O que é brain food? Nutri lista alimentos bons para o cérebro

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Você sabia que existem alimentos que potencializam as atividades cerebrais e trazem mais foco e concentração no dia a dia? São os brain foods, com nutrientes específicos para a saúde e o bom funcionamento dos neurônios. A nutricionista Juliana Carreira fala mais sobre os benefícios e indica os alimentos certos para quem quer manter uma alta performance. Confira!

Você já ouviu falar em brain foods? São alimentos que contribuem para o bom funcionamento do cérebro, dando mais energia no dia a dia e reduzindo os riscos de doenças neurodegenerativas. Para saber mais sobre os benefícios desses alimentos e como incluí-los na sua rotina, a nutricionista Juliana Carreira tem dicas preciosas que você confere no Purepeople. Aos detalhes!

PRECISA DE BOM DESEMPENHO COGNITIVO? CAPRICHE NAS FOLHAS VERDE-ESCURAS!
Trabalhar, estudar, resolver os pepinos da rotina… tudo isso demanda uma alta atividade cerebral. Para isso, alguns alimentos podem te dar um forcinha extra! “As dietas ricas em gorduras monoinsaturadas (azeite de oliva, abacate), ômega 3 e 6 (salmão, sardinha, óleo de peixe, linhaça) e vitamina E (oleaginosas, sementes e cereais integrais) aumentam o fluxo sanguíneo, oxigenando o cérebro e melhorando o seu desempenho”, afirma Juliana. Vale também caprichar nos folhosos de cor verde-escura, como espinafre, rúcula, brócolis, couve, que são ricos em antioxidantes.

CHÁS E FRUTAS CÍTRICAS SÃO MUITO INDICADOS PARA A MEMÓRIA
Com o passar dos anos, o cérebro passa por estresse oxidativo, o que pode provocar alterações na memória e até mesmo doenças como Alzheimer. Para manter a memória fresquinha, vale incluir na alimentação diária chás como o verde, o de hibisco e o de gengibre, vegetais verde-escuros, frutas cítricas e vermelhas. “As chamadas berries (morango, amora, framboesa e mirtilo) já possuem comprovação científica na prevenção e recuperação da perda de memória”, reforça a nutri.

CAFÉ AUMENTA A CONCENTRAÇÃO, MAS O CONSUMO DEVE SER MODERADO!
A expert também explica que a cafeína tem poder estimulante, pois bloqueia uma substância do cérebro chamada adenosina, que nos deixa sonolentas. Mas isso não significa que está liberado tomar café o dia inteiro. “A cafeína está presente café e nos chás verde, preto e mate. Mas é importante reforçar que ela pode afetar o sono e algumas pessoas têm mais sensibilidade. O consumo deve ser moderado e, de preferência, indicado por um profissional”, alerta.

XÔ, ESTRESSE! OS ALIMENTOS INDICADOS PARA ALIVIAR TENSÕES
Em meio a tanta notícia ruim e correria, difícil se manter bem-humorada e relaxada. Porém, a banana é uma brain food que funciona! “Por ser fonte de potássio, vitaminas do complexo B, triptofano e magnésio, a banana auxilia na produção de dopamina, o neurotransmissor principal para regularizar os processos motivacionais, e serotonina, que traz a sensação de prazer e bem estar. Com isso, ela ajuda a reduzir quadros de estresse e ansiedade”. Quer ficar mais alegrinha? A nutri indica consumir cacau, aveia e ovo, que também são ricos em triptofano.

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Entenda como o coronavírus ataca também o cérebro

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Imagens cerebrais de pacientes com coronavírus, de um estudo publicado em julho. Alguns desenvolvem complicações neurológicas graves, incluindo danos nos nervos. Foto: Ross W. Paterson, Rachel L. Brown, et al. / Imprensa da Universidade de Oxford / via NYT

NOVA YORK — O coronavírus atinge principalmente os pulmões, mas, como já sabe, também os rins, o fígado e os vasos sanguíneos. E cerca de metade dos pacientes relatam sintomas neurológicos, incluindo dores de cabeça, confusão e delírio, sugerindo que o vírus também pode atacar o cérebro.

Um novo estudo oferece a primeira evidência clara de que, em algumas pessoas, o coronavírus invade as células cerebrais, sequestrando-as para fazer cópias de si mesmo. O vírus também parece sugar todo o oxigênio próximo, matando as células vizinhas de fome.

Ainda não está claro, no entanto, como o vírus chega ao cérebro ou com que frequência ele desencadeia essa trilha de destruição. É provável que a infecção do cérebro seja rara, mas algumas pessoas podem ser suscetíveis por conta de seus antecedentes genéticos, uma alta carga viral ou outros motivos.

— Se o cérebro for infectado, isso pode ter uma consequência letal — diz Akiko Iwasaki, imunologista da Universidade de Yale que liderou o trabalho.

O estudo foi divulgado online na última quarta-feira (9) e ainda ainda não foi avaliado por especialistas para publicação. Mas pesquisadores indepedentes destacaram o cuidado científico e o fato de ele elencar várias maneiras em que o vírus pode infectar células cerebrais.

Os cientistas usaram imagens e avaliaram os sintomas dos pacientes para inferir efeitos sobre o cérebro.

— Não tínhamos visto ainda muitas evidências de que o vírus pode infectar o cérebro, embora já soubéssemos que era uma possibilidade potencial — afirmou Michael Zandi, neurologista consultor do Hospital Nacional de Neurologia e Neurocirurgia da Grã-Bretanha. — Esses dados fornecem um pouco mais de evidência de que certamente ele pode.

Zandi e seus colegas publicaram uma pesquisa anterio,r em julho, que já mostrava como alguns pacientes com Covid-19 desenvolvem complicações neurológicas graves, incluindo danos nos nervos.

No novo estudo, a Dra. Iwasaki e seus colegas documentaram a infecção cerebral de três maneiras: no tecido cerebral de uma pessoa que morreu de Covid-19, em um modelo de camundongo e em organóides — agrupamentos de células cerebrais em uma placa de laboratório destinada a imitar a estrutura tridimensional do cérebro.

Mais furtivo do que o Zika

Outros patógenos — incluindo o Zika Vírus — são conhecidos por infectar células cerebrais. As células imunológicas inundam os locais danificados, tentando limpar o cérebro destruindo as células infectadas.

O coronavírus é muito mais furtivo: ele explora o mecanismo das células cerebrais para se multiplicar, mas não as destrói. Em vez disso, sufoca o oxigênio para as células adjacentes, fazendo com que elas murchem e morram.

Os pesquisadores não encontraram nenhuma evidência de resposta imunológica para remediar este problema.

— É uma espécie de infecção silenciosa. Este vírus tem muitos mecanismos de evasão — disse a Dr. Iwasaki.

Essas descobertas são consistentes com outras observações em organóides infectados com o coronavírus, afirmou Alysson Muotri, neurocientista da Universidade da Califórnia, San Diego, que também estudou o Zika.

O coronavírus parece diminuir rapidamente o número de sinapses, as conexões entre os neurônios.

— Dias após a infecção, já observamos uma redução dramática na quantidade de sinapses. Não sabemos ainda se isso é reversível ou não — disse Muotri.

O vírus infecta uma célula por meio de uma proteína em sua superfície chamada ACE2. Essa proteína aparece em todo o corpo e especialmente nos pulmões, explicando por que são alvos favoritos do vírus.

Estudos anteriores sugeriram, com base em uma representação dos níveis de proteína, que o cérebro tem muito pouca ACE2 e provavelmente seria poupado. Mas a Dra. Iwasaki e seus colegas olharam mais de perto e descobriram que o vírus poderia de fato entrar nas células cerebrais usando essa porta.

Sua equipe então examinou dois conjuntos de camundongos — um com o receptor ACE2 expresso apenas no cérebro e o outro com o receptor apenas nos pulmões. Quando os pesquisadores introduziram o vírus nesses ratos, os infectados no cérebro perderam peso rapidamente e morreram em seis dias. Com os camundongos infectados no pulmão não aconteceu nada.

Apesar das ressalvas associadas a estudos com ratos, os resultados ainda sugerem que a infecção por vírus no cérebro pode ser mais letal do que a infecção respiratória, disse a Dr. Iwasaki.

O vírus pode chegar ao cérebro por meio do bulbo olfatório — que regula o cheiro — pelos olhos ou até mesmo pela corrente sanguínea. Não está claro qual rota o patógeno está tomando e se o faz com frequência suficiente para explicar os sintomas vistos nas pessoas.

— Acho que este é um caso em que os dados científicos estão à frente das evidências clínicas — disse Muotri.

Mais análises

Os pesquisadores ainda precisarão analisar muitas amostras de autópsia para estimar o quão comum é a infecção cerebral e se ela está presente em pessoas com doença mais branda ou naquelas em que os sintomas persistiram por meses, muitos dos quais apresentam uma série de sintomas neurológicos.

De 40 a 60% dos pacientes hospitalizados com Covid-19 apresentam sintomas neurológicos e psiquiátricos, segundo o Dr. Robert Stevens, neurologista da Universidade Johns Hopkins. Mas nem todos os sintomas são decorrentes da invasão do vírus nas células cerebrais. Eles podem ser o resultado de uma inflamação generalizada em todo o corpo.

Por exemplo, a inflamação nos pulmões pode liberar moléculas que tornam o sangue pegajoso e obstruem os vasos sanguíneos, causando derrames.

— Não é necessário que as próprias células cerebrais sejam infectadas para que isso ocorra — disse Zandi.

Mas, em algumas pessoas, ele acrescentou, pode sim ser o baixo nível de oxigênio no sangue das células cerebrais infectadas que leva aos derrames:

— Diferentes grupos de pacientes podem ser afetados de maneiras diversas. É bem possível que você veja uma combinação de ambos — afirmou.

Alguns sintomas cognitivos, como névoa cerebral e delírio, podem ser mais difíceis de detectar em pacientes sedados e usando ventiladores pulmonares. Os médicos devem planejar reduzir os sedativos uma vez por dia, se possível, para avaliar os pacientes com Covid-19, afirma Stevens.

Fonte: Jornal O Globo

Ensino online pode mudar cérebro das crianças, diz professora

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A crescente exposição das crianças a leituras em meios digitais por conta da pandemia do novo coronavírus – que fechou escolas ao redor de todo o mundo – pode levar a alterações no cérebro dos pequenos. A afirmação é da professora Maryanne Wolf, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, em artigo publicado no The Guardian nesta segunda-feira (24).

“O processo de aprender a ler muda nosso cérebro, mas o mesmo acontece com o que lemos, como lemos e no que lemos (impressos, telefone ou laptop). Ainda estamos nos estágios iniciais de compreensão do impacto da aprendizagem com base digital no desenvolvimento do cérebro de leitura das crianças, bem como na manutenção do cérebro de leitura em adultos. Mas transformar novas informações em conhecimento consolidado nos circuitos do cérebro requer múltiplas conexões com habilidades de raciocínio abstrato, cada uma das quais requer o tipo de tempo e atenção muitas vezes ausente na leitura digital”, diz a autora do livro “Leitor, volte para casa. O cérebro de leitura em um mundo digital” em tradução livre.

Segundo a professora, o ambiente digital propicia uma leitura não profunda, o que afeta a capacidade de análise e senso crítico. “A diferença entre ler rapidamente e ler com toda a nossa inteligência é a diferença entre cérebros de leitura totalmente ativados e suas versões em curto-circuito e tela opaca”, afirma.

“O que falta [na leitura digital] é o processo de leitura profunda, que requer uma qualidade de atenção cada vez mais ameaçada, em uma cultura e em um meio em que a distração constante bifurca nossa atenção. Esses processos incluem conectar o conhecimento prévio a novas informações, fazer analogias, tirar inferências, examinar o valor da verdade, passar para as perspectivas dos outros (expandir a empatia e o conhecimento) e integrar tudo na análise crítica. A leitura profunda é a ponte de nossa espécie para uma visão e um pensamento inovador”, explica a especialista.

Pesquisas feitas por Naomi Baron, Anne Mangen e Lalo Salmeron, citadas pela professora em seu artigo, encontraram declínios na compreensão do aluno ao ler as mesmas informações em telas em vez de impressas. Tami Katzir e Mirit Barzillai encontraram percepções e resultados semelhantes em alunos israelenses de quinta e sexta séries. E até crianças de 3 anos parecem menos capazes de lidar com materiais mais abstratos ao ouvir histórias nas telas do que ler nos livros.

Maryanne Wolf defende a importância de desenvolver o que chama de cérebro biletrado – adaptado para a alfabetização digital e impressa tradicional. “’Ler, falar e cantar’ deve ser o mantra desde a infância até o momento em que as crianças tenham seu próprio mundo interior de leitura.”

Mudanças na visão
Antes mesmo das mudanças impostas pela pandemia do novo coronavírus, o uso excessivo das telas por crianças já vinha sendo relacionado a mudanças nos olhos dos pequenos. Médicos norte-americanos relatam um aumento de casos de miopia – dificuldade de enxergar objetos distantes – e um aumento nas dores de cabeça e cansaço visual digital, com visão embaçada e um pouco de secura nos olhos.

Para evitar prejuízos, a Optometrista Laura Aelvoet sugere que os pais proponham pausas nas telas a cada 20 minutos. “A ideia é que a cada 20 minutos a criança pare e olhe a cerca de 6 metros de distância da janela, se puder, e apenas pisque, pisque, pisque.”

A especialista também sugere que os pais monitorem seus filhos quanto a sintomas como dores de cabeça ou visão turva. “Se surgirem quaisquer sintomas, os pais devem ter os olhos de seus filhos examinados por um especialista”.

Fonte: Revista Crescer

Impactos da covid-19 no cérebro vão de perda de memória até declínio cognitivo, diz artigo

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Muitos especialistas têm analisado os impactos da covid-19 no organismo humano e desencadeado cada vez mais descobertas. Estudos recentes mostram que muitos pacientes apresentam sintomas neurológicos, desde o aumento do risco de ter acidente vascular cerebral (AVC) até consquências mais duradouras, como a síndrome da fadiga crônica. A dúvida que surte entre os profissionais da área da saúde é se haverá uma onda de déficits de memória e casos de demência relacionados à covid no futuro.

Em um artigo do periódico acadêmico The Conversation, a professora de psicologia da Universidade de Michigan, Natalie C. Tronson, aponta que muitos dos sintomas atribuídos a uma infecção se devem, na verdade, às respostas de proteção do sistema imunológico e que essas mudanças, embora irritantes para nossa vida, são altamente adaptativas e imensamente benéficas.

Recentemente, os especialistas apontaram que as células neuroimunes que ficam nas conexões entre as células cerebrais (sinapses), que fornecem energia e quantidades mínimas de sinais inflamatórios, são essenciais para a formação da memória, mas isso também fornece uma maneira de doenças como a covid-19 causarem sintomas neurológicos e problemas de longa duração no cérebro.

A professora explica que tanto o cérebro quanto o sistema imunológico evoluíram especificamente para mudar como consequência da experiência, a fim de neutralizar o perigo e maximizar a sobrevivência. No entanto, mudanças duradouras no cérebro após a doença também estão intimamente ligadas ao aumento do risco de declínio cognitivo relacionado à idade e doença de Alzheimer.

Ela conta que as ações destrutivas das células neuroimunes e a sinalização inflamatória podem prejudicar permanentemente a memória. Mas isso ainda levará muitos anos até um resultado conclusivo para saber se a covid-19 causa um aumento no risco de mal de Alzheimer. Esse risco também pode ser diminuído por meio da prevenção e tratamento para diminuir a gravidade e duração da doença e da inflamação.

No artigo, a professora alerta que a covid-19 vai continuar causando impacto na saúde e no bem-estar muito tempo depois que a pandemia acabar.

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Fonte: Periódico acadêmico The Conversation

Multitarefa: veja as desvantagens de fazer várias coisas ao mesmo tempo

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Prática é associada com produtividade e encontra ambiente fértil na pandemia, mas pode atrapalhar e aumentar chance de cometer erros

Lidar com as diversas demandas do trabalho, a nova rotina de home office, o desaparecimento da “fronteira” entre ambiente de trabalho e doméstico. A pandemia do novo coronavírus mudou nosso dia a dia, e acabou incentivando ainda mais as pessoas a serem multitarefa, ou seja, fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo. Mas a prática possui várias desvantagens, e mais prejudica do que ajuda.

Também conhecida como multitasking, trazendo a expressão do inglês, essa característica é vista como positiva por muitos. Fazer várias coisas ao mesmo tempo acabou sendo associado a uma alta produtividade, mas é importante observar a qualidade dos resultados apresentados, não a quantidade.

A neurocientista Thaís Gameiro, sócia da empresa Nêmesis de consultoria corporativa baseada em neurociência organizacional, explica que muitas pessoas acreditam erroneamente que são multitarefa, como se fosse uma habilidade a ser desenvolvida. “Nosso cérebro funciona muito rápido, na casa de milisegundos, então é quase imperceptível a velocidade em que ele troca de foco[em algo], o que dá a sensação de que conseguimos fazer várias coisas ao mesmo tempo”, conta Thaís. É essa falsa sensação que dá origem à ideia de ser multitarefa, mas essa tentativa de dividir o foco de atenção é prejudicial.

Para explicar a situação, é possível fazer uma metáfora: a atenção é uma lanterna com um foco, ou seja, ilumina uma coisa de cada vez, mas também gera uma região mal iluminada que recebe uma atenção periférica. Ou seja, quando alguém tenta fazer várias coisas ao mesmo tempo, está mais focado em uma; as outras estão na penumbra, portanto, não são processadas com a devida atenção pelo cérebro. “É como se nos apoiássemos na atenção periférica achando que ela é um foco”, comenta Thaís.

A ideia de ser multitarefa significa dividir a atenção, mas é difícil focar em mais de uma coisa ao mesmo tempo. Um exemplo prático é quando alguém está dirigindo e mexendo no celular. O foco está no aparelho, então o motorista monitora o ambiente externo sem muita atenção ou notando detalhes, o que facilita a ocorrência de acidentes.

Na sociedade, também é comum o estereótipo de que as mulheres são multitarefa, que conseguem fazer várias coisas enquanto os homens fazem uma de cada vez. Mas Thaís destaca novamente que é impossível ficar focado em várias tarefas ao mesmo tempo, já que vai contra um processo fisiológico do cérebro.

Existem evidências de que mulheres fazem a troca do foco atencional mais rapidamente e, por isso, passam a impressão de que conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas a limitação ainda existe”, explica ela. Para a neurocientista, a origem dessa ideia é uma construção social “da mulher ter que cuidar de várias atividades ao mesmo tempo, da casa, filhos, trabalho”. Mas, assim como qualquer outra pessoa, elas também estão expostas às desvantagens do multitasking.

Produtividade e trabalho

A ideia de ser multitarefa está presente principalmente no ambiente de trabalho. Com diversas demandas a serem realizadas ao longo do dia acaba sendo tentador, e até necessário, fazer várias coisas ao mesmo tempo, dividindo a atenção. 

É nessa divisão que surgem os erros. A consultora em produtividade e felicidade no trabalho Lygia Pontes explica que, na ilusão de estarem fazendo várias coisas simultaneamente, as pessoas ocupam muito tempo. “Você não está fazendo duas coisas ao mesmo tempo. Está fazendo duas coisas malfeitas, ou uma errada, e terá de refazê-las depois, gastando ainda mais tempo do que se fosse feita uma por vez”, diz. Segundo ela, esse otimismo é um dos principais “ladrões de tempo” da rotina do trabalho. “A pessoa acredita que vai dar conta, mas simplesmente não é possível.”

Segundo Lygia, essa é uma das razões que fazem reuniões serem improdutivas. “As pessoas estão lá de corpo presente, mas não sabem o que foi discutido porque estão fazendo outra coisa. É uma falsa sensação de produtividade, mas é exatamente o oposto: você vive mais angustiado porque não consegue concluir as coisas no prazo que imaginava.”

Para além das consequências no resultado do trabalho, a prática também causa prejuízos na saúde, segundo explica a neurocientista. “Tudo isso leva a um aumento do estresse, isso afeta a qualidade de vida. É um estresse causado pela sobrecarga do sistema nervoso. É tanta coisa para prestar atenção que ele fica sobrecarregado, o sistema não consegue processar tudo e gera uma resposta fisiológica”, afirma.

A quarentena também criou o que Thaís chama de “ambiente propício” para o crescimento do multitasking. Não apenas porque a rotina do home office é diferente, e pode trazer mais demandas com a ideia de que o funcionário está online o tempo todo, mas também porque a mistura do ambiente doméstico e profissional leva à junção das demandas das duas esferas.

Assim, se já é difícil adaptar-se à nova rotina de trabalho, também surgem demandas de filhos, companheiros ou necessidades como limpar a casa, ir ao mercado e fazer comida. “É preciso separar esses espaços e planejar a rotina pensando nisso. Quem vai ter mais qualidade de vida é quem perceber e se a adaptar a isso”, alerta Thaís.

Yuri Pantojo Serapilha, de 27 anos, consultor especialista em growth marketing, está bastante adaptado: há seis anos ele trabalha em home office. Casado e com a esposa grávida, ele conta que a prática exige disciplina e diálogo para que a família também entenda que você está ali, mas trabalhando. “No começo, eu não sabia separar o que era home office e o que era de casa, como um impactava o outro. Hoje não mais, mas veio dessa disciplina, consciência”, relata. “Claro que existem emergências. Mas é preciso evitar fazer coisas de um ambiente no outro, se não há confusão.”

Para Yuri, a rotina é importante no home office, mas a maleabilidade também é necessária. “Se algo muda e você precisa readaptar a agenda, traz um estresse. Então é preciso ter uma rotina que possa ser adaptada quando necessário.” No entanto, ele diz que os gestores também têm responsabilidade nesse processo. “No home office às vezes o gestor acha que a pessoa não está trabalhando e passa uma carga de trabalho muito grande. A pessoa faz, mas o resultado não tem qualidade.”

Mas como evitar ser multitarefa?

 Lygia explica que a primeira coisa que pede a seus clientes para aumentarem a eficiência é uma agenda de produtividade, anotando o tempo de todas as tarefas do dia – mesmo as menores, como aguar as plantas ou escovar os dentes. “Não parece, mas são atividades que ocupam tempo, e é necessário ter uma perspectiva real de quanto se leva para completá-las”, conta. Dessa forma, ela diz, é possível fazer uma agenda de compromissos com prazos que de fato podem ser cumpridos. “Cada pessoa tem seu tempo, e tudo bem. É importante saber o seu para não se sobrecarregar e nem frustrar as expectativas dos outros.”

Também é fundamental estabelecer prazos concretos. “Não pode ser ‘o quanto antes’, ‘assim que der’, porque isso lida com expectativas. O meu ‘o quanto antes’ pode ser diferente do seu, e isso cria falhas de comunicação”, relata Lygia.

Thaís tem a mesma opinião e recomenda evitar “abraçar o mundo com braços e pernas”. Segundo ela, ao estabelecer o cronograma, é importante pensar em uma margem de erro, abrindo espaços para emergências. Mudar o fluxo de atenção demora um tempo, e se feito muitas vezes causa estresse. “Uma troca muito repentina de tipos de assuntos e de atividades não é aconselhável, é legal separar um dia para se dedicar a um tipo de tarefa”, aconselha.

 Mesmo que a tarefa seja finalizada antes do prazo, o tempo extra pode ser aproveitado como um descanso, o que também é favorável para o ritmo de trabalho. Além disso, é preciso delimitar o tempo para trabalho e o tempo para o ambiente doméstico, e tentar não realizar tarefas de um no outro, algo que também deve ser respeitado por familiares e colegas e superiores do trabalho.

Outra dica é interromper a tarefa quando se sentir “travado”. Thaís destaca que é possível notar quando estamos empacados em algo, pois ocorre um “estreitamento do foco”, ou seja, perde-se a capacidade de analisar a situação de forma mais ampla. “Às vezes se afastar, esquecer um pouco daquilo, ajuda o cérebro a encontrar a resposta. Pode ser um break, um café. Relaxar ajuda.”

Quando a sensação é a de que ainda não estamos travados, ou seja, ainda há um bom fluxo de trabalho, vale a pena continuar na tarefa, mesmo que isso signifique que o cronograma vai ser replanejado – novamente, ter as margens de erro evita essa tarefa.

Já para manter o foco em uma atividade, Thaís destaca a importância de criar uma rotina, e se esforçar para segui-la. É válido evitar distrações, em especial as de celulares, tirando as notificações para evitar a “ansiedade” que surge para responder algo que, na verdade, não é urgente. Exercícios de desenvolvimento de foco e meditação também são aliados “Basicamente, é ficar 10, 15 minutos respirando e trazendo conscientemente a atenção para algo. Isso ajuda a acalmar e ficar conectado com o agora”, explica Thaís. 

A NeuroForma possuí ferramentas incríveis que vão fortalecer sua capacidade de atenção e ajudar na resolução de problemas. A ferramenta é disponibilizada gratuitamente por um período de testes e pode ser acessada do seu computador, tablet ou smartphone.

Por que é tão importante ter um exame de sangue para detectar o Alzheimer

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Atualmente, as mudanças que ocorrem no cérebro são mapeadas através de pet scans ou punção lombar

A conferência internacional da Associação de Alzheimer, que terminou no ultimo dia 31 de julho. Cada dia foi dedicado a um tema: ciência, biomarcadores, manifestações clínicas e drogas, cuidados e saúde pública. Há novidades promissoras envolvendo essa doença que se tornou uma das maiores ameaças ao envelhecimento saudável. Uma delas se tornou a vedete do evento: os cientistas apresentaram estudos sobre testes com exames de sangue capazes de detectar alterações no cérebro até 20 anos antes de os sintomas de demência começarem a se manifestar. As pesquisas se concentram na medição dos níveis de um tipo determinado de proteína tau, conhecida como p-tau217, que parece ser a mais específica para o Alzheimer e a de detecção mais precoce.

E por que isso é tão importante? Atualmente, as mudanças que ocorrem no cérebro são identificadas através de pet scans ou da punção lombar, na qual é feita a coleta de uma amostra de líquido cefalorraquidiano – ambos métodos invasivos e caros. “É urgente que tenhamos um diagnóstico simples, barato e não invasivo. Embora ainda estejamos lidando com resultados preliminares, que precisam ser ratificados em estudos de longo prazo, a possibilidade de detectar e intervir antes de danos significativos será uma guinada na vida de pessoas, famílias e do sistema de saúde”, declarou a doutora Maria Carrillo, responsável pela área científica da associação.

Há um time internacional de pesquisadores por trás da descoberta, liderado pelo médico Oskar Hansson, da Universidade de Lund, na Suécia. Eles analisaram mais de 1.400 casos e compararam diferentes tipos de marcadores no mapeamento do Alzheimer. O principal achado foi que a medição dos níveis da p-tau217 no sangue conseguia distinguir o Alzheimer de outras doenças neurodegenerativas com uma acurácia entre 89% e 98%, com um custo muito menor que pet scans. Os níveis de p-tau217 eram sete vezes mais altos em pacientes com Alzheimer e, em indivíduos portadores do gene relacionado com a enfermidade, esses níveis começavam a aumentar 20 anos antes do início dos sintomas.

Os cientistas lançaram um estudo mais abrangente, chamado SEABIRD (Study to Evaluate Amyloid in Blood and Imaging Related to Dementia), para validar as descobertas. “É a ponta do iceberg”, definiu Randall Bateman, professor da Washington University de Saint-Louis. Em suas considerações finais, ele afirmou que uma alteração poderá ser detectada antes, num exame de sangue, do que num pet scan. Não se trata de uma opção de tratamento ou cura, mas a perspectiva do mapeamento precoce pode ser uma ferramenta valiosa para lidar com as limitações do futuro. Pacientes que já sofram com perda de memória também terão a chance de descobrir se seu caso é de Alzheimer ou de outra demência menos agressiva. É algo para se comemorar.

11 filmes para exercitar o seu cérebro

Estas obras vão instigar seu raciocínio e sua imaginação do início ao fim. Ou até depois disso

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Situações estranhas, personagens curiosos, mistérios e investigações. Entre uma pausa e outra nos nossos neurogames, assistir filmes também é uma ótima alteranativa para treinar o cérebro. Se você gosta de sentir que está resolvendo um desafio, esta lista é para você.
Separamos 11 filmes que irão prendê-lo do início ao fim, despertar sua curiosidade e continuar exercitando o seu cérebro enquanto você se pergunta o que está realmente acontecendo. Confira:

Entre Facas e Segredos (2019)

1

Um famoso escritor de histórias policiais convida toda sua família para comemorar seu aniversário de 85 anos e, na manhã seguinte, é encontrado morto em sua casa. Devido aos interesses relacionados à herança e conflitos com o escritor, familiares e funcionários são considerados suspeitos. Inicia-se então uma investigação para saber o que realmente ocorreu.  O longa traz humor, ironia e reviravoltas com um elenco renomado, que inclui Daniel Craig, Chris Evans, Ana de Armas e Jamie Lee Curtis.
Disponível na Amazon Prime Video.

Fratura (2019)

2

Nesse suspense psicológico, um homem tenta descobrir o que aconteceu com sua mulher e com a sua filha depois que ambas desaparecem em um pronto-socorro. Ele passa a desconfiar dos funcionários do hospital e, ao longo do filme, o espectador perde a noção do que é real e do que não é.
Disponível na Netflix.

Seven: Os Sete Crimes Capitais (1995)

3

Os detetives William Somerset (Morgan Freeman) e David Mills (Brad Pitt) começam a investigar um assassino que escolhe suas vítimas e comete os crimes relacionando-os aos sete pecados capitais (gula, cobiça, preguiça, luxúria, vaidade, inveja e ira). O filme é um dos mais marcantes dos anos 90 e também conta com a atuação de Gwyneth Paltrow.

Disponível na Netflix e no NOW.

Um Contratempo (2016)

4

Nesse filme espanhol, um homem acorda em um quarto de hotel ao lado de sua amante assassinada e coberta por notas de euros. Como principal suspeito, ele conta sua versão da história a uma advogada para que ela o ajude a provar sua inocência e a tentar descobrir o que pode ter acontecido.

Disponível na Netflix.

Amnésia (2001)

5

Um homem tenta descobrir quem estuprou e matou sua mulher, mas enfrentando um grande desafio: ele sofre graves problemas de memória que o impedem de lembrar o que aconteceu na época ou mesmo gravar fatos mais recentes. O grande diferencial da obra é que ela tenta dar ao espectador essa sensação dos flashes da memória, das dúvidas e da tentativa de encaixar os fatos na história.

Disponível no YouTube e no Google Play.

Ilha do Medo (2010)

6

Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) investiga o desaparecimento de uma paciente em um hospital psiquiátrico voltado para criminosos. Com a ajuda de seu parceiro Chuck Aule (Mark Ruffalo), ele descobre que os médicos realizam experiências nos pacientes, envolvendo métodos ilegais e antiéticos.

Disponível no Globoplay, no YouTube, no Google Play e na Netflix.

O Segredo dos Seus Olhos (2010)

7

Vencedor do Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, o filme argentino conta a história de Benjamin Esposito (Ricardo Darín), um ex-oficial de justiça. Ao se aposentar, ele decide escrever um livro sobre um caso real de estupro e assassinato de uma jovem, que ocorreu há anos, e acaba se envolvendo na investigação dos crimes.

Disponível no NOW, no YouTube e no Google Play.

A Garota no Trem (2016)

8

Enquanto se recupera do seu divórcio, Rachel Watson (Emily Blunt), viaja todas as manhãs de trem e sempre fantasia sobre um casal que observa pela janela durante seu trajeto. Um dia, ela estranha uma cena e descobre que a mulher está desaparecida. Intrigada pela história, a personagem começa tenta descobrir o que pode ter acontecido.

Disponível no YouTube e no Google Play.

Os Suspeitos (2013)

9

Keller Dover (Hugh Jackman) procura a polícia depois que sua filha de seis anos e a amiga desaparecem em uma tarde. O detetive responsável pelo caso (Jake Gyllenhaal) chega a encontrar um suspeito, mas acaba liberando o jovem por falta de provas. Nesse momento, Dover decide investigar o caso por conta própria.

Disponível no Telecine Play, no YouTube e no Google Play.

Garota Exemplar (2014)

10

Amy (Rosamund Pike) desaparece no dia do seu quinto aniversário de casamento com Nick (Ben Affleck), que se torna o principal suspeito. Ele alega sua inocência e, enquanto as investigações avançam, tenta descobrir o que aconteceu com sua mulher.

Disponível na Netflix, no YouTube e no Google Play.

Incentivar a neuroplasticidade e desenvolver a mente podem contribuir para a felicidade

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O que podemos fazer para nos sentir mais felizes? Essa realmente parece ser a pergunta de 1 milhão de euros. Vista como o Santo Graal da vida, a felicidade plena é para a maioria das pessoas algo impossível de alcançar. No entanto, será que é mesmo isso que desejamos?

Estudos da área de neurociência mostram que para ser verdadeiramente feliz, o ser humano precisará sempre de algo mais, sendo o ato da busca de algo que aumenta a felicidade mais importante do que a realização propriamente dita desses objetivos. No entanto, a necessidade de sentir felicidade é inerente ao ser humano e existem pequenas mudanças que poderão ajudá-lo tanto a aumentar a sua felicidade quanto a melhorar a produtividade e a capacidade de aprendizagem.

Eis uma lista de pequenas mudanças que poderão fazer a diferença na sua vida.

Crie cronogramas

De modo geral, podemos dividir as pessoas em dois grandes grupos: as “amantes de rotina” e as “espírito livre”. O primeiro grupo vive rodeado de listas e horários definidos, ao passo que o segundo sente-se sufocado perante uma simples lista de compras. Entretanto, para o enfado do segundo grupo, a verdade é que a criação de um cronograma pode ajudar as pessoas a trabalharem de maneira mais focada e eficaz. A razão para tal é simples: a criação de um cronograma retira-lhe o stress e a ansiedade da incerteza do que vai fazer a seguir. Esta incerteza pode ser benéfica numa situação de lazer, como quando vai a um restaurante novo e não sabe o que irá comer. Por outro lado, em ambiente de trabalho dar-lhe-á stress acrescido.

Estabeleça uma rotina

Como no cronograma, estabelecer uma rotina vai dar-lhe uma sensação de estrutura e familiaridade de maneira que comece a organizar a sua vida de acordo com aquilo que lhe faz sentido, o que significa que a sua rotina não tem de ser igual à de outra pessoa. O facto de se focar naquilo que quer para si vai permitir-lhe perceber seus pontos fortes e contornar as suas fraquezas, o que se traduz num aumento da eficácia, uma vez que não vai perder tempo e energia para tomar decisões.

Estabeleça objetivos SMART

Se o processo de busca de concretização de um objetivo é o principal responsável pelo aumento da felicidade, é essencial que se foque nos seus objetivos e estabeleça metas para os alcançar. Objetivos SMART podem ser de grande ajuda, pois são específicos, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e delimitados num determinado intervalo de tempo.

Mas por que é importante estabelecer esses objetivos? Porque assim serão incluídos na sua rotina diária. Vejamos um exemplo simples. Se quer aprender a jogar poker para poder fazê-lo com seus amigos, pode criar um objetivo SMART para este objetivo. Isto vai fazer com que dedique parte do seu tempo a estudar sobre o tema e o torne uma prioridade. Quando investe tempo, vai ver progressos que o motivam a continuar a dedicar-se ao seu objetivo ao mesmo tempo que se sente feliz por perceber que está a trabalhar para o alcançar.

Dê espaço para a espontaneidade

É importante criar rotinas e estabelecer metas, mas não deixa de ser igualmente importante encontrar um equilíbrio entre rotinas e espontaneidade. Se estiver sempre fixo a tarefas, vai perder a espontaneidade. Por outro lado, se estiver sempre a quebrar a rotina, esta deixa de o ser.
É a quebra de rotina que permite aumentar a imaginação, a criatividade e a motivação, que podem ser essenciais para um boost de felicidade perante um obstáculo mais difícil.

Permita que o cérebro crie conexões

Quando sai da rotina, incentiva a neuroplasticidade, que é quando o cérebro cria conexões e se reorganiza. Isto pode ser conseguido de diferentes maneiras, como saindo da rotina e criando necessidade de ajustes ao novo ambiente, permitindo que o cérebro deixe de estar em “modo automático”. Por exemplo, se está habituado a correr ao final do dia, passar a fazê-lo de manhã é criar uma nova conexão cerebral.

Outra maneira de trabalhar a neuroplasticidade é aprender algo novo ou encontrar diferentes formas de se divertir. Pode optar, por exemplo, por relaxar ao mesmo tempo que se diverte com as várias opções disponíveis nas plataformas de streaming online, como a Netflix. Os serviços oferecidos permitem ao seu cérebro descansar e reorganizar o dia. Outra forma de incentivar a neuroplasticidade é constantemente procurar novas plataformas de entretenimento online. Dessa forma, o cérebro adapta-se a interfaces diferentes, o que confere sempre um fator novidade e evita que a mente se acomode. A NeuroForma possuí ferramentas incríveis que vão fortalecer sua capacidade de atenção ajudar na resolução de problemas. A ferramenta é disponibilizada gratuitamente por um período de testes e pode ser acessada do seu computador, tablet ou smartphone.

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Ser humano está predestinado a sentir ansiedade, mas pode gerenciá-la

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O ser humano está predestinado a sentir ansiedade, como se fosse uma sina se preocupar sem necessidade? Para o médico psiquiatra Cyro Masci, a resposta é sim. “Somos descendentes de vitoriosos do passado remoto. Se hoje o ser humano dominou o planeta, em grande parte isso é devido ao desenvolvimento de uma região do nosso cérebro, o córtex pré-frontal. Essa região, que fica logo acima das sobrancelhas, possui, entre outras funções, a de antecipar problemas e criar cenários alternativos”, afirma o médico.

Isso significa, segundo ele, antecipar-se aos problemas, preocupar-se. “E como em qualquer outra função humana, pode ocorrer um desequilíbrio e essa preocupação ser excessiva. Nesses casos é necessário tratamento”, esclarece o médico.

Recado

O que se pode fazer para, ao menos, reduzir esse automatismo do cérebro? Em primeiro lugar, prestar atenção aos sinais. “A ansiedade é um recado do cérebro. Do ponto de vista técnico, é um modo pré-verbal de o cérebro comunicar que algo ameaçador pode acontecer no futuro”, diz o psiquiatra.

O objetivo do cérebro é chamar atenção para o perigo. “Assim que a pessoa sentir ansiedade, o primeiro passo é lembrar que é um recado do seu cérebro de que algo é importante e merece sua atenção. Em seguida, deve-se tentar esfriar o calor da emoção, por exemplo, respirando lentamente. E, mais calmo, compreender qual recado o cérebro está tentando passar, o que o seu cérebro considera digno de atenção ou mesmo temor”, sugere Masci.

Cyro Masci lembra que é interessante não dar o rótulo de bom ou ruim para a ansiedade até o limite do razoável. Ela só é uma emoção tóxica quando sua intensidade é tal que interfere nas atividades pessoais, seja de trabalho, sociais ou de lazer. “O problema de interpretar a ansiedade cotidiana, comum a todos, como prejudicial, é que a pessoa acaba gerando uma nova situação de ameaça, e isso é interpretado pelo cérebro, gerando mais ansiedade”, destaca o médico.

Círculo vicioso

E quando essa estratégia não surtir o efeito desejado, o que fazer? Segundo Masci, se a preocupação com os acontecimentos é exagerada a ponto de interferir no funcionamento diário, ou causar grande sofrimento, é bem provável que tenham ocorrido mudanças nas áreas cerebrais responsáveis pela preocupação, o que exige tratamento.

“Não é saudável viver a maior parte do tempo esperando um desastre acontecer, seja em questões relacionadas à saúde, família, trabalho ou outras questões pessoais. É preciso procurar ajuda e interromper o ciclo vicioso de ficar boa parte do tempo imaginando os piores cenários por conta da ansiedade e, com isso, alimentar o cérebro com mais estímulos de perigo, o que gera mais e mais ansiedade”, finaliza Cyro Masci

Fonte: Cyro Masci, médico psiquiatra em São Paulo, autor dos livros “Síndrome do Pânico: Psiquiatria com abordagem integrativa” e “Biostress: Novos caminhos para o Equilíbrio e a Saúde”.

7 hábitos que ajudam a reduzir o envelhecimento do cérebro

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Envelhecer é inevitável. Envelhecer bem, com autonomia e domínio das funções cognitivas depende em boa parte dos hábitos que se pratica ao longo dos anos —é o que a ciência cada vez mais defende.

Assim como ocorre com outros órgãos do corpo (pele, ossos e olhos, por exemplo), o cérebro começa a envelhecer por volta dos 30 anos. Lapsos de memória (tipo esquecer nomes, palavras que estavam na ponta da língua ou onde deixou objetos), raciocínio mais lento e dificuldade no processamento de informações tornam-se mais comuns por volta dos 60 anos, e não precisam ser motivo de preocupação se não chegam a atrapalhar a rotina ou impedir atividades. São perdas cognitivas previstas à medida que a idade avança, resultantes de falhas na comunicação entre os neurônios e da diminuição na capacidade de criar novas conexões, mas que podem ser potencializadas por hábitos de vida nocivos.

Das patologias neurológicas relacionadas ao envelhecimento, a doença de Alzheimer e a demência vascular são as mais comuns. E ambas são fortemente influenciadas pelos hábitos de vida.

O Alzheimer se instala a partir do acúmulo da proteína beta-amiloide no hipocampo, área que controla a memória e o aprendizado. A ação tóxica da proteína leva à morte de neurônios na região e, com isso, à perda progressiva da memória, além de comprometimento da capacidade física e alterações comportamentais. Embora ter idade acima de 65 anos e predisposição genética estejam entre os principais fatores de risco, praticar hábitos saudáveis ao longo da vida pode adiar os sintomas ou fazer com que o indivíduo nunca venha a apresentá-los.

A demência vascular consiste na perda de função cerebral devido a lesões causadas por falhas no suprimento de sangue para o órgão. É como se o cérebro sofresse pequenos AVCs, muitas vezes imperceptíveis, porém danosos. Doenças cardiovasculares e seus fatores de risco, como pressão alta, diabetes, obesidade, que comprometem o bombeamento de sangue do coração para o corpo e o cérebro, são precipitadores desse tipo de demência.

Preservar o cérebro afiado é uma questão de evitar os fatores de risco e adotar atitudes protetoras das funções cognitivas. Veja quais são as principais:



• 1º Fazer atividade física


Movimentar o corpo melhora a irrigação sanguínea e a oxigenação no cérebro, modula os níveis de neurotransmissores ligados ao humor e ao bem-estar, previne doenças cardiovasculares e ajuda a controlar o estresse, fatores considerados de risco para o surgimento de demências. Treinar também estimula a formação de novos neurônios no hipocampo, região cerebral responsável pela memória e o aprendizado. Em uma revisão de artigos científicos publicada em 2019 no Current Sports Medicine Report, periódico oficial do American College of Sports Medicine, o sedentarismo é apontado como um dos principais fatores de risco para o Alzheimer. E manter uma rotina de atividade física deve fazer parte não só da prevenção como do tratamento da patologia, mesmo nos estágios mais avançados, com a vantagem de ter maior aderência e menos efeitos adversos em comparação com medicamentos, ainda de acordo com o trabalho. Mais do que indicar um tipo ideal de atividade para deixar o cérebro em forma, os especialistas defendem que regularidade e variedade de estímulos são a melhor combinação ? assim, trabalha-se várias capacidades físicas (coordenação, equilíbrio, força, agilidade…) e o desafio cognitivo é maior.



• 2º Frequentar a escola



Pessoas que passam mais anos estudando no início da vida têm menos risco de apresentar sintomas de declínio cognitivo na fase adulta ? foi o que demonstrou um estudo publicado na revista científica britânica Brain. O estímulo cognitivo ao longo dos anos em que o cérebro está em desenvolvimento (o que ocorre até mais ou menos 25 anos) é chave para criar e fortalecer conexões neuronais e construir uma espécie de ?poupança? de neurônios, capaz de tornar o cérebro mais tolerante aos efeitos da deterioração pelo envelhecimento e até ajudar na recuperação após uma doença cerebral, como um AVC. “Linguagem, atenção, pensamento crítico e outras competências cognitivas e socioemocionais trabalhadas na escola são fundamentais para manter a longevidade cerebral”, explica Adriana Fóz, neuropsicóloga e pesquisadora do Laboratório de Neurociências Clínicas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Quanto maior a variedade de disciplinas e aprendizados melhor para manter o cérebro em forma, o que não quer dizer que os pais devem sobrecarregar as crianças com atividades ? nesse caso, o risco é torná-las estressadas e sujeitas a distúrbios comportamentais.

* 3º Manter conexões sociais



Cultivar uma rede de relacionamentos sólidos e saudáveis tem efeito protetor da saúde física e mental, enquanto a solidão é potencialmente prejudicial –ela eleva o nível de inflamação e hormônios do estresse e aumenta o risco de doença cardíaca e demência, inclusive Alzheimer. Uma pesquisa realizada ao longo de 12 anos com adultos acima de 65 anos e publicada no International Journal of Geriatric Psychiatry demonstrou que as pessoas que relataram viver rotinas solitárias tiveram mais perdas cognitivas ao longo do tempo. Mas vale saber que essa solidão nociva não tem a ver com a imposta pelo isolamento social devido à pandemia que vivemos nem com a solidão voluntária; tão pouco é experimentada só pelos idosos. Ela surge quando há uma discrepância entre o nível de conexão social desejado e o que de fato existe e pode, ainda, estar ligada a depressão, que também contribui para o declínio cognitivo. A convivência social engaja áreas do cérebro responsáveis pela linguagem e comunicação, emoções e competências como resolução de conflitos e tomadas de decisão.

* 4º Aprender sempre



Para além dos anos de educação formal, é importante saber que o cérebro continua sendo moldado pelas nossas experiências até o fim da vida. E quanto maior a diversidade de estímulos, mais azeitados se tornam os processos cognitivos. Ou seja, não devemos nunca parar de aprender. Pode ser um idioma diferente, um instrumento musical, uma prática física, um hobby manual ou mesmo um jeito diferente de realizar tarefas cotidianas. “São características dos superidosos (grupo acima de 80 anos com desempenho em testes de memória comparável ao de pessoas até 20 mais jovens) a curiosidade e a disposição para se manterem física e mentalmente ativos”, fala a neurologista Letízia Borges, do Hospital Sírio-Libanês. Palavras cruzadas, quebra-cabeça, sudoku, jogos de cartas e outros ?treinos cerebrais? também contam, desde que sejam desafiadores e não permitam que o cérebro trabalhe no piloto automático, criando assim novas sinapses.

* 5º Relaxar mais



O cérebro precisa de um pouco de estresse para nos manter concentrados e motivados, é fato. Em excesso, porém, o cortisol (hormônio produzido quando o organismo é colocado em estado de alerta) provoca alterações químicas e estruturais em várias regiões cerebrais, levando à destruição de neurônios e dificultando a atividade no hipocampo, área responsável pela memória e uma das primeiras afetadas pela doença de Alzheimer. “Embora não exista uma relação direta entre estresse e demência, sabemos que o estresse crônico funciona como uma plataforma para que hábitos ruins se instalem, como tabagismo, abuso de álcool, sedentarismo, alimentação desequilibrada. São fatores que elevam o risco de doenças cardiovasculares e, consequentemente, de desencadear demências”, afirma Fabio Porto, neurologista comportamental do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo).

* 6º Dormir bem



Neurocientistas da Universidade de Rochester (EUA) descobriram recentemente que o cérebro possui uma espécie de sistema de autolimpeza que é ativado durante o sono e ajuda a eliminar toxinas do sistema nervoso central –entre elas, as placas de beta-amiloide, proteína associada à doença de Alzheimer. A circulação glinfática (chamada assim pela semelhança com o sistema linfático e por referência às células de Glia, de suporte e nutrição dos neurônios) funciona como uma rede de canais que percorre todo o cérebro drenando resíduos, embora ainda esteja em estudo se o mecanismo tem função no tratamento de lesões e doenças cerebrais. “Quando há privação de sono, o sistema glinfático não consegue completar o trabalho de limpeza de toxinas”, fala Paulo Bertolucci, neurologista, coordenador do Núcleo de Envelhecimento Cerebral da Unifesp. Em quadros crônicos, esses subprodutos se acumulam e afetam o funcionamento do cérebro, o comportamento e as habilidades cognitivas.


* 7º PRATICAR EXERCÍCIOS COGNITIVOS ONLINE



Pesquisas cientificas indicam que a prática do treino cognitivo é benéfico em qualquer idade, principalmente a partir da terceira idade ( 50 anos), que é quando ocorre o declínio cognitivo natural. A NeuroForma possuí ferramentas incríveis que vão fortalecer sua capacidade de atenção ajudar na resolução de problemas. A ferramenta é disponibilizada gratuitamente por um período de testes e pode ser acessada do seu computador, tablet ou smartphone.

Fontes: Adriana Fóz, neuropsicóloga e pesquisadora do Laboratório de Neurociências Clínicas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Douglas Sato, neurologista, diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS; Fabio Porto, neurologista comportamental do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo); Letízia Borges, neurologista do Hospital Sírio-Libanês; e Paulo Bertolucci, neurologista, coordenador do Núcleo de Envelhecimento Cerebral da Unifesp