Arquivos da categoria: Uncategorized

Entenda o que são drogas sonoras e como elas podem afetar o cérebr

Drogas digitais na forma de áudios estão associadas a batidas que supostamente induzem a experiências de alteração da consciência

Enquanto o uso de drogas psicoativas geralmente envolve a ingestão de substâncias, as drogas digitais na forma de áudios estão associadas a batidas que supostamente induzem a experiências de alteração da consciência.

Esses efeitos são possíveis por meio de um fenômeno perceptivo que ocorre ao apresentar dois tons separadamente para cada orelha que diferem ligeiramente em sua frequência. Os sons, que se incorporam às ondas cerebrais, teriam então a capacidade de levar a efeitos cognitivos e mentais.

Uma variedade de aplicativos pode ser usada para comprar as chamadas “batidas binaurais”, com diferentes ritmos com nomes de substâncias específicas.

Um estudo conduzido por pesquisadores da Austrália e do Reino Unido apontou que 5% da população já utilizou esse tipo de tecnologia para experimentar estados alterados, com as maiores taxas tendo sido registradas nos Estados Unidos, México, Brasil, Polônia, Romênia e Reino Unido. Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico Drug and Alcohol Review.

Na edição desta segunda-feira (18) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes abordou os riscos do uso das drogas sonoras para a saúde.

Segundo o especialista, é possível produzir efeitos semelhantes no organismo a partir do estímulo sonoro em diferentes frequências em cada orelha.

“Boto 140 Hertz em uma e 149 em outra, essa diferença de nove Hertz o cérebro tenta fazer a compensação e isso provocaria uma terceira sensação, com alguma coisa diferente que faz com que você então faça essa descrição de que a percepção dentro da cabeça está diferente”, explica.

Os sons são capazes de estimular a estrutura cerebral de maneiras diferentes, além do córtex auditivo relacionado à percepção humana do som.

“A batida pode ser sentida e você pode querer de alguma forma fazer um movimento semelhante. Pode estimular o córtex visual, têm pessoas que conseguem além de escutar a música quase que enxergar uma cena ou até mesmo sentir a própria música quando você sabe ler uma partitura”, afirma.

O neurocirurgião explica que esse tipo de tecnologia não é capaz de levar à dependência, um dos principais riscos do uso de outros tipos de drogas. No entanto, são necessários cuidados para evitar a possibilidade de perda auditiva.

“Para potencializar a experiência, o jovem que é muito curioso aumenta o volume e coloca o seu aparelho auditivo em risco. Sabemos que você escutar por um tempo muito prolongado uma determinada música ou barulho mesmo pode provocar lesão definitiva no ouvido”, alerta.

Diferentes usos da tecnologia

Pesquisas investigando batidas binaurais detectaram efeitos positivos para alívio da dor, redução da ansiedade e memória. No entanto, houve descobertas conflitantes em torno de seus efeitos na concentração.

Além de poucas pesquisas explorando o recurso como terapias ou aprimoramentos cognitivos, há também poucos estudos que abordem as drogas digitais como substitutos ou em combinação com substâncias psicoativas.

Na pesquisa, os participantes foram perguntados sobre as motivações para o uso das drogas sonoras. As respostas mais comuns para o uso das batidas binaurais foram “para relaxar ou adormecer” (72,2%) e “para mudar meu humor” (34,7%), enquanto 11,7% relataram tentar “obter um efeito semelhante ao de outras drogas”.

A última motivação foi mais comumente relatada entre aqueles que usaram psicodélicos clássicos. A maioria buscou “se conectar consigo mesmo” (53,1%) ou “algo maior que si” (22,5%) por meio da experiência.

De acordo com o estudo, as batidas binaurais foram acessadas principalmente por meio de sites de streaming de vídeo por meio de telefones celulares.

Fonte: CNN

Como funciona a memória quando o cérebro vê um rosto familiar?

0c738f83-4b5c-4ff9-97a9-193f5a6176feComo funciona a memória quando o cérebro vê um rosto familiar? Os pesquisadores do Hospital Cedars-Sinai, em Los Angeles, nos Estados Unidos, descobriram a resposta. O estudo foi recém-publicado na revista científica Science Advances e analisou como a área do cérebro – que é responsável pela memória – é acionada quando olhamos para um rosto.

“Você poderia facilmente argumentar que os rostos são um dos objetos mais importantes para os quais olhamos. Tomamos muitas decisões significativas com base em olhar para rostos, incluindo se confiamos em alguém, se a outra pessoa está feliz ou com raiva ou se já vimos essa pessoa antes”, disse o diretor do Centro de Ciência e Medicina Neural do Cedars-Sinai, e autor principal do estudo, Ueli Rutishauser.

Os pesquisadores trabalharam com 13 pacientes que sofriam de epilepsia e tinham implantes de eletrodos no cérebro para ajudar a identificar o foco das convulsões. Foi então que registraram as atividades das ondas Theta no cérebro, que são ondas elétricas criadas no hipocampo e ativas no processamento de informações e na formação de memórias.
O estudo foi realizado com coleta dos dados durante um período em que diversas imagens eram exibidas para os participantes contendo rostos humanos e outros objetos, flores, carros e formas geométricas, por exemplo. Depois, os pesquisadores mostraram um novo conjunto de imagens, apenas de rostos humanos, com alguns repetidos do experimento anterior.

Com isso, eles observaram que cada vez que os olhos dos participantes olhavam para um rosto humano, certas células da amígdala disparavam, o que não acontecia quando as imagens eram de objetos. Quando essas “células faciais” eram liberadas, o padrão das ondas Theta no hipocampo era reiniciado ou redefinido .

A amígdala é uma área do cérebro relacionada com o sistema emocional e nesse estudo, os pesquisadores descobriram que ao ver um rosto, certas células da amígdala reagem e desencadeiam a atividade de criação de memória.

Além disso, os cientistas perceberam que, quando as células disparavam de forma rápida, significava uma maior chance de o participante reconhecer o rosto da pessoa. Assim como, quando essas células eram acionadas de maneira lenta, era provável que o rosto fosse esquecido.

O disparo também foi mais lento quando os participantes olhavam para rostos que já tinham visto antes, o que sugere que são pessoas que já estavam armazenadas na memória, portanto, o hipocampo não precisava ser ativado novamente.

Rutishauser comentou que os resultados indicam que pessoas que têm dificuldades para se lembrar de rostos podem ter uma disfunção em sua amígdala. “Se as ondas Theta no cérebro são deficientes, esse processo desencadeado pela amígdala em resposta aos rostos pode não ocorrer. Então, restaurar as ondas Theta pode ser um alvo de tratamento eficaz”, explicou Rutishauser, em comunicado.

Fonte: O Globo

Cientistas criam gráfico com evolução do cérebro desde o feto até 100 anos

Ferramenta poderá ajudar a identificar alterações cerebrais ligadas a doenças como Alzheimer e Parkinson

Ferramenta poderá ajudar a identificar alterações cerebrais ligadas a doenças como Alzheimer e Parkinson Eduardo Cesar/Pesquisa FAPESP/Divulgação

 Um grupo internacional de cientistas, incluindo brasileiros, reuniu 123.984 exames de ressonância magnética para mapear o desenvolvimento do cérebro humano desde as primeiras semanas do feto até os 100 anos de idade. Com esse banco, foram montados gráficos que mostram a evolução cerebral ao longo dos anos, incluindo fases de rápida expansão no início da vida e de redução do tamanho do órgão durante o envelhecimento.
 

Essa ferramenta sistematizando os processos de desenvolvimento típico e atípico do cérebro poderá servir como uma referência, funcionando de forma semelhante às atuais tabelas de acompanhamento de medidas de altura e peso de crianças. Além de base para novos estudos, a expectativa é que as curvas de referência tenham, no futuro, uma aplicação clínica.

O trabalho, liderado por pesquisadores das universidades de Cambridge (Reino Unido) e da Pennsylvania (Estados Unidos), foi publicado na revista Nature. Ao fornecer uma métrica por idade e sexo, a ferramenta permite comparações e poderá apontar caminhos, por exemplo, para identificar distúrbios que surgem em diferentes estágios da vida ou até mesmo alterações cerebrais capazes de sinalizar doenças neurodegenerativas progressivas, como Alzheimer e Parkinson.

O banco está sendo considerado o maior deste tipo – reúne exames de 101.457 pessoas de vários países. Apesar de haver uma predominância da representatividade de descendências europeia e americana, o estudo incluiu informações de indivíduos da América do Sul, da África e da Austrália. Porém, essa diversidade ainda é pequena se comparada ao total de informações. Por meio de um site, chamado BrainChart, os pesquisadores pretendem continuar alimentando os dados.

“O grande diferencial metodológico da pesquisa foi abrir a possibilidade de montar referências robustas e adequadas que até então não havia. Agora, ao estabelecer essas curvas, com as pontuações e percentis, é possível colocar cada indivíduo e entender como o cérebro está se desenvolvendo em comparação à trajetória padrão. Quando há um banco com tantas amostras é possível demonstrar pequenas diferenças com mais robustez”, explica o médico Pedro Pan, professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coautor do trabalho.

Pan é vice-coordenador do Estudo Brasileiro de Coorte de Alto Risco para Transtornos Psiquiátricos na Infância (BHRC na sigla em inglês), uma grande pesquisa de base comunitária que acompanha 2.511 crianças e jovens de Porto Alegre (RS) e São Paulo desde 2010.

O BHRC, considerado um dos principais acompanhamentos sobre riscos de transtornos mentais realizados no Brasil, faz parte do Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento para Crianças e Adolescentes (INPD), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O INPD, com mais de 80 professores e pesquisadores de 22 universidades, tem como coordenador-geral o professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) Eurípedes Constantino Miguel Filho.

O instituto dispõe de mais de 2 mil imagens cerebrais coletadas na última década. Parte delas contribuiu com o trabalho publicado agora na Nature, que tem entre os coautores os professores Giovanni Abrahão Salum, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Andrea Parolin Jackowski, da Unifesp, e André Zugman, do INPD.

Achados

Os pesquisadores usaram métricas de ressonância magnética quantificadas por pontuações em relação a trajetórias não lineares de mudanças estruturais cerebrais e taxas de alterações ao longo da vida. Foi utilizado um software de neuroimagem padronizado para extrair os dados dos exames de ressonância magnética, começando com o volume de substância cinzenta (células cerebrais, neurônios) e branca (que inclui as conexões do cérebro).

Depois, houve expansão para análises da espessura do córtex e volume de regiões cerebrais específicas. Para gerar os gráficos cerebrais, o grupo adotou uma estrutura implementada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para desenvolver as curvas padronizadas de altura e peso.

A modelagem adotada – a GAMLSS (sigla em inglês para modelos aditivos generalizados para escala e forma de localização) – permitiu alavancar o conjunto de dados agregados de neuroimagem ao longo da vida dos indivíduos, derivando os marcos de desenvolvimento cerebral (ou picos de trajetórias) e comparando com a literatura atual.

Com isso, foi possível confirmar, e em alguns casos até mesmo mostrar pela primeira vez, marcos que haviam sido levantados por hipóteses. Entre eles estão a idade em que as principais classes de tecidos do cérebro atingem o volume máximo e quando regiões específicas do órgão chegam à maturidade.

Em relação ao volume de substância cinzenta, os cientistas mostraram que há um rápido aumento a partir da metade da gestação, atingindo o pico pouco antes de a criança chegar aos 6 anos de idade. Em seguida, começa a diminuir lentamente. Já o volume de matéria cinzenta na região subcortical – que controla as funções corporais e o comportamento básico – atinge o pico na adolescência, por volta dos 14 anos.

O volume de substância branca também aumenta rapidamente desde a metade da gestação até a primeira infância, atingindo o pico pouco antes dos 29 anos de idade. Seu declínio começa a acelerar após os 50 anos. “Isso mostra que o espaço de plasticidade dessas conexões vai até o início da vida adulta”, explica Pan.

A partir dos 60 anos, há um crescimento do líquido cefalorraquidiano, implicando redução do cérebro. “Atualmente esse marcador é usado na clínica como um indício indireto de envelhecimento cerebral, que pode ser associado a doenças neurodegenerativas. Algumas dessas referências para o cérebro ainda não tínhamos com essa fidedignidade”, completa o pesquisador brasileiro.

Até então, os cientistas sabiam que esse volume do líquido aumentava com a idade, já que normalmente está associado à atrofia cerebral, mas não tinham a dimensão da velocidade do crescimento em uma amostra tão significativa.

Cooperação

Ao contrário do que acontece na genética, em que os bancos de dados chegam à casa dos milhões, em neurociência os estudos tradicionalmente são baseados em conjuntos de amostras relativamente pequenas. Alguns fatores que contribuem para esse cenário são a dificuldade de coletar as imagens, por depender de estrutura física e de equipamentos de ressonância, e o alto custo.

Em março deste ano, um artigo publicado na Nature discutiu o tema, colocando em questão o fato de que muitas das pesquisas usando neuroimagem deixam de produzir resultados válidos exatamente porque tendem a incluir pequeno número de participantes, ficando aquém do necessário para gerar resultados confiáveis.

“O caminho para resolver esse ponto é trabalhar com amostras grandes e diversas, como esse grupo internacional se propôs a fazer”, afirma Pan, recordando da primeira reunião que teve com os pesquisadores Richard Bethlehem (Cambridge) e Jakob Seidlitz (Pennsylvania) em dezembro de 2020 para tratar da cooperação. Ambos são os primeiros autores da pesquisa sobre desenvolvimento cerebral.

Para criar a amostra representativa global, os cientistas agregaram os exames de ressonância magnética de mais de cem estudos de diversos países. Em editorial na mesma edição da Nature, que trata sobre a autoria dos dados abertos, a revista destaca que “nem todos os conjuntos de dados estavam originalmente disponíveis para uso dos pesquisadores”.

Em entrevista ao site da Universidade de Cambridge, Bethlehem destacou que a cooperação permitiu reunir dados de todas as faixas etárias, possibilitando detectar mudanças precoces e rápidas do cérebro humano. “Uma das coisas que conseguimos fazer, por meio de um esforço global muito coordenado, é reunir dados ao longo de toda a vida útil”, afirmou.

 

Como o TikTok atua no cérebro dos jovens para viciá-los nos vídeos curtos e personalizados

1tiktokVídeos curtos, de em média 15 segundos, com edições aceleradas e músicas que grudam na cabeça. O formato de conteúdo priorizado no TikTok leva a rede social a crescer de forma rápida, chegando a ser o aplicativo mais baixado em 2021 e ultrapassar a marca de um bilhão de usuários ativos. O público-alvo, majoritariamente formado por jovens, passa horas e horas com os olhos vidrados na tela do celular, e cientistas da Universidade Zhejiang, na China, descobriram o porquê.

Em estudo publicado na revista científica NeuroImage, os pesquisadores perceberam que áreas do cérebro ligadas ao sistema de recompensa são ativadas pelos vídeos da rede, produzindo de forma rápida uma sensação de prazer e satisfação no organismo. O experimento envolveu exames de ressonância magnética cerebral em 30 participantes enquanto assistiam a dois tipos de vídeos, os personalizados pelo algoritmo do TikTok e os genéricos, como os exibidos a novos usuários que ainda não tiveram suas preferências detectadas pela plataforma.

Entre as partes do cérebro ativadas apenas pelos conteúdos personalizados está a área tegmental ventral (ATV), um dos principais centros dopaminérgicos do órgão e considerado o início do circuito de recompensa. Isso porque ela libera a dopamina, neurotransmissor que, ao chegar na área do córtex pré-frontal, provoca a sensação de prazer.

— Então, quando o jovem está assistindo a um vídeo no TikTok, o cérebro dele recebe uma enxurrada de dopamina que faz com que ele se sinta feliz, alegre, satisfeito. O problema é que, quanto mais dopamina o cérebro recebe, mais ele quer, aí ele acaba entrando em um estágio de saturação em que essas ‘doses’ vão precisar ser cada vez maiores — explica a psicóloga especialista em criança e adolescente Manuela Santo, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Psicologia Comunitária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Essa onda de dopamina leva o jovem a não conseguir desprender a atenção da experiência acelerada para outras tarefas que sejam mais complexas e não promovam a sensação de prazer de forma tão rápida, explica a neurologista Letícia Sampaio, coordenadora do departamento científico de Neurologia Infantil da Associação Brasileira de Neurologia (ABN).

— Quando você pega um vídeo e consegue essa sensação de prazer de forma mais rápida, você vai tender a repetir esse comportamento em detrimento de outros que demandem mais atenção, que a recompensa demore mais para chegar — afirma a especialista.

Um outro estudo sobre a rede, conduzido pela Universidade Zhejiangem parceria com a universidade Texas A&M, nos Estados Unidos, fez ainda um levantamento com 1.051 usuários do TikTok sobre os motivos que os levavam a utilizar a rede. Entre 36 opções, que envolviam alternativas como “para passar o tempo” ou “para ficar mais feliz”, as quatro principais escolhidas foram: “auto-apresentação socialmente gratificante”, “tendência”, “vício escapista” e “novidade”.

Algoritmo e crescimento

De modo diferente das outras redes sociais, o TikTok possui duas páginas iniciais: uma em que aparecem vídeos publicados por perfis que a pessoa segue e outra chamada “Para você”, que compila conteúdos que o algoritmo da rede acredita serem do interesse do usuário. Essa segunda página, que personaliza os vídeos com base nas interações anteriores do usuário na plataforma, é o que está por trás do sucesso da rede da empresa chinesa ByteDance.

Essa experiência individualizada atrai cada vez mais adeptos para a rede social, que tem no Brasil seu segundo maior público, atrás apenas da China, segundo dados da consultoria alemã Statista. O país é um mercado especialmente estratégico para a plataforma, já que os brasileiros são os que passam mais tempo no celular por dia, cerca de 5,4 horas, de acordo com relatório da empresa de análise de mercado digital App Annie. Hoje, o TikTok é o segundo aplicativo mais utilizado no país, atrás apenas do WhatsApp.

A rede faz sucesso especialmente entre a chamada geração Z, aqueles que nasceram entre 1995 e 2010, com 66% do público tendo menos de 30 anos. Além disso, apesar de a rede não permitir usuários com menos de 13 anos, é comum encontrar crianças que driblam os termos de serviço com contas falsas ou de familiares mais velhos.

Saúde mental dos jovens

Para Ilana Pinsky, autora do livro “Saúde emocional: como não pirar em tempos instáveis” (Editora Contexto) e consultora da Organização Mundial da Saúde (OMS), a forma como o aplicativo atua estabelece no cérebro do jovem uma ideia de que a vida é simples e acelerada – como nos vídeos – o que pode atrapalhar no desenvolvimento especialmente daqueles que já têm uma tendência a serem mais introvertidos e evitarem interações com outras pessoas.

— Para alguém que já tem uma dificuldade social, timidez excessiva, baixa autoestima, ainda mais nesse período em que os jovens tiveram de ficar em casa por causa da pandemia, é muito mais fácil a pessoa sentar e ficar horas no TikTok substituindo o relacionamento social, que a longo prazo seria mais interessante, mas a curto prazo dá mais trabalho — afirma a psicóloga clínica.
Manuela, da UFRGS, ressalta também que a infância e a adolescência são períodos em que o cérebro ainda está em formação, e por isso estão mais vulneráveis aos impactos negativos das redes sociais.

— O processo de formação cerebral só termina por volta dos 25 anos de idade, e especificamente as partes do cérebro responsáveis pelo controle de impulsos, pela auto-regulação, são umas das últimas a serem amadurecidas — diz a pesquisadora.

Ainda assim, Manuela destaca que é preciso encontrar um equilíbrio no uso do aplicativo, e pondera que há pontos positivos nas redes sociais, como ajudar a diminuir o sentimento de solidão que pode ser característico da adolescência.

— A internet pode dar uma sensação de pertencimento, mas isso sempre tem que vir acompanhado de políticas de saúde mental. Até porque o adolescente pode se identificar com modelos positivos, mas também com influências negativas.

Hoje é Dia de Mentira: saiba o que ocorre no seu cérebro quando você mente

Nesta quinta-feira (1º) é o Dia da Mentira, data em que as pessoas costumam inventar histórias para brincar com os amigos. Mentir (sem exageros, é claro) pode ser um ato saudável, pois ajuda a aumentar nossa criatividade. Mas você já se perguntou o que, de fato, ocorre no cérebro neste momento?

Para essa questão, existe uma resposta bem simples: há um circuito cerebral responsável por esta ação que é capaz de criar um fato e ao mesmo tempo ter a noção do perigo dessa inverdade, segundo Fernando Gomes, neurocirurgião e neurocientista do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Nosso senso crítico, inclusive, permite que a gente crie a história, mas sem perder o juízo. Os responsáveis por isso são os lobos frontais que manipulam os pensamentos —uma importante aquisição neurobiológica da espécie humana.

“É nesta região onde a decisão de omitir um fato, criar uma história ou mentir, acontece. Bem perto dali, o nosso senso crítico, famoso juízo ou bom senso, também habita, nos mesmos lobos frontais, e nos permitem escutar o nosso bom senso”, diz o neurocirurgião.

É claro que algumas pessoas vivem no mundo da fantasia, criando tantas mentiras que acabam acreditando nelas. É aí que mora o perigo, conforme explica Gomes. “Usar o cérebro para criar histórias ajuda a aumentar a criatividade, mas é importante fazer isso com cautela. Brincar de mentir é saudável, só não pode ultrapassar as barreiras e acreditar naquilo que não existe de verdade.”

Quando mentir se torna uma doença?

Segundo a psicóloga Fabíola Luciano, colaboradora do IPq do HC-FMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo), tudo vai depender da intenção. “Quando uma pessoa tem um caráter questionável, a mentira é usada na intenção de se beneficiar, prejudicar alguém ou tirar proveito daquela situação. Já o mentiroso compulsivo não visa um benefício material ou financeiro”, disse a especialista em entrevista.

É preciso saber diferenciar o mentiroso comum de quem tem mitomania —o nome dado ao quadro de mentira patológica ou compulsiva. No segundo caso, a pessoa mente de forma repetida, o que interfere no seu julgamento racional sobre as situações e causa prejuízos profissionais e, principalmente, na área familiar e social.

Existem formas de tratar a mitomania.

Assim como todos os transtornos psicológicos existe o controle e não uma cura. É necessária uma intervenção de tratamento para a pessoa aprender a gerenciar as frustrações que a levam a mentir. A mitomania não é um diagnóstico por si só, na realidade ela pode ser um sintoma associado a um transtorno psiquiátrico, seja de personalidade ou de humor.

Por isso, não existe uma única causa para ela, mas um conjunto de fatores associados que podem levar ao desenvolvimento do quadro, como história de vida, relação com os pais, predisposição genética e experiências precoces. Nesses casos, o tratamento com um psiquiatra se faz importante para melhorar as mentiras compulsivas.

Contudo, a psicoterapia é a abordagem mais efetiva para o tratamento da mitomania. O objetivo do trabalho psicoterápico é de ajudar o indivíduo a desenvolver novos repertórios, reforçando relatos verdadeiros e ignorando os falsos.

Como uso excessivo de celular impacta cérebro da criança

caso de um menino de 13 anos da Paraíba que, no dia 19 de março, confessou ter matado a mãe e o irmão e ferido o pai com uma arma de fogo após ser proibido de usar o celular reacendeu o debate sobre os efeitos que smartphones, tablets e outros aparelhos eletrônicos podem ter na saúde mental de crianças e adolescentes.

Embora esse seja um episódio extremo, especialistas consultados pela BBC News Brasil relatam que é possível notar um aumento nas queixas que chegam até os consultórios relacionadas ao uso excessivo de aparelhos eletrônicos.

Nesta reportagem, mostramos que pesquisa com famílias brasileiras apontou que o uso de dispositivos eletrônicos diminuiu a capacidade de comunicação, de resolução de problemas e de sociabilidade de crianças até 5 anos. E o problema não se limita à primeira infância — o contato excessivo com telas mexe com o cérebro de jovens, que ainda não está suficientemente amadurecido para controlar impulsos, fazer julgamentos, manter a atenção e tomar decisões.

“Faço parte de uma rede de pediatras e médicos de adolescentes e nunca vi tantos relatos de problemas causados pelo exagero na internet, seja nas redes sociais, seja pelos jogos online”, analisa a médica Evelyn Eisenstein, que coordena o Grupo de Trabalho em Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

E uma pesquisa feita em 2019 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil dá uma ideia da popularidade das plataformas online entre os jovens do país. O levantamento aponta que 89% da população de 9 a 17 anos está conectada, o que representa 24,3 milhões de crianças e adolescentes. Desses, 95% (ou 23 milhões) usam o celular como o principal dispositivo para acessar sites e aplicativos.

Mas os números que mais preocupam os especialistas vêm a seguir: 43% dos jovens brasileiros já testemunharam episódios de discriminação online. E as meninas são as mais impactadas por conteúdos prejudiciais: 31% foram tratadas de forma ofensiva, 27% acabaram expostas à violência e 21% acessaram materiais sobre estratégias para ficar muito magra.

O levantamento ainda indica que um quarto dos jovens brasileiros consideram que ficam muito tempo conectados e não conseguem controlar muito bem esse período na frente das telas.

Por um lado, é preciso considerar que os celulares fazem parte da rotina e é muito difícil viver sem eles. Inclusive, quando utilizados na medida certa, esses dispositivos trazem mais benefícios que prejuízos.

“Nem tudo é ruim quando falamos dos smartphones. Eles também trazem coisas boas e fazem parte da vivência do que é ser jovem hoje em dia”, pondera o psicólogo Thiago Viola, do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul.

Por outro, o exagero faz mal à saúde da mente e do corpo — e os efeitos podem ser ainda mais danosos nas duas primeiras décadas de vida.

“Como tudo, o problema está no excesso e na falta de controle adequado”, complementa Viola, que também é professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Entenda a seguir como ficar muitas horas grudado nas telas e nas redes faz mal à saúde de crianças e adolescentes — e o que fazer quando o uso da internet ultrapassou todos os limites.

Problema que vem de berço

Uma cena que se torna cada vez mais comum em shoppings centers, restaurantes e outros espaços públicos é a de um adulto colocando vídeos cheios de estímulos sonoros e visuais na frente de um bebê. A ideia é que a criança fique entretida enquanto os pais ou os tutores fazem uma determinada atividade (como almoçar ou comprar algo, por exemplo).

Os especialistas alertam que exagerar nessa exposição às telas, ainda mais numa idade tão precoce, pode prejudicar o desenvolvimento do recém-nascido.

“Quando os pais fornecem à criança um vídeo no celular ou no tablet, isso ativa as vias de processamento cerebral que são predominantemente passivas”, explica o médico Rodrigo Machado, do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

“E esse tipo de atividade passiva ocupa um tempo em que o bebê poderia ser estimulado com atividades mais ativas, que aperfeiçoam a capacidade de coordenação motora e outras habilidades importantes nessa faixa etária.”

Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Ceará e pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, em parceria com outras instituições, dá uma dimensão do prejuízo que o acesso aos celulares e tablets nos primeiros anos de vida pode trazer.

Os cientistas acompanharam 3.155 crianças cearenses desde o nascimento até elas completarem 5 anos de idade. Eles descobriram que, em média, 69% de todos os participantes foram expostos a um tempo excessivo de tela.

Nos primeiros 12 meses de vida, 41,7% dos recém-nascidos tiveram acesso a vídeos e outros estímulos visuais passivos além da medida, porcentagem que aumenta e bate os 85,2% quando eles chegam aos 4 e 5 anos.

O trabalho ainda apontou que cada hora de uso desses dispositivos eletrônicos diminuiu consideravelmente a capacidade de comunicação, de resolução de problemas e de sociabilidade dos pequenos.

Os autores concluem que “o excesso de exposição às telas é altamente prevalente e esteve associado de forma independente aos problemas de desenvolvimento em crianças menores de 5 anos”.

Uma cabeça em construção

Mas o problema não se limita à primeira infância: mesmo crianças um pouco mais velhas precisam ter o acesso limitado e supervisionado ao mundo digital, garantem os especialistas.

Para entender como o contato excessivo com as telas afeta o bem-estar mental dos jovens, é preciso considerar que o cérebro não nasce pronto: ele se desenvolve pouco a pouco ao longo das primeiras três décadas de vida. Algumas partes desse órgão vital só amadurecem completamente quando chegamos lá pelos 25 ou 30 anos.

É o caso, por exemplo, do córtex pré-frontal. Essa região cerebral é responsável, entre outras coisas, por controlar impulsos, fazer julgamentos, resolver problemas, manter a atenção e tomar decisões.

“É por isso que os adolescentes são mais impulsivos e têm esse comportamento típico de explorar e experimentar”, relaciona Machado.

“Com o córtex pré-frontal ainda imaturo nessa faixa etária, ficamos mais propensos a buscar o prazer sem pensar em todas as consequências”, complementa o psiquiatra.

Agora, imagine o que acontece quando esse cérebro em formação é exposto a um turbilhão de estímulos prazerosos, disponíveis facilmente em qualquer plataforma online.

“Os estudos que analisam o funcionamento cerebral mostram que algumas regiões relacionadas à aceitação do convívio em sociedade ficam muito ativas quando os jovens usam as redes sociais”, detalha Viola.

“Se um adolescente posta algum conteúdo, como uma foto ou um vídeo, e começa a receber respostas em formas de curtidas, comentários e compartilhamentos, isso estimula um circuito cerebral relacionado à sensação de prazer e recompensa”, continua o especialista.

E uma característica comum de todos os mamíferos, incluindo os seres humanos, é sempre querer mais. Quando somos expostos a uma fonte de prazer e sensações boas, vamos buscar aquilo de novo, numa frequência cada vez maior.

Ou seja: o retorno positivo que recebemos quando compartilhamos algo nas redes sociais é um incentivo para postarmos mais e mais, numa espécie de círculo vicioso marcado por uma busca constante por ser relevante e influente na internet.

E hoje em dia já é consenso entre especialistas de que é possível criar uma dependência não apenas de substâncias químicas, mas também de comportamentos, como os jogos de azar ou o uso de dispositivos eletrônicos.

“Do lado oposto, quando somos rejeitados, criticados ou cancelados nas mídias sociais, isso ativa circuitos cerebrais relacionados ao medo e à agressividade, o que pode ter proporções imensas no estado psicológico de um indivíduo mais jovem”, observa Viola.

Mais repercussões na cabeça (e no resto do corpo)

Além desse balanço delicado entre estímulos positivos e negativos, o cérebro de crianças e adolescentes pode ser impactado pelo uso excessivo dos celulares por outros meios.

“A luz emitida pelas telas inibe a produção da melatonina, um hormônio essencial para a indução do sono”, exemplifica Eisenstein.

Boas noites de sono são essenciais para o desenvolvimento do corpo e da mente. Se o descanso noturno não é adequado logo nesses primeiros anos de vida, as consequências à saúde podem perdurar por toda a vida.

“Quem não dorme bem têm mais transtornos de irritabilidade e de comportamento e pode apresentar dificuldades de aprendizagem”, lembra a pediatra.

A representante da SBP também chama a atenção para os efeitos que o uso prolongado desses aparelhos pode trazer para outras partes do corpo em desenvolvimento nas crianças e nos adolescentes.

“O excesso de telas pode levar à inatividade física, que está relacionada com sobrepeso e obesidade. Na direção oposta, o acesso a conteúdos sobre emagrecimento e a busca de um corpo idealizado aumenta o risco de transtornos alimentares”, lembra.

“Fora a maior frequência de problemas auditivos, pelo uso de fones de ouvido num volume alto, e de visão, pela falta de vivência em espaços abertos, que estimulam uma visão de longo alcance”, lista a pediatra.

Como desatar esse nó?

Considerando o fato de que os celulares são parte da rotina da vasta maioria das pessoas, será que é possível ter uma relação mais saudável com a tecnologia? E como identificar as situações em que o uso desses dispositivos ultrapassou os limites, especialmente na infância e na adolescência?

“A primeira coisa é estabelecer limites. A criança e o adolescente precisam saber que podem entrar na internet por um determinado número de horas por dia”, sugere Viola.

A recomendação de tempo varia de acordo com a faixa etária. Em diretrizes publicadas recentemente, a SBP indica que crianças menores de dois anos não tenham nenhum acesso às telas.

Dos três aos seis anos, é possível ofertar atividades em dispositivos eletrônicos por 30 minutos a uma hora, sempre com a supervisão de um adulto.

E, entre o sexto e o décimo ano de vida, é possível ampliar um pouquinho esse limite, desde que exista um acompanhamento de alguém responsável.

“É muito importante mesclar as atividades online com outros momentos de lazer, brincadeiras e conversas presenciais entre familiares e amigos”, continua o psicólogo.

“Já os pais de crianças menores não podem usar o celular ou o tablet como bengala, para deixar a criança entretida enquanto eles fazem outras atividades”, acrescenta.

Eisenstein também joga a responsabilidade no colo das grandes empresas de tecnologia. “Elas ganham bilhões todos os anos e querem justamente fisgar esse público mais jovem, para que eles se transformem em novos consumidores”, critica.

“É preciso pensar na responsabilidade social de companhias como GoogleYouTubeFacebook, entre outras, que só estão começando a se preocupar com esse aspecto mais recentemente”, cita.

A pediatra também entende que os governos devem criar leis para proteger melhor a população mais jovem de todos os malefícios do abuso das plataformas digitais.

Por fim, vale reforçar que existem formas de identificar e tratar os quadros de vício no uso de celular e outros dispositivos eletrônicos.

“A primeira coisa é observar se a prática está prejudicando algum aspecto da vida daquele indivíduo. Se ele apresenta dificuldades nos âmbitos social, profissional, educacional ou familiar, é necessário buscar a avaliação de um profissional de saúde”, orienta Machado.

Alguns exemplos práticos desse prejuízo são a queda no rendimento escolar, a substituição do dia pela noite, a ausência do jovem nas refeições e a falta de uma rotina estabelecida.

Para os casos em que há diagnóstico de um transtorno, é possível intervir por meio da terapia cognitivo-comportamental, uma abordagem da psicologia que busca analisar, racionalizar e propor intervenções nos hábitos e nos pensamentos do paciente.

“Nesse contexto, a primeira intervenção é se desconectar aos poucos. De nada adianta castigar ou tirar o celular da criança ou do adolescente de forma brusca e definitiva”, aponta Eisenstein.

“E, claro, esse ato de se desconectar da internet precisa envolver todos os integrantes da família, não apenas os jovens”, destaca a pediatra.

A resposta das empresas

A BBC News Brasil entrou em contato com as principais empresas de tecnologia para saber como elas enxergam a discussão sobre o uso das plataformas e das mídias sociais por crianças e adolescentes.

Por meio da assessoria de imprensa, a Meta, que é dona de Facebook e Instagram, disse que é proibido que indivíduos com menos de 13 anos criem perfis nas plataformas. O único contexto em que as crianças têm acesso a alguma ferramenta da companhia é no Messenger Kids, lançado em 2017.

“Em setembro de 2021, passamos a pedir a data de nascimento dos usuários do Instagram que ainda não a tinham compartilhado como parte de nossos esforços para evitar que crianças tenham acesso à plataforma”, informaram.

“Mais recentemente, em fevereiro deste ano, o Instagram lançou, globalmente, o ‘Faça uma Pausa’, um recurso desenvolvido para ajudar as pessoas a terem maior consciência sobre o tempo que passam conectadas. Após ativá-lo, as pessoas recebem lembretes para fazer uma pausa no uso do aplicativo após determinado período de tempo navegando pela plataforma — 10, 20 ou 30 minutos. Durante o período de testes da ferramenta, mais de 90% dos adolescentes que configuraram o recurso o mantiveram ativo.”

“Semana passada, a Meta lançou, nos Estados Unidos, a Central da Família, um novo espaço onde os pais podem supervisionar as contas de seus adolescentes nas tecnologias, configurar e utilizar recursos de supervisão parental, além de acessar informações sobre a melhor forma de conversarem com os adolescentes sobre o uso da Internet em um hub educacional. A ferramenta foi desenvolvida em conjunto com especialistas, pais, tutores e adolescentes e deve chegar ao restante do mundo até o fim do ano”, finaliza o texto.

Google declarou acreditar “que as crianças devem poder experimentar o melhor da tecnologia, enquanto suas famílias se sentem seguras em deixá-los explorar a vida digital.”

“Por isso, estamos continuamente criando e aprimorando ferramentas para que as experiências online das crianças sejam de qualidade e educativas, e, principalmente, que ajudem as famílias a construir hábitos digitais saudáveis”, escrevem os representantes da empresa.

Alguns exemplos dados como resposta desse aprimoramento contínuo do Google foram lançamentos como o Family Link (que permite gerenciar as experiências online das crianças) e o Kids Space (um espaço de aprendizado pela internet).

Clarissa Orberg, gerente de parcerias de conteúdo para entretenimento infantil, educação e saúde no YouTube e responsável pelo YouTube Kids no Brasil, salientou que o objetivo da plataforma “sempre foi promover um ambiente saudável e apropriado para as crianças, adolescentes e famílias”.

“Entendemos que, hoje, os jovens estão se conectando cada vez mais cedo e por longos períodos, por isso, ao longo dos últimos anos, lançamos novas funcionalidades e adotamos medidas que ajudam na conscientização sobre o uso dos aplicativos, tanto para as crianças, quanto para seus pais e responsáveis”, disse.

“Muitas vezes, as crianças e adolescentes não têm consciência dos limites de conteúdo e tempo de uso. Por isso, acreditamos que ferramentas que desenvolvemos como a de timer, desativar pesquisa, desativar a reprodução automática, ou a de lembretes para pausas, são fundamentais para criar um ambiente mais saudável”, exemplifica Orberg.

Por fim, o Twitter respondeu dizendo que “tem como prioridade oferecer um ambiente seguro às pessoas e, para isso, estabelece parcerias com organizações em segurança online para o aprimoramento contínuo dos mecanismos de segurança na plataforma”.

“Os serviços do Twitter não são direcionados a crianças e não podem ser usados por pessoas com menos de 13 anos de idade. Qualquer conhecimento sobre um usuário abaixo da idade permitida pode ser denunciado por meio da Central de Ajuda”, conclui a nota, enviada à BBC News Brasil.

Ler muitas notícias negativas é ruim para o humor e pode prejudicar a cognição – veja como controlar

Como se não bastasse o estresse crônico desde o início da pandemia, há uma porção de outras notícias ruins e de impacto mundial — a crise climática, o aumento do custo de vida, o conflito na Ucrânia — que vêm mexendo com o psicológico das pessoas. Ter acesso a tantos assuntos negativos diariamente pode ter um efeito prejudicial para o cérebro, de acordo com artigo do site The Next Web, assinado por neuropsicólogos da University de Cambridge. O “doomscrolling”, que em tradução livre pode ser entendido como “scroll da desgraça”, é o hábito de ler matérias, posts ou comentários negativos seguidamente, por muito tempo, ativando gatilhos de ansiedade e depressão.

Uma das explicações é que a serotonina, substância química do cérebro que ajuda a regular o humor, pode atingir baixos níveis quando estamos entristecidos por más notícias por longos períodos de tempo ou nos encontramos cronicamente estressados. Outra razão para o fenômeno é que a empatia (característica que nos ajuda a nos importarmos uns com os outros e conviver em sociedade), pode se tornar excessiva ao ler sobre tantos eventos trágicos nos noticiários, levando à ruminação de pensamentos negativos que afetam nossa saúde mental e bem-estar.

Estas condições podem, com o tempo, ter enorme efeito na mente, causando deficiências cognitivas reais, como atenção reduzida e problemas de memória e raciocínio. Isso porque se informações negativas sequestram nossa atenção e memória, elas drenam o poder cognitivo que poderia ser usado para outras coisas. E quando estamos constantemente absorvendo notícias negativas, nos sentimos ainda mais deprimidos — criando um ciclo vicioso.

Quanto mais tempo estamos presos a um humor deprimido, fica mais difícil pensar de forma flexível, enxergando diferentes perspectivas. É assim que podemos acreditar que tal situação nunca irá terminar, ou que não existem mais boas notícias — levando a sentimentos intensos de impotência e desamparo.

E lembre-se de que não é preciso estar clinicamente deprimido para desenvolver problemas de atenção e foco. Já é sabido, por experimentos científicos, que o excessivo uso das telas pode contribuir para isso. Portanto, não é apenas o conteúdo negativo que consumimos que prejudica a atenção: a própria tecnologia usada para acessá-lo também é um problema. Isso pode afetar o desempenho no trabalho, na escola ou mesmo em ambientes sociais, além de contribuir para quadros de ansiedade. E assim surge outro círculo vicioso. Ao se concentrar demais em assuntos ameaçadores, como verificar obsessivamente as últimas notícias trágicas, afeta-se o bem-estar. Em casos mais graves, pode levar ao comportamento de verificação repetitiva, visto no transtorno obsessivo compulsivo (TOC).

Redefina seu cérebro

O que fazer diante de tudo isso? Em primeiro lugar, é fundamental evitar o “doomscrolling” obsessivo. Lembre-se também de investir diariamente em momentos positivos e de descanso, ou seja, dedique-se durante algum tempo a atividades relaxantes e desestressantes, como ler um livro, caminhar, conversar com amigos, meditar, tocar um instrumento, exercitar-se… Tudo isso ajuda na melhora do humor e da cognição.

Outra maneira de contornar a situação é agir, seja apoiando uma instituição de caridade ou fazendo trabalho voluntário. Quando você realiza um ato de bondade, um sistema de recompensa no cérebro é ativado, melhorando o bem-estar. Em casos mais extremos, quando o peso das notícias ruins parece estar fora de controle sobre sua mente, entre em contato com um psicólogo. A terapia costuma ajudar muito.

Neste mundo globalizado e totalmente conectado, com constante bombardeio de informações e fluxos de estímulo, conhecer a si mesmo e seus objetivos é primordial para alcançar o bem-estar. Apesar das circunstâncias, tentar permanecer positivo e resiliente faz bem para para você e para aqueles que o cercam. Afinal, para poder ajudar a resolver desafios globais complexos, é preciso, antes de tudo, estar em equilíbrio consigo mesmo.

E você já conhece os exercício cientificamente projetados para exercitar seu cérebro? Confira mais de 100 estudos indicando melhoria da memória, autoconfiança e muito mais. Clique aqui e conheça a NeuroForma.

Confira 7 dicas para prevenir a perda de memória

Quantas vezes você perdeu a chave de casa na última semana ou esqueceu uma data importante? Ter uma memória impecável é o sonho de muitas pessoas e pode ser conquistado com pequenas mudanças de hábitos.

De acordo com o neurocientista e biólogo Fabiano de Abreu, quando o cérebro humano se reorganiza para aprender algo novo, são feitos estímulos que beneficiam os tecidos neurais.

“Exercitar o cérebro permite ampliar e melhorar a forma dos neurônios, promovendo resultados benéficos para a saúde ao longo da vida e diminuindo as chances de desenvolver doenças neurológicas”, afirma Fabiano de Abreu.

O neurocientista explica que o tecido do cérebro é maleável, o que significa que, assim como pode sofrer danos, também consegue se aperfeiçoar.

“A neuroplasticidade cerebral promovida mediante ao processo de aprendizagem condiciona não apenas uma boa saúde mental, como também diminui os danos de doenças que atacam as células neuronais”, explica.

Alguns hábitos podem beneficiar os neurônios e garantir tecidos mais saudáveis. Confira sete sugestões do neurocientista:

1 – Alimentação

Dezenas de estudos realizados em todo o mundo já comprovaram que a dieta mediterrânea e a dieta japonesa ajudam a preservar as funções cerebrais e a neuroplasticidade.

2 – Pratique exercícios físicos

A prática de atividades físicas estimula a libertação de neurotransmissores que ajudam no processo de memorização, crucial para a neuroplasticidade.

3 – Durma mais cedo

Começamos a liberar melatonina, o neurotransmissor crucial para o “reset” do cérebro, ao anoitecer. Sua produção mais intensa ocorre entre as duas e quatro horas da madrugada.

Enquanto estamos dormindo, o sistema nervoso central faz uma limpeza de substâncias nocivas como as beta-amiloides, enquanto isso o cérebro faz uma seleção das memórias que serão descartadas e armazenadas através de ondas do sono profundo, para o córtex cerebral onde são armazenadas.

Dessa forma, o sono lento e profundo ajuda a consolidar o que foi aprendido ao longo do aprendido.

4 – Faça o oposto do que está habituado

Experimente mudar a mão que escova os dentes, andar de costas, inverter as mãos no teclado e mudar os exercícios físicos, já que fazer a mesma coisa consolida o modo automático do cérebro.

Tente também encarar os problemas por outra perspectiva e mudar de ponto de vista.

5 – Controle a ansiedade

A ansiedade aciona o sistema simpático do corpo. O especialista explica que algumas atitudes simples ajudam a acionar o sistema nervoso periférico e tirar o foco da ansiedade.

Por exemplo, aperte com vontade algumas partes do próprio corpo, como os pés, as nádegas, as coxas e os braços; pense em palavras que tragam pensamentos relaxantes, levando-o a outra atmosfera mental.

6 – Procure estímulos intelectuais

Tente incorporar à rotina o hábito de ler, estudar, escrever trabalhos, fazer resumos, aprender a tocar um instrumento ou novos idiomas.

7 – Arte e dança

Explore seu lado artista. Dance ou pinte um quadro para exercitar o cérebro.

E você já conhece os exercício cientificamente projetados para exercitar seu cérebro? Confira mais de 100 estudos indicando melhoria da memória, autoconfiança e muito mais. Clique aqui e conheça a NeuroForma.

Saúde mental: O impacto da violência da guerra no cérebro humano é brutal, afirmam especialistas

Mais de 1,7 milhão de  ucranianos fugiram de seu país desde o início da invasão pela Rússia, em 24 de fevereiro, segundo dados atualizados das Nações Unidas. Centenas de mulheres, crianças e idosos se amontoam, todos os dias, na estação de trem de Lviv, a maior cidade do Oeste da Ucrânia e ponto final para quem deseja entrar na União Europeia. Por determinação do governo, os homens de 18 a 60 anos não podem deixar o território ucraniano e são obrigados a pegar em armas contra os russos.  Por outro lado, há também notícias de que soldados inimigos estariam se rendendo sem resistência — a imagem de um deles chorando ao ligar para a mãe rodou o mundo.

Toda guerra tem muitos lados. Mas há, talvez, um menos  visível, que consome por dentro, em silêncio: os efeitos dessas situações extremas na mente, deflagrando, de uma hora para outra, ansiedade, depressão, distúrbios comportamentais e estresse pós-traumático. Os impactos, diretos ou indiretos, da violência de uma guerra são brutais, afirmam especialistas. 

— Essas pessoas [os ucranianos] estão passando por um evento traumático incapacitante. É o que chamamos de “estresse tóxico elevado”. Quando o corpo é submetido a um estresse constante, nesse caso a ataques contínuos, bombardeios e insegurança, a frequência cardíaca dispara e diversos tipos de reações químicas no corpo são ativadas continuamente, gerando uma repetida resposta ao estresse corporal — explicou ao GLOBO Theresa Betancourt, professora da Escola de Serviço Social da universidade Boston College e especialista em saúde mental para jovens afetados pela guerra.

A existência de traumas provocados pela experiência de guerra ou de conflito armado são velhos conhecidos até das pessoas comuns — há uma vasta cartela de filmes sobre o assunto, por exemplo, como o popular “Rambo — programado para matar”, de 1982, imortalizado por Sylvester Stallone. Mas não há no campo da psicologia ou da psiquiatria nenhum instrumento capaz de avaliar precisamente o quão profundo é o trauma de uma pessoa ou quais situações são mais traumatizantes que outras nesses contextos, afirma Joop de Jong, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Comportamentais da Universidade de Amsterdã e autor do livro “Trauma, War and Violence: Public Mental Health in Socio-Cultural Context” (Trauma, Guerra e Violência: Saúde Mental Pública em Contexto Sócio-Cultural, sem tradução para o português).

— O problema tem dimensões enormes, envolve famílias, comunidades, perdas materiais… Mas o que sabemos pela literatura é que uma das coisas mais dramáticas para as crianças, por exemplo, é quando os próprios pais estão traumatizados — afirma Jong. — A reação de uma mãe ou de um pai ao estresse traumático não tem consequências psicológicas e psiquiátricas apenas para eles, mas também para seus filhos.

Danos biológicos

Segundo Betancourt, a ciência é muito clara quanto às evidências de que a exposição ao estresse tóxico afeta a arquitetura do cérebro em desenvolvimento da criança. Ainda de acordo com a especialista, a situação é agravada se não houver esse papel amortecedor de figuras primárias de apego, como os pais ou outros entes queridos. As consequências, afirma, “são duradouras”, com impactos diretos na saúde mental e nos resultados sociais dessas pessoas, incluindo sua capacidade de se sair bem na escola e economicamente.

Um estudo apresentado em 2019 por pesquisadores norte-americanos dá conta de que passar por uma situação traumática pode, além de comprometer a saúde mental, causar danos biológicos. Eles analisaram a estrutura cerebral de sobreviventes do Holocausto e constataram que o estresse e o sofrimento levaram a uma redução significativa da massa cinzenta dessas pessoas. A diminuição era ainda maior entre as que tinha 12 anos ou menos na ocasião do genocídio, disseram. O estudo revelou também diferenças substanciais nas estruturas cerebrais envolvidas no processamento de emoção, memória e cognição social entre os sobreviventes e indivíduos que não viveram esse trauma.

Estresse pós-traumático

Num contexto de guerra, os riscos de desenvolvimento de transtornos mentais ou problemas de saúde são elevados, mesmo depois de findado o conflito e alcançada uma sensação de estabilidade de longo prazo, afirma Theresa Betancourt, do Boston College. Em situações como essas, as taxas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão, abuso de substâncias e ansiedade sobem, às vezes, 30%, segundo Jong. 

Entre 50% e 75% das pessoas que viveram uma experiência de guerra também sofrerão com pesadelos constantes, flashbacks do conflito, sensação constante de vigília e atenção, insônia ou ansiedade, afirma o especialista holandês. Todos esses sintomas são enquadrados no que a ciência chama de “reação aguda ao estresse”, que ainda inclui se assustar facilmente com sons abruptos, completa Jong.

No caso de homens adultos, há ainda consequências mais imediatas, como o alcoolismo e o abuso de substâncias.

— O alcoolismo é um problema em qualquer lugar do mundo onde você tenha homens reunidos, especialmente em uma guerra — diz. — É claro que se houver um ataque hoje e outro amanhã, é bom poder beber algo depois para relaxar. Mas se você está sob ataque contínuo, você tende a usar o álcool como uma forma de conviver com o medo e a ansiedade, mas isso facilmente evolui para abuso de substâncias como cocaína, e o abuso de substâncias é sempre um grande problema.

Em muitos casos há também um problema transgeracional. Depois de uma guerra, é muito comum que os pais não falem sobre o conflito, para não expor as crianças às histórias. Mas há também aqueles que falam o tempo todo sobre a guerra. Em ambos os casos, as crianças sentem que não recebem a atenção devida . Também pode ocorrer de os pais nunca serem agressivos com seus filhos, temendo a agressividade da guerra, ou de serem violentos o tempo todo. 

— Quando os pais são traumatizados, eles podem traumatizar a próxima geração. Mas o que a próxima geração sofrerá com os traumas dos pais nem sempre é negativo. Às vezes pode gerar um sentimento de resiliência. — afirma Jong. — A narrativa de guerra dos ucranianos, que sofreram por dois séculos nas mãos do Império Russo, da União Soviética, do regime nazista e agora nas de Putin, por exemplo, é a da resistência.

Conheça na nossa plataforma de treinamento cognitivo digital exercícios que ajudam a sintonizar o seu cérebro. Acesse e confira todas as informações:
Clique Aqui!

 

Cientistas brasileiros descobrem proteína ligada ao envelhecimento do cérebro

site-copyUm grupo de cientistas brasileiros, em parceria com pesquisadores na Holanda e nos Estados Unidos, identificou a relação de uma proteína com o envelhecimento do cérebro. Trata-se de um composto já conhecido pela comunidade científica, chamado lamina B-1, presente em todo o corpo humano.

De maneira inédita, o estudo identificou que a presença dessas proteínas na região cerebral diminui à medida que os indivíduos ficam mais velhos. Esse resultado pode representar um avanço no entendimento do déficit cognitivo.

Apesar da descoberta, cérebros de pacientes com doenças como o Alzheimer e Parkinson não foram analisados na pesquisa. Estudiosos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) pretendem, a longo prazo, avançar na compreensão das diferenças entre o cérebro de idosos saudáveis e de uma pessoa da mesma idade com alguma dessas doenças neurodegenerativas.

O trabalho avaliou os sistemas nervosos tanto de animais como de seres humanos para realizar as associações entre a lamina B-1 e o processo de envelhecimento. A professora do Instituto de Ciências Biomédicas, Flávia Gomes, e a bolsista de pós-doutorado do Ministério da Saúde (Decit), Isadora Matias, são as responsáveis pelo projeto.

“Nós caracterizamos exatamente o tipo celular afetado pela diminuição dessa proteína: os astrócitos. Eles são células essenciais no funcionamento do sistema nervoso, por conta da formação de memória e de sinapses. Identificar um fenômeno que faz com que essa célula pare de funcionar é uma informação importante, porque isso impacta em entender como acabamos caminhando para um déficit cognitivo”, explica Flávia.

A neurocientista também destaca os possíveis desdobramentos frente às análises. “O que acontece é que, ao longo do envelhecimento, existe uma perda de memória, uma perda cognitiva. O nosso próximo passo, que é exatamente o que a gente está fazendo agora, é tentar reverter esse quadro aumentando essa proteína. Assim, veríamos, por exemplo, se esse animal passa a resgatar a memória”, explica.

De acordo com Flávia, o estudo está dividido em três etapas, que consideram o isolamento em laboratório das células do sistema nervoso do cérebro dos animais, a avaliação de camundongos envelhecidos e a análise do tecido cerebral post-mortem.

Essa última análise diz respeito a tecidos cerebrais vindos de bancos de encéfalos. “Os familiares doam o cérebro de pessoas que morreram. São idosos saudáveis e pacientes que faleceram com doenças neurodegenerativas ou doenças do envelhecimento. O banco de cérebros do Brasil, na USP, é um dos maiores do mundo. Isso é algo importante, porque nós não trabalhamos com pessoas vivas”, justifica.

As conclusões do estudo foram publicadas em um artigo na revista científica Anging Cell, referência em assuntos ligados à biologia do envelhecimento.

O artigo contou com o financiamento do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (Decit/MS); da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ); da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes).