Estudo consegue rastrear extensão de lesões ligadas ao Alzheimer no cérebro

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Cientistas usam técnicas de imagem para rastrear extensão de lesões relacionadas ao Alzheimer no cérebro, em pesquisa inédita publicada no periódico Science na quarta-feira (1). Em pessoas saudáveis, a tau é importante para apoiar a estrutura interna das células cerebrais. Mas em indivíduos que têm Alzheimer, ocorrem alterações químicas que fazem com que a proteína forme emaranhados que são associados a uma perda dessas células.

Descobrir o local onde essas lesões, chamadas de emaranhados da proteína tau, se desenvolvem no corpo é fundamental para testar tratamentos que evitam o crescimento de tau e até de beta-amiloide, também ligada a esse tipo de demência. Renaud La Joie, um dos autores da pesquisa, disse ao jornal The Guardian que os resultados sugerem que a técnica de imagem pode ser valiosa tanto na escolha de quais pacientes devem testar esses medicamentos quanto no monitoramento do funcionamento desses remédios.

Como o estudo foi feito

• Os cientistas da Universidade da Califórnia (EUA) usaram uma técnica de imagem chamada PET para estudar o cérebro de 32 pessoas. Os participantes tinham entre 49 e 83 anos e estavam nos estágios iniciais de alguns sintomas do Alzheimer.

• Nessa técnica, eles injetam nos pacientes substâncias que se ligam a placas de beta-amiloide ou a emaranhados de tau.

• Eles usaram a técnica no início do estudo, assim como uma ressonância magnética. Esta última foi repetida 15 meses depois, para rastrear a atrofia cerebral.

• Os resultados revelaram que o nível e a localização dos emaranhados mostrados pela PET no início estavam intimamente ligados ao encolhimento da substância cinzenta no cérebro.

Como prevenir o Alzheimer?

Coma de forma saudável Priorize o consumo de vegetais, frutas, sementes e peixes, além de limitar açúcar, carboidratos refinados, gordura saturada e trans. Estudos indicam que a dieta mediterrânea pode ser útil para a prevenção das demências. Alguns nutrientes específicos, como ômega 3, a vitamina E e o resveratrol (presente na uva), já foram associados à redução de risco, mas não há evidências de que tomar suplementos com essas substâncias diminua a possibilidade de ter Alzheimer.

Pratique atividades físicas Além de preservar a saúde como um todo, os exercícios também têm um papel importante para as funções cognitivas.

Tenha hábitos saudáveis Cuide de eventuais doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, depressão e hipercolesterolemia, e vá ao médico regularmente. Durma bem, não fume e evite o consumo de bebidas alcoólicas.

Cultive o lazer e tenha uma vida social ativa Conversar com os amigos, ter um hobby, fazer cursos e ter uma vida intelectual rica ajuda a garantir uma reserva cognitiva, o que pode adiar os sintomas se a pessoa ficar doente.

fonte: vivabem / uol

Memórias são armazenadas de formas distintas em jovens e idosos, diz pesquisa

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Pesquisadores do King’s College London (Colégio do Rei de Londres, em tradução literal) descobriram que as memórias são armazenadas de formas diferentes no cérebro na juventude e na velhice. Essas diferenças, no nível celular, significavam que era muito mais difícil modificar as lembranças feitas na velhice.

As recordações são armazenadas no cérebro, fortalecendo as conexões entre sinapses num processo chamado potenciação de longo prazo. A maioria das pesquisas sobre o assunto se concentrou no hipocampo, devido ao seu papel crítico na formação de novas memórias. Pesquisas anteriores mostraram que a formação da memória do hipocampo diminui com a idade. Além disso, a recuperação de memória pode alterar essas conexões e permitir que as lembranças sejam adaptadas para novas situações.

Os pesquisadores treinaram ratos adultos jovens (3-4 meses) e idosos (18-22 meses) em uma tarefa de memória do medo, descobrindo que a idade não afetou a capacidade geral de criar novas memórias. No entanto, ao analisar as sinapses antes e depois da tarefa, descobriram que novas memórias foram estabelecidas através de um mecanismo completamente diferente em animais mais velhos em comparação com os mais jovens.

— Até agora, pensava-se que as pessoas mais velhas deveriam ser capazes de formar recordações da mesma maneira que as pessoas mais jovens, portanto, superar problemas de memória envolveria simplesmente restaurar essa capacidade — disse Karl Peter Giese, do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência da King’s.

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Os resultados podem ter implicações para condições em que a recuperação da memória é um problema, como o transtorno de estresse pós-traumático.

— Episódios como esses afetam demais a memória. Saber como elas são armazenadas em pessoas idosas facilitam todo o tratamento — pontua Janice Valentim, psicóloga do Espaço Stella Torreão.

Uma das alternativas para evitar grandes perdas de memória após situações estressantes é manter o cérebro sempre ativo.

— Fazer atividades fora do cotidiano movimenta o nosso cérebro e evita atrofias — comenta o neurologista André Lima, diretor da Clínica Neurovida.

Fonte: Extra

Conheça os tipos de demência e seus principais sintomas

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Há várias doenças de progressão lenta que podem afetar o cérebro em função da perda maciça de células cerebrais, como a doença de Alzheimer. Saiba mais!

Há uma tendência a se associar demência aos idosos e encaramos a doença como parte do processo natural de envelhecimento. De fato, com frequência, ela é incorretamente referida como “demência senil”, um reflexo da visão disseminada e equivocada de que o declínio mental grave é parte normal do envelhecimento. Porém, há outros tipos de demência e suas particularidades.

A demência não é uma doença específica, mas um termo utilizado para descrever uma gama de sintomas que afetam o cérebro, causando perda de memória, confusão e desvio de personalidade. Pode afetar pessoas de todas as idades, mas a faixa etária é o fator de risco mais importante – cerca de uma em cada 50 pessoas entre os 65 e 70 anos apresenta alguma forma de demência, e a razão aumenta para uma em cada cinco pessoas após os 80 anos. Os genes podem ter um papel importante também, particularmente no início precoce da doença de Alzheimer.

O que pode causar demência?
Danos às células nervosas no cérebro, nas fibras conectoras ou uma quantidade reduzida de transmissores químicos no cérebro.

• O Alzheimer é a mais comum das demências. Acredita-se que a causa de dano cerebral nesse caso seja o acúmulo de proteínas anormais nos neurônios, fazendo com que morram.

• O derrame, conhecido como demência vascular, provoca cerca de 20% de todos os casos de demência. Ele ocorre se partes do cérebro que realizam funções intelectuais como fala e memória forem afetadas. A demência pós-derrame é mais comum em idosos e após um segundo episódio de derrame.

• Outras causas incluem demência com corpos de Lewy, doença de Parkinson, demência frontotemporal e lesão na cabeça.

• Substâncias tóxicas, como o álcool, exposição prolongada a alguns produtos químicos ou metais pesados, ou desequilíbrios químicos causados pela diálise renal ou por
insuficiência hepática podem provocar sintomas de demência.

• Causas raras incluem tumores no cérebro, doença de Huntington, encefalite e infecção por HIV.

• Sintomas também podem ocorrer por problemas na tireoide e deficiências de vitaminas.

DOENÇA DE ALZHEIMER
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A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência e afeta a memória, o pensamento, a linguagem e o raciocínio. À medida que as células são progressivamente destruídas, a doença se torna cada vez mais debilitante. O cérebro de alguém que sofre de Alzheimer é caracterizado por uma atrofia bem marcada – ele parece ter “murchado” dentro do crânio. Isso é resultado de níveis reduzidos do neurotransmissor acetilcolina e do aparecimento de placas e emaranhados nos circuitos neurais, os quais se acredita que “desconectem” as áreas responsáveis pelo armazenamento e o processamento de informação. A doença de Alzheimer não tem cura, nem os sintomas podem ser revertidos, mas é possível atenuá-los.

Quais são os sintomas?
Perda de memória, confusão, desorientação, dificuldade de completar atividades simples ou rotineiras, mudanças de humor, isolamento social, diminuição do senso crítico e dificuldade em tomar decisões. Os sintomas posteriores incluem ansiedade ou raiva em resposta a mudanças ou ao estresse, dificuldade para se vestir e comer, conversas repetitivas, incapacidade de achar a palavra correta, problemas com leitura e escrita, dificuldade em reconhecer pessoas, distúrbios do sono, perambulação e ilusões. O estágio avançado ocasiona perda de peso, incontinência e completa dependência de um cuidador.

Você corre risco?
Ainda não se sabe exatamente o que causa a doença de Alzheimer, mas fatores genéticos, ambientais e estilo de vida estão relacionados. Eis alguns possíveis fatores de risco.

Pessoas acima de 65 anos apresentam maior risco, que aumenta a cada década seguinte.
Os genes também têm um papel proeminente. Um gene específico, chamado apolipoproteína E4 (ApoE4), está fortemente associado ao Alzheimer – embora nem todo portador do gene vá ter a doença e ela possa se desenvolver em pessoas que não são portadoras.
A doença afeta mais mulheres do que homens, mas possivelmente porque elas vivem mais. Os homens estão mais propensos a ter a demência vascular, que provavelmente está relacionada ao maior nível de fatores de risco cardiovasculares como doenças cardíacas e hipertensão arterial.
Outros possíveis fatores de risco incluem hipertensão arterial prolongada, histórico de trauma na cabeça e obesidade, embora não haja evidências substanciais.

Como é diagnosticada?
A doença de Alzheimer (e outras formas de demência) é difícil de ser diagnosticada porque muitos dos sintomas podem ser associados a outras doenças. Um exame minucioso pode envolver um teste neuropsicológico, exames de sangue, consultas a especialistas (como um psiquiatra, um neurologista ou um geriatra) e conversas com a família. Alguns tipos de demência apresentam sinais neurológicos, padrões de surgimento e taxas de progressão diferentes das relacionadas ao Alzheimer, e o descarte delas auxilia na confirmação do diagnóstico. Além disso, os médicos normalmente vão realizar exames como tomografia computadorizada (TC) ou imagens de ressonância magnética (IRM) do cérebro. Além de descartar causas de declínio cognitivo (como derrames, sangramento ou tumores cerebrais), a presença de encolhimento do hipocampo e dos lobos parietal e temporal é sugestiva de doença de Alzheimer. Alguns tipos de PET scan (tomografia por emissão de pósitrons) podem mostrar o metabolismo de glicose alterado nas mesmas regiões do cérebro e, também, dar suporte ao diagnóstico. Pesquisadores vêm trabalhando para desenvolver ferramentas de diagnóstico mais eficazes, incluindo técnicas de imagem cerebral mais sofisticadas e um exame que mede os níveis de proteínas no líquido cerebrospinal que estão associadas à doença de Alzheimer.

Qual é o tratamento?
Algumas demências são solucionadas quando se trata a causa – por exemplo, a retirada bem-sucedida de um coágulo sanguíneo ou de um tumor cerebral. No entanto, o dano ao cérebro causado pelo Alzheimer não pode ser reparado. O tratamento, portanto, tem como objetivo desacelerar a progressão e dar apoio ao paciente e à sua família. Embora não exista ainda uma cura para o Alzheimer, há uma vasta quantidade de novos conhecimentos sobre como aliviar os primeiros sintomas e, possivelmente, adiar o início da doença. Em estágios moderados, o Alzheimer pode ser tratado com um grupo de fármacos chamado anticolinérgicos, que aumenta a quantidade de acetilcolina – uma substância química que ajuda a transmitir os sinais nervosos – no cérebro. Essa medicação pode melhorar a memória e a capacidade mental em algumas pessoas. O diagnóstico precoce é fundamental para que o indivíduo aproveite o máximo dos tratamentos e tenha tempo para planejar o futuro.

DEMÊNCIA VASCULAR
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A demência vascular é a segunda forma de demência mais comum nos idosos. O dano é causado pelo estreitamento das artérias (e pela falta de oxigênio) no cérebro. Pode ser consequência de um grande derrame ou de miniderrames (ataques isquêmicos transitórios) ou de danos crônicos a pequenos vasos sanguíneos no cérebro. O grupo de risco inclui fumantes, hipertensos, diabéticos, cardíacos e pessoas com colesterol alto. A doença vascular também aumenta o risco de Alzheimer. Os problemas causados pela demência vascular dependem da parte do cérebro afetada e da gravidade do dano ao vaso sanguíneo. Os sintomas podem incluir diminuição da velocidade do pensamento, concentração precária e dificuldades em encontrar a palavra correta, solucionar problemas, planejar e organizar. Pode haver também sinais de confusão e depressão.

Qual é o tratamento?
Embora não haja cura para a demência vascular, sua progressão pode ser desacelerada ao:

• praticar exercícios regularmente e manter um peso saudável
• tratar problemas subjacentes como pressão alta ou diabetes
• reduzir a ingestão de gorduras saturadas e alimentos com alto teor de colesterol LDL (mau)
• manter a saúde mental em dia.

DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL
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É a segunda causa mais comum de demência em pessoas mais novas, principalmente na faixa dos 50 anos. Pode gerar grandes dificuldades na expressão da linguagem ou mudanças significativas nas funções cognitivas, na personalidade, na dieta e nos comportamentos social e sexual.

DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY
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Esse tipo de demência apresenta muitas semelhanças com a doença de Alzheimer. Os sintomas incluem grandes mudanças na cognição e nos movimentos. Alucinações visuais são comuns, e a progressão é razoavelmente rápida.

COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE
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O comprometimento cognitivo leve (CCL) é mais do que simplesmente o esquecimento normal relacionado à idade, mas menos complexo do que a demência em si. Acredita-se que uma em cada seis pessoas acima de 70 anos seja afetada, tendo problemas com a memória, a linguagem ou outras funções mentais, mas não em um grau que interfira na vida diária. Cerca de metade dos portadores de CCL desenvolve demência (normalmente Alzheimer) em cinco anos após o diagnóstico. Trata-se de um período importante para implementar um estilo de vida saudável e outras estratégias que possam desacelerar o processo de declínio cognitivo.

DOENÇA DE PARKINSON
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A doença de Parkinson, um distúrbio neurológico, é causada pela diminuição na produção de dopamina no cérebro. Ela se desenvolve quando as células cerebrais em parte do tronco encefálico morrem. Isso provoca um desequilíbrio entre duas substâncias químicas vitais, a acetilcolina e a dopamina, que são responsáveis por enviar mensagens à parte do cérebro que coordena os movimentos. Os níveis de dopamina caem, o que produz os penosos sintomas de tremor e rigidez muscular.

Quais são os sintomas?
Os sintomas são leves nos estágios iniciais e, em geral, atribuídos ao envelhecimento. Quando finalmente o diagnóstico chega, o paciente já pode ter perdido mais da metade das células que produzem dopamina, o que acentua os sinais. Alguns dos sintomas são:

• tremores nas mãos, braços, pernas, cabeça ou voz, em especial quando sob estresse

• rigidez muscular nos braços e pernas e desaceleração dos movimentos

• perda de coordenação motora e equilíbrio

• dar passos curtos e vacilantes

• pensamento mais lento, dificuldade em encontrar palavras adequadas, na resolução de problemas e na realização de múltiplas tarefas

• ansiedade e depressão

• alucinações

• constipação e incontinência

• expressão facial fixa, sem piscar os olhos e com a boca aberta, e, em estágios mais avançados, dificuldade em falar, comer e engolir. Alguns pacientes podem desenvolver demência.

O Parkinson piora com o tempo, por isso é chamada de “doença degenerativa”. É mais comum em pessoas acima de 55 anos, embora também possa afetar os mais jovens. Algumas pessoas convivem com esse distúrbio por muitos anos e apresentam apenas sintomas leves. Por isso, não pense no pior se o seu diagnóstico for positivo.

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Os cientistas não sabem por que as pessoas desenvolvem a doença de Parkinson, mas acredita-se que se deva a uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida. Além disso, ela parece ser mais comum em homens do que em mulheres.

Como é diagnosticada?
A doença de Parkinson pode ser de difícil diagnóstico, pois ainda não existem testes clínicos definitivos. O primeiro sinal pode ser um leve tremor ou dificuldade de manipular uma caneta (a caligrafia em geral fica menor) por causa dos efeitos da doença nas habilidades motoras finas. O médico vai realizar exames neurológicos que podem incluir a observação do paciente ao sentar-se, levantar-se, andar e estender os braços, bem como verificar o equilíbrio e a coordenação motora. Exames como o SPECT scan (tomografia computadorizada por emissão de fóton único)
podem detectar a deficiência de dopamina, e a ressonância magnética em geral é necessária para descartar outras doenças.

Qual é o tratamento?
O Parkinson, em geral, é tratado com medicamentos, como a levodopa, que é
convertida em dopamina no cérebro. Alguns pacientes podem precisar de medicamentos combinados. Para casos graves, técnicas cirúrgicas também podem ajudar: a mais comum é a estimulação cerebral profunda (ECP), que pode auxiliar a aliviar sintomas como tremores e movimentos mais lentos. Um fio fixado a um dispositivo semelhante a um marca-passo é colocado no cérebro. O dispositivo é implantado na parede torácica e gera uma pequena corrente elétrica, que estimula a parte do cérebro afetada.

Redução de riscos
É quase impossível prever quem vai desenvolver a doença de Parkinson. Pesquisadores em todo o mundo buscam compreender quais são as condições que podem reduzir os fatores de risco, mas nada foi comprovado até o momento.

Estudos observaram que fumantes têm risco reduzido de doença de Parkinson, o que não significa que você deva começar a fumar – os perigos são muito maiores do que quaisquer possíveis benefícios! Estudos clínicos têm analisado os efeitos positivos da nicotina.
Alguns estudos mostraram que pessoas que tomam café regularmente ou fizeram uso regular do anti-inflamatório ibuprofeno podem ser menos suscetíveis à doença.
Muitos pacientes com Parkinson têm carência de vitamina D. Mantê-la em níveis saudáveis pode diminuir os riscos.

Fonte: Selecões

Memória coletiva influencia lembranças individuais

Os sociólogos há muito enfatizam a influência da memória coletiva em nossas memórias pessoais, mas, pela primeira vez, pesquisadores da área da neurociência destacaram este vínculo usando técnicas de imagem cerebral.

Já é possível aprender lições com o estudo: nenhuma pesquisa sobre o funcionamento de nossas memórias pode ser feita sem levar em conta o contexto social e cultural em que evoluímos como indivíduos, explica o Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm) da França.

A memória coletiva é composta de símbolos, histórias, narrações e imagens que participam da construção identitária de uma população.

Transmitida entre gerações, pode evoluir e enriquecer, observa Pierre Gagnepain (Inserm, Caen), co-autor deste trabalho publicado na segunda-feira na revista Nature Human Behavior.

Esse foi o caso do Holocausto ou da história da Resistência e da colaboração, graças ao trabalho dos historiadores e das notícias sobre grandes processos (Klaus Barbie, Maurice Papon…).

Para estabelecer o vínculo entre representações coletivas e memória individual, os pesquisadores realizaram uma análise da cobertura midiática da Segunda Guerra Mundial, de acordo com os arquivos do Instituto Nacional do Audiovisual (INA). Objetivo deste primeiro passo: identificar representações coletivas comuns associadas a este período.

Os pesquisadores se concentraram no conteúdo de 3.766 reportagens e documentários sobre essa guerra, transmitidos na televisão por 30 anos, entre 1980 e 2010, e transcritos.

– Idade conta –

Os pesquisadores analisaram esse material usando um programa de computador, baseado no modelo matemático que eles projetaram.

Assim, identificaram grupos de palavras usadas regularmente para falar dos principais temas associados à nossa memória coletiva da Segunda Guerra Mundial, como o desembarque dos Aliados na Normandia.

Em seguida, os cientistas recrutaram 24 voluntários, com idades entre 22 e 39 anos e que cresceram nos 30 anos analisados, para visitar o Memorial de Caen (Normandia) e observar fotos com legendas.

A análise das palavras dessas legendas (trem, sabotagem, maquis, bombardeio etc.) serviu para determinar se as fotos pertenciam ao mesmo tema da memória coletiva.

Os voluntários passaram por testes de imagem (ressonância magnética funcional) enquanto recordavam das imagens vistas no dia anterior no Memorial. Os pesquisadores se concentraram na atividade do córtex pré-frontal medial, uma região importante para os esquemas de memória.

Resultado: quando as fotos eram associadas ao mesmo tema da memória coletiva, tendiam a desencadear uma atividade cerebral semelhante entre os voluntários. Um sinal de que a memória coletiva molda a memória individual.

“Gagnepain e seus colegas mostram que a organização das memórias no cérebro reflete a estrutura do discurso cultural compartilhado”, comentam dois especialistas americanos em psicologia, Matthew Siegelman e Christopher Baldassano, na revisão.

“Uma descoberta intrigante do estudo é que a força desse alinhamento entre representações neurais e o esquema coletivo aumenta com a idade, com os efeitos mais fracos observados em participantes mais jovens”, observam eles.

Os voluntários mais velhos, que foram os mais expostos às histórias do período estudado (1980-2010), foram os mais influenciados pela memória coletiva, explica à AFP Gagnepain.

Este último realizou o estudo com Francis Eustache (Inserm) e colegas do programa Matriz de Pesquisa sobre a Memória, liderado pelo historiador do CNRS Denis Peschanski.

Fonte: IstoÉ

Iniciativa quer aumentar visibilidade de pesquisas latino-americanas sobre cérebro

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Neurocientistas querem compartilhar resultados e experiências entre melhores centros de pesquisa do mundo

Pesquisas sobre o entendimento do cérebro, realizadas em países da América Latina e Caribe, vão ganhar mais visibilidade e inserção mundial com a criação da Iniciativa Latino-Americana do Cérebro. A ideia é combinar esforços e recursos para que os estudiosos da neurociência compartilhem seus resultados e experiências com os melhores centros de pesquisa existentes no mundo.

Presidente da Federação de Sociedades de Neurociência da América Latina (Falan), do Caribe e na Península Ibérica, a professora Elaine Del Bel, do Laboratório de Neurobiologia Celular da Faculdade de Odontologia (Forp) da USP em Ribeirão Preto e representante dessas entidades na Iniciativa, conta que o projeto surgiu pela complexidade da estrutura cerebral e o imenso esforço necessário para entender o cérebro.

As pesquisas vão se debruçar sobre as doenças neurológicas e as possibilidades de cura, mas devem ir além. Segundo a professora, vão estudar também os limites da ética, principalmente agora quando o mundo entra na era da Inteligência Artificial, ciência que se desenvolve com base nas descobertas sobre o cérebro. Elaine Del Bel, que também é representante da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento, explica que, com esse cenário, a USP pode ser importante por ter uma riqueza de cérebros e cientistas com todas as condições para o avanço dessas investigações.

“É claro que se espera que haja um investimento, mas também se espera que haja uma amplificação do aumento do diálogo com cidadãos, com pacientes e setores relevantes da comunidade, como a indústria”, diz a professora.

Fonte: JORNAL DA USP

Alzheimer: a história da música feita por neto para idoso com a doença que viralizou nas redes sociais

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O vídeo do jovem com o avô viralizou nas redes sociais e tem, em menos de 24 horas, mais de 2 milhões de visualizações. O artista revela ter ficado surpreso com a repercussão. “Não esperava que fosse fazer tanto sucesso. Publiquei sem pretensão, apenas porque queria compartilhar essa descoberta sobre o meu avô.”

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No quarto de sua casa, o músico Lucas Laypold, de 20 anos, entoa a canção que fez para homenagear o avô.

No vídeo publicado nas redes sociais e que viralizou nas últimas horas, o artista tem a companhia do idoso, que mesmo com a doença de Alzheimer se recorda dos versos escritos pelo neto.

Na letra da música, Lucas fala sobre o esquecimento progressivo enfrentado pelo avô nos últimos anos. “Vê se não me esquece mais. Eu estava lembrando de lembrar você de acordar só quando o dia amanhecer. Vê se não esquece mais. Estou cantando só para te dizer que eu te amo e que a tristeza eu não sei cadê”, diz a canção.

O trecho foi escrito pelo jovem que tem visto as dificuldades do avô aumentarem com o tempo, em razão da doença. “Ele tem se esquecido de parentes mais distantes. Os mais próximos, ele confunde às vezes. Ele também tem se esquecido de várias outras coisas, como os nomes de comidas que gostava muito.”

Lucas relata que as músicas estão entre as maiores paixões do avô. Em razão disso, todos os dias entoa canções com o violão para o idoso, que o jovem apelidou de “Vô Cabelo”. Há um mês, escreveu os versos que falam sobre a doença.

“Comecei a cantar essa música que fiz pra ele todos os dias, junto com as músicas antigas que ele já conhecia”, relata o músico.

Na noite de quarta-feira (27), o jovem revela ter ficado surpreso ao ouvir o idoso cantarolando a música feita em sua homenagem. “Eu estava saindo do meu quarto e escutei ele cantando. Fiquei surpreso, porque não sabia que ele se lembrava da música. Fui falar com ele, cantamos mais algumas vezes e pedi para ele ir ao meu quarto, para a gente gravar um vídeo.”

O vídeo do jovem com o avô viralizou nas redes sociais e tem, em menos de 24 horas, mais de 2 milhões de visualizações. O artista revela ter ficado surpreso com a repercussão. “Não esperava que fosse fazer tanto sucesso. Publiquei sem pretensão, apenas porque queria compartilhar essa descoberta sobre o meu avô.”

“Não era uma música de trabalho ou algo assim. Era algo pessoal, para homenagear o meu avô”, conta o artista, que há um ano trancou a faculdade de Publicidade e Propaganda para ir atrás do sonho de viver da música.

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O Alzheimer e a música

Lucas mora com os avós em Porto Alegre (RS) e conta que ele e o Vô Cabelo são muito próximos. “Estamos juntos todos os dias. Sempre ajudo no que ele precisa. Meu avô sempre me incentivou muito”, diz o artista.

Ele relembra que foi o responsável por descobrir o Alzheimer do idoso. “Isso foi em 2015 ou 2016. Estávamos passando de carro, voltando para casa, quando ele não parou em um cruzamento que sempre parava para voltar para casa. Eu falei para ele que deveria ter parado ali, mas ele não percebeu e não entendeu. Ali, percebi que tinha algum problema.”

Dias depois, segundo o jovem, a família levou o idoso ao médico e ele recebeu o diagnóstico do Alzheimer. “Desde então, a situação foi piorando”, lamenta o artista.

O Alzheimer é o tipo mais comum de demência que existe no mundo. Conforme estudos sobre o tema, estima-se que 5% da população acima dos 65 anos possam desenvolver a doença. Após os 80 anos, a estimativa sobe para 30%.

As causas da doença não são completamente conhecidas. Os tratamentos disponíveis ajudam a aliviar os sintomas, mas não impedem a evolução do Alzheimer.

Apesar das dificuldades do idoso, o jovem conta que tem tentado melhorar a vida dele nesse período. “A música é uma forma de deixá-lo bem”, comenta Lucas.

Estudos apontam que a música é uma das formas para ajudar a conservar memórias de pessoas com Alzheimer, pois a memória musical é uma das últimas áreas afetadas pelo cérebro.

Segundo especialistas, as canções ficam armazenadas em lugares diferentes daqueles associados a emoções, conhecimentos e experiências pessoais — que costumam ser os primeiros afetados pelo Alzheimer.

Especialistas aconselham que pessoas com Alzheimer escutem músicas ou façam atividades que lhe tragam prazer. Esta é uma das maneiras para lidar melhor com a progressão da doença, apesar de não evitar que ela piore.

Em meio à tristeza pela doença do avô, Lucas ficou feliz em ver que o idoso foi fundamental para que o neto conseguisse repercussão na internet.

“Não tenho dúvidas de que aquele vídeo só fez sucesso por causa da presença dele. Não era algo que eu planejava, mas isso me ajudou a aumentar meus seguidores nas redes sociais”, revela o rapaz.

Altos níveis de estresse podem encolher o cérebro e afetar a memória

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O cortisol, hormônio ligado ao estresse, pode ter seus níveis relacionados ao tamanho do cérebro e à diminuição das funções cognitivas. Isso significa que pessoas mais estressadas tendem a apresentar redução no volume do cérebro e perda de memória. É o que mostra um estudo publicado esta semana pela Academia Americana de Neurologia.

A equipe coletou dados cognitivos de 2.231 participantes entre 40 e 50 anos, que tiveram seus níveis de cortisol medidos pela manhã antes de comer. No geral, as pessoas com níveis mais elevados de cortisol foram associadas a uma pior estrutura e cognição do cérebro.

“O cortisol afeta muitas funções diferentes, por isso é importante investigar completamente como os altos níveis do hormônio podem afetar o cérebro”, disse em um comunicado Justin B. Echouffo-Tcheugui, professor da Escola de Medicina de Harvard e coautor do estudo. “Enquanto outros estudos examinaram o cortisol e a memória, acreditamos que o nosso é o primeiro a explorar, em pessoas de meia-idade, níveis de cortisol e volume cerebral em jejum, bem como habilidades de memória e pensamento”, afirma.

Vida moderna como “fator de risco”

A vida nas grandes cidades torna a ideia de uma rotina sem nenhum tipo de estresse praticamente impossível. O que os pesquisadores querem agora é mapear as causas e consequências das alterações provocadas pela rotina agitada. “Em nossa busca para entender o envelhecimento cognitivo, um dos fatores que atraem interesse e preocupação significativos é o crescente estresse da vida moderna”, acrescenta Sudha Seshadri, professora no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas e co-autora da pesquisa.

A equipe também investigou se os níveis mais altos de cortisol estavam ligados ao APOE4, fator de risco genético que tem sido associado a doenças cardiovasculares e ao mal de Alzheimer, mas não encontraram uma relação direta entre ambos.

Apesar da associação entre aumento dos níveis de cortisol e a perda de memória e diminuição do cérebro, não se pode afirmar que se trata de uma relação de causa. No entanto, a equipe observa que é importante acompanhar o nível de cortisol no organismo e buscar maneiras de estresse, como dormir o suficiente e fazer exercícios moderados.

Fonte: Revista Exame

Perda de memória: 10 filmes que retratam o tema de forma incrível

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A mente humana é um assunto extremamente interessante e quando o tema aparece no cinema, fica ainda mais envolvente. Com abordagens incríveis, diversos filmes caíram no gosto do público e da crítica, justamente por tratarem de algo tão simples e ao mesmo tempo tão complexo e singular.

O esquecimento é um desses desdobramentos e está presente em todas as pessoas, o tempo todo. Entretanto, algumas situações pedem cuidado e um olhar mais atento. Algo que, através da arte, é possível se aproximar, ainda que não se tenha vivido algo parecido.

A NeuroForma reuniu 10 filmes sobre perda de memória que retratam o tema de forma incrível. Confira:

1º/ Como se fosse a primeira Vez
Henry Roth vive no Havaí e Lucy torna-se seu novo alvo, já que é um grande paquerador. Perdidamente apaixonado, tenta chamar a atenção da garota, sem saber que ela sofre de perda de memória recente, o que faz com que ela rapidamente se esqueça de fatos que acabaram de acontecer. Assim, para ficar ao seu lado, Henry precisa conquistá-la todos os dias.

2º/ Amnésia
Um casal é atacado por um ladrão, que mata a mulher e deixa o homem à beira da morte. Porém, ele sobrevive e a partir de então passa a sofrer de uma doença que o impede de gravar na memória fatos recentes, o que faz com que ele esqueça por completo algo que acontece poucos instantes antes. A partir de então, parte em uma difícil jornada para descobrir o assassino de sua mulher.

3º/ Para sempre Alice
Adaptado do romance de Lisa Genova “Para Sempre Alice”, o longa conta a história da renomada linguista Alice Howland, bem casada e mãe de três filhos, que aos 50 anos começa a esquecer as palavras e logo descobre sofrer de Alzheimer de Instalação Precoce.

4º/ O Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
Joel e Clementine tentaram, durante anos, fazer com que o relacionamento desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel e, para isso, submete-se a um tratamento experimental que retira de sua memória os momentos vividos com ele. Após saber de sua atitude, Joel fica deprimido, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar o passado, ele também faz o procedimento. Porém, ele acaba desistindo de tentar esquecê-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória que ela não participa.

5º/ Diário de uma Paixão
Durante as férias de verão de 1940, Allie e Noah se conhecem e começam a viver uma intensa paixão. O casal, no entanto, é separado pela arrogância de Anne, a mãe da moça – ela não admite que a filha rica e muito bem criada se case com um operário local. Para acabar com o romance definitivamente, a mãe resolve que a família deve deixar imediatamente a mansão onde está hospedada, o que afasta o casal.

6º/ Para Sempree
Page e Leo viviam uma linda história de amor, mas um grave acidente de carro provocou uma grande mudança em suas vidas. Afinal, mesmo estando casados, ela não consegue se recordar de nada e muito menos ter algum tipo de memória sobre o relacionamento deles. Agora, resta para Leo a missão de reconquistá-la novamente para que possam então viver o romance que sempre desejaram. O filme é baseado em fatos reais.

7º/ Antes de Dormir
Todos os dias, Christine acorda sem saber o que aconteceu em sua vida. Um acidente sofrido uma década atrás fez com que seu cérebro não conseguisse mais reter as informações recebidas ao longo do dia. Com isso, cabe ao seu marido Ben a tarefa de relembrá-la de sua vida, através de um mural de fotos que detalha o passado. Além disto, ela passa por uma terapia sigilosa com o dr. Nasch, que procura incitá-la a ter lembranças sobre o que aconteceu e algo parece muito errado.

8º/ Cidade dos Sonhos
Um acidente de carro dá início a uma complexa trama. Rita escapa da colisão, mas perde a memória e sai do local rastejando para se esconder em um edifício residencial que é administrado por Coco. É nesse mesmo prédio que vai morar Betty, uma aspirante a atriz recém-chegada à cidade que conhece Rita e tenta ajudar a nova amiga a descobrir sua identidade. Em outra parte da cidade o cineasta Adam Kesher, após ser espancado pelo amante da esposa, é roubado pelos irmãos Castigliane.

9º/ Vanilla Sky
Um homem sofre um acidente quando a ex-namorada tenta se suicidar e tem a face desfigurada. Ao ver sua nova aparência, David fica traumatizado e oferece qualquer quantia para reconstruírem seu rosto. Repentinamente, realidade e fantasia se confundem de forma assustadora.

10º/ Identidade Bourne
Após ficar à beira da morte, um desconhecido (Matt Damon) acorda sem memória em uma costa do Mar Mediterrâneo. Ele consegue se recuperar, com a ajuda de um médico aposentado, mas tem como única pista de sua identidade um chip que estava implantado em seu quadril, onde estava gravado o número da conta de um banco de Zurique, na Suíça.

Fonte: site Guia de Cinema

NeuroForma no GeriatRio

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A NeuroForma®️ participa da 10ª edição do Congresso GeriatRio que começa nesta quinta-feira (31/10) e vai até o dia 02/11 no Hotel Windsor Barra, reunindo médicos, pesquisadores, cientistas, entre outros profissionais da área de medicina e geriatria. Em estande montado no evento, os participantes poderão conferir de perto as ferramentas de treino cognitivo cientificamente testado que a empresa disponibiliza para a população brasileira.

No sábado (02/11), o fundador da NeuroForma®️, médico, PhD e neurocientista, Rogério Panizzutti, irá apresentar os primeiros resultados do treino cognitivo digital no Brasil, fruto de trabalho de pesquisa científica em parceria com a PUC e a UFRJ, onde leciona. A sessão oral será na Sala 5, das 9h20 às 10h40.

O GeriatRio acontece a cada 2 anos e está em sua décima edição, sempre com o propósito de proporcionar uma atualização científica sobre assuntos contemporâneos. O tema do congresso neste ano será “O envelhecimento hoje e amanhã: a sociedade em transformação”. Em pauta, o futuro e a necessidade de mudanças urgentes.

O Hotel Windsor Barra fica na Avenida Lúcio Costa 2.630, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Inscrições podem ser feitas no local.

BENEFÍCIOS DO TREINO COGNITIVO DIGITAL

Nos EUA, o estudo ACTIVE (Advanced Cognitive Training for Independent and Vital Elderly) resultou em uma ampla gama de benefícios para os participantes do treino cognitivo digital. O ensaio clínico randomizado recrutou idosos em seis áreas metropolitanas dos EUA. Os participantes (n=2.832) foram randomizados para um de quatro grupos: treino de memória, treino de raciocínio (resolução de problemas), treino de velocidade de processamento (digital) ou controle. O treino foi conduzido com pequenos grupos, em 10 sessões de 1 hora, divididas em 5 a 6 semanas. Desfechos cognitivos e funcionais foram avaliados nos tempos 1, 2, 3, 5 e 10 anos. Após 10 anos, os participantes alocados para treino de raciocínio e velocidade de processamento obtiveram desempenho cognitivo superior aos participantes alocados para o grupo controle. O treino de memória manteve benefício significativo até 5 anos, mas não após 10 anos. Os três grupos submetidos ás intervenções apresentaram menor declínio funcional relatado quando comparados ao grupo controle (treino cognitivo digital). O benefício funcional manteve-se após 10 anos.

Fonte: Rebok GW et al. Ten-Year Effects of the Advanced Cognitive Training for Independent and Vital Elderly Cognitive Training Trial on Cognition and Everyday Functioning in Older Adults. J Am Geriatr Soc. 2014 [Epub ahead of print] http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24417410

NeuroForma para todas as idades

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Retrato da pirâmide etária no Brasil exibido durante a palestra do médico e neurocientista Rogério Panizzutti, na sede da Ambep: a inversão da base nas próximas décadas exigirá mais atenção e cuidados com a saúde mental

Em teleconferência no último dia 31, o fundador da NeuroForma®️, médico e neurocientista, Rogério Panizzutti, deu início à implantação do programa de treino cognitivo digital para jovens aprendizes no Instituto Ramacrisna, sediado em Minas Gerais.  Em outra palestra, proferida no dia 23 de agosto, o Dr. Panizzutti apresentou a tecnologia de treinamento cerebral para melhoria das funções cognitivas à diretoria da Ambep – Associação de Mantenedores Beneficiários da Petros, com sede no Rio  – que reúne mais de 30 mil associados em todo o país.

“Estamos muito animados em oferecer o treinamento cognitivo para pessoas de todas as idades: crianças em situações clínicas, jovens e adultos de idades mais avançadas. As pesquisas científicas vem demonstrando cada vez mais benefícios do nosso programa de treinamento tanto em condições clínicas, quanto para pessoas saudáveis em busca de melhoria das capacidades cognitivas para a saúde e qualidade de vida”, ressalta o fundador da NeuroForma®️.

O projeto piloto no Instituto Ramacrisna reúne 50 alunos do Projeto Jovens Aprendizes que visa capacitá-los e facilitar à inserção no mercado de trabalho. Conforme a adesão, a ideia é que o projeto seja estendido aos mais de 700 jovens que participam desse projeto na entidade mineira até o final de 2020. Já a oferta do programa de treino cognitivo digital ao membros da Ambep está prevista para começar até o final de 2019.

Durante a palestra na Ambep, no Centro do Rio de Janeiro, o médico e professor ressaltou que a pirâmide etária no Brasil está invertendo nas próximas décadas, o que exigirá mais atenção e cuidados com a saúde mental.

“Além da população brasileira estar envelhecendo, temos a perspectiva de maior longevidade com o avanço da medicina e das novas tecnologias. Hoje disponibilizamos no Brasil e países de língua portuguesa, uma ferramenta única  de treino cerebral baseada em neuroplasticidade que possui mais de 100 evidências científicas e uma série de benefícios para a saúde do cérebro –  inclusive a redução de 29% do risco de desenvolvimento de demências para quem utiliza. É fácil de acessar, práticar por ser totalmente online” , resume o Dr. Panizzutti.

Para quem ainda não conhece, a plataforma de treino cognitivo digital pode ser acessada através do endereço neuroforma.brainhq.com