5 técnicas da Neurociência para melhorar o aprendizado

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Trancar-se no seu quarto, debruçado sobre os livros de manhã até a noite, por meses a fio, sem tempo para amigos, lazer ou academia: essa é a rotina de muita gente que estuda para concursos públicos e outras provas de admissão consideradas difíceis.

Esse ritmo frenético de trabalho é considerado normal e até recomendado para quem está se preparando de um grande desafio. Mas não pela neurociência.

Isso porque descuidar do próprio bem-estar físico e mental prejudica o seu desempenho cognitivo e, consequentemente, diminui as suas chances de reter o conteúdo e tirar uma boa nota na prova.

“A maioria das pessoas esquece que o cérebro é uma parte do corpo, tal como língua, fígado ou coração”, diz o neurocientista Pedro Calabrez, professor da Casa do Saber e pesquisador do Laboratório de Neurociências Clínicas (LiNC) da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP.

Só é possível aprender rápido — e bem — se o seu organismo estiver bem alimentado, hidratado, descansado e saudável como um todo. A parte mais negligenciada desse autocuidado costuma ser o sono, fundamental para a eliminação de toxinas e para a fixação das memórias.

Imagine que você acordou subitamente após um repouso de 4 horas e agora se depara com um dilema: levantar da cama para adiantar os estudos ou dormir por mais 2 horas?

A segunda opção é definitivamente a mais inteligente, diz Carla Tieppo, neurocientista e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Ela explica que a noite de sono precisa durar entre 6 e 8 horas, no mínimo. É o tempo necessário para entrar na fase REM (“Rapid Eye Movement” ou “movimento rápido dos olhos”), quando ocorrem processos fundamentais para a memória.

Também é bom evitar o consumo exagerado de álcool antes de dormir, já que a embriaguez dificulta a entrada na fase REM. Melhor substituir as latas de cerveja por uma rápida revisão da matéria. Segundo Tieppo, estudar um pouco logo antes de dormir, nem que seja por 10 minutos, ajuda o cérebro a fixar esse conteúdo. 

Confira a seguir outras técnicas recomendadas pela neurociência para acelerar o seu aprendizado:

1. Busque atrelar emoções ao estudo

Muita gente supõe que tudo que diz respeito aos estudos é racional. Mas não é: a memorização é uma equação complexa em que a chamada “valência emocional” influi de forma decisiva. De forma simplificada, se você associa uma certa informação a um sentimento positivo, como a alegria, o seu cérebro será capaz de retomá-la mais facilmente no futuro.

Daí a técnica dos professores de cursinho pré-vestibular de contar piadas ou fazer associações engraçadas sobre o conteúdo das aulas. “O humor é um canal de acesso fácil às emoções”, explica Pedro Calabrez. O medo, a raiva, a tristeza e outros sentimentos negativos, por outro lado, atuam na direção contrária e condicionam uma aprendizagem de baixa qualidade.

Na preparação para um concurso público, por exemplo, é interessante explorar o significado dessa decisão para a sua vida. “Procure pensar no valor daquele estudo para o seu engrandecimento profissional e pessoal, e não só como uma ferramenta para ser aprovado numa carreira que pagará um salário alto”, diz o professor da Casa do Saber.

Quanto mais você atribuir significado emocional a um certo conhecimento, mais chances terá de guardá-lo para sempre. E não apenas isso: mais motivação você terá para persistir nos estudos.

É o que Tieppo define como intenção genuína. “Se você está interessado só no salário daquele cargo, quer só ‘atropelar’ a prova, você não vai estar intimamente envolvido com o estudo”, explica a professora da Santa Casa. Para agilizar o aprendizado, você precisa estar realmente motivado; e, para estar motivado, você precisa genuinamente ter a intenção de aprender.

2. Pratique exercícios físicos

Quem vai pensar em academia quando tem uma pilha de apostilas para estudar? Fazer atividade física pode parecer supérfluo nesse momento, mas não é. De acordo com Calabrez, exercícios regulares, especialmente os de natureza aeróbica, são os mais indicados.

Buscar atividade física faz o cérebro funcionar melhor, já que todo o corpo fica mais saudável e bem regulado. Até os processos afetivos, ligados à motivação, podem ser beneficiados com natação, corrida, caminhada ou outras práticas esportivas.

Isso para não falar na importância desse tipo de atividade para liberar o estresse da rotina, que prejudica a aprendizagem. Lazer, repouso e convívio social também precisam ter algum espaço na sua agenda, pela mesma razão.

3. Descubra o seu estilo de aprender

Dada a complexidade do cérebro humano, está comprovado que não existe uma única forma de aprender. Por isso, não adianta insistir em métodos que claramente não estão surtindo efeito.

Se você sente que suas sessões de estudo só estão produzindo cansaço, é fundamental experimentar diversas técnicas (veja aqui 6 sugestões poderosas) e adotar aquela que funciona melhor para você.

“Se você não tem um hábito de leitura consistente, formado na 1ª ou 2ª infância, ler não será uma boa forma de estudo para você”, explica Tieppo. “Nesse caso, experimente gravar áudios, assistir a vídeos, desenhar mapas mentais, enfim, buscar instrumentos adequados ao seu funcionamento”.

4. Elimine os “ralos” de atenção

O aprendizado se torna lento e irregular se você divide seu foco entre diversos estímulos enquanto está estudando. É o que Calabrez chama de “ralos” de atenção: mensagens nas redes sociais, notificações do celular, ruídos que vêm da rua, pessoas que chegam para conversar.

As interrupções não-programadas têm um efeito devastador sobre o aprendizado. “Quando você não está inteiramente concentrado naquilo, você está dizendo para o seu cérebro que aquela informação não é tão importante para você, e é provável que ela acabe sendo descartada”, explica Tieppo.

Para otimizar os seus estudos — e evitar o cansaço de retomar várias vezes o fio da meada — a dica dos neurocientistas é buscar um local de estudos isolado e silencioso, e desligar todo o seu contato com a tecnologia.

Você pode programar alguns intervalos para levantar, tomar um café, checar o celular e conversar com alguém. Nos blocos de tempo dedicados ao estudo, porém, é preciso eliminar radicalmente qualquer possível fonte de distração.

5. Pratique exercícios cognitivos 

Os exercícios da nossa plataforma de treinamento cognitivo digital são cientificamente testados e têm ajudado muitos “concurseiros” e outras pessoas em situação de estudo permanente a melhorar o rendimento da aprendizagem.

– A prática de 15 a 20 minutos dos exercícios cientificamente desenvolvidos ajuda a regular processos bioquímicos no maquinário cerebral e, como consequência, todo o aprendizado que for adquirido na hora seguinte ao treino será potencializado – explica o neurocientista Michael Merzenich, PhD e fundador da Posit Science (EUA-Califórnia).

Confira alguns depoimento reais dos nossos “treinandos” AQUI no Brasil e no mundo.

Fonte: Revista Exame/Equipe NeuroForma

 

 

Dietas com poucas calorias retardam envelhecimento do cérebro

A diminuição das calorias e a baixa de gordura afetam células do cérebro positivamente, sugere pesquisa (Foto: Ilustração)

Dietas que combinam restrição de calorias com pouco consumo de gordura podem conter o envelhecimento cerebral e ajudar na prevenção de doenças associadas, como Alzheimer e outras demências, diz estudo publicado nesta segunda-feira (12) na “Frontiers in Molecular Neuroscience”.

Os pesquisadores também demonstraram que essas dietas são relativamente mais eficazes na prevenção do envelhecimento que a prática de atividade física.

Cientistas testaram a ação da restrição calórica no cérebro de cobaias e descobriram que a dieta desativa a ação da microglia, um tipo de célula do sistema imune.

Quando ativada, essa célula contribui para inflamações no cérebro que levam ao envelhecimento e a problemas no pleno funcionamento neurológico.

Para chegar a esse resultado, cientistas investigaram o impacto das dietas no cérebro de ratos de 6 meses de idade. A análise foi feita em células da microglia em uma região específica do órgão: o hipotálamo, associado à memória.

Em uma outra etapa, eles também testaram as células de ratos de 2 anos de idade que passaram por um regime de exercícios. Por fim, foram feitos testes em cobaias da mesma idade que passaram por dietas restritivas (redução de 40%).

Com os testes, eles fizeram duas descobertas principais:

Para ter possível efeito protetor, as dietas pobres em gordura precisam ser combinadas com restrição calórica. Não basta seguir só uma delas. Além disso, nesses testes específicos, o exercício foi significativamente menos eficaz que a restrição calórica. No entanto, outros trabalhos demonstraram que a prática de atividade física ajuda a reduzir o risco para doenças neurodegenerativas.

Desse modo, cientistas alertam que mais estudos são necessários para avaliar o impacto dessas descobertas diretamente na prevenção dessas doenças.

Uma questão é que esses ratos tiveram basicamente essas dietas ao longo da vida: outros estudos seriam necessários para avaliar se a adoção dessas dietas mais tarde na idade adulta, por exemplo, poderiam reverter os efeitos de hábitos alimentares anteriores.

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Fonte:  G1/Bem Estar

Treino cognitivo reduz em 50% risco de acidentes com veículos

 

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Com a idade, a perda da carteira de motorista pode significar o fim da independência e o começo do declínio na saúde.

Além do impacto óbvio em atividades regulares, a perda da habilidade de direção pode levar as pessoas a mudarem de suas casas. Vários estudos demonstraram que esse declínio da capacidade de dirigir está ligado a altos índices de depressão.

O Canadá, por exemplo, tem mais de 3,5 milhões de motoristas com 65 anos ou mais (dados de 2010) e o país teve que pensar sobre o que pode ser feito para garantir que os motoristas de idade mais avançada permaneçam na estrada com segurança.

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As novas tecnologias de direção assistiva parecem uma solução para os próximos anos, mas carros assim podem sair muito caros. Opções como voltar para autoescola podem ser desestimulantes para quem está na terceira idade. Os cientistas, no entanto, descobriram que há outra opção disponível para ajudar os motoristas mais velhos a manter suas habilidades dentro e fora da estrada. E a solução, quem diria, hoje está disponível on-line.

Segundo eles, jogos de treinamento cognitivo como os disponíveis pela Posit Science (EUA-Califórnia), representada no Brasil pela NeuroForma Tecnologias, são capazes de melhorar as habilidades de um motorista através de exercícios on-line que levam apenas alguns minutos por dia.

A diferença desses jogos-exercícios para os “games” comerciais de entretenimento é que eles trabalham especificamente as capacidades mentais como atenção, velocidade de processamento e orientação espacial, que afetam diretamente as habilidades de condução de uma pessoa.

Os exercícios diferem no que é preciso fazer, mas a ideia geral é a mesma: forçar os praticantes a concentrarem-se em inúmeros estímulos na ponta do seu campo de visão, dividindo sua atenção e fazendo o cérebro trabalhar para processar informações cada vez mais complexas e mais rapidamente. Ao longo do tempo, esses exercícios efetivamente funcionam para restaurar e rejuvenescer essas áreas do cérebro, afirmam os cientistas.

Declínio natural cognitivo a partir dos 30 anos

À medida que envelhecemos, nossos cérebros começam a processar informações mais devagar. Embora ainda tenhamos a mesma quantidade de informações visuais do mundo que nos rodeia, nossos cérebros se tornam menos capazes de processá-las tão rapidamente. É o chamado declínio cognitivo natural que começa a ocorrer a partir dos 25/30 anos.

A área de visão a partir da qual a informação pode ser tomada com um único olhar é chamada de “campo de visão útil”. Com a idade, este campo se estreita, já que o cérebro leva mais tempo para processar informações na periferia.

Leslie Ross, neurocientista e professora associada de Desenvolvimento Humano e Estudos Familiares da Penn State University, diz que esse declínio no processamento cognitivo pode afetar nossa capacidade de conduzir veículos mais do que imaginamos.

“Quando falamos de visão e cognição, a segunda parece ser mais relevante para direção segura do que a primeira”, revela Ross.

Reconstruindo o campo de visão com exercícios cientificamente desenvolvidos

Pesquisas científicas recentes, de fato, indicam que a velocidade cognitiva desempenha um papel maior na condução em motoristas idosos do que questões mais discutidas, como a diminuição da visão e habilidades motoras – salvo casos como deficiência visual severa. A capacidade de interpretar e reagir rapidamente às informações visuais recebidas realmente faz a diferença entre bater em algo na frente do veículo e parar com segurança a tempo.

A ciência indica ainda mais: que os jogos de treinamento do cérebro tem efetivamente ajudado os motoristas mais velhos a acelerar o processamento e reconstruir seu campo de visão. O estudo ACTIVE (2010), que testou a eficácia da intervenção cognitiva na manutenção da saúde cognitiva e independência funcional em adultos mais velhos, mostrou que a prática de um jogo específico chamado Decisão Dupla afetou significativamente a velocidade de processamento do cérebro. Foram avaliados cerca de 3 mil participantes que treinaram ao todo por pelo menos dez sessões de 60 a 75 minutos ao longo de várias semanas.

Screenshot of a PositScience brain game

Os pesquisadores descobriram que prática deste jogo-exercício desenvolvido para melhorar a velocidade de processamento e o campo de visão útil reduziu o risco de acidentes em quase 50% ao longo de seis anos. Eles também descobriram que os participantes, ao ganharem mais velocidade de processamento, foram 40 % menos propensos a parar de dirigir nos três anos seguintes do que aqueles que estavam no grupo de controle da pesquisa. O que significou mais ganhos em independência, segurança e qualidade de vida.

“As pessoas fizeram apenas entre 10 e 18 horas de treinamento e com isso já tiveram comprovado esses efeitos. O treino realmente funciona”, ressalta a neurocientista.

De fato, o treinamento do cérebro com jogos e exercícios cientificamente projetados pode ser o método mais bem-sucedido para que os motoristas idosos (e os nem tão antigos assim) vejam mudanças tangíveis em suas habilidades de condução, mostrando resultados mais promissores do que o treinamento rodoviário tradicional.

O jogo Decisão Dupla é um dos mais de 25 jogos e exercícios cientificamente desenvolvidos para aprimorar as capacidades de foco e atenção, velocidade de processamento cerebral, entre outras, disponíveis em nossa plataforma on-line.

Se você ainda não conhece, acesse neuroforma.brainhq.com

Fonte: CTV News (Califórnia-EUA)

Maior capacidade cardiovascular protege cérebro da demência

Os cientistas concluíram que adultos de idade mais avançada que registaram maiores níveis de V02 máximo, ou seja,  maior capacidade cardiorespiratória, apresentaram menor deterioração de matéria branca no cérebro

Exercício protege cérebro de demência

O estudo foi publicado no Journal of Alzheimer’s Disease e não é o primeiro que sugere que a prática de exercício físico pode ajudar a manter o cérebro saudável na velhice. Porém, enquanto investigações prévias questionaram os indivíduos acerca dos seus níveis de ´fitness´, o novo estudo utilizou um teste que mede o nível cardiorespiratório, avaliando a forma física dos participantes.

Os investigadores mediram o V02 máximo – uma medida que testa a capacidade pulmonar e a quantidade de oxigênio que os pulmões utilizam durante a prática esportiva.

A equipa de cientistas também levou em conta diversos testes capazes de avaliar a função executiva mental dos analisados, e que incluem processos automáticos de pensamento, refletindo a destreza mental dos indivíduos no dia a dia – desde a toma de decisões a resolução de problemas ou planeamento de tarefas.

Os cientistas concluíram que adultos de idade mais avançada e que registraram maiores níveis de V02 máximo, ou seja, com maior capacidade cardiorespiratória, apresentavam menos deterioração de matéria branca. Fatores como a idade, sexo e índice de massa corporal foram levados em conta.

A matéria ou substância branca é composta por milhares de fibras nervosas que funcionam como os “cabos de um computador” e que conectam várias partes do cérebro, explica o principal autor do projeto Rong Zhang, professor de neurologia na UT Southwestern’s O’Donnell Brain Institute, nos Estados Unidos.

“Se esses cabos se deterioram, também se deteriora a nossa capacidade de comunicação”, acrescenta.

Zhang afirma que o estudo conduzido foi demasiado pequeno para levar a conclusões definitivas e que ainda não responde a perguntas a respeito, por exemplo, dos tipos de exercício mais eficazes no combate à demência. Ele ressalta ainda que, por ter sido um estudo observacional, foi  capaz apenas de demonstrar uma associação entre os níveis de ‘fitness’, a integridade da massa branca e a função executiva do cérebro – e não uma relação de causa e efeito.

Por esses motivos, a equipe está preparando novos testes clínicos que englobam um universo de 600 adultos idosos mais propensos – devido à genética ou outros fatores – a sofrerem de Alzheimer. A investigação que já está curso em seis universidades médicas nos EUA, pretende determinar se rotinas de exercícios físicos específicos, juntamente com medicação para reduzir a pressão arterial e o colesterol, podem efetivamente reduzir então o risco de demência.

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OMS: número de pessoas afetadas por demência triplicará até 2050

Engrenagens cerebrais

O número de pessoas, que vivem com demência, deve triplicar dos atuais 50 milhões e atingir 152 milhões até 2050. A informação é da Organização Mundial da Saúde (OMS). A agência lançou na última quinta-feira o Observatório Global de Demência – uma plataforma on-line que monitora a doença, cuja evolução acompanha “o envelhecimento da população mundial”.

O custo anual estimado para a demência é de 818 bilhões de dólares, o equivalente a mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) global. O valor total inclui custos médicos diretos, assistência social e cuidados informais (perda de renda dos cuidadores).

Até 2030, esse valor deve mais do que dobrar, para 2 trilhões de dólares, o que pode prejudicar o desenvolvimento social e econômico e sobrecarregar os serviços sociais e de saúde, entre eles, os sistemas de cuidados de longo prazo.

O observatório fornecerá um banco de conhecimento onde as autoridades de saúde e assistência social, médicos, pesquisadores e organizações da sociedade civil poderão encontrar perfis da demência em níveis nacionais e regionais, relatórios globais, orientação política, diretrizes e kits de ferramentas sobre prevenção e cuidados de demência.

Sistema de monitoramento global

Observatório Global da Demência acompanhará o progresso na prestação de serviços para pessoas com a doença e também para seus cuidadores. A ferramenta on-line também vai monitorar a presença de políticas e planos nacionais, medidas preventivas e de redução de riscos, além da infraestrutura para atendimento e tratamento.

Em entrevista à ONU News, ex-director na OMS e professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Botucatu, no Brasil, José Bertolote, falou sobre o avanço do problema nos países de língua portuguesa.

“Há três grupos aqui. Num deles está justamente Portugal que já tem uma expectativa de vida muito alta em comparação com os demais. Brasil, que tem uma expectativa de vida média e uma taxa de natalidade decrescente. O terceiro grupo é justamente dos países lusófonos de África e Ásia que têm uma expectativa ainda mais baixa e ainda têm uma taxa de natalidade muito alta. É nestes países que o problema vai crescer mais. Em Portugal, está mais ou menos estabilizado pela perspectiva etária da população, no Brasil vai aumentar significativamente em muito pouco tempo e nos outros países lusófonos vai aumentar muito.”

A ideia é que a plataforma acompanhe os progressos na prestação de serviços para pessoas que vivem com a demência e para os que prestam assistência nos países e a nível mundial.

 

Demência

A demência é um “termo guarda-chuva” que inclui diversas doenças, que são principalmente progressivas e afetam memória, outras habilidades cognitivas e comportamentos.

Interfere significativamente na capacidade de uma pessoa manter as atividades cotidianas. As mulheres são mais frequentemente afetadas do que os homens.

A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência e representa entre 60 e 70% dos casos. Outro tipo comum é a demência vascular.

Custos das doenças

Os custos envolvidos nos cuidados das pessoas que vivem com demência chegam a 818 bilhões de dólares por ano – o equivalente a mais de 1% do Produto Interno Bruto global.

Esse total cobre assistência médica direta, social e cuidados informais além da renda dos que prestam assistência aos pacientes.

A demência engloba uma série de doenças progressivas que afetam as capacidades de atenção, memória, entre outras habilidades cognitivas e comportamentos, interferindo de forma significativa. As mulheres são mais frequentemente afetadas do que os homens. A doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência e representa 60% a 70% dos casos sendo os mais comuns a demência vascular e formas misturadas.

Até 2030, os custos totais do problema devem superar o dobro e atingir US$ 2 trilhões e segundo a OMS “prejudicar o desenvolvimento social e econômico e sobrecarregar os serviços sociais e de saúde, incluindo os sistemas de cuidados prolongados.”

A agência quer seguir políticas e planos nacionais, medidas de redução de riscos e infraestrutura para atendimento e tratamento. A nova ferramenta online inclui informações sobre sistemas de vigilância e dados sobre o fardo da doença em 21 países. A meta é que o total chegue até 50 nações até o final de 2018.

Fonte: ONU / Regional (Portugal)

Praticar BrainHQ reduz o risco de demência em 29%, comprova pesquisa

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Exercício Decisão Dupla (reprodução acima), cientificamente desenvolvido para o treino da velocidade de processamento cerebral, reduziu o risco de desenvolvimento de demências em mais de 29% dos adultos pesquisados

Artigo publicado na edição de novembro de 2017, da renomada revista científica Alzheimer’s & Dementia: Translational Research & Clinical Interventions, comprovou que o treino cerebral de velocidade de processamento – disponível em nossa plataforma online – reduziu o risco das pessoas desenvolverem demência a longo prazo em 29%. Esta pesquisa –  publicada após revisão por outros cientistas na revista da Alzheimer´s Association –  representa um grande marco, pois é o primeiro estudo a mostrar que uma atividade cerebral (ou remédio) possa ser capaz de evitar a demência.

Enquanto outros estudos demonstraram que as pessoas que se exercitam, que se alimentam bem ou que têm vida cognitivamente estimulante têm menor risco de desenvolver demência, os cientistas nunca tiveram certeza se a vida saudável reduz o risco de demência ou se as pessoas que não estão em processo de demência e declínio cognitivo são as que ainda podem se envolver em atividades saudáveis.

Os novos resultados são de um ensaio clínico controlado randomizado e permitem aos cientistas, pela primeira vez, dizer que praticar o nosso treino cerebral reduz diretamente o risco de demência.  O novo artigo é baseado em dados de um grande estudo científico de mais de 10 anos com quase 3000 pessoas chamado ACTIVE (ACTIVE significa “Treino Cognitivo Avançado para Idosos Independentes e Vitais”).

No estudo ACTIVE, os cientistas dividiram os participantes da pesquisa em três grupos: algumas pessoas fizeram o treino de velocidade de processamento no computador, enquanto outros fizeram treinos de memória ou de raciocínio. Apenas o treino de velocidade teve esse efeito no risco e controle da demência, o que significa que este é o tipo específico de treino cerebral que realmente funciona.

No estudo ACTIVE, alguns participantes completaram 10 horas do treino, enquanto outros completaram até 18 horas. Os pesquisadores descobriram que, em geral, as pessoas que fizeram o treino de velocidade de processamento reduziram seu risco de demência a longo prazo em 29%. Mas aqueles que treinaram por mais tempo reduziram seu risco ainda mais: o grupo que treinou 18 horas apresentou redução de 48% no risco de desenvolvimento de demência.

O treino de velocidade de processamento está disponível somente em nossa plataforma on-line como o exercício “Decisão Dupla”.  Basicamente, o exercício foi cientificamente projetado para melhorar a velocidade e a precisão com que o cérebro pode processar informações visuais, tanto no centro do olhar quanto na periferia.

– Em geral, 8% da população desenvolve algum tipo de demência. O treino cognitivo funciona como uma espécie de protetor da saúde do cérebro e das funções cognitivas, blindando-os contras os efeitos do Alzheimer, entre outras formas de demências, conforme mostrou o estudo ACTIVE. No Brasil, estamos falando potencialmente de 8 milhões de pessoas que poderiam ser beneficiadas com esta tecnologia – observou Rogério Panizzutti, médico, neurocientista e consultor científico da NeuroForma Tecnologias.

Para saber mais sobre o estudo ACTIVE clique aqui. Para saber mais sobre o exercício Dupla Decisão da nossa plataforma on-line clique aqui.

Procedimento não-invasivo

Uma das características mais atrativas do treinamento cognitivo com base nos exercícios computadorizados – atualmente chamado de neurogames – é que eles são livres de medicamentos e outros procedimentos caros e invasivos. Nossos exercícios exercitam o cérebro e as funções cognitivas através de atividades e tarefas cientificamente projetadas e clinicamente testadas. E o que é melhor: sem contra-indicação observada ou reconhecida.

Certamente existem condições clínicas específicas que exigem medicamentos e a Ciência tem dado saltos incríveis nessa área. Mas numa época em que as pessoas tomam cada vez mais remédios, com mais e mais efeitos colaterais, é interessante pensar este como um dos grandes avanços para a saúde mental e qualidade de vida.

Da mesma forma, pessoas com dificuldades cognitivas associadas a condições clínicas específicas como Esquizofrenia, Déficit de Atenção e Hiperatividade, Depressão, ou em processo de Quimioterapia podem treinar o seu cérebro para que ele funcione de maneira mais saudável, e assim também ganhar mais independência e qualidade de vida.

Por outro lado, os ganhos de precisão e rapidez de resposta que podem ser obtidos com o treino para o cérebro tem potencial de beneficiar profissionais de diversas áreas e setores. Por exemplo, motoristas tem enorme potencial para se beneficiar do treinamento, pois pesquisas com o treino de velocidade de processamento mostraram que as pessoas passam a  dirigir veículos de forma mais segura.

Treino Cognitivo para todos

Além do campo clínico, outra fronteira para aplicação do treino cognitivo reside no segmento esportivo, em que atletas das mais diversas modalidades já estão obtendo melhoria da performance através do treino com exercícios específicos, como os de aumento da velocidade do cérebro, da percepção visual, do foco e da concentração. Estamos falando de centenas de milhões de pessoas que podem ser beneficiadas com uma tecnologia já disponível totalmente on-line, de baixo custo, grande acessibilidade e altíssima escalabilidade.

Atualmente, contamos com duas plataformas: a academia on-line de treino, que conta com mais de 40 cursos e exercícios cientificamente desenvolvidos; e o portal para administração de grupos de treinamento, voltado para aplicação do treino cognitivo cientificamente testado em empresas, consultórios, clínicas, clubes, associações e entidades das mais diversas áreas.

Treinamento cognitivo ajuda pacientes com transtorno bipolar

Treino cognitivo no computador ajuda com o transtorno bipolar

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SAN FRANCISCO, CA – Pesquisadores da Harvard Medical School e do McLean Hospital descobriram que um programa específico de treino cerebral pode resultar em grandes e persistentes melhorias na cognição em pessoas com transtorno bipolar. O treinamento do cérebro utilizado nesta pesquisa estudo é o da plataforma on-line BrainHQ (neuroforma.brainhq.com), que a NeuroForma Tecnologias disponibiliza no Brasil e países de língua portuguesa.

 

As descobertas foram anunciadas em um artigo revisado por pares independente publicado no Journal of Clinical Psychiatry. Os pesquisadores descobriram que o programa de exercícios cognitivos da BrainHQ conduziu uma grande melhoria em uma medida padrão da habilidade cognitiva geral, bem como melhorias significativas em outras medidas cognitivas. Os pesquisadores também sugerem que esses exercícios tem eficácia no tratamento de pessoas portadoras de transtorno bipolar na vida cotidiana.

 

“Os problemas com a memória, a função executiva e a velocidade de processamento são sintomas comuns do transtorno bipolar e têm um impacto direto e negativo sobre o funcionamento diário do indivíduo e a qualidade de vida geral”, disse a pesquisadora-chefe Dr. Eve Lewandowski, diretora de programação clínica de um dos programas de tratamento de esquizofrenia e transtorno bipolar do McLean Hospital e um professor assistente na Harvard Medical School. “Melhorar essas disfunções cognitivas é crucial para ajudar esses pacientes a melhorar sua capacidade de se relacionar com as pessoas e prosperar na vida”, completou a médica.

 

Participaram do estudo, 84 pacientes com transtorno bipolar, entre 18 e 50 anos, e 75 pacientes randomizados em um grupo de intervenção ou grupo de comparação ativo (utilizado como grupo controle).

 

Regime de Treinamento

 

O grupo de intervenção foi solicitado a usar um regime especial de exercícios da plataforma on-line BrainHQ (neuroforma.brainhq.com), durante um total de 70 horas durante 24 semanas. O grupo de controle foi convidado a gastar uma quantidade equivalente de tempo em exercícios informatizados que se concentraram em jogos-testes como identificar locais em mapas, resolver problemas básicos de matemática e responder a perguntas sobre cultura popular. As taxas de conclusão não variaram significativamente entre os grupos – com o grupo BrainHQ completando 43 horas, em média, e o grupo de controle com 48 horas, em média.

 

Após o treinamento, os participantes no grupo de exercícios da plataforma BrainHQ apresentaram grandes ganhos na medida de resultado primária do desempenho cognitivo geral. Eles também mostraram um grande ganho no subdomínio de memória e aprendizagem visual, e uma tendência para um ganho de tamanho médio no subdomínio da velocidade de processamento. As alterações em outros escores de subdomínios não foram individuais. A mudança em uma medida secundária do funcionamento da comunidade também não foi significativa, mas os participantes com as maiores melhorias cognitivas mostraram os maiores ganhos no funcionamento comunitário em toda a amostra.

 

Os pesquisadores avaliaram os participantes do estudo novamente seis meses após o treinamento terminar, e eles descobriram que a cognição geral persistiu – e que houve uma ligeira melhoria em alguns casos. Eles também encontraram uma mudança significativa no subdomínio da velocidade de processamento e uma tendência de ganhos no subdomínio de memória e aprendizagem visual.

 

“Esses achados sugerem que, uma vez que o cérebro é mais capaz de realizar tarefas cognitivas, continuará a fortalecer esses processos, mesmo depois que os pacientes parem de usar o tratamento”, afirmou o Dr. Lewandowski.

 

“Estamos impressionados com esses resultados inovadores”, disse o Dr. Henry Mahncke, presidente da Posit Science (EUA-Califórnia), empresa desenvolvedora dos exercícios da plataforma BrainHQ . “Não há medicamentos que ajudem na função cognitiva em pessoas com transtorno bipolar – e o treinamento cerebral representa uma técnica inovadora para essa necessidade médica não atendida. Nosso plano sempre foi fazer treinamento cerebral que seja altamente efetivo, onipresente e com um custo muito acessível. Planejamos trabalhar com a comunidade médica e os reguladores apropriados para encontrar um caminho eficiente para disponibilização desses exercícios, que são altamente acessíveis pois basta um computador conectado à Internet, para que cada vez mais pessoas e pacientes possam ser ajudados “, finalizou Henry.

 

Sobre a Posit Science e a NeuroForma Brasil

 

A Posit Science é o principal fornecedor de treinamento de fitness cerebral clinicamente comprovado. Seus exercícios, disponíveis on-line, melhoram significativamente a velocidade do cérebro, atenção, memória e inúmeras medidas padrão de qualidade de vida em múltiplos estudos publicados em mais de 60 artigos revisados por pares em diários científicos e médicos importantes e independentes. A equipe científica da empresa é liderada pelo renomado neurocientista Michael Merzenich, PhD. No Brasil, a plataforma on-line é disponibilizada pela NeuroForma Tecnologias e Serviços, que tem como líder da equipe científica o renomando médico e professor Rogério Panizzutti, PhD.

 

Saiba mais em www.neuroforma.com.br

Aprendizagem continua enquanto dormimos

Aprendizagem continua enquanto dormimos

Além de ser fundamental para manter o bem-estar do organismo e garantir o bom desempenho da função cardíaca, o sono ajuda o cérebro a se organizar, segundo um novo publicado na revista científica “Nature Communications”. Durante esse período de descanso o cérebro se reorganiza e se adapta às novas experiências — o que pode ter impacto sobre a memória e aprendizagem.

Esta é a primeira vez que uma pesquisa explica como estruturas ligadas à consolidação de memórias e adaptações trabalham durante o sono e o que mais acontece no cérebro enquanto dormimos, um processo que permite o armazenamento de informações recém-adquiridas.

O trabalho identificou que, em descanso, a atividade nos dendritos — uma região específica dos neurônios — se intensifica. A estrutura é fundamental para a plasticidade do cérebro, ou seja, a capacidade do sistema nervoso de mudar e atender às novas demandas. De acordo com a pesquisa, esse aumento no desempenho dos dendritos está ligado, à ocorrência dos chamados “fusos”, ondas cerebrais que são emitidas quando dormimos e que influenciam na formação de memórias.

— Os fusos do sono foram associados à formação de memória em seres humanos por algum tempo, mas ninguém sabia o que eles realmente estavam fazendo no cérebro. Agora sabemos que durante os fusos, caminhos específicos são ativados em dendritos, talvez permitindo que nossas memórias sejam reforçadas durante o sono — afirma Julie Seibt, pesquisadora da Universidade de Survey, que lidera o estudo.

Durante a pesquisa, os cientistas analisaram, em ratos, os níveis de íons Cálcio nos dendritos — que sinalizam a atividade em curso na estrutura celular — e mediram a frequência de fusos por meio de um eletroencefalograma. Dessa maneira, os pesquisadores observaram que o aumento do fluxo elétrico nos dendritos coincide com maior índice de ocorrência de fusos. Nessas condições, acontece o processo de reorganização cerebral a partir das novas experiências.

— Nossos cérebros são órgãos incríveis e fascinantes, têm a capacidade de mudar e se adaptar com base em nossas experiências. Está cada vez mais claro que o sono desempenha um papel importante nessas mudanças adaptativas e nosso estudo mostra que uma grande proporção dessas mudanças pode ocorrer durante os fusos — explica Seibt.

TRATAMENTO DE DEMÊNCIA e DECLÍNIO COGNITIVO

Segundo o estudo, a descoberta pode ajudar a promover o desenvolvimento de técnicas mais eficazes para lidar com problemas mentais graves, como a demência.

— Em um futuro próximo, as técnicas que permitem a estimulação cerebral, como a estimulação magnética transcraniana (TMS), poderão ser utilizadas para estimular dendritos com a mesma faixa de frequência que os fusos. Isso pode levar a melhorar as funções cognitivas em pacientes com transtornos de aprendizagem e memória, como a demência — diz a pesquisadora.

Estudos anteriores já tinham relacionado características do sono com a possível ocorrência de demência. Uma pesquisa da Universidade de Nova York (NYU) indicou que pessoas idosas que têm apneia do sono, comumente marcada por ronco pesado, tendem a apresentar o início de um declínio cognitivo cerca de 10 anos antes do que aquelas sem o problema.

Você sabia que o declínio cognitivo natural começa a ocorrer a partir dos 25/30 anos? Mantenha seu cérebro em forma com os exercícios da nossa plataforma on-line!

Fonte: O GLOBO ON-LINE

Mulheres sentem mais sono do que homens?

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Segundo Jim Horne, diretor do Centro de Pesquisa do Sono da Universidade de Loughborough, ao contrário dos homens, o cérebro das mulheres é diferente e mais complexo, de modo que a necessidade de sono é maior para elas.

Uma das necessidades mais importantes para homens e mulheres é descansar. Dormir pelo menos 7 horas para repor as energias ajuda a ser produtivo durante o dia. Mas o que que muita gente não sabe é que mulheres em geral tem tendência a sentirem mais sono. Confira agora algumas explicações do neurocientista Jim Horne sobre este e outros assuntos relacionados:

Por quantas horas é preciso dormir?

Costuma-se dizer que é preciso de um mínimo de 8 horas de descanso para recuperar a energia perdida e evitar doenças, mas a verdade é que nem todos os seres humanos são iguais, e a necessidade de dormir 8 horas pode ser falsa. Na maioria dos casos só é preciso de sete horas de descanso.

As mulheres precisam de mais sono do que os homens?

É verdade que a mulher faz mais coisas ao mesmo tempo que o homem, por isso a sua capacidade de usar o cérebro é maior, portanto se desgasta mais, levando mais tempo para se recuperar durante o sono. Dr. Michael Breux, especialista em sono, acredita que tirar uma soneca de cerca de vinte minutos por dia ajuda, mas também é aconselhável deitar depois das dez horas da noite para acordar mais relaxada.

E sobre os homens que reclamam mais do cansaço?

Apesar das várias atividades desenvolvidas pelo homem, o esgotamento do cérebro por executar várias tarefas exige também a necessidade de descanso, mas a mulher precisa de pausas mais longas.


O que causa a insônia?

A necessidade de sono é essencial para os seres humanos. Um estudo publicado recentemente diz que a falta de sono causada em mulheres está relacionada ao estresse psicológico, insegurança, depressão e raiva, ao contrário dos homens. Quanto mais atividades você executa durante o dia, mais descanso é necessário. Lembre-se que você sempre precisa descansar, por isso, tire algum tempo para relaxar e dormir o necessário.

Fonte: Bem Mais Mulher / Jornal da Ciência

Dançar pode ser melhor para cérebro de idosos que exercícios físicos

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Pés de bailarina no Theatro Municipal do Rio: resultado melhor seria fruto da união de demandas corporais e mentais nas aulas de dança - Roberto Moreyra (JORNAL O GLOBO)

Dançar, além de divertido, pode trazer mais benefícios para a saúde do cérebro de idosos do que exercícios físicos. Pelo menos é o que indica estudo que comparou os efeitos de dois programas de atividades físicas em uma pequena amostra de homens e mulheres saudáveis com idade média de 68 anos recrutada na área da cidade de Magdeburg, na Alemanha, e publicado recentemente no periódico científico de acesso aberto “Frontiers in Human Neuroscience”.

No experimento, os voluntários foram divididos em dois grupos: um se submeteu a um treinamento de resistência com exercícios aeróbicos, como pedalar em bicicletas ergométricas e a chamada caminhada nórdica, que une o uso de batões semelhantes ao de esqui; enquanto o outro se dedicou a aulas de dança demandantes tanto do ponto de vista físico quanto mental, tendo que frequentemente aprender novas coreografias em ritmos como mambo, jazz e danças folclóricas. Ambas práticas tinham duração de 90 minutos, a princípio duas vezes por semana e depois semanalmente.

Segundo os pesquisadores, ao fim dos dois programas, após 18 meses de atividades, os integrantes do grupo que se dedicou às aulas de dança tiveram resultados bem melhores em testes de equilíbrio do que os que alcançaram antes de começarem o experimento. Já os que só fizeram os exercícios não obtiveram melhorias neste quesito. Mais importante, no entanto, foram as diferenças dos efeitos dos dois programas no hipocampo, região do cérebro ligada à memória e navegação espacial, entre outras funções.

Embora os dois grupos tenham apresentado aumento no volume geral do hipocampo – que “encolhe” com a idade a uma taxa de 2% a 3% por década que se acelera para 1% anual a partir dos 70 anos, e é uma das áreas atingidas por doenças neurodegenerativas como o mal de Alzheimer e outras demências -, só o que fez as aulas de dança teve ganhos aparentes numa subárea chamada giro denteado, fundamental para os processos de formação de memória e reconhecimento espacial.

– Os exercícios têm o efeito benéfico de frearem ou mesmo reverterem o declínio nas capacidades física e mental que vêm com a idade – destaca Kathrin Rehfeld, do Centro Alemão para Doenças Neurodegenerativas e da Universidade Otto von Guericke, ambos em Magdeburg, é líder da pesquisa. – Neste estudo, mostramos que dois diferentes tipos de exercícios físicos, dança e treinamento de resistência, aumentam o volume de uma região do cérebro que diminui com o tempo. Mas, em comparação, só a dança levou a mudanças comportamentais notáveis em termos de melhoras no equilíbrio.

Assim, embora o estudo reforce ainda mais a importância das atividades físicas como forma de manter ou recuperar a saúde do cérebro, ao detectar diferenças entre os efeitos de quem se dedicou a exercícios repetitivos daqueles que também eram desafiados a aprender algo novo toda semana, ele também sugere que algumas podem ser mais vantajosas do que outras, em especial se incluírem algum tipo de demanda mental.

– Tentamos dar aos idosos do grupo da dança mudanças constantes nas coreografias de diferentes gêneros – conta Kathrin. – Passos, movimentos de braços, formações, velocidade, e ritmos eram alterados a cada duas semanas para mantê-los em um constante processo de aprendizado. E o aspecto mais desafiante para eles era justamente lembrar as coreografias sob a pressão do tempo e sem receberem pistas do instrutor.

Diante disso, Kathrin e equipe estão desenvolvendo um novo sistema batizado “Jymmin” (corruptela das palavras em inglês jamming e gymnastic – improvisação e ginástica, em tradução livre) que pretendem testar em pacientes com demência numa tentativa de maximizar os efeitos benéficos da atividade física para o cérebro de idosos.

– É um sistema baseado em sensores que gera sons (melodias e ritmos) em resposta à atividade física – revela. – Sabemos que os pacientes com demência têm uma reação forte a ouvir música, então queremos combinar os aspectos promissores da atividade física e da música em um estudo de viabilidade com estes pacientes.

O estudo, no entanto, tem limitações, admitem os próprios pesquisadores. Para começar, a amostra final foi pequena, com apenas 14 integrantes do grupo dos “dançarinos” e 12 dos “esportistas” tendo completado seus programas de atividades um ano e meio e feito os exames e testes necessários para as análises. A alta taxa de desistência – eram 52 os originalmente inscritos, 26 em cada grupo – também obrigou os pesquisadores a diminuírem a frequência das atividades de duas para uma vez por semana aos seis meses do experimento, então não é possível dizer se os benefícios seriam mais ou menos diferentes se a carga inicial tivesse sido mantida.

Saiba mais sobre os efeitos de treinamentos a base de neuroplasticidade no combate ao envelhecimento e à demência AQUI.

FONTE: O GLOBO