Arquivos da categoria: Uncategorized

Como ser fisicamente ativo pode proteger o cérebro que envelhece

1Manter-se fisicamente ativo à medida que envelhecemos reduz significativamente nosso risco de desenvolver demência durante a vida, e isso não inclui exercícios prolongados. Andar e até simplesmente mover-se, em vez de ficar horas sentado, pode ser o suficiente para ajudar a fortalecer o cérebro, explica um novo estudo com octogenários de Chicago, nos Estados Unidos.

A pesquisa rastreou a frequência com que as pessoas mais velhas se moviam ou ficavam sentadas e, em seguida, examinou profundamente seus cérebros após a morte, descobrindo que certas células imunológicas vitais funcionavam de maneira diferente no cérebro de pessoas mais velhas que eram ativas em comparação com seus pares mais sedentários.

A atividade física parecia influenciar a saúde de seus cérebros, suas habilidades de pensamento e se eles experimentaram a perda de memória característica do Alzheimer. As descobertas aumentam as evidências de que, quando movimentamos nossos corpos, mudamos nossas mentes, independentemente do quão avançada seja nossa idade.

Muitas evidências científicas indicam que a atividade física aumenta o tamanho do nosso cérebro. Pessoas mais velhas e sedentárias que começam a andar por cerca de uma hora na maioria dos dias, por exemplo, normalmente adicionam volume ao hipocampo, o centro de memória do cérebro, reduzindo ou revertendo o encolhimento que normalmente ocorre ao longo dos anos.

Pessoas ativas de meia-idade ou mais velhas também tendem a ter um desempenho melhor em testes de memória e habilidades de pensamento do que pessoas da mesma idade que raramente se exercitam e têm quase metade da probabilidade de, eventualmente, serem diagnosticadas com Alzheimer. As pessoas ativas que desenvolvem demência geralmente apresentam seus primeiros sintomas anos mais tarde do que as pessoas inativas.

Células imunes e vigilantes

O mecanismo exato que faz o exercício remodelar nossos cérebros ainda permanece um mistério embora os cientistas tenham indícios de experimentos com animais. Quando ratos e camundongos de laboratório adultos correm sobre rodas, por exemplo, eles aumenam a produção de hormônios e substâncias neuroquímicas que estimulam a criação de novos neurônios, bem como sinapses, vasos sanguíneos e outros tecidos que conectam e nutrem essas células cerebrais jovens.

O exercício feito pelos roedores também retarda ou interrompe os declínios relacionados ao envelhecimento no cérebro dos animais, mostram estudos, em parte pelo fortalecimento de células especializadas chamadas micróglia. Pouco compreendidas até recentemente, essas células são agora conhecidas por serem células imunes e vigilantes do cérebro.

Elas procuram sinais de diminuição da saúde neuronal e, quando as células em declínio são detectadas, liberam substâncias neuroquímicas que iniciam uma resposta inflamatória. A inflamação, a curto prazo, ajuda a limpar as células problemáticas e quaisquer outros resíduos biológicos. Depois, a micróglia libera outras mensagens químicas que acalmam a inflamação, mantendo o cérebro saudável e organizado e o pensamento do animal intacto.

Mas, à medida que os animais envelhecem, descobriram estudos recentes, sua micróglia pode começar a funcionar mal, iniciando a inflamação sem revertê-la posteriormente, levando a uma inflamação cerebral contínua. Essa inflamação crônica pode matar células saudáveis e causar problemas de memória e aprendizagem, às vezes graves o suficiente para induzir uma versão “roedora” do Alzheimer.

A menos que os animais se exercitem. Nesse caso, exames póstumos de seus tecidos mostram que os cérebros dos animais normalmente fervilham de micróglia saudável e útil até a velhice, exibindo poucos sinais de inflamação cerebral contínua, enquanto os próprios roedores idosos mantinham uma capacidade juvenil de cognição e memória.

Ampla base de dados

No entanto, não somos ratos e, embora tenhamos micróglia, os cientistas não haviam encontrado uma maneira de estudar se a atividade física regular à medida que envelhecemos influenciaria — ou não — o funcionamento interno das células micróglias. Assim, para o novo estudo, que foi publicado em novembro no Journal of Neuroscience, cientistas do Centro Médico da Universidade Rush, de Chicago, e da Universidade da Califórnia, em San Francisco, além de outras instituições, recorreram a dados do ambicioso Projeto Rush de Memória e Envelhecimento. Para este estudo, centenas de cidadãos de Chicago, a maioria na casa dos 80 e poucos anos, participaram de extensos testes anuais de pensamento e memória e usaram monitores de atividade por pelo menos uma semana. Poucos faziam exercícios de verdade, mostrou o monitoramento, mas alguns se moviam ou andavam com muito mais frequência do que outros.

Muitos dos participantes morreram com o estudo em andamento, e os pesquisadores examinaram os tecidos cerebrais armazenados de 167 deles, em busca de marcadores bioquímicos remanescentes da atividade microglial. Eles queriam ver, de fato, se a micróglia das pessoas parecia ter sido perpetuamente superestimulada durante seus últimos anos, levando à inflamação do cérebro, ou se era capaz de diminuir sua atividade quando apropriado, bloqueando o processo inflamatório.

Os pesquisadores também procuraram características biológicas características do Alzheimer, como as placas e os emaranhados reveladores que assolam o cérebro. Em seguida, cruzaram esses dados com informações dos rastreadores de atividade das pessoas.

Eles descobriram uma forte relação entre manter-se em movimento e uma micróglia saudável, especialmente em partes do cérebro ligadas à memória. As células micróglias de homens e mulheres idosos mais ativos continham marcadores bioquímicos que indicavam que as células sabiam como ficar quietas quando necessário. Mas a micróglia de participantes sedentários mostrou sinais de ter ficado presa em um excesso de atividade durante seus anos finais. Esses homens e mulheres inativos geralmente também pontuaram mais baixo em testes cognitivos.

Talvez o mais interessante, porém, é que esses efeitos foram melhores em pessoas cujos cérebros mostraram sinais do Alzheimer quando morreram, independentemente de terem ou não graves problemas de memória enquanto ainda estavam vivos. Se essas pessoas fossem inativas, sua micróglia tenderia a parecer bastante disfuncional e sua memória, irregular. Mas se as pessoas se movimentassem com frequência durante a vida adulta, sua micróglia geralmente teria um aspecto saudável após a morte, e muitos não haviam experimentado perda de memória expressiva em seus últimos anos. Seus cérebros podem até ter mostrado sinais de Alzheimer, mas suas vidas e habilidades de pensamento não.

Volume de atividade necessária não é grande

O que essas descobertas sugerem é que a atividade física pode atrasar ou alterar a perda de memória do Alzheimer em pessoas mais velhas, em parte por manter a micróglia em forma, explicou Kaitlin Casaletto, professora assistente de neuropsicologia do Centro de Memória e Envelhecimento da Universidade da Califórnia, que conduziu o novo estudo.

De forma encorajadora, o volume de atividade necessária para ver esses benefícios não era grande, disse Casaletto. Nenhum dos participantes correu maratonas em seus anos finais. Poucos haviam se exercitado formalmente. “Mas havia uma relação linear” entre o sedentarismo deles e a saúde do cérebro, disse ela.

— Quanto menos se sentavam, mais ficavam em pé, quanto mais se moviam, melhores foram os resultados — explicou.

O estudo é importante, disse Mark Gluck, professor de neurociência da Universidade de Rutgers em New Jersey, que não esteve envolvido na pesquisa. Os resultados são “os primeiros a usar análises póstumas do tecido cerebral para mostrar que um marcador de inflamação no cérebro, a ativação da micróglia, parece ser o mecanismo pelo qual a atividade física pode reduzir a inflamação do cérebro e ajudar a proteger contra os estragos cognitivos do Alzheimer”, disse ele, embora sejam necessárias mais pesquisas em pessoas vivas.

Além disso, ninguém acredita que a micróglia seja o único aspecto do cérebro afetado pelo movimento, conclui Casaletto. A atividade física altera inúmeras outras células, genes e substâncias químicas no órgão, ela continua, e alguns desses efeitos podem ser mais importantes do que a micróglia para nos manter mentalmente aguçados.

Esse estudo também não prova que a atividade faz com que a micróglia funcione melhor, apenas que a presença dessa célula saudável é comum em pessoas que são ativas. Por fim, não nos diz se obtemos benefícios adicionais para o cérebro por sermos fisicamente ativos quando temos muito menos de 80 anos. Mas Casaletto, que tem 36 anos, disse que os resultados do estudo a fazem continuar se exercitando.

Estado de flow: estudo diz como levar o cérebro ao ápice da produtividade

site-copiaVocê já ouviu falar do estado de flow? Conhecido também como estado de fluxo, trata-se de uma condição momentânea em que o cérebro atinge o ápice da concentração e da produtividade, de modo que se desligue a qualquer distração que houver ao redor. Em um estudo publicado na revista científica Journal of Communication, pesquisadores da Universidade de Oxford tentaram entender como conduzir o cérebro a esse estado.

Para investigar como o cérebro entra nesse estado, os pesquisadores pediram a 142 pessoas para jogar videogame. Quando o nível de dificuldade do jogo era muito baixo, os participantes relatavam um estado de tédio, enquanto um nível muito alto de dificuldade resultava em frustração. Já na dificuldade mediana, os jogadores se envolviam totalmente.

A descoberta inicial levou os autores do artigo a compreender que o estado de fluxo surge quando uma pessoa está tão imersa em uma atividade que mal percebe qualquer distração, mas também é capaz de completar essa tarefa com facilidade o suficiente para não ficar frustrada.

Com isso em mente, os cientistas tentaram distrair os participantes do estudo com um círculo vermelho no canto da tela. A ideia é que os participantes teriam que relatar sempre que percebessem esse círculo. Na dificuldade mediana, os jogadores estavam tão concentrados que percebiam mais lentamente essa distração.

O que é o estado de fluxo?

Através da ressonância magnética, os cientistas descobriram que no estado de fluxo, a conectividade dentro de determinadas redes cerebrais se torna mais forte. Segundo o artigo, as configurações cerebrais modulares ficam mais “eficientes”, o que pode explicar por que tarefas complexas parecem mais fáceis de se executar.

Os cientistas perceberam esse efeito principalmente em uma região cerebral chamada rede executiva central, também conhecida como rede frontoparietal, que está associada à atenção focada e resolução de problemas complexos.

Pesquisa aponta Viagra como droga candidata a prevenir mal de Alzheimer

viagra

 

 

 

 
Foto: Simon Dawson / Bloomberg

Um grupo de cientistas que criou simulações de computador para investigar interações entre proteínas relacionadas ao mal de Alzheimer descobriu que o sildenafil, princípio ativo do Viagra, tem uma chance razoável de ajudar a prevenir a doença.

Para testar a hipótese, os pesquisadores investigaram dados de planos de saúde nos EUA e viram que a incidência desse transtorno neurológico, que afeta a memória, foi 69% menor entre pacientes que tomaram a droga contra disfunção erétil ao longo de um período de 6 anos analisado.

O resultado da pesquisa, liderada pela Clínica Cleveland, de Ohio (EUA), foi publicado hoje em um estudo na revista Nature Aging. No trabalho, os cientistas detalham como chegaram à indicação do Viagra como droga candidata para o Alzheimer. O grupo, porém, pede que a ideia seja levada adiante com cautela, pois a correlação vista no estudo ainda não é resultado de um teste clínico com aplicação direta da droga em voluntários.

No artigo, os pesquisadores relatam que usaram uma estratégia computacional para simular os mecanismos bioquímicos por trás do Alzheimer usando “módulos endofenotípicos”, ou modelos que simulam interações entre proteínas baseadas na estrutura molecular delas. A pesquisa simulou mais de 350 mil interações entre proteínas.

Depois, inserindo nas simulações as estruturas moleculares de mais de 1.600 drogas disponíveis comercialmente para tratar outras doenças, os pesquisadores verificaram quais delas teriam o potencial de intereferir na cadeia de reações biológicas que leva ao Alzheimer. O sildenafil (Viagra) estava entre as drogas com maior potencial, e era uma das únicas que já vinham sendo prescritas em escala relativamente ampla na população.

“Baseados nessas análises farmacoepidemiológicas retrospectivas de caso-controle com pedidos de reembolso de seguros de saúde para 7,23 milhões de indivíduos, nós descobrimos que o uso deo sildenafil era signficativamente associado com uma redução de 69% na doença de Alzheimer”, escreveram os cientistas, liderados pelo bioestatístico Jiansong Fang, da Clínica Cleveland.

Para se certificarem de que os dados não estavam enviesados, os cientistas conduziram uma nova análise levando em conta fatores como sexo, idade, raça, doenças preexistentes e consumo de outras quatro drogas (duas delas medicamentos testados especificamente contra o Alzheimer). E mesmo separando os dados por esses outros critérios o Viagra continuava se mostrando potencialmente benéfico na prevenção do Alzheimer, para um período de 6 anos que os cientistas acessaram os dados de seguros.

A parte final do estudo foi conduzir um experimento de laboratório para observar se a droga era mesmo capaz de atuar na cadeia de reações metabólicas relacionadas ao mal de Alzheimer.

Para isso, os pesquisadores usaram neurônios humanos em culturas de células especiais, criadas a partir de células da pele retiradas de pacientes da doença. Ao aplicar a droga nas culturas de células, viram que o sildenafil não apenas aumenta o crescimento de neuritos (extensões dos neurônios) como também reduz a produção de uma variedade nociva da proteina tau. O acúmulo dessa molécula no tecido cerebral está relaciono à morte de neurônios ligada ao Alzheimer.

Os cientistas afirmam que testes planejados para isso podem confirmar se a descoberta pode mesmo representar um potencial tratamento.

“A associação entre o uso do sildenafil e a diminuição da incidência da doença de Alzheimer não estabelece uma causalidade, e isso vai requerer um teste clínico controlado”, dizem Fang e seus coautores.

Segundo Jean Yuan, diretor de pesquisa na unidade dos NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos EUA) que trata de pesquisas em longevidade, o trabalho de Cleveland também tem importância como prova de princípio de um método inovador para encontrar novos medicamentos. Os NIH bancaram a maior parte da pesquisa.

“Esse estudo é um exemplo de uma área de pesquisa em ascenção que busca a medicina de precisão, na qual grandes bases de dados são a chave para conectar os pontos entre drogas existentes e uma doença complexa”, afirmou, em comunicado à imprensa.  “Esse é um dos esforços que apoiamos para encontrar drogas ou compostos seguros já existentes para outras doenças que possam ser bons candidatos para testes clínicos contra o Alzheimer.”

“A notícia é quente, pois o estudo envolve muitas pessoas. Mas é preciso lembrar que associação como a encontrada não implica em causalidade. Pode ser que quem tome Viagra tenha menos chance de ter alzhiemer, mas outra explicação plausível é que pessoas com tendência a ter alzheimer tenham menos interesse por sexo e acabem tendo menos chance de usar o Viagra”, destacou médico psiquiatra, PhD em Neurociências e fundador da Neuroforma, Dr. Rogério Panizzutti.

Fonte: O Globo

Pesquisa inédita analisou a ligação entre avós e netos por meio de exames cerebrais

site“Não existe amor igual ao das avós”. O dito popular acaba de ser comprovado pela ciência. Estudo conduzido por James Rilling, antropólogo da Universidade de Emory, em Atlanta, no estado da Georgia, nos Estados Unidos, avaliou a reação das avós ao observar fotos de seus netos em diversas situações, e de seus próprios filhos. Foram recrutadas 50 mulheres com pelo menos um neto biológico na faixa etária dos 3 e 12. Os pesquisadores utilizaram exames de ressonância magnética funcional¸ que mede as mudanças no fluxo sanguíneo que acontecem com a atividade cerebral, ao mesmo tempo em que mostravam imagens do neto, de outra criança que não conheciam, de pessoas que não conheciam e do pai do neto.

Os resultados do estudo indicaram um aumento nas atividades na área do cérebro associada à empatia emocional, relacionado, por exemplo, ao instinto de segurar, se aproximar e interagir com a criança.

Dessa forma, a pesquisa sugere que as avós são levadas a sentir o que seus netos estão sentindo quanto interagem com eles. Se o neto está sorrindo, elas sentem a alegria dele. Se está chorando, sentem a dor e a angústia da criança.

Amor que sobrepõe o dos pais

Antes do experimento com as avós, Rilling realizou um exercício semelhante com pais que olhavam para as fotos de seus filhos. As atividades cerebrais processadas foram na mesma área das avós, da empatia emocional, mas em nível bastante inferior — embora alguns pais tenham atingido picos de ativação semelhantes.

Por outro lado, quando essas avós olhavam para as imagens de seus filhos, as áreas cerebrais ativadas foram diferentes. Em vez de serem associadas ao lado emocional, as exercitadas foram as relacionadas à empatia cognitiva. Ou seja, segundo o estudo, essas avós estavam tentando compreender cognitivamente o seu filho adulto em vez de experimentar uma conexão emocional mais direta.

— Empatia emocional é quando você é capaz de sentir o que outra pessoa está sentindo, empatia cognitiva é quando você entende o que outra pessoa está sentindo e por quê — falou, em entrevista ao The Guardian, Rilling, que concluiu falando sobre a existência de traços nas crianças que podem fazer com que elas despertem esse sentimento de proteção e amor máximo das avós.

Impacto na saúde

Estudo coordenado pela Berlin Aging Study mostrou que avós que cuidam de netos têm 37% menos risco de morte do que pessoas na mesma faixa etária que não cuidam das crianças. A proximidade emocional entre netos e avós é protetora da depressão e de outros transtornos mentais, além de favorecer habilidades socioemocionais.

Já para a criança, sentir-se aceito e amado pelas avós contribui para a autoestima. Ela acredita ser alguém com qualidades para ser amada.

Foto: Reprodução
Fonte: Jornal O Globo

Confira 9 causas de perda de memória e como tratá-las

site-copia-copiaAs causas para a perda de memória são diversas. Entre as mais comuns estão alterações do sono, uso de remédios, hipotireoidismo, ansiedade, depressão, infecções ou doenças neurológicas.

Para a maioria das pessoas, hábitos de vida mais saudáveis que incluam exercícios físicos, alimentação balanceada, relaxamento com meditação e exercícios de treino de memória são suficientes para prevenir esquecimentos.

No entanto, se os lapsos de memória estão se tornando cotidianos ou atrapalhando a realização de tarefas diárias, é fundamental consultar um médico para analisar as causas e iniciar o tratamento correto.

As principais causas de perda de memória e as formas de tratá-las são:

1. Estresse e ansiedade

A principal causa de perda da memória é o estresse e a ansiedade. Em momentos assim, ocorre a ativação de muitos neurônios e regiões do cérebro, o que gera confusão e dificulta a realização de tarefas simples. Por isso, é comum haver uma perda de memória repentina em situações como uma apresentação oral ou uma prova.

Atividades relaxantes, como meditação e exercícios físicos, podem ajudar. Para casos de ansiedade intensa e frequente, pode ser necessário sessões de psicoterapia e o uso de remédios, que devem ser prescritos pelo psiquiatra.

2. Falta de atenção

A simples falta de atenção faz com que o esquecimento seja mais frequente. É mais fácil esquecer detalhes como um endereço ou onde se guardou as chaves quando se está muito distraído, não sendo necessariamente um problema de saúde. A memória e a concentração podem ser treinadas com exercícios que ativam o cérebro, como a leitura de um livro ou um simples jogo de palavras cruzadas.

3. Depressão

A depressão e outras doenças psiquiátricas como síndrome do pânico e transtorno bipolar podem causar déficit de atenção e afetar o funcionamento de neurotransmissores cerebrais, alterando a memória. Nestes casos, deve ser iniciado o tratamento com antidepressivos ou medicamentos orientados pelo psiquiatra. A psicoterapia também pode ser importante.

4. Hipotireoidismo
Quando não tratado adequadamente, o hipotireoidismo deixa o metabolismo mais lento e prejudica o funcionamento cerebral. Geralmente, a perda de memória pela condição é acompanhada de outros sintomas como sono excessivo, pele seca e cansaço intenso. O tratamento é orientado pelo clínico geral ou endocrinologista.

5. Falta de vitamina B12

A deficiência de vitamina B12 altera o funcionamento cerebral, prejudicando a memória e o raciocínio. A reposição desta substância é feita com alimentação equilibrada, suplementos nutricionais ou, em caso de má absorção pelo estômago, com injeções da vitamina.6. Uso de remédios para ansiedade

Alguns medicamentos podem provocar um efeito de confusão mental e prejudicar a memória, sendo mais comum em quem usa sedativos frequentemente. Os lapsos também podem surgir como efeito colateral de remédios de vários tipos, como anticonvulsivantes, neurolépticos e alguns medicamentos para labirintite.

Estes efeitos variam de pessoa para pessoa, portanto é sempre importante relatar os remédios usados ao médico caso haja suspeita de alteração da memória. Orienta-se conversar com o médico para a troca ou suspensão de possíveis medicamentos associados à perda de memória.

7. Uso de drogas

O excesso de álcool e o uso de drogas ilícitas interferem no nível de consciência e são tóxicos para os neurônios, prejudicando as funções do cérebro e a memória. Para o tratamento, é importante abandonar o uso de drogas ilícitas e consumir álcool com moderação. Existem procedimentos que auxiliam contra a dependência química e são orientados em postos de saúde.

8. Dormir menos de 6 horas

falta de um descanso adequado, que deve ser de 6 a 8 horas por dia, atrapalha a manutenção da atenção e do raciocínio. Uma boa noite de sono pode ser adquirida com a introdução de hábitos simples no seu cotidiano, como evitar consumo de café após as 17h e diminuir o uso de celular ou ver TV na cama. Casos mais graves podem ser tratados com medicamentos ansiolíticos, orientados pelo médico.

9. Alzheimer e demências

O Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro, que prejudica a memória e interfere na capacidade de raciocínio e de controlar o comportamento à medida que progride. Também existem outros tipos de demência que causam alterações da memória, principalmente no idoso, como a demência vascular, o Parkinson ou demência por corpúsculo de Lewy, que devem ser diferenciados pelo médico.

Caso a doença seja confirmada, o neurologista ou geriatra pode indicar remédios anticolinesterásicos. Além disso, o médico responsável também pode sugerir atividades como terapia ocupacional e fisioterapia, para que a pessoa consiga manter suas funções o maior tempo possível.

Como melhorar a memória naturalmente

Comer alimentos ricos em ômega 3, como salmão, peixes de água salgada, sementes e abacate, ajuda a melhorar a memória e a concentração. Deve-se apostar numa alimentação saudável, equilibrada, que contenha os alimentos certos.

Exercícios para memória e concentração também são aliados importantes para manter o cérebro ativo. Essas práticas aumentam a capacidade de aprendizado e ajudam a prevenir o declínio cognitivo que pode acontecer ao longo do tempo.


 

Como lidar com traumas após sobreviver a um acidente

sitecoNa edição desta segunda-feira (1º) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes falou sobre o transtorno de estresse pós-traumático.

No fim de semana, o desabamento de uma gruta em Altinópolis, no interior de São Paulo, deixou nove mortos e 18 feridos. Vivenciar experiências intensas com graves consequências pode impactar as pessoas de diferentes formas e, uma delas, é o trauma.

“No momento da tragédia em si, quando o problema está acontecendo, existe um acionamento do circuito que é responsável no cérebro para manter a vida”, explicou Gomes. “O problema é que o evento depois de resolvido, independente de existirem mortes ou não, deixa uma marca dentro do tecido cerebral.”

O médico explica que experiências traumáticas ficam “registradas” numa parte do cérebro que chama hipocampo, que, em conjunto com o córtex pré-frontal, podem “reviver” as experiências nas vítimas após o acidente.

“É de se esperar que no momento agudo [de uma tragédia] o indivíduo nem preste atenção no que está acontecendo porque a única preocupação que existe é manter a vida a todo custo”, disse Gomes.

“Mas conforme o tempo passa, é natural que parte das vítimas e pessoas envolvidas possam vivenciar aquela situação com flashbacks e manifestações físicas relacionadas ao acidente, muitas vezes desencorajando a pessoa a seguir em frente — é a síndrome do estresse pós-traumático.”

Fernando Gomes apontou que vítimas de acidentes ou que vivenciam experiências traumáticas procurem ajuda profissional para superar o problema.

“A psiquiatria e a psicologia desempenham um papel fundamental no acolhimento dessas pessoas e do preparo para que não exista uma manifestação clínica tão exuberante [do trauma no cérebro]”, disse o neurocirurgião.

(*Com informações de Raphael Florêncio, da CNN, em São Paulo)

Confira 9 causas de perda de memória e como tratá-las

site-copia

 

As causas para a perda de memória são diversas. Entre as mais comuns estão alterações do sono, uso de remédios, hipotireoidismo, ansiedade, depressão, infecções ou doenças neurológicas.

Para a maioria das pessoas, hábitos de vida mais saudáveis que incluam exercícios físicos, alimentação balanceada, relaxamento com meditação e exercícios de treino de memória são suficientes para prevenir esquecimentos.

No entanto, se os lapsos de memória estão se tornando cotidianos ou atrapalhando a realização de tarefas diárias, é fundamental consultar um médico para analisar as causas e iniciar o tratamento correto.

As principais causas de perda de memória e as formas de tratá-las são:

1. Estresse e ansiedade

A principal causa de perda da memória é o estresse e a ansiedade. Em momentos assim, ocorre a ativação de muitos neurônios e regiões do cérebro, o que gera confusão e dificulta a realização de tarefas simples. Por isso, é comum haver uma perda de memória repentina em situações como uma apresentação oral ou uma prova.

2. Faltade atenção

A simples falta de atenção faz com que o esquecimento seja mais frequente. É mais fácil esquecer detalhes como um endereço ou onde se guardou as chaves quando se está muito distraído, não sendo necessariamente um problema de saúde. A memória e a concentração podem ser treinadas com exercícios que ativam o cérebro, como a leitura de um livro ou um simples jogo de palavras cruzadas.

3. Depressão

A depressão e outras doenças psiquiátricas como síndrome do pânico e transtorno bipolar podem causar déficit de atenção e afetar o funcionamento de neurotransmissores cerebrais, alterando a memória. Nestes casos, deve ser iniciado o tratamento com antidepressivos ou medicamentos orientados pelo psiquiatra. A psicoterapia também pode ser importante.

4. Hipotireoidismo

Quando não tratado adequadamente, o hipotireoidismo deixa o metabolismo mais lento e prejudica o funcionamento cerebral. Geralmente, a perda de memória pela condição é acompanhada de outros sintomas como sono excessivo, pele seca e cansaço intenso. O tratamento é orientado pelo clínico geral ou endocrinologista.

5. Falta de vitamina B12

A deficiência de vitamina B12 altera o funcionamento cerebral, prejudicando a memória e o raciocínio. A reposição desta substância é feita com alimentação equilibrada, suplementos nutricionais ou, em caso de má absorção pelo estômago, com injeções da vitamina.

6. Uso de remédios para ansiedade

Alguns medicamentos podem provocar um efeito de confusão mental e prejudicar a memória, sendo mais comum em quem usa sedativos frequentemente. Os lapsos também podem surgir como efeito colateral de remédios de vários tipos, como anticonvulsivantes, neurolépticos e alguns medicamentos para labirintite.

Estes efeitos variam de pessoa para pessoa, portanto é sempre importante relatar os remédios usados ao médico caso haja suspeita de alteração da memória. Orienta-se conversar com o médico para a troca ou suspensão de possíveis medicamentos associados à perda de memória.

7. Uso de drogas

O excesso de álcool e o uso de drogas ilícitas interferem no nível de consciência e são tóxicos para os neurônios, prejudicando as funções do cérebro e a memória. Para o tratamento, é importante abandonar o uso de drogas ilícitas e consumir álcool com moderação. Existem procedimentos que auxiliam contra a dependência química e são orientados em postos de saúde.

8. Dormir menos de 6 horas

falta de um descanso adequado, que deve ser de 6 a 8 horas por dia, atrapalha a manutenção da atenção e do raciocínio. Uma boa noite de sono pode ser adquirida com a introdução de hábitos simples no seu cotidiano, como evitar consumo de café após as 17h e diminuir o uso de celular ou ver TV na cama. Casos mais graves podem ser tratados com medicamentos ansiolíticos, orientados pelo médico.

9. Alzheimer e demências

O Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro, que prejudica a memória e interfere na capacidade de raciocínio e de controlar o comportamento à medida que progride. Também existem outros tipos de demência que causam alterações da memória, principalmente no idoso, como a demência vascular, o Parkinson ou demência por corpúsculo de Lewy, que devem ser diferenciados pelo médico.

Caso a doença seja confirmada, o neurologista ou geriatra pode indicar remédios anticolinesterásicos. Além disso, o médico responsável também pode sugerir atividades como terapia ocupacional e fisioterapia, para que a pessoa consiga manter suas funções o maior tempo possível.

Como melhorar a memória naturalmente

Comer alimentos ricos em ômega 3, como salmão, peixes de água salgada, sementes e abacate, ajuda a melhorar a memória e a concentração. Deve-se apostar numa alimentação saudável, equilibrada, que contenha os alimentos certos.

Exercícios para memória e concentração também são aliados importantes para manter o cérebro ativo. Essas práticas aumentam a capacidade de aprendizado e ajudam a prevenir o declínio cognitivo que pode acontecer ao longo do tempo.

O cérebro dos poliglotas

jr-korpa-jxb5j1vdwsi-unsplashCertamente você sabe o que é um poliglota. Não há uma definição técnica precisa, mas pode-se considerar aquele que domina entre 2 e 7 idiomas. No entanto, não se espante: há pessoas que falam muito mais que isso, como o Papa João Paulo II (1920-2005), que dominava mais de 10, e o incrível intérprete e diplomata alemão Emil Krebs (1867-1930), que falava e escrevia quase 70 idiomas. São os chamados hiperpoliglotas.

Para a grande maioria dos seres humanos, é natural aprender os idiomas que a família usa em casa. Existem redes neurais que incluem várias áreas do córtex cerebral, principalmente no lado esquerdo do cérebro na maioria de nós, cuja função é essa: aprender a falar e a compreender uma língua. Isso ocorre espontaneamente durante os primeiros anos de vida, fase conhecida pelos neuropsicólogos como “período crítico”, que vai até aí pela adolescência e durante o qual tiramos de letra aprender uma língua. Em muitas famílias, inclusive, falam-se duas ou mais línguas. Essa é a norma em alguns países, como a Bélgica, a Índia, e por aqui o Paraguai, onde todos falam espanhol e guarani. Os linguistas preferem chamar bilíngues as pessoas que aprendem duas línguas durante a infância, e multilíngues as que aprendem mais de duas. O aprendizado de outro idioma é benéfico não apenas para a cognição da criança, como para seu desempenho profissional no futuro.

Só que essa habilidade não desaparece depois da infância. Fica mais difícil, sim, mas é perfeitamente possível estudar e aprender várias línguas durante a vida adulta. É o caso dos poliglotas e hiperpoliglotas. Mas a pergunta inevitável é: como eles conseguem? A questão foi abordada por um grupo de pesquisadores do MIT, nos EUA, e publicada no início deste ano. Como os estudos sobre o funcionamento cerebral em multilíngues renderam resultados controversos, eles resolveram radicalizar: estudaram 8 poliglotas capazes de falar em torno de 7 idiomas, e 9 hiperpoliglotas que sabiam usar com proficiência mais de 10 línguas. Claro que testaram essa capacidade em todos eles, bem como suas características psicológicas básicas: memória, inteligência (QI) e outras. Para comparação, incluíram no estudo experimental 17 monolíngues pareados por idade e sexo, e depois uma base de dados com mais de 200 indivíduos monolíngues anteriormente coletada pelo grupo. O funcionamento cerebral foi aferido por ressonância magnética, durante estímulos diversos incluindo a leitura e a audição de frases com e sem sentido, para testar a compreensão depois.

Aposto que todos vocês esperariam encontrar áreas corticais da rede da linguagem, maiores e mais ativadas no lado esquerdo do cérebro dos poliglotas. Nananinanão. Justo o contrário: as redes linguísticas à esquerda eram menores e menos ativadas durante os testes, sem alterações no lado direito do cérebro. Em outras funções complexas, tudo normal. Nada de diferente do cérebro dos monolíngues no que se refere à memória, inteligência fluida (capacidade de conectar fatos e tirar conclusões), cognição social e capacidade de planejamento.

Como assim? A pessoa aprende a falar 20 idiomas e seu cérebro ativa menos as áreas linguísticas? Parece contraditório, mas segundo os autores, faz sentido se considerarmos que a grande habilidade desses cérebros é aprender os macetes de aprender idiomas. Aprender a aprender. Após o período crítico com maior plasticidade cerebral, o que o cérebro adquire a mais é usar o aprendizado das primeiras línguas para facilitar o das demais, aprendidas depois. Fica mais fácil memorizar sinônimos, significados, construções ortográficas, e tudo mais que é necessário para falar e compreender uma nova língua. Taí uma dica para educadores e famílias sobre a importância do ensino de idiomas. Quanto mais se aprende, menos esforço cognitivo é necessário fazer. O cérebro não é bobo. Aprende a fazer mais com menos.

A força da meditação: cinco minutos por dia já beneficiam o cérebro

 

site-copyNo começo da década de 1990, o neurocientista americano Richard J. Davidson começou a estudar as diferenças entre cérebros de monges budistas e pessoas que não meditavam. Os resultados o assombraram e foi o início de uma pesquisa que derrubou o mito de que a meditação e seus benefícios são para quem pode se isolar numa caverna no Tibete, ou é o que popularmente se chama de uma pessoa zen.

Nada disso. Meditar, explicou Davidson em entrevista ao EXTRA, está ao alcance de todos e produz, com apenas cinco minutos diários de prática, transformações na estrutura do cérebro que ajudam a ter foco, regular emoções e ter compaixão. Se tudo isso já era importante antes de pandemia, frisou o diretor do Laboratório de Neurociência Afetiva da Universidade de Wisconsin, nos EUA, na fase de gradual retorno à normalidade tornou-se uma necessidade.

— Durante a pandemia trabalhamos com mais de 600 professores de escolas públicas que estavam dando aula online, submetidos a situações extremas. Com cinco minutos de meditação por dia essas pessoas reduziram em 25% seu nível de estresse em pouco tempo — conta Davidson, que semana passada foi o convidado estrela do foro sobre “Neurociência e bem-estar. Habilidades do futuro, conhecimento e bem-estar para a comunidade”, organizado pelo Instituto de Neurologia Cognitiva (Ineco), de Buenos Aires.

Em seu laboratório, o neurocientista americano tem algumas das tecnologias mais avançadas para obter imagens cerebrais, como tomografia por emissão de positrões e ressonância magnética. Com mais de 20 anos de estudos, Davidson não tem dúvidas de que meditar é um hábito que qualquer ser humano pode incorporar à rotina, da mesma forma que todos aprendemos, um dia, a escovar os dentes.

— Além da crise sanitária, a pandemia disseminou ansiedade e depressão. Os índices, em alguns países, duplicaram. Nossa mensagem é de que toda pessoa tem em suas mãos o potencial para melhorar seu bem-estar — enfatiza Davidson.

 

 

 

Cogumelos, frutas e vegetais formam o cardápio da cabeça boa

site
Não é segredo para ninguém que a base da boa saúde é uma dieta saudável. Mas evidências recentes mostram que determinados alimentos podem impactar diretamente na saúde do cérebro e no bem-estar mental. A mais recente delas, de um estudo que será publicado na edição de novembro da revista científica Journal of Affective Disorders, revelou que a ingestão de cogumelos, por exemplo, como champignon e o shitake, está associada à redução do risco de depressão.

Trabalhos anteriores já haviam associado o consumo do fungo à diminuição do risco de câncer e morte prematura. Agora, pesquisadores da Penn State College of Medicine, nos Estados Unidos, descobriram mais um benefício dos cogumelos, após analisarem dados do regime e da saúde mental de mais de 24 mil adultos americanos, coletados entre 2005 e 2016.

Os resultados mostraram que aqueles que comiam esses alimentos tinham menor probabilidade de desenvolver o transtorno, em comparação com as pessoas que não tinham esse hábito.Os cogumelos contêm vários compostos, incluindo vitamina B12, fator de crescimento nervoso (chamado BDNF), além de antioxidantes e agentes anti-inflamatórios.

Entre essas substâncias, a ergotioneína, um poderoso antioxidante que pode proteger contra danos às células e tecidos do corpo, presente em grande quantidade nesses fungos, seria o principal responsável pelo efeito protetivo na saúde mental.

Esse estudo reforça a importância de o brasileiro incluir o cogumelo na sua alimentação diária, o que ainda não é uma prática muito comum — diz o nutrólogo e médico do esporte Eduardo Costa Rauen, professor da pós-graduação de nutrologia do Hospital Israelita Albert Einstein.

Fonte: Jornal O globo