas ao mesmo tempo acabou sendo associado a uma alta produtividade, mas é importante observar a qualidade dos resultados apresentados, não a quantidade.

A neurocientista Thaís Gameiro, sócia da empresa Nêmesis de consultoria corporativa baseada em neurociência organizacional, explica que muitas pessoas acreditam erroneamente que são multitarefa, como se fosse uma habilidade a ser desenvolvida. “Nosso cérebro funciona muito rápido, na casa de milisegundos, então é quase imperceptível a velocidade em que ele troca de foco[em algo], o que dá a sensação de que conseguimos fazer várias coisas ao mesmo tempo”, conta Thaís. É essa falsa sensação que dá origem à ideia de ser multitarefa, mas essa tentativa de dividir o foco de atenção é prejudicial.

Para explicar a situação, é possível fazer uma metáfora: a atenção é uma lanterna com um foco, ou seja, ilumina uma coisa de cada vez, mas também gera uma região mal iluminada que recebe uma atenção periférica. Ou seja, quando alguém tenta fazer várias coisas ao mesmo tempo, está mais focado em uma; as outras estão na penumbra, portanto, não são processadas com a devida atenção pelo cérebro. “É como se nos apoiássemos na atenção periférica achando que ela é um foco”, comenta Thaís.

A ideia de ser multitarefa significa dividir a atenção, mas é difícil focar em mais de uma coisa ao mesmo tempo. Um exemplo prático é quando alguém está dirigindo e mexendo no celular. O foco está no aparelho, então o motorista monitora o ambiente externo sem muita atenção ou notando detalhes, o que facilita a ocorrência de acidentes.

Na sociedade, também é comum o estereótipo de que as mulheres são multitarefa, que conseguem fazer várias coisas enquanto os homens fazem uma de cada vez. Mas Thaís destaca novamente que é impossível ficar focado em várias tarefas ao mesmo tempo, já que vai contra um processo fisiológico do cérebro.

Existem evidências de que mulheres fazem a troca do foco atencional mais rapidamente e, por isso, passam a impressão de que conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas a limitação ainda existe”, explica ela. Para a neurocientista, a origem dessa ideia é uma construção social “da mulher ter que cuidar de várias atividades ao mesmo tempo, da casa, filhos, trabalho”. Mas, assim como qualquer outra pessoa, elas também estão expostas às desvantagens do multitasking.

Produtividade e trabalho

A ideia de ser multitarefa está presente principalmente no ambiente de trabalho. Com diversas demandas a serem realizadas ao longo do dia acaba sendo tentador, e até necessário, fazer várias coisas ao mesmo tempo, dividindo a atenção. 

É nessa divisão que surgem os erros. A consultora em produtividade e felicidade no trabalho Lygia Pontes explica que, na ilusão de estarem fazendo várias coisas simultaneamente, as pessoas ocupam muito tempo. “Você não está fazendo duas coisas ao mesmo tempo. Está fazendo duas coisas malfeitas, ou uma errada, e terá de refazê-las depois, gastando ainda mais tempo do que se fosse feita uma por vez”, diz. Segundo ela, esse otimismo é um dos principais “ladrões de tempo” da rotina do trabalho. “A pessoa acredita que vai dar conta, mas simplesmente não é possível.”

Segundo Lygia, essa é uma das razões que fazem reuniões serem improdutivas. “As pessoas estão lá de corpo presente, mas não sabem o que foi discutido porque estão fazendo outra coisa. É uma falsa sensação de produtividade, mas é exatamente o oposto: você vive mais angustiado porque não consegue concluir as coisas no prazo que imaginava.”

Para além das consequências no resultado do trabalho, a prática também causa prejuízos na saúde, segundo explica a neurocientista. “Tudo isso leva a um aumento do estresse, isso afeta a qualidade de vida. É um estresse causado pela sobrecarga do sistema nervoso. É tanta coisa para prestar atenção que ele fica sobrecarregado, o sistema não consegue processar tudo e gera uma resposta fisiológica”, afirma.

A quarentena também criou o que Thaís chama de “ambiente propício” para o crescimento do multitasking. Não apenas porque a rotina do home office é diferente, e pode trazer mais demandas com a ideia de que o funcionário está online o tempo todo, mas também porque a mistura do ambiente doméstico e profissional leva à junção das demandas das duas esferas.

Assim, se já é difícil adaptar-se à nova rotina de trabalho, também surgem demandas de filhos, companheiros ou necessidades como limpar a casa, ir ao mercado e fazer comida. “É preciso separar esses espaços e planejar a rotina pensando nisso. Quem vai ter mais qualidade de vida é quem perceber e se a adaptar a isso”, alerta Thaís.

Yuri Pantojo Serapilha, de 27 anos, consultor especialista em growth marketing, está bastante adaptado: há seis anos ele trabalha em home office. Casado e com a esposa grávida, ele conta que a prática exige disciplina e diálogo para que a família também entenda que você está ali, mas trabalhando. “No começo, eu não sabia separar o que era home office e o que era de casa, como um impactava o outro. Hoje não mais, mas veio dessa disciplina, consciência”, relata. “Claro que existem emergências. Mas é preciso evitar fazer coisas de um ambiente no outro, se não há confusão.”

Para Yuri, a rotina é importante no home office, mas a maleabilidade também é necessária. “Se algo muda e você precisa readaptar a agenda, traz um estresse. Então é preciso ter uma rotina que possa ser adaptada quando necessário.” No entanto, ele diz que os gestores também têm responsabilidade nesse processo. “No home office às vezes o gestor acha que a pessoa não está trabalhando e passa uma carga de trabalho muito grande. A pessoa faz, mas o resultado não tem qualidade.”

Mas como evitar ser multitarefa?

 Lygia explica que a primeira coisa que pede a seus clientes para aumentarem a eficiência é uma agenda de produtividade, anotando o tempo de todas as tarefas do dia – mesmo as menores, como aguar as plantas ou escovar os dentes. “Não parece, mas são atividades que ocupam tempo, e é necessário ter uma perspectiva real de quanto se leva para completá-las”, conta. Dessa forma, ela diz, é possível fazer uma agenda de compromissos com prazos que de fato podem ser cumpridos. “Cada pessoa tem seu tempo, e tudo bem. É importante saber o seu para não se sobrecarregar e nem frustrar as expectativas dos outros.”

Também é fundamental estabelecer prazos concretos. “Não pode ser ‘o quanto antes’, ‘assim que der’, porque isso lida com expectativas. O meu ‘o quanto antes’ pode ser diferente do seu, e isso cria falhas de comunicação”, relata Lygia.

Thaís tem a mesma opinião e recomenda evitar “abraçar o mundo com braços e pernas”. Segundo ela, ao estabelecer o cronograma, é importante pensar em uma margem de erro, abrindo espaços para emergências. Mudar o fluxo de atenção demora um tempo, e se feito muitas vezes causa estresse. “Uma troca muito repentina de tipos de assuntos e de atividades não é aconselhável, é legal separar um dia para se dedicar a um tipo de tarefa”, aconselha.

 Mesmo que a tarefa seja finalizada antes do prazo, o tempo extra pode ser aproveitado como um descanso, o que também é favorável para o ritmo de trabalho. Além disso, é preciso delimitar o tempo para trabalho e o tempo para o ambiente doméstico, e tentar não realizar tarefas de um no outro, algo que também deve ser respeitado por familiares e colegas e superiores do trabalho.

Outra dica é interromper a tarefa quando se sentir “travado”. Thaís destaca que é possível notar quando estamos empacados em algo, pois ocorre um “estreitamento do foco”, ou seja, perde-se a capacidade de analisar a situação de forma mais ampla. “Às vezes se afastar, esquecer um pouco daquilo, ajuda o cérebro a encontrar a resposta. Pode ser um break, um café. Relaxar ajuda.”

Quando a sensação é a de que ainda não estamos travados, ou seja, ainda há um bom fluxo de trabalho, vale a pena continuar na tarefa, mesmo que isso signifique que o cronograma vai ser replanejado – novamente, ter as margens de erro evita essa tarefa.

Já para manter o foco em uma atividade, Thaís destaca a importância de criar uma rotina, e se esforçar para segui-la. É válido evitar distrações, em especial as de celulares, tirando as notificações para evitar a “ansiedade” que surge para responder algo que, na verdade, não é urgente. Exercícios de desenvolvimento de foco e meditação também são aliados “Basicamente, é ficar 10, 15 minutos respirando e trazendo conscientemente a atenção para algo. Isso ajuda a acalmar e ficar conectado com o agora”, explica Thaís. 

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