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Memória coletiva influencia lembranças individuais

Os sociólogos há muito enfatizam a influência da memória coletiva em nossas memórias pessoais, mas, pela primeira vez, pesquisadores da área da neurociência destacaram este vínculo usando técnicas de imagem cerebral.

Já é possível aprender lições com o estudo: nenhuma pesquisa sobre o funcionamento de nossas memórias pode ser feita sem levar em conta o contexto social e cultural em que evoluímos como indivíduos, explica o Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm) da França.

A memória coletiva é composta de símbolos, histórias, narrações e imagens que participam da construção identitária de uma população.

Transmitida entre gerações, pode evoluir e enriquecer, observa Pierre Gagnepain (Inserm, Caen), co-autor deste trabalho publicado na segunda-feira na revista Nature Human Behavior.

Esse foi o caso do Holocausto ou da história da Resistência e da colaboração, graças ao trabalho dos historiadores e das notícias sobre grandes processos (Klaus Barbie, Maurice Papon…).

Para estabelecer o vínculo entre representações coletivas e memória individual, os pesquisadores realizaram uma análise da cobertura midiática da Segunda Guerra Mundial, de acordo com os arquivos do Instituto Nacional do Audiovisual (INA). Objetivo deste primeiro passo: identificar representações coletivas comuns associadas a este período.

Os pesquisadores se concentraram no conteúdo de 3.766 reportagens e documentários sobre essa guerra, transmitidos na televisão por 30 anos, entre 1980 e 2010, e transcritos.

– Idade conta –

Os pesquisadores analisaram esse material usando um programa de computador, baseado no modelo matemático que eles projetaram.

Assim, identificaram grupos de palavras usadas regularmente para falar dos principais temas associados à nossa memória coletiva da Segunda Guerra Mundial, como o desembarque dos Aliados na Normandia.

Em seguida, os cientistas recrutaram 24 voluntários, com idades entre 22 e 39 anos e que cresceram nos 30 anos analisados, para visitar o Memorial de Caen (Normandia) e observar fotos com legendas.

A análise das palavras dessas legendas (trem, sabotagem, maquis, bombardeio etc.) serviu para determinar se as fotos pertenciam ao mesmo tema da memória coletiva.

Os voluntários passaram por testes de imagem (ressonância magnética funcional) enquanto recordavam das imagens vistas no dia anterior no Memorial. Os pesquisadores se concentraram na atividade do córtex pré-frontal medial, uma região importante para os esquemas de memória.

Resultado: quando as fotos eram associadas ao mesmo tema da memória coletiva, tendiam a desencadear uma atividade cerebral semelhante entre os voluntários. Um sinal de que a memória coletiva molda a memória individual.

“Gagnepain e seus colegas mostram que a organização das memórias no cérebro reflete a estrutura do discurso cultural compartilhado”, comentam dois especialistas americanos em psicologia, Matthew Siegelman e Christopher Baldassano, na revisão.

“Uma descoberta intrigante do estudo é que a força desse alinhamento entre representações neurais e o esquema coletivo aumenta com a idade, com os efeitos mais fracos observados em participantes mais jovens”, observam eles.

Os voluntários mais velhos, que foram os mais expostos às histórias do período estudado (1980-2010), foram os mais influenciados pela memória coletiva, explica à AFP Gagnepain.

Este último realizou o estudo com Francis Eustache (Inserm) e colegas do programa Matriz de Pesquisa sobre a Memória, liderado pelo historiador do CNRS Denis Peschanski.

Fonte: IstoÉ

Iniciativa quer aumentar visibilidade de pesquisas latino-americanas sobre cérebro

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Neurocientistas querem compartilhar resultados e experiências entre melhores centros de pesquisa do mundo

Pesquisas sobre o entendimento do cérebro, realizadas em países da América Latina e Caribe, vão ganhar mais visibilidade e inserção mundial com a criação da Iniciativa Latino-Americana do Cérebro. A ideia é combinar esforços e recursos para que os estudiosos da neurociência compartilhem seus resultados e experiências com os melhores centros de pesquisa existentes no mundo.

Presidente da Federação de Sociedades de Neurociência da América Latina (Falan), do Caribe e na Península Ibérica, a professora Elaine Del Bel, do Laboratório de Neurobiologia Celular da Faculdade de Odontologia (Forp) da USP em Ribeirão Preto e representante dessas entidades na Iniciativa, conta que o projeto surgiu pela complexidade da estrutura cerebral e o imenso esforço necessário para entender o cérebro.

As pesquisas vão se debruçar sobre as doenças neurológicas e as possibilidades de cura, mas devem ir além. Segundo a professora, vão estudar também os limites da ética, principalmente agora quando o mundo entra na era da Inteligência Artificial, ciência que se desenvolve com base nas descobertas sobre o cérebro. Elaine Del Bel, que também é representante da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento, explica que, com esse cenário, a USP pode ser importante por ter uma riqueza de cérebros e cientistas com todas as condições para o avanço dessas investigações.

“É claro que se espera que haja um investimento, mas também se espera que haja uma amplificação do aumento do diálogo com cidadãos, com pacientes e setores relevantes da comunidade, como a indústria”, diz a professora.

Fonte: JORNAL DA USP

Alzheimer: a história da música feita por neto para idoso com a doença que viralizou nas redes sociais

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O vídeo do jovem com o avô viralizou nas redes sociais e tem, em menos de 24 horas, mais de 2 milhões de visualizações. O artista revela ter ficado surpreso com a repercussão. “Não esperava que fosse fazer tanto sucesso. Publiquei sem pretensão, apenas porque queria compartilhar essa descoberta sobre o meu avô.”

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No quarto de sua casa, o músico Lucas Laypold, de 20 anos, entoa a canção que fez para homenagear o avô.

No vídeo publicado nas redes sociais e que viralizou nas últimas horas, o artista tem a companhia do idoso, que mesmo com a doença de Alzheimer se recorda dos versos escritos pelo neto.

Na letra da música, Lucas fala sobre o esquecimento progressivo enfrentado pelo avô nos últimos anos. “Vê se não me esquece mais. Eu estava lembrando de lembrar você de acordar só quando o dia amanhecer. Vê se não esquece mais. Estou cantando só para te dizer que eu te amo e que a tristeza eu não sei cadê”, diz a canção.

O trecho foi escrito pelo jovem que tem visto as dificuldades do avô aumentarem com o tempo, em razão da doença. “Ele tem se esquecido de parentes mais distantes. Os mais próximos, ele confunde às vezes. Ele também tem se esquecido de várias outras coisas, como os nomes de comidas que gostava muito.”

Lucas relata que as músicas estão entre as maiores paixões do avô. Em razão disso, todos os dias entoa canções com o violão para o idoso, que o jovem apelidou de “Vô Cabelo”. Há um mês, escreveu os versos que falam sobre a doença.

“Comecei a cantar essa música que fiz pra ele todos os dias, junto com as músicas antigas que ele já conhecia”, relata o músico.

Na noite de quarta-feira (27), o jovem revela ter ficado surpreso ao ouvir o idoso cantarolando a música feita em sua homenagem. “Eu estava saindo do meu quarto e escutei ele cantando. Fiquei surpreso, porque não sabia que ele se lembrava da música. Fui falar com ele, cantamos mais algumas vezes e pedi para ele ir ao meu quarto, para a gente gravar um vídeo.”

O vídeo do jovem com o avô viralizou nas redes sociais e tem, em menos de 24 horas, mais de 2 milhões de visualizações. O artista revela ter ficado surpreso com a repercussão. “Não esperava que fosse fazer tanto sucesso. Publiquei sem pretensão, apenas porque queria compartilhar essa descoberta sobre o meu avô.”

“Não era uma música de trabalho ou algo assim. Era algo pessoal, para homenagear o meu avô”, conta o artista, que há um ano trancou a faculdade de Publicidade e Propaganda para ir atrás do sonho de viver da música.

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O Alzheimer e a música

Lucas mora com os avós em Porto Alegre (RS) e conta que ele e o Vô Cabelo são muito próximos. “Estamos juntos todos os dias. Sempre ajudo no que ele precisa. Meu avô sempre me incentivou muito”, diz o artista.

Ele relembra que foi o responsável por descobrir o Alzheimer do idoso. “Isso foi em 2015 ou 2016. Estávamos passando de carro, voltando para casa, quando ele não parou em um cruzamento que sempre parava para voltar para casa. Eu falei para ele que deveria ter parado ali, mas ele não percebeu e não entendeu. Ali, percebi que tinha algum problema.”

Dias depois, segundo o jovem, a família levou o idoso ao médico e ele recebeu o diagnóstico do Alzheimer. “Desde então, a situação foi piorando”, lamenta o artista.

O Alzheimer é o tipo mais comum de demência que existe no mundo. Conforme estudos sobre o tema, estima-se que 5% da população acima dos 65 anos possam desenvolver a doença. Após os 80 anos, a estimativa sobe para 30%.

As causas da doença não são completamente conhecidas. Os tratamentos disponíveis ajudam a aliviar os sintomas, mas não impedem a evolução do Alzheimer.

Apesar das dificuldades do idoso, o jovem conta que tem tentado melhorar a vida dele nesse período. “A música é uma forma de deixá-lo bem”, comenta Lucas.

Estudos apontam que a música é uma das formas para ajudar a conservar memórias de pessoas com Alzheimer, pois a memória musical é uma das últimas áreas afetadas pelo cérebro.

Segundo especialistas, as canções ficam armazenadas em lugares diferentes daqueles associados a emoções, conhecimentos e experiências pessoais — que costumam ser os primeiros afetados pelo Alzheimer.

Especialistas aconselham que pessoas com Alzheimer escutem músicas ou façam atividades que lhe tragam prazer. Esta é uma das maneiras para lidar melhor com a progressão da doença, apesar de não evitar que ela piore.

Em meio à tristeza pela doença do avô, Lucas ficou feliz em ver que o idoso foi fundamental para que o neto conseguisse repercussão na internet.

“Não tenho dúvidas de que aquele vídeo só fez sucesso por causa da presença dele. Não era algo que eu planejava, mas isso me ajudou a aumentar meus seguidores nas redes sociais”, revela o rapaz.

Altos níveis de estresse podem encolher o cérebro e afetar a memória

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O cortisol, hormônio ligado ao estresse, pode ter seus níveis relacionados ao tamanho do cérebro e à diminuição das funções cognitivas. Isso significa que pessoas mais estressadas tendem a apresentar redução no volume do cérebro e perda de memória. É o que mostra um estudo publicado esta semana pela Academia Americana de Neurologia.

A equipe coletou dados cognitivos de 2.231 participantes entre 40 e 50 anos, que tiveram seus níveis de cortisol medidos pela manhã antes de comer. No geral, as pessoas com níveis mais elevados de cortisol foram associadas a uma pior estrutura e cognição do cérebro.

“O cortisol afeta muitas funções diferentes, por isso é importante investigar completamente como os altos níveis do hormônio podem afetar o cérebro”, disse em um comunicado Justin B. Echouffo-Tcheugui, professor da Escola de Medicina de Harvard e coautor do estudo. “Enquanto outros estudos examinaram o cortisol e a memória, acreditamos que o nosso é o primeiro a explorar, em pessoas de meia-idade, níveis de cortisol e volume cerebral em jejum, bem como habilidades de memória e pensamento”, afirma.

Vida moderna como “fator de risco”

A vida nas grandes cidades torna a ideia de uma rotina sem nenhum tipo de estresse praticamente impossível. O que os pesquisadores querem agora é mapear as causas e consequências das alterações provocadas pela rotina agitada. “Em nossa busca para entender o envelhecimento cognitivo, um dos fatores que atraem interesse e preocupação significativos é o crescente estresse da vida moderna”, acrescenta Sudha Seshadri, professora no Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas e co-autora da pesquisa.

A equipe também investigou se os níveis mais altos de cortisol estavam ligados ao APOE4, fator de risco genético que tem sido associado a doenças cardiovasculares e ao mal de Alzheimer, mas não encontraram uma relação direta entre ambos.

Apesar da associação entre aumento dos níveis de cortisol e a perda de memória e diminuição do cérebro, não se pode afirmar que se trata de uma relação de causa. No entanto, a equipe observa que é importante acompanhar o nível de cortisol no organismo e buscar maneiras de estresse, como dormir o suficiente e fazer exercícios moderados.

Fonte: Revista Exame

Perda de memória: 10 filmes que retratam o tema de forma incrível

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A mente humana é um assunto extremamente interessante e quando o tema aparece no cinema, fica ainda mais envolvente. Com abordagens incríveis, diversos filmes caíram no gosto do público e da crítica, justamente por tratarem de algo tão simples e ao mesmo tempo tão complexo e singular.

O esquecimento é um desses desdobramentos e está presente em todas as pessoas, o tempo todo. Entretanto, algumas situações pedem cuidado e um olhar mais atento. Algo que, através da arte, é possível se aproximar, ainda que não se tenha vivido algo parecido.

A NeuroForma reuniu 10 filmes sobre perda de memória que retratam o tema de forma incrível. Confira:

1º/ Como se fosse a primeira Vez
Henry Roth vive no Havaí e Lucy torna-se seu novo alvo, já que é um grande paquerador. Perdidamente apaixonado, tenta chamar a atenção da garota, sem saber que ela sofre de perda de memória recente, o que faz com que ela rapidamente se esqueça de fatos que acabaram de acontecer. Assim, para ficar ao seu lado, Henry precisa conquistá-la todos os dias.

2º/ Amnésia
Um casal é atacado por um ladrão, que mata a mulher e deixa o homem à beira da morte. Porém, ele sobrevive e a partir de então passa a sofrer de uma doença que o impede de gravar na memória fatos recentes, o que faz com que ele esqueça por completo algo que acontece poucos instantes antes. A partir de então, parte em uma difícil jornada para descobrir o assassino de sua mulher.

3º/ Para sempre Alice
Adaptado do romance de Lisa Genova “Para Sempre Alice”, o longa conta a história da renomada linguista Alice Howland, bem casada e mãe de três filhos, que aos 50 anos começa a esquecer as palavras e logo descobre sofrer de Alzheimer de Instalação Precoce.

4º/ O Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
Joel e Clementine tentaram, durante anos, fazer com que o relacionamento desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel e, para isso, submete-se a um tratamento experimental que retira de sua memória os momentos vividos com ele. Após saber de sua atitude, Joel fica deprimido, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar o passado, ele também faz o procedimento. Porém, ele acaba desistindo de tentar esquecê-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória que ela não participa.

5º/ Diário de uma Paixão
Durante as férias de verão de 1940, Allie e Noah se conhecem e começam a viver uma intensa paixão. O casal, no entanto, é separado pela arrogância de Anne, a mãe da moça – ela não admite que a filha rica e muito bem criada se case com um operário local. Para acabar com o romance definitivamente, a mãe resolve que a família deve deixar imediatamente a mansão onde está hospedada, o que afasta o casal.

6º/ Para Sempree
Page e Leo viviam uma linda história de amor, mas um grave acidente de carro provocou uma grande mudança em suas vidas. Afinal, mesmo estando casados, ela não consegue se recordar de nada e muito menos ter algum tipo de memória sobre o relacionamento deles. Agora, resta para Leo a missão de reconquistá-la novamente para que possam então viver o romance que sempre desejaram. O filme é baseado em fatos reais.

7º/ Antes de Dormir
Todos os dias, Christine acorda sem saber o que aconteceu em sua vida. Um acidente sofrido uma década atrás fez com que seu cérebro não conseguisse mais reter as informações recebidas ao longo do dia. Com isso, cabe ao seu marido Ben a tarefa de relembrá-la de sua vida, através de um mural de fotos que detalha o passado. Além disto, ela passa por uma terapia sigilosa com o dr. Nasch, que procura incitá-la a ter lembranças sobre o que aconteceu e algo parece muito errado.

8º/ Cidade dos Sonhos
Um acidente de carro dá início a uma complexa trama. Rita escapa da colisão, mas perde a memória e sai do local rastejando para se esconder em um edifício residencial que é administrado por Coco. É nesse mesmo prédio que vai morar Betty, uma aspirante a atriz recém-chegada à cidade que conhece Rita e tenta ajudar a nova amiga a descobrir sua identidade. Em outra parte da cidade o cineasta Adam Kesher, após ser espancado pelo amante da esposa, é roubado pelos irmãos Castigliane.

9º/ Vanilla Sky
Um homem sofre um acidente quando a ex-namorada tenta se suicidar e tem a face desfigurada. Ao ver sua nova aparência, David fica traumatizado e oferece qualquer quantia para reconstruírem seu rosto. Repentinamente, realidade e fantasia se confundem de forma assustadora.

10º/ Identidade Bourne
Após ficar à beira da morte, um desconhecido (Matt Damon) acorda sem memória em uma costa do Mar Mediterrâneo. Ele consegue se recuperar, com a ajuda de um médico aposentado, mas tem como única pista de sua identidade um chip que estava implantado em seu quadril, onde estava gravado o número da conta de um banco de Zurique, na Suíça.

Fonte: site Guia de Cinema

NeuroForma no GeriatRio

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A NeuroForma®️ participa da 10ª edição do Congresso GeriatRio que começa nesta quinta-feira (31/10) e vai até o dia 02/11 no Hotel Windsor Barra, reunindo médicos, pesquisadores, cientistas, entre outros profissionais da área de medicina e geriatria. Em estande montado no evento, os participantes poderão conferir de perto as ferramentas de treino cognitivo cientificamente testado que a empresa disponibiliza para a população brasileira.

No sábado (02/11), o fundador da NeuroForma®️, médico, PhD e neurocientista, Rogério Panizzutti, irá apresentar os primeiros resultados do treino cognitivo digital no Brasil, fruto de trabalho de pesquisa científica em parceria com a PUC e a UFRJ, onde leciona. A sessão oral será na Sala 5, das 9h20 às 10h40.

O GeriatRio acontece a cada 2 anos e está em sua décima edição, sempre com o propósito de proporcionar uma atualização científica sobre assuntos contemporâneos. O tema do congresso neste ano será “O envelhecimento hoje e amanhã: a sociedade em transformação”. Em pauta, o futuro e a necessidade de mudanças urgentes.

O Hotel Windsor Barra fica na Avenida Lúcio Costa 2.630, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Inscrições podem ser feitas no local.

BENEFÍCIOS DO TREINO COGNITIVO DIGITAL

Nos EUA, o estudo ACTIVE (Advanced Cognitive Training for Independent and Vital Elderly) resultou em uma ampla gama de benefícios para os participantes do treino cognitivo digital. O ensaio clínico randomizado recrutou idosos em seis áreas metropolitanas dos EUA. Os participantes (n=2.832) foram randomizados para um de quatro grupos: treino de memória, treino de raciocínio (resolução de problemas), treino de velocidade de processamento (digital) ou controle. O treino foi conduzido com pequenos grupos, em 10 sessões de 1 hora, divididas em 5 a 6 semanas. Desfechos cognitivos e funcionais foram avaliados nos tempos 1, 2, 3, 5 e 10 anos. Após 10 anos, os participantes alocados para treino de raciocínio e velocidade de processamento obtiveram desempenho cognitivo superior aos participantes alocados para o grupo controle. O treino de memória manteve benefício significativo até 5 anos, mas não após 10 anos. Os três grupos submetidos ás intervenções apresentaram menor declínio funcional relatado quando comparados ao grupo controle (treino cognitivo digital). O benefício funcional manteve-se após 10 anos.

Fonte: Rebok GW et al. Ten-Year Effects of the Advanced Cognitive Training for Independent and Vital Elderly Cognitive Training Trial on Cognition and Everyday Functioning in Older Adults. J Am Geriatr Soc. 2014 [Epub ahead of print] http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24417410

NeuroForma para todas as idades

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Retrato da pirâmide etária no Brasil exibido durante a palestra do médico e neurocientista Rogério Panizzutti, na sede da Ambep: a inversão da base nas próximas décadas exigirá mais atenção e cuidados com a saúde mental

Em teleconferência no último dia 31, o fundador da NeuroForma®️, médico e neurocientista, Rogério Panizzutti, deu início à implantação do programa de treino cognitivo digital para jovens aprendizes no Instituto Ramacrisna, sediado em Minas Gerais.  Em outra palestra, proferida no dia 23 de agosto, o Dr. Panizzutti apresentou a tecnologia de treinamento cerebral para melhoria das funções cognitivas à diretoria da Ambep – Associação de Mantenedores Beneficiários da Petros, com sede no Rio  – que reúne mais de 30 mil associados em todo o país.

“Estamos muito animados em oferecer o treinamento cognitivo para pessoas de todas as idades: crianças em situações clínicas, jovens e adultos de idades mais avançadas. As pesquisas científicas vem demonstrando cada vez mais benefícios do nosso programa de treinamento tanto em condições clínicas, quanto para pessoas saudáveis em busca de melhoria das capacidades cognitivas para a saúde e qualidade de vida”, ressalta o fundador da NeuroForma®️.

O projeto piloto no Instituto Ramacrisna reúne 50 alunos do Projeto Jovens Aprendizes que visa capacitá-los e facilitar à inserção no mercado de trabalho. Conforme a adesão, a ideia é que o projeto seja estendido aos mais de 700 jovens que participam desse projeto na entidade mineira até o final de 2020. Já a oferta do programa de treino cognitivo digital ao membros da Ambep está prevista para começar até o final de 2019.

Durante a palestra na Ambep, no Centro do Rio de Janeiro, o médico e professor ressaltou que a pirâmide etária no Brasil está invertendo nas próximas décadas, o que exigirá mais atenção e cuidados com a saúde mental.

“Além da população brasileira estar envelhecendo, temos a perspectiva de maior longevidade com o avanço da medicina e das novas tecnologias. Hoje disponibilizamos no Brasil e países de língua portuguesa, uma ferramenta única  de treino cerebral baseada em neuroplasticidade que possui mais de 100 evidências científicas e uma série de benefícios para a saúde do cérebro –  inclusive a redução de 29% do risco de desenvolvimento de demências para quem utiliza. É fácil de acessar, práticar por ser totalmente online” , resume o Dr. Panizzutti.

Para quem ainda não conhece, a plataforma de treino cognitivo digital pode ser acessada através do endereço neuroforma.brainhq.com

3 exemplos de como o treino cerebral pode ajudar

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Estudos clínicos feitos pela Posit Science (EUA) mostraram que, após a realização de seu programa treinamento cerebral BrainHQ, os participantes apresentaram velocidades de processamento auditivo aumentadas em 131% e a memória melhorou pelo equivalente a 10 anos. Em outra frente de estudo, os praticantes do programa de exercícios disponível hoje no Brasil e países de língua portuguesa no endereço online br.brainhq.com reduziram o risco de colisão de veículos e realização de manobras inseguras em até 50%.

Para pessoas como o aposentado Edward Manck, de 86 anos, de Bedford, Virgínia, o treinamento cerebral digital ajudou-o no reaprendizado do saxofone – ele parou depois de se formar no ensino médio. “Quando você toca uma música, você tenta ler dois ou três compassos à frente para poder tocar corretamente”, diz Manck. “Depois de usar o programa, notei que comecei a fazer isso de novo”, diz ele.

Para outras pessoas com trauma ou lesões cerebrais, o treino cognitivo pode ser uma questão de sobrevivência. Steven Schultz, por exemplo, foi atingido por uma bomba de beira de estrada enquanto servia no Iraque e não podia ver, ouvir ou rir do jeito que ele fez uma vez. Depois de usar a versão online de BrainHQ, ele aumentou suas capacidades de atenção, visão e voltou a ser capaz de responder às pessoas imediatamente, ao invés de 30 ou 40 segundos, resultados da sequela.

“Foi tão espantoso ver que Steven como o programa estava ajudando a se recuperar de sua lesão cerebral”, diz sua mãe, Debbie.

O esquiador Dave Demko, 57 anos, da Pensilvânia, aprendeu a competir contra pessoas com metade da sua idade, apesar de um hiato de 20 anos no esporte. Depois de treinar e trabalhar o cérebro com os exercícios da plataforma BrainHQ, ele se classificou entre os 15 primeiros, todos os outros com idades entre 16 a 25 anos! Ele percebeu que os esquiadores mais jovens simplesmente estavam fazendo movimentos desperdiçados e seu único desafio não era físico – era mental.

“Se seu cérebro passa a trabalhar mais rápido, suas reações serão melhores e sua confiança é maximizada”, ressalta o esportista. Não é a toa que um dos relatos mais comuns entre os usuários de BrainHQ seja a melhoria do tempo de reação e resposta, assimilação do aprendizado e auto-confiança. Comece hoje mesmo em br.brainhq.com ou neuroforma.brainhq.com

Fonte: Posit Science

US$ 1.9 bilhão em gastos com treino cerebral em 2018

Gastos com aplicativos de treino cerebral quadruplicam e chegam a US$ 1.9 bilhão

Confira o que realmente funciona!

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Com a população envelhecendo e vivendo mais cresce a preocupação com o declínio cognitivo e os programas de treinamento cerebral ganham popularidade

 

Por Sarah Toy

Sandra Wisham nunca tinha ouvido falar de treinamento cognitivo até que a associação de aposentados da qual faz parte em Coral Gables, na Flórida, organizou um seminário sobre envelhecimento e convidou os participantes a se matricularem em um curso sobre fitness cerebral. Curiosa, ela se inscreveu.

“Eu quero permanecer independente o maior tempo possível”, diz Wisham, com 76 anos. Ela conta que trabalha duro para se manter fisicamente em forma, indo a aulas semanais de condicionamento corporal e de Zumba promovidas pela associação. Fazia sentido para ela fazer o mesmo com seu cérebro, conta a aposentada.

O treinamento cognitivo ou cerebral consistem em exercícios destinados a melhorar aspectos específicos das funções cognitivas de uma pessoa, como velocidade de processamento, raciocínio e memória. Os exercícios podem ser feitos tanto em computador quanto em smartphones.

Com uma população envelhecida preocupada com o declínio cognitivo e a demência, esses programas de treinamento tiveram uma explosão de popularidade nos últimos anos. Os consumidores gastaram estimados US$ 1,9 bilhão em aplicativos de neurotecnologia e saúde mental do cérebro em 2018, um aumento de quatro vezes, ante US$ 475 milhões em 2012, de acordo com dados globais da SharpBrains, uma empresa independente de pesquisa de mercado.

Treino de velocidade cerebral x declínio cognitivo  
Mas, apesar do crescente interesse pelo treinamento cognitivo, a evidência de seus benefícios ainda é controversa em alguns casos, dizem os especialistas.

“Haverá um estudo que mostra um benefício, mas haverá outro estudo que não mostrará”, diz Dan Press, neurologista e diretor da unidade de neurologia cognitiva do Centro Médico Beth Israel Deaconess, em Boston, que ajuda a administrar o Brain Fit Club, um programa de treinamento cerebral oferecido no Centro Médico,  que adiciona atividades como tai-chi e yoga, bem como educação nutricional.

Um estudo que virou referência nos EUA, chamado ACTIVE (Treinamento Cognitivo Avançado para Idosos Independente e Vital), mostrou que o treinamento de velocidade de processamento – que ajuda as pessoas a processarem informações visuais mais rapidamente – pode reduzir o risco de uma pessoa desenvolver demência em até 48%. O estudo analisou 2.802 adultos saudáveis, com idades entre 65 e 94 anos, que receberam treinamento em memória, raciocínio ou velocidade de processamento ou foram colocados em um grupo de controle.

Os pesquisadores descobriram que aqueles no grupo de velocidade de processamento tiveram um risco 29% menor de desenvolver demência dez anos mais tarde. Os pesquisadores também descobriram que cada sessão extra de treino de velocidade cerebral foi associada a uma redução de mais 10% no risco de desenvolvimento de demências.
Por outro lado, uma avaliação sistemática de 2018 de estudos anteriores sobre o treinamento cognitivo mostrou que direcionar o treinamento do cérebro para áreas como memória ou velocidade de processamento poderia ajudar o desempenho nessas áreas específicas. Ainda assim, não havia evidências suficientes para determinar se o treinamento cerebral sozinho poderia prevenir ou retardar o declínio cognitivo ou a demência.

Abordagens Múltiplas

Um grande estudo analisou 1.260 adultos de 60 a 77 anos na Finlândia com problemas cognitivos leves ou fatores de risco cardiovascular como colesterol alto, hipertensão ou obesidade – coisas que aumentam o risco de desenvolver demência. Os sujeitos do estudo foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um recebeu aconselhamento geral de saúde no início do estudo, enquanto o outro recebeu aconselhamento geral de saúde e quatro serviços adicionais: aconselhamento nutricional, programa de exercícios personalizados, programa de treinamento cognitivo e monitoramento consistente de fatores de risco cardiovascular.

Após dois anos, os pesquisadores descobriram que, embora a cognição tenha melhorado nos grupos de intervenção e controle, o grupo de intervenção mostrou significativamente mais melhorias na função cognitiva geral, velocidade de processamento e função executiva, o domínio cognitivo responsável pela resolução de problemas e planejamento.

Programas online de treino cerebral
Sandra Wisham, hoje com 76 anos, conta que espera viver mais duas décadas. Ela começou a frequentar um novo curso de treino cerebral em seu centro de aposentadoria, oferecido pelo Brain Fitness Pavilion, um centro de treinamento cognitivo que faz parte do Sistema de Saúde da Universidade de Miami. Ela trabalhou com dois programas: BrainHQ da Posit Science, que usa os neurogames cientificamente testados para aprimorar a velocidade de processamento, atenção, memória e raciocínio de uma pessoa; e o i-Function, um conjunto de exercícios baseados em computador que ajuda as pessoas a aprender ou reaprender certas habilidades práticas da vida como por exemplo fazer suas transações bancárias online.

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Um dos níveis mais difíceis do exercício de velocidade cerebral da plataforma online BrainHQ, conhecido no Brasil como "Decisão Dupla": redução de até 48% no risco de desenvolvimento de demências

Ela passou de uma ou duas horas por semana trabalhando com neurogames. Um deles era o exercício de velocidade de processamento do cérebro chamado Decisão Dupla, em que a tarefa básica é identificar um objeto no centro de seu campo de visão e outro objeto na periferia o mais rápido possível. A medida que seu desempenho melhora, o programa acelera introduzindo objetos mais rapidamente e lançando mais distrações na tela.

Espectro de Alzheimer e outras demências
Existem várias causas de demência, mas a mais comum é a doença de Alzheimer, marcada pelo acúmulo de uma proteína chamada beta-amilóide no cérebro e o aparecimento de massas desorganizadas de fibras proteicas chamadas emaranhados neurofibrilares dentro das células cerebrais. Não há cura para o mal de Alzheimer, e as opções de tratamento para a maioria dos tipos de demência são limitadas. Não há medicamento ainda aprovado para prevenir ou retardar os sintomas.

“O treinamento cognitivo mostrou ser promissor, mas as pessoas não devem esperar que seja uma bala mágica.” ressalta Sarah Lenz Lock, diretora executiva do Conselho Global de Saúde do Cérebro. O mesmo vale para dispositivos médicos. A Food and Drug Administration ainda não aprovou nenhum dispositivo para prevenir ou retardar a demência, mas o presidente-executivo da Posit Science, Henry Mahncke, espera que o BrainHQ, que vem sendo utilizado pela aposentada Sandra Wisham, seja o primeiro.

A empresa tem trabalhado com pesquisadores e cientistas de instituições acadêmicas ao longo de anos e em todo mundo para avaliar seus produtos e benefícios potenciais. Agora está envolvida em pelo menos 78 ensaios sobre o envelhecimento, além de ter mais de 60 artigos cientifíficos já publicados e revisados a respeito dos benefícios  dos exercícios da plataforma online BrainHQ no combate ao declínio cognitivo.

Os benefícios do treinamento cerebral cientificamente testado
Os estudos mostraram que o treinamento de velocidade cerebral da plataforma BrainHQ ajudou a diminuir também os riscos de acidentes de trânsito entre motoristas mais velhos, reduzir os custos com despesas médicas, além de melhorar a autoestima e autoconfiança, tornando os idosos que praticam os exercícios regularmente mais independentes de um modo geral. Outros mostraram que certos exercícios de treinamento cognitivo podem levar a um melhor desempenho nas atividades da vida diária e proteger contra a depressão.

A aposentada Sandra Wisham diz que dois meses de treinamento cerebral com BrainHQ “fizeram com que ela se sentisse ótima.” Ela conta que o programa de treinamento cognitivo deu-lhe um impulso de confiança e a fez se sentir mais capaz. Também a tirou do seu pequeno apartamento e ajudou-a a conhecer novas pessoas.

“Vou continuar com certeza!”, afirma a aposentada.

Fonte: MarketWhatch

55 mil novos casos de demência a cada ano no Brasil e 10 milhões no mundo, diz OMS

Casos de demência vão triplicar e chegar a 152 milhões de pessoas até 2050, diz OMS

Mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com demência, e a cada ano são registrados quase 10 milhões de novos casos.

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A demência engloba uma série de doenças progressivas que afetam as capacidades de atenção, memória e outras habilidades cognitivas e comportamentos  — Foto: Alex Boyd/Unsplash

Com o acelerado envelhecimento da população mundial, o alto índice de crescimento de casos de demência tornou-se um dos principais desafios de saúde pública da atualidade. A fim de reduzir o impacto global da doença, as principais recomendações anunciadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) incluem a prática regular de exercícios aeróbicos e a adoção da dieta mediterrânea – baseada na alta ingestão de cereais integrais, frutas, peixes, vegetais e azeite de oliva.

Mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com demência, e a cada ano são registrados quase dez milhões de novos casos. A estimativa da Organização Mundial de Saúde é de que 152 milhões de pessoas serão afetadas até 2050. Embora não exista cura para a demência, muito pode ser feito para inibir o surgimento ou a progressão da doença. Além de uma dieta saudável e da prática regular de exercícios, as primeiras diretrizes globais da OMS para reduzir o risco de declínio cognitivo e demência recomendam ainda a adoção de políticas públicas para combater o fumo, a obesidade, a hipertensão, o diabetes e o consumo de álcool.

As diretrizes foram apresentadas em detalhe por representantes da OMS na abertura do simpósio “Dementia Forum X”, que reuniu no último dia 15, líderes e especialistas internacionais em demência no Palácio Real de Estocolmo, sob a iniciativa da Rainha Silvia da Suécia.

A demência engloba uma série de doenças progressivas que afetam as capacidades de atenção, memória e outras habilidades cognitivas e comportamentos. Há mais de 100 formas de demência – a mais comum é a doença de Alzheimer, que contabiliza de 60% a 70% de todos os casos. As mulheres são mais frequentemente afetadas do que os homens.

Recomendações

A Organização Mundial de Saúde destaca que a atividade física está associada à saúde cerebral, e diversos estudos apontam que pessoas com uma vida mais ativa apresentam menor risco de desenvolver demências. Segundo as recomendações do relatório da OMS, adultos a partir de 65 anos de idade devem praticar pelo menos 150 minutos de atividades aeróbicas de intensidade moderada por semana.

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A alternativa é fazer pelo menos 75 minutos de exercícios aeróbicos vigorosos durante a semana, ou uma combinação equivalente de atividades de intensidade moderada a alta. Cada atividade aeróbica deve ter pelo menos dez minutos de duração.

Para obter benefícios adicionais, a OMS recomenda a prática de 300 minutos de exercícios aeróbicos moderados por semana, ou 150 minutos de atividades de alta intensidade – ou ainda uma combinação entre práticas aeróbicas de intensidade moderada e alta. Exercícios de musculação devem ser feitos duas ou mais vezes por semana.

Uma dieta saudável e equilibrada também tem papel importante na prevenção de doenças que aumentam o risco de demência, como o diabetes.
De acordo com a OMS, vários estudos indicam que a adoção da dieta mediterrânea está associada a uma menor probabilidade de desenvolver demências. Baseada no consumo de alimentos frescos e naturais, a dieta mediterrânea é normalmente relacionada à melhora das funções cardiovasculares e a uma maior longevidade de seus adeptos, além de reduzir riscos de desenvolvimento de câncer e outras doenças degenerativas.

As recomedações gerais da OMS para uma dieta balanceada incluem pelo menos 400 gramas (cinco porções) de frutas e legumes por dia, além de nozes e grãos integrais. Deve-se dar preferência ao consumo de gorduras insaturadas (encontradas em alimentos como peixes, abacate, óleo de canola e azeite de oliva), e reduzir a ingestão de gorduras saturadas – presentes por exemplo em carnes vermelhas, manteigas, queijos e óleo de côco – a menos de 10% das calorias ingeridas por dia.

A OMS recomenda ainda a ingestão de menos de cinco gramas de sal (cerca de uma colher de chá) por dia, e o uso de sal iodado.

Custo global da demência

Em todo o mundo, os custos de apoio e tratamento de demências crescem de forma alarmante: em 2018, os gastos globais foram da ordem de um trilhão de dólares, e as projeções são de que este total irá dobrar até 2030.

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No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, são registrados 55 mil novos casos de demências todos os anos, a maioria decorrentes do mal de Alzheimer. — Foto: Pixabay

No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, são registrados 55 mil novos casos de demências todos os anos, a maioria decorrentes do mal de Alzheimer. Atualmente, 1,4 milhão de brasileiros vivem com demência – e o número de casos deverá saltar para mais de seis milhões em 2050.

A população brasileira também envelhece de forma acelerada: segundo estatísticas do IBGE, em 2018 o Brasil contabilizava 28 milhões de pessoas acima dos 60 anos. Até 2060, este número deverá aumentar para 73 milhões de pessoas.

“O subgrupo da população que mais crescerá até 2065 é o de pessoas acima de 60 anos, e, dentro deste grupo, o de pessoas com mais de 80 anos de idade. Grosso modo, 40% daqueles que atingem esta idade apresentam declínio cognitivo importante, e o risco aumenta progressivamente”, alerta o médico carioca Alexandre Kalache, um dos convidados do Dementia Forum X de Estocolmo.

Referência no Brasil para questões relacionadas ao envelhecimento, Kalache diz ver com preocupação a forma como o país tem respondido ao que ele chama de “revolução da longevidade”:

“O que mais importa é treinar a equipe de atenção primária à saúde, para que os problemas decorrentes do número crescente de casos de Alzheimer possam ser minorados. No entanto, o SUS parece estar sendo desmantelado. Centros de saúde estão mal financiados, muitos deles estão fechando, e as condições de trabalho são altamente inadequadas”, destaca o especialista.

Presidente do Centro Internacional de Longevidade (ILC) do Brasil, Kalache ressalta que o país ainda não tem uma política nacional para lidar especificamente com demências – ao contrário de inúmeros outros países, inclusive na América Latina.

“A Política Nacional de Saúde (PNS) para fazer face ao envelhecimento não só é insuficiente em relação ao desafio, como deficitária quanto à sua aplicação. Assim como na Constituição, a PNS atribui à família a responsabilidade de cuidar de pacientes com Alzheimer. No entanto, além da “insuficiência familiar” – com famílias mais fragmentadas, menor número de filhos e fatores como moradias precárias -, o que mais falta é uma política de apoio à família para que ela possa exercer este papel adequadamente”, diz o especialista, que também atua como embaixador global da organização HelpAge International.

Uma doença desigual

Apesar de o mal de Alzheimer afetar pessoas de diferentes classes sociais, a baixa escolaridade é um dos fatores de risco para o surgimento de demências após os 60 anos.

Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, isto ocorre porque o ensino formal contribui para a criação de redes neurais mais complexas, e estimula o cérebro a elaborar uma reserva funcional maior que será gasta ao longo da vida. Pessoas com maior nível de escolaridade geralmente executam atividades intelectuais mais complexas, que oferecem uma maior quantidade de estímulos cerebrais.

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Segundo estatísticas do IBGE, em 2018 o Brasil contabilizava 28 milhões de pessoas acima dos 60 anos — Foto: Pixabay

Ou seja, um indivíduo que frequentou o ensino superior possui menos chances de adquirir de forma precoce o mal de Alzheimer ou outra doença neurodegenerativa do que o indivíduo que concluiu apenas o ciclo básico de educação. Portanto, aumentar o nível de escolarização pode ser eficiente para prevenir casos de demência.

Os especialistas destacam: manter o cérebro constantemente ativo e estimulado pode retardar e até inibir a manifestação da doença. Outros fatores de proteção contra a demência são o controle da hipertensão, do diabetes e da depressão, aliado a hábitos saudáveis como não fumar e praticar exercícios físicos.

“Não sabemos com nenhum grau de certeza como prevenir a demência. Mas muito pode ser feito para prevenir a segunda mais frequente forma de demência – a demência vascular, sobretudo através da prevenção e tratamento adequado da hipertensão arterial. Aqui vale a noção dos três terços. Um terço dos casos de hipertensão no Brasil não tem a doença diagnosticada, outro terço a tem diagnosticada, mas não é tratada. E do terço final, muitos iniciam o tratamento com pouca aderência ou falta de acesso aos medicamentos mais indicados”, diz o médico Alexandre Kalache.

“Sabemos que atividade física, nível educacional adequado, dieta saudável e estímulos cognitivos ao longo da vida podem ter um efeito positivo em relação à demência – se não para preveni-la, pelo menos para adiá-la. E se o conseguimos por oito ou dez anos, já estaremos no lucro” – Alexandre Kalache.

Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer, a doença é uma enfermidade incurável que se agrava ao longo do tempo, mas que pode e deve ser tratada. Os avanços da medicina têm permitido que os pacientes tenham uma sobrevida maior e uma qualidade de vida melhor, mesmo na fase grave da doença. Também há evidências científicas de que atividades de estimulação cognitiva, social e física favorecem a funcionalidade e a manutenção de habilidades dos pacientes.

Quando a doença é diagnosticada em sua fase inicial, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.

Em Estocolmo, a anfitriã do terceiro Dementia Forum X será a Rainha Silvia da Suécia, que tem envolvimento pessoal com o tema: sua mãe, a brasileira Alice Sommerlath, sofreu de demência em seus últimos anos de vida. Em consequência da dolorosa experiência com a mãe, em 1996 a Rainha criou a fundação Silviahemmet, um inovador centro de excelência que se dedica a auxiliar e capacitar pessoas envolvidas no cuidado de pacientes com demência.

Na capital paulista, a Sociedade Beneficente Alemã é a primeira instituição da América Latina a seguir as recomendações e a filosofia de cuidados da fundação Silviahemmet.

“Há modelos que podem ser adaptados ao nosso contexto – daí a importância dos estudos e pacotes de treinamento desenvolvidos pela fundação da Rainha Silvia. Mas vale lembrar que os países desenvolvidos primeiro enriqueceram para depois envelhecerem. Nós estamos envelhecendo muito mais rapidamente, em um contexto de muita pobreza e de imensas desigualdades sociais”, observa Alexandre Kalache.

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Fonte: G1/RFI