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Doutor em biologia e monge ensina como treinar o cérebro e ser mais feliz

03 de Junho, 2015 –

A chave da felicidade pode estar no treino cognitivo?

Monge eletro

 

Há 40 anos, Matthieu Ricard abandonou sua carreira acadêmica e mudou-se para a região do Himalaia, onde tornou-se monge. Há 15 anos, ele vem participando de pesquisas sobre os efeitos da compaixão, do altruísmo e da meditação no cérebro humano.

 

No final do mês passado, Matthieu Ricard esteve no Brasil para lançar seu novo livro A Revolução do Altruísmo. Em entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo, o monge budista – que também é doutor em biologia molecular – revela resultados de diversos experimentos científicos do qual participou e dá dicas de como treinar o cérebro para ser mais feliz. Confira abaixo.

 

Folha – Você é apresentado como o homem mais feliz do mundo. O que isso quer dizer?

 

Matthieu Ricard – (Risos) Isso não quer dizer nada. Trata-se de uma distorção feita por um jornal britânico a partir de uma pesquisa científica sobre os efeitos da compaixão, do amor e da bondade no cérebro, da qual participei, feita pelo neurocientista Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin (EUA). Nela, vários meditadores experientes tiveram seus cérebros escaneados durante a meditação, sendo mapeada atividade intensa e muito poderosa nas áreas relacionadas a emoções positivas. O resultado superou tudo o que já havia sido reportado em neurociência, mas não existe base científica para dizer quem é a pessoa mais feliz do mundo.

 

Folha – O que é felicidade, então?

 

Felicidade é bem-estar. Não é busca incessante por sensações prazerosas. Tudo bem querer sentir prazer, mas é algo efêmero. Felicidade é outro negócio: é realização, satisfação e florescimento. Felicidade é consequência de várias qualidades, entre elas a liberdade interior. Não liberdade para você fazer o que quiser, mas em relação a pensamentos que escravizam. Obsessões, ganância, raiva, ciúmes, arrogância. Depois de 15 anos de pesquisas e encontros com cientistas, cheguei à conclusão que o altruísmo é a mais importante das qualidades que compõem a felicidade.

 

Vivemos num mundo em que parece haver mais individualismo, ganância e corrupção que altruísmo. A gente subestima enormemente o fato que, na vida cotidiana, há muito mais gestos de bondade e gentileza que de agressividade ou maldade. Não prestamos atenção no fato de as pessoas se reunirem nas ruas ou no trabalho sem se estapear a cada cinco minutos. Achamos normal. Mas se em uma ocasião apenas dois colegas de trabalho trocarem socos, isso será assunto para o mês todo.

 

Como podemos ser mais felizes e altruístas, então?

 

Se observar o que faz em um dia, vai ver que é gentil na maior parte do tempo. Um estudo suíço pegou mil pessoas e pediu que catalogassem suas atitudes: 75% eram ações positivas; outra porção era neutra e uma fatia mínima era má ou antissocial. Há uma ideia de que somos naturalmente egoístas e individualistas. Pesquisei mais de 1.600 estudos, e isso não encontra respaldo.

 

Como explicar a noção darwinista de que há competição e conflito pela vida e que apenas os mais aptos sobrevivem?

 

Isso é Herbert Spencer (1820-1903), a luta de todos contra todos. Isso não é Darwin, que fala muito mais de cooperação do que de competição. A tendência mais atual do darwinismo é que, além da óbvia competição, a cooperação foi crucial na evolução. Uma pesquisa feita em 35 países perguntou sobre os dez fatores que mais contribuíam para o bem-estar das pessoas, incluindo riqueza, que ficou em sexto lugar. Em primeiro ficou “qualidade das relações sociais”, e isso tem a ver com comportamentos altruístas.

 

É possível treinar o altruísmo? É algo que deveria ser ensinado nas escolas?

 

Com certeza! Há estudos com crianças de pré-escola. Elas recebem treinamento três vezes por semana, por 40 minutos, de atividades de cooperação e meditação. Após dez semanas, o comportamento se altera e a discriminação com quem é diferente diminui. A meditação apresentada às crianças é secular. Não há religião envolvida. Acabei de voltar de um laboratório de neurociência nos EUA, no qual estamos estudando mudanças no cérebro daqueles que praticam meditação. O resultado: 20 minutos diários por um mês já modificam a estrutura e o funcionamento do cérebro, ativando áreas ligadas a emoções positivas e o volume das áreas ligadas à aprendizagem e ao controle emocional.

 

Como você vê a meditação extrapolando a seara espiritual para ganhar a científica?

 

É importante desmistificar o conceito de meditação, muitas vezes visto como algo exótico. Muita gente acha que meditar é esvaziar a mente e relaxar. Bobagem. A palavra em sânscrito e em tibetano significa “cultivar”. Meditar é cultivar um estado mental. É um treino. O segredo é praticar. Quem toca um instrumento tem de treinar e treinar até desenvolver seu potencial. Ninguém espera tocar piano sem treino. Por que esperar que compaixão, altruísmo, liberdade interior e concentração ocorram magicamente? Não faz sentido.

Como faz sentido então…

Enfatizamos muito o treinamento da mente, o budismo tem muito disso. Pesquisas feitas com eletroencefalograma e com máquinas de ressonância magnética estão apontando para os efeitos do treinamento do cérebro, em cima do sistema imunológico, na diminuição de doenças como a depressão. Não há mistério. Treine, de novo e de novo. Você pode começar com algo fácil, como a concentração em um objeto ou em sentimentos de amor que tem por uma determinada pessoa. Se o pensamento desaparece, você o reaviva. Se a mente se distrai, você a traz de volta. Cinco, dez, vinte minutos diários. Isso é meditação. Quanto mais praticar, mais significativas serão as mudanças no cérebro e no seu comportamento.

Estudo revela novos fatores que podem levar a esquizofrenia

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28 de maio, 2015 – A esquizofrenia (nome proveniente da junção de dois radicais gregos que significam “dividir em dois” e “mente”), ou seja, “mente dividida ou fragmentada”, é um problema de saúde mental de longo prazo com uma série de sintomas que variam entre o pensamento e fala desorganizada até alucinações auditivas e visuais. As causas aparentemente dependem de uma combinação de fatores físicos, psicológicos, ambientais e genéticos. Porém, em estudo publicado no início deste mês, na revista Nature Neuroscience, pesquisadores da Universidade de Duke (EUA) relacionaram três possíveis fatores para a causa da esquizofrenia que anteriormente não estavam relacionados.

 

Os pesquisadores decidiram pesquisar como um gene, no caso o Arp2/3, contribuía para a formação de transtornos mentais. Eles escolheram este gene em particular por ser conhecido pela sua importância na regulação de sinapses (ligações entre os neurônios) e também por já ter sido associado a vários problemas de saúde mental. Os pesquisadores então resolveram suprimir este gene em camundongos e descobriram que os ratos geneticamente modificados apresentaram um comportamento semelhante à esquizofrenia. Além disso, como os seres humanos, os animais pioraram ao longo do tempo, mas reagiam bem quando lhes eram administrado um medicamento anti-psicótico.

 

Quando a equipe – liderada por Scott Soderling – investigou se havia quaisquer alterações físicas ou químicas no cérebro ligadas aos comportamentos observados nos ratos que não possuíam o gene Arp2/3, eles descobriram três anomalias cerebrais – originalmente consideradas como não associadas – que também aparecem em humanos com esquizofrenia.

 

Primeiramente, eles descobriram que as células do cérebro da área frontal – região responsável pelo planejamento e tomada de decisão – tinham menos “espinhas dendríticas” do que normal. Estas são os ramos que ajudam os neurônios a se ligarem entre si. À medida que os ratos envelheciam, eles perdiam mais e mais essas espinhas. Isto é conhecido como a “teoria da poda sináptica”.

 

 

De maneira consistente com o que ocorre com as pessoas que sofrem de esquizofrenia, eles descobriram também que os ratos sem o gene Arp2/3 também tinham neurônios hiperativos na mesma região frontal do cérebro. Era originalmente considerado que os neurônios hiperativos eram incompatíveis com a “teoria da poda sináptica”.

 

Os pesquisadores comprovaram, por fim, que os neurônios hiperativos na região frontal dos cérebros dos ratos modificados geneticamente despejavam grandes quantidades de dopamina. O excesso de dopamina no cérebro desempenha um papel relevante na esquizofrenia, segundo estudos.

 

– A parte mais interessante  foi quando todas as peças do quebra-cabeça se juntaram – , explicou Soderling, autor principal da pesquisa.  – Quando o Dr. Kim e eu finalmente percebemos que estes três fenótipos exteriormente não relacionados – teoria da poda sináptica, os neurônios hiperativos e o excesso de dopamina – eram funcionalmente inter-relacionados uns com os outros, isso foi realmente surpreendente e também muito emocionante para nós – ressaltou.

 

Esta nova visão sobre a base molecular da esquizofrenia oferece esperança para novos tratamentos que são mais direcionados para as causas subjacentes da doença, ao invés de tratar apenas os sintomas.

A meditação no combate ao estresse, depressão e problemas do coração

mindfulness

 

 

20 de Maio, 2015 – Nos últimos anos, vários estudos científicos sobre os efeitos da meditação, mais especificamente a meditação plena (ou mindfulness, em inglês), têm sido conduzidos por universidades em todo o mundo.

 

Um desses estudos foi publicado em 2011 pelo professor Jon Kabat-Zinn, da Universidade de Massachusetts, na revista Psychiatry Research: Neuroimaging. O trabalho analisou 16 pessoas, com idade entre 25 e 55 anos, que foram treinadas e participavam fazendo meditação por cerca de 30 minutos durante 8 semanas. Nos exames realizados após o término do treino, o cérebro dos praticantes apresentou a massa cinzenta bem mais espessa do que era antes, em várias regiões, entre elas o hipocampo: área cujas atividades têm relação com a aprendizagem, memória, orientação espacial e a regulação das emoções.

 

Recentemente, um estudo da Universidade Carnegie Mellon (na Pensilvânia, EUA) conseguiu, de acordo com o professor e autor principal do estudo J. David Creswell, “uma das primeiras explicações biológicas baseadas em evidências”. E, segundo ele, tudo se deve à redução do estresse que a meditação plena promove.

 

Quando uma pessoa está estressada, a atividade no córtex pré-frontal (área do cérebro responsável pelo pensamento consciente e planejamento) diminui, enquanto a atividade na amígdala, no hipotálamo, e no cíngulo anterior do córtex – regiões que ativam respostas ao estresse – aumentam.

 

De acordo com o estudo, a meditação inverte esses padrões: ela aumenta a atividade pré-frontal, o que pode regular e “desligar” a resposta biológica ao estresse. Isso torna possível reduzir o risco e a gravidade de doenças ligadas a essas respostas, como depressão e problemas do coração.

 

O professor acredita que, ao entender como esse tipo de exercício mental afeta diferentes doenças e distúrbios, os pesquisadores serão capazes de desenvolver melhores tratamentos e trabalhar com os que já existem de forma mais eficaz.

Pesquisadores brasileiros identificam potencial biomarcador para detecção de Alzheimer

biomarcador

06 de Maio, 2015 – Fundador da NeuroForma Tecnologias é autor principal do estudo que estabelece um novo marco para o diagnóstico precoce da doença Alzheimer

 

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificaram que níveis elevados de uma pequena molécula chamada D-serina estão associados com o declínio cognitivo na doença de Alzheimer (DA). A descoberta tem o potencial de estabelecer um novo e eficaz biomarcador para o diagnóstico precoce dessa doença degenerativa do cérebro, que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro.

 

A D-serina é um aminoácido – classe de moléculas que compõem as proteínas ou podem funcionar de forma independente para transmitir sinais fisiológicos no corpo humano. A D-serina pertence à subclasse de D-aminoácidos, que muitas vezes não se compõem em proteína, mas tem importantes funções de sinalização.

 

O autor sênior do estudo Prof. Rogerio Panizzutti (M.D, PhD), seus colegas e outros pesquisadores já vêm relatando que a D-serina está presente no cérebro e atua como uma molécula essencial de sinalização nas sinopses – os pontos de contato entre os neurônios, onde sinais neuronais são propagados.

 

Agora, ao olhar para o tecido post-mortem de pacientes com doença de Alzheimer (DA) e comparar com indivíduos sem a doença, a equipe liderada pelo Dr. Panizzutti constatou que a D-serina é anormalmente elevada no hipocampo e córtex, regiões cerebrais afetadas na DA. Eles verificaram ainda que o aumento de D-serina pode ser causado pela acumulação de oligômeros do peptídeo beta-amilóide, toxinas que se sabe desempenharem um papel central na fase inicial da doença.

 

A descoberta principal, no entanto, é que os níveis de D-serina são elevados no fluido cerebroespinhal de pacientes portadores da doença que já exibem sintomas clínicos precoces. Atualmente, o diagnóstico da doença de Alzheimer definitivo só é possível após investigação patológica de cérebros post-mortem e, a falta de biomarcador efetivo para detectar a doença precocemente, impede os esforços para deter ou reverter sua progressão.

 

No entanto, através da combinação de dados de avaliações cognitivas em pacientes, níveis de do peptídeo beta-amilóide no fluido cerebroespinhal e níveis de proteína tau, os autores identificaram um grupo de doentes que provavelmente pode desenvolver a doença de Alzheimer (DA). Nesses pacientes, os níveis no fluido cerebroespinhal de D-serina foram claramente superiores do que em grupos controles sadios, pareados por idade, ou mesmo em pacientes afetados por doenças não relacionadas. Além disso, os níveis de D-serina no fluido cerebroespinhal se correlacionaram com o declínio cognitivo em pacientes com DA provável, sugerindo que se poderia melhorar a predição clínica para deter o avanço da doença.

 

Para testar essa possibilidade, os autores Rogério Panizzutti e Caroline Madeira incluíram as medidas de D-serina em um índice amilóide-tau (AITA), que tem sido proposto para auxiliar no diagnóstico da doença de Alzheimer (DA). A incorporação das medidas de D-serina ao AITA notavelmente melhorou a sensibilidade e especificidade de diagnóstico, indicando que a D-serina pode, efetivamente, ser adicionada a um painel de biomarcadores destinados a detecção inicial de DA. Estes resultados foram publicados on-line no último dia 5 de maio, na revista Translational Psychiatry, do grupo Nature.

 

Embora níveis normais de D-serina sejam necessários para as funções cerebrais apropriadas, níveis excessivos de D-serina podem ser prejudiciais para o cérebro e contribuir para a DA. Mas talvez o que é mais interessante é que este estudo piloto revelou que D-serina poderia ir além de suas funções neuromoduladores e a sua medida ter aplicações clínicas, servindo como um potencial biomarcador para a doença. Novos estudos em grupos maiores de pacientes são necessários para replicar os resultados e confirmar esse potencial.

Efeitos neurofisiológicos da música transcendem a cultura

Post 9 (musica universal)

 

14 de Maio, 2015 – Só de ouvir a trilha sonora do filme de suspense Psicose já é suficiente para acelerar o coração de muita gente, não é mesmo? Mesmo quando não estamos conscientes desse fato, ouvir música pode afetar tanto nossos corpos quanto nossas mentes de maneira estranhamente semelhante.

 

Mas será que os efeitos fisiológicos da música são mais peculiares a uma ou outra cultura ou eles são mais generalizados?

Para responder a esta pergunta, cientistas selecionaram 40 canadenses do centro de Montreal e 40 pigmeus da floresta tropical do Congo. Todos os voluntários ouviram trilhas sonoras dos filmes Psicose, Star Wars, Lista de Schindler, assim como também ouviram músicas da cultura pigmeu. À medida que os participantes ouviam, os pesquisadores observaram as suas reações emocionais, bem como as respostas fisiológicas, como alterações do ritmo cardíaco, respiração e a taxa de produção de suor na palma da mão.

 

Os dois grupos discordaram a respeito do fato de que uma seleção musical em especial era feliz ou triste. Mas todos eles tinham níveis semelhantes de excitação, medido por suas respostas fisiológicas.

 

Estes resultados sugerem que alguns aspectos da forma como reagimos à música são universais, e não estritamente culturais. O estudo foi publicado na revista Frontiers in Psychology [Hauke Egermann et al, Music induces universal emotion-related psychophysiological responses: comparing Canadian listeners to Congolese Pygmies].

 

Características acústicas fundamentais, incluindo ritmo, afinação e timbre parecem ser responsáveis ​​pelas respostas semelhantes dos canadenses e dos pigmeus congoleses. Será que esse achado significa que a Ciência pode ajudar a criar a música pop mais envolvente e universal do mundo? Nessa frente, a ciência pode estar a favor de Pharrell Williams e hits seus como “Happy”.

 Fonte: Scientific American

Videogames de ação aumentam massa cinzenta e habilidades cognitivas, afirma estudo

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30 de Abril, 2015 – Boa notícia para quem gosta de jogar videogame: estudo publicado no último dia 16, pela conceituada revista Nature, demonstrou que jogadores experientes em videogames de ação tem mais massa cinzenta, melhor conectividade, além de maior incremento das funções cognitivas, do que jogadores eventuais.

 

Com base nas evidências de que pessoas que jogam videogames de ação apresentam melhores habilidades em funções de atenção, sensoriais e motoras, este estudo examinou a relação entre a experiência e o nível de jogabilidade, a plasticidade das sub-regiões insulares bem como as redes de ativação no cérebro, relacionadas a essas funções.

 

Ao comparar os experientes e eventuais jogadores, os pesquisadores descobriram que os primeiros tinham melhorado a conectividade funcional e volume de massa cinzenta em suas respectivas sub-regiões insulares. Além disso, apresentaram maior conectividade funcional entre a atenção e respectivas redes sensoriais e motoras. Dessa forma, evidenciou que o videogame de ação pode reforçar a conectividade funcional das sub-regiões insulares e as redes pertinentes no seu interior.

 

Videogames de ação estão se tornando cada vez mais populares em todo o mundo. Similar a esportes convencionais como volei, basquete, tênis, esses jogos requerem um alto nível de atenção e coordenação olho-mão. Dada a sua influência sobre o desenvolvimento das capacidades e funções cognitivas, os experimentos com essa tecnologia tem atraído cada vez mais a atenção de estudiosos e pesquisadores. Neste estudo, por exemplo, o pesquisador Dezhong Yao investigou – através de exames de ressonância magnética – os cérebros de 30 jogadores experientes e 27 amadores.

 

Os resultados evidenciaram que os experientes tiveram maior nível de conectividade funcional em seus hemisférios cerebrais do que os amadores. A imagem abaixo mostra um mapa dos hemisférios esquerdo (L) e direito (R) do cérebro e as áreas onde há mais atividades de interconectividade. As linhas brancas evidenciaram onde os experts tiveram significativo incremento no processamento dessas atividades:

 

L-R

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ESTÍMULOS E NEUROPLASTICIDADE

 

No cérebro dos jogadores experts, as áreas com maior quantidade de atividades de interconectividade foram em grande parte no hemisfério esquerdo, responsável por resoluções de cálculos, raciocínio lógico e pensamento objetivo. Este por si só já seria um bom indício de ocorrência de neuroplasticidade mediante estímulos de games, já que os jogadores experientes são realmente melhores quando se trata de habilidades como visão espacial, resolução de problemas, tempo de reação e resposta.

 

Mas foi observado também que os 30 jogadores experientes apresentavam mais massa cinzenta em seus cérebros do que os 27 jogadores eventuais, especialmente no córtex insular esquerdo e no sulco insular central.

 

Estudos sobre neuroplasticidade e melhoria das capacidades cognitivas com a prática de jogos tecnológicos e exercícios computadorizados cada vez mais evidenciam os benefícios do uso dessas novas tecnologias. Nosso programa de exercícios para o cérebro conta com mais de 25 jogos concebidos por neurocientistas para aprimorar seis principais capacidades cerebrais: atenção, memória, velocidade de processamento, inteligência, habilidades sociais e orientação espacial. Trata-se do único programa on-line com mais de 70 estudos e pesquisas publicadas demonstrando reais benefícios para o treino e desenvolvimento de habilidades cognitivas. Ainda não o conhece ?

 

Alzheimer, Sono, Sol e Dieta

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22 de Abril, 2015 – Um novo estudo de pesquisadores holandeses relaciona a perda de sono com o Mal de Alzheimer. Nesse estudo, foi descoberto que até mesmo aquela noite de sono mal dormida ou perdida é suficiente para que haja uma maior produção de uma substância chamada beta amiloide.

 

Mas o que são essas beta amiloides?

 

São proteínas produzidas normalmente no cérebro. Já existem evidências de que pequenas quantidades dessas proteínas são necessárias para manter os neurônios saudáveis. O problema é que uma noite mal dormida produz uma grande quantidade dessas proteínas, que se acumulam e se agregam na forma de “placas” no cérebro, causando a alteração de sinapses. Essas placas são características marcantes do Mal de Alzheimer.

 

Já se sabe que o sono é essencial para que o cérebro possa eliminar os metabólitos (“lixo” produzido) provenientes da atividade das células neuronais, incluindo a beta amiloide. Dessa maneira, quando você não dorme bem, o seu cérebro não consegue eliminar todo esse lixo celular e a beta amiloide começa a se acumular. É claro que o sono é apenas um fator de risco em potencial para o acúmulo dessa substância, que é apenas um dos vários aspectos do Mal de Alzheimer. Portanto, não é prudente considerar que o sono de má qualidade faz com que uma pessoa tenha alto risco de desenvolver Alzheimer!

 

Mas quais providências podemos tomar para evitar o excesso de beta amiloide no cérebro?
O segredo pode estar na sua dieta e outros hábitos saudáveis como pegar sol (nos horários corretos) para produção de vitaminas pelo corpo. Veja abaixo alguns compostos encontrados em alimentos que podem diminuir efetivamente o acúmulo de beta amiloide no cérebro:

  • CURCUMINA: Substância presente no Açafrão-da-Índia. Alguns cientistas argumentam que, comparado com outros países, a Índia possui menores índices de demência e Alzheimer devido ao grande uso desse tempero pela sua população.
  • VITAMINA D3: Ajuda o cérebro na “limpeza” de placas de beta amiloide. Essa vitamina é em sua maior parte sintetizada através da pele, quando exposta moderadamente ao sol, mas também pode ser encontrada em alguns alimentos como gema de ovos, queijo e fígado.
  • ÁCIDOS GRAXOS – ÔMEGA 3: Também são indicados. São encontrados em peixes de águas frias como por exemplo, o salmão selvagem, anchovas, sardinhas e trutas, assim como também em nozes, ovos e sementes de linhaça.
  • OLEOCANTHAL: Composto presente no azeite de oliva. Já foram descobertas evidências que ele ajuda a remover as placas de beta amiloide do cérebro de ratos.

O que mais que eu posso fazer para manter meu cérebro saudável?
Além de uma dieta balanceada e de exercícios físicos, você também pode “malhar” seu cérebro! Em nossa plataforma on-line BrainHQ você encontrará exercícios que podem ajudar a melhorar a sua velocidade de raciocínio, memória, atenção e muito mais. Todos os exercícios foram desenvolvidos e testados por neurocientistas de vários centros internacionais de ensino e pesquisa. Faça uma conta gratuita em br.brainhq.com e teste agora mesmo nossos exercícios.

 

Por que o Hodor no seriado “Game of Thrones” só fala UMA PALAVRA? A Neurociência explica.

figura pro post (facebook)

16 de Abril, 2015 – Fãs da série de TV da HBO, que entrou em sua 5ª temporada nesta semana, sabem do que estamos falando. Hodor, personagem famoso que consegue falar apenas a palavra que lhe denomina: “Hodor”.
Intencionalmente ou não, o autor dos livros da saga Game of Thrones criou um personagem que é um exemplo clássico de uma pessoa portadora da doença neurológica chamada de Afasia de Expressão, ou Afasia de Broca.

De um modo geral, as pessoas com afasia de Broca (afasia de expressão) entendem o que se lhes diz e sabem como devem responder, mas têm dificuldades em exprimir as palavras. As suas palavras articulam-se lentamente e com grande esforço e são frequentemente interrompidas por algumas sem sentido.
Uma lesão que afete ao mesmo tempo o lobo temporal esquerdo e o frontal pode inicialmente causar o emudecimento quase total. Durante a recuperação desta afasia completa (global), a pessoa tem dificuldades em falar (disfasia), em escrever (agrafia ou disgrafia) e em compreender as palavras.
A causa mais comum de afasia expressiva é o AVC, que ocorre quando um coágulo bloqueia o sangue de um dos vasos no cérebro, resultando em danos nos tecidos devido à falta de oxigênio.

Figura Afasia de Broca (texto destino post)Estima-se que afasia expressiva ocorre em 12% dos pacientes com AVC, enquanto cerca de 35% dos pacientes com AVC sofrem de alguma afasia de linguagem.
A afasia expressiva também pode ser causada por um tumor, hemorragia, hematoma no revestimento de membrana do cérebro, ou traumatismo craniano.
Sabemos que Hodor é um exemplo extremo da Afasia de Broca, mas afinal de contas, qual é a história dele? Será que ele levou uma pancada na cabeça ou sofreu um acidente vascular cerebral? O que aconteceu de fato? Talvez a série algum dia nos responda e mate de vez a nossa curiosidade.

Fontes científicas: Manual Merck de Medicina.

Pesquisa com BrainHQ mede nível de melhorias cognitivas em idosos saudáveis

Brain BIke

 

11 de Abril, 2015 – No século passado, pessoas de meia e terceira idades tinham por hábito manter seus cérebros ativos por meio da leitura e da escrita, jogando cartas, fazendo palavras cruzadas, montando quebra cabeças, entre outras atividades lúdicas e mentais. Já no século XXI, com a massificação das tecnologias digitais, novas ferramentas vem sendo desenvolvidas para o aprimoramento das capacidades cognitivas como exercícios computadorizados e, quem diria,  “videogames” cientificamente programados para estimular a memória, o foco e atenção, rapidez de raciocínio, entre outras importantes funções cerebrais.

 

“Nunca havia mexido com computadores. No início não foi tão fácil, mas agora vejo que não é nenhum bicho de sete cabeças. Já estou pensando até em comprar um”, comenta a aposentada Enila Barcellos Palhares, de 69 anos, logo após uma sessão de treino cognitivo computadorizado no Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (CEPE), na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro.

 

Dona Enila e um grupo de mais de 30 pessoas da terceira idade vem participando do primeiro estudo no Brasil com idosos saudáveis que analisa se um programa de treinamento cognitivo cientificamente projetado e disponível on-line pode melhorar significativamente as capacidades cognitivas da população acima de 60 anos no Brasil.

 

O estudo, conduzido pelo médico-psiquiatra e professor da UFRJ, Rogério Pannizzutti, usa como base comparativa videogames tradicionais e os jogos e exercícios da plataforma on-line BrainHQ, lançada recentemente no Brasil pela NeuroForma Tecnologias e Serviços – que atua no segmento de novas tecnologias digitais na área de neurociências.

 

– Nesse estudo, basicamente temos um grupo de idosos que praticam os exercícios da plataforma desenvolvida cientificamente e outro grupo controle que só joga videogames normais. Todos os participantes passam por uma triagem – através de uma bateria de testes de avaliação cognitiva com psicólogos, antes de começarem a praticar. São em média 3 sessões por semana de aproximadamente 30 minutos com o objetivo de alcançar uma carga horária de 40 horas até passarem por uma nova bateria de testes e exames -, explica Rogério Panizzutti.

 

Outra participante do estudo que relata também nunca ter antes se conectado com computadores, Guilhermina Maria Pereira, 69 anos, diz com orgulho que “hoje já consegue acessar os jogos e exercícios sozinha”.

 

– O que for bom para mente eu estou dentro. Sempre fui muito esquecida e tive dificuldades para aprender a ler. Tudo o que é novo assusta um pouco, mas já estou bem familiarizada. Alguns exercícios vão ficando bem difíceis. Mas eu gosto, me sinto desafiada – afirma a aposentada que mora no Parque da Cidade, ali perto, da Gávea.

 

O professor Rogério Panizzutti conta que o engajamento das pessoas nesse tipo de estudo é bastante animador para os pesquisadores. Ele adianta que já tem planos para replicar a pesquisa em outras instituições públicas e privadas no Rio de Janeiro e outros estados do Brasil.

 

– Por se tratar de uma ferramenta digital muito acessível e que trabalha com elementos lúdicos e desafiadores, o nível de engajamento é muito alto. Nosso laboratório nessa pesquisa é basicamente uma sala com oito computadores conectados à Internet – relata, acrescentando que a ideia é poder aplicar a pesquisa no máximo número possível de idosos saudáveis aqui no país ao exemplo do maior estudo já feito nos EUA nessa linha, conhecido como Estudo ACTIVE.

 

O Estudo ACTIVE

 

Com 2.832 participantes, o estudo ACTIVE é o maior estudo sobre treinamento cognitivo/cerebral já realizado. Financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde e conduzido por pesquisadores na Universidade do Alabama, em Birmingham, no Instituto Nacional do Envelhecimento, na Escola de Medicina da Universidade de Indiana, Universidade de Penn State, e outros, o estudo ACTIVE mostrou que idosos saudáveis ​​podem obter melhorias cognitivas muito significativas com treinamento e prática cognitiva adequada.

 

O estudo ACTIVE foi desenvolvido para comparar três diferentes tipos de treinamento cognitivo: um cujo foco foi a memória, um que tinha como alvo o raciocínio, e um treinamento com a ferramenta BrainHQ que exercitava a velocidade de processamento cerebral. O estudo foi realizado em seis locais nos Estados Unidos e todos os participantes eram adultos saudáveis ​​com idade igual ou superior a 65 anos. Os pesquisadores acompanharam os participantes por um período de até dez anos.

Confira mais detalhes sobre o estudo ACTIVE.

Aprendizado de idiomas com a ajuda de BrainHQ

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07 de Abril, 2015 – Você já sabe que treinar o seu cérebro com BrainHQ pode ajudar a melhorar suas capacidades de atenção, memória, habilidades auditivas, multitarefas, entre outras. Mas você sabia que o nosso programa de treino cognitivo pode ajudar também a melhorar suas habilidades na fluência e entendimento de um idioma estrangeiro?

Muitas das melhorias que o treinamento BrainHQ proporciona estão diretamente relacionadas à compreensão e aquisição de linguagem. Quando você pode ouvir e distinguir bem e rapidamente os sons, você pode melhorar sua escuta tanto na língua nativa quanto na estrangeira. Quando a velocidade do seu cérebro é maior, você pode absorver informações mais rapidamente e responder com maior acurácia.Com uma memória melhor, seu vocabulário na língua estrangeira crescerá com mais consistência. E quando sua atenção está no seu máximo, o seu cérebro está preparado para aprender e ouvir.

 

Exercícios Recomendados

Se você quer melhorar sua performance numa língua estrangeira com a ajuda de BrainHQ, recomendamos que você procure praticar os exercícios de forma sistematizada e intercalada com o aprendizado da língua em si:

Comece com alguns rounds do exercício Estátua para preparar o cérebro para o aprendizado. Esse exercício tem como alvo ambos os estados de alerta tônicos e fásicos a fim de preparar o seu cérebro para o que vem pela frente.

Trabalhe a sua memória, inteligência fluída e velocidade cerebral com os treinamentos Lista de Tarefas, Ondas Sonoras e Ás da Audição.

Finalmente, desafie o seu cérebro a distinguir sons com velocidade crescente e acurácia. Exercícios como Pilha de Sílabas e Sintonia Fina são excelentes para isso.

 

Estudo de Caso: Arthur Marquis

post1-imgQuando Arthur Marquis, 61 , se aposentou do Departamento de Justiça, ele viu isso como um novo começo, não um fim. Com a ajuda de BrainHQ ele conta que vem aprendendo outra língua e enriqueceu sua visão de mundo através da experiência cultural.

– Na minha festa de aposentadoria, eu disse: ‘um dos meus objetivos é ver o mundo de forma diferente – lembra.

Arthur nunca teve um problema de memorização, mas contou que teve muita dificuldade em distinguir os sons sutis que fazem do francês uma língua trabalhosa de se aprender.

– Quando eu ouvia à TV francesa ou filmes, eu só percebia uma mistura de sons. Foi muito frustrante no início. Agora já ouço as palavras com mais distinção. E isso tem sido realmente gratificante – completa .

Sempre que pode, Arthur tem procurado visitar cidades de língua francesa para passar algumas semanas, participando de cursos e a passeio. Até agora ele já foi para Paris e Marselha, na França,  e para Montreux, na Suíça. Montreal, no Canadá, é a próxima da lista, segundo ele.

– O programa de exercícios BrainHQ dá trabalho, mas vale muito a pena. É como escalar uma montanha: é um desafio, mas você tem uma sensação de satisfação quando termina. E esse sentimento de satisfação realmente contribui para a autoconfiança. Você acha “ei, eu posso sair por aí e fazer mais” – ressalta.