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Como o home office impacta seu cérebro

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O home office, ou teletrabalho segundo a fria letra da lei, já faz parte do cotidiano de boa parte dos brasileiros economicamente ativos durante a quarentena. O espaço físico entre sua cama e o ‘escritório’ encurtou dramaticamente, e seja lá o que sua baia de trabalho se transformou na transição para o lar certamente se confunde com o mesmíssimo espaço que você usa para lazer – ou decompressão, se o linguajar corporativo for mais sua praia.

Tudo isso, claro, tem impactos no nosso psicológico. O efeito de trabalhar em casa implica também em uma vida social menos ativa e menor contato pessoal, que se junta a outros fatores. A revista científica The Lancet publicou recentemente uma revisão de artigos e estudos sobre os efeitos psicológicos da quarentena durante a epidemia da SARS (Síndrome Respiratória Aguda), em 2002. O levantamento apontou que 29% das pessoas apresentaram estresse pós-traumático (TEPT) e 31% tiveram depressão após o isolamento.

Para Priscilla Bencke, especialista em neurociência aplicada à arquitetura da Qualidade Corporativa Smart Workplaces, um uso inteligente do espaço pode ser fundamental para diminuir os efeitos mentais do home office sob a pandemia. “Precisamos ter consciência de que somos impactados pelos ambientes que frequentamos, principalmente, por meio dos nossos sentidos. Consequentemente isso vai influenciar no nosso comportamento. Podemos, por exemplo, criar sensações agradáveis por meio da decoração, para que as pessoas da nossa casa sintam-se acolhidas nesses ambientes, bem como usar um aromatizador relacionado com a natureza, pisar na grama e ouvir músicas que te façam sentir mais calmo”, explica Priscilla Bencke.

Vale inclusive preparar ambientes e situações dentro de casa que proporcionem memórias positivas para a família, apesar do cenário de muita dificuldade. Dados de uma pesquisa do Happiness Research Institute, da Dinamarca, pode nos ajudar a entender melhor esse cenário. Um estudo realizado por eles pediu às pessoas que descrevessem uma memória feliz. Nas respostas foram identificados alguns padrões em quase todas as devolutivas, sendo 62% delas tendo ligação direta com aspectos multissensoriais e 56% emocionais. “Essa fase da quarentena vai ficar marcada na memória das pessoas, mas a decisão sobre como isso vai ser lembrado depende da emoção que cada um de nós vai dar para esses momentos em família. Se conseguirmos oferecer espaços multissensoriais em casa, por exemplo, podemos trabalhar isso de forma estratégia e contribuir com a formação de memórias positivas”, explica Priscilla., que sugere seguir a cartilha abaixo:

Técnicas de neuroarquitetura para um home office eficaz

• Natureza e a iluminação natural

Se um ambiente está com pouca luz, por exemplo, a vista ficará mais cansada, podendo causar dores de cabeça e estresse. Por esse motivo, ao escolher a iluminação do ambiente de trabalho observe o quanto será necessário de luminosidade para a prática da atividade. “A luz branca, por exemplo, evita o sono. Obviamente, quando estamos um longo período de tempo sobre essa luz não vamos conseguir relaxar nosso corpo”, explica a arquiteta. Apesar da iluminação natural contribuir para o combate ao estresse, o seu excesso também pode causar o efeito contrário. “Temos que cuidar ainda para que os raios do sol ou a claridade não prejudique a visibilidade quando estivermos no notebook ou na TV, pois isso pode gerar dor de cabeça e, consequentemente, influencia no estresse”, alerta Priscilla.

Outro detalhe importante é sobre quem permanece muito tempo em ambientes fechados com ausência de luz natural. Segundo Priscilla Bencke, ficar por longos períodos nesses locais faz com que a pessoa não perceba o passar do dia, desconectando-se do seu relógio biológico. Como resultado pode haver uma dificuldade maior na hora de descansar ou dormir, ocorrendo a temida insônia e que impacta diretamente na produtividade e na saúde. Janelas com vista para a ‘natureza’ ajudam nesse ponto e contribuem, inclusive, para diminuir a frequência cardíaca e reduzir as questões de estresse.

Além disso, muito cuidado com os ruídos. Eles são os principais vilões de qualquer ambiente de trabalho. “É impossível se manter concentrado com o barulho. Pesquisas mostram que diminuímos 40% da capacidade de produção com a presença de barulhos externos. Além disso, a previsão é de que os erros aumentem em quase 30% devido às distrações em ambientes com a presença de ruídos. Como a família toda estará em casa é muito importante buscar um espaço mais reservado para trabalhar”, indica Priscilla.

• Ergonomia

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 40% das dores lombares resultam em problemas mais sérios, causando incapacidade funcional e diminuição da produtividade. Por isso, outro detalhe importante é em relação aos mobiliários utilizados. Apesar de ser um home office temporário – para muitos – é fundamental alguns cuidados.

“O ideal para um ambiente de trabalho home office é escolher cadeiras que possuem pelo menos três funções básicas: regulagens de alturas do assento e do braço, além de encosto com o apoio para a lombar. Caso a pessoa não tenha esse tipo de cadeira em casa ela pode escolher um assento que permita encostar a lombar na cadeira e deixar a coluna reta. De preferência, que tenha apoio para os braços. E fique atento aos seus limites físicos, como os de postura, e até mesmo psíquicos, evitando transformar o excesso de trabalho em estresse, bem como muitas horas na mesma posição”, indica a arquiteta Priscilla Bencke.

Outra dica é sobre o uso do notebook. Muitas horas de trabalho podem gerar desconfortos físicos. “Para evitar que esses problemas influenciem na qualidade de vida acrescente um suporte para notebook com mouse e teclado externo. Dessa forma, vai ser possível trabalhar em uma postura adequada sem queixas e com mais produtividade. Quem não tem o suporte para notebook pode utilizar temporariamente livros para criar uma altura que deixe o notebook na direção dos olhos, permitindo uma postura correta”, aconselha Priscilla.

Manter o cérebro em forma é importante em qualquer idade. A NeuroForma disponibiliza uma plataforma de exercícios cientificamente testados para turbinar sua capacidade cognitiva. A plataforma está disponível online e os exercícios podem ser praticados remotamente pelo seu computador, smartphone ou tablet durante a quarentena.

Estudo mostra como cérebro dá ‘replay’ em memórias durante o sono

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O que acontece com nosso cérebro quando dormimos é uma dúvida que atiça a curiosidade de muitos cientistas. E um estudo publicado na última terça (5) trouxe novas evidências sobre o assunto. O artigo, que saiu na revista Cell Reports, indica que durante o sono, a mente repassa alguns padrões neurais, provavelmente para consolidar aprendizados obtidos ao longo do tempo de vigília.

Os cientistas já desconfiavam desse mecanismo, mas os cientistas conseguiram evidências mais fortes de sua existência nesse estudo.



COMO O ESTUDO FOI FEITO?

O estudo contou com dois voluntários que usavam microeletrodos implantados em seu cérebro; 

Eles foram expostos a uma sequência de luzes em um painel com quatro lampadas de cores diferentes (semelhantes ao jogo Genius dos anos 1980);

Depois disso, eles tiveram 30 minutos de descanso em que puderam dormir e atingir estágios iniciais de sono; 

Os pesquisadores observaram que depois desse período dormindo, seus neurônios continuaram com as mesmas sinapses ativadas durante o jogo;

O estudo não observou, no entanto, se depois houve alguma evolução durante o jogo, mostrando se esse esquema de consolidação é mesmo eficiente.

POR QUE ISSO IMPORTA?

O estudo reforça como o sono é importante para a consolidação da memória e que mesmo curtos períodos de descanso são importantes para isso. Ou seja, tirar pequenos intervalos para descansar pode ser importante para melhorar nosso rendimento no trabalho e no dia a dia.

Conheça 6 inimigos do cérebro e saiba reverter esses hábitos nocivos

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O cérebro é um órgão vulnerável, portanto exige uma boa manutenção cotidianamente. No entanto, altos graus de exigência e níveis de necessidade de articulações intelectual e emocional levam as pessoas a seus limites. Prova disso é a fadiga mental, que pode evoluir para a síndrome de Burnout ou levar a crises de ansiedade e depressão. “Esquecimento, desatenção e baixa no rendimento mental têm sido mais frequentes e mostram que alguns hábitos precisam ser revistos”, alerta o neurologista Leandro Roberto Teles, membro efetivo da ABN (Academia Brasileira de Neurologia).

Muitos hábitos inadequados se tornam grandes inimigos do cérebro, fazendo-o enfrentar falhas e, ao longo do tempo, podendo até aumentar o risco de danos cerebrais como o surgimento de doenças degenerativas e psiquiátricas. “Existe um potencial de lesão indireta em longo prazo”, completa Teles. Mas a boa notícia é de que ao substituir os hábitos nocivos pelos benéficos é possível reverter os danos funcionais, promovendo saúde como um todo —afinal o cérebro também comanda o sistema hormonal e imunológico, ou seja, cuidar desse órgão reflete em todo o organismo.

De acordo com a neurocientista Ângela Wyse, professora titular do Departamento de Bioquímica da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), a plasticidade neuronal é a capacidade que o cérebro tem de adaptação. Por isso, nunca é tarde para corrigir tais hábitos e buscar uma manutenção adequada da saúde cerebral. “O cérebro se renova e, ao apostar nessas correções, ele aumenta suas conexões e pode evitar doenças futuras”, confirma a docente.

Para ajudar a identificar os inimigos do cérebro, listamos aqui os principais deles. Além disso, apontamos quais ações podem e devem ser adotadas para a qualquer momento investir na saúde desse órgão tão importante. Confira!
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1. Falta de sono
Durante o sono o cérebro consolida as memórias do dia anterior, organiza o pensamento e exercita a criatividade; além disso, prepara o cérebro para as atividades do dia seguinte. “Um sono de boa qualidade é tão importante para a saúde do cérebro que a recomendação médica atual é de que se deve dormir mesmo que seja com medicamentos indutores do sono, reservados àqueles casos em que não houve resposta aos tratamentos comportamentais como a higiene do sono”, ressalta Einstein F. Camargos, professor do programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas (Mestrado e Doutorado) da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB).

Como corrigir: Aposte em algumas técnicas que ajudam na indução do sono. Desligue aparelhos eletroeletrônicos e apague as luzes. A escuridão ajuda na produção de melatonina, hormônio do sono. Procure dormir, ao menos, 8 horas e, ao longo do dia, invista no gerenciamento do estresse para não levar para a cama os problemas do dia-a-dia.

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2. Sobrecarga mental

O cérebro tem uma capacidade limitada de lidar com afazeres simultâneos. Por isso, o estresse da vida cotidiana moderna tem sido muito prejudicial à saúde mental. “No esforço realizado pelo cérebro em controlar as emoções, algumas áreas deixam de ser estimuladas ou mesmo reabilitadas, levando a uma perda funcional importante que pode se expressar como prejuízos na atenção e queixas de memória”, explica Camargos. Além disso, o estresse crônico libera hormônios —como adrenalina — mantendo o sistema de alerta ativo. “Esse excesso de hormônio pode aumentar os níveis de inflamações e, consequentemente, causar danos celulares, que ao longo do tempo podem danificar o sistema cerebral e elevar a chance de doenças neurodegenerativas”, alerta Wyse.

Como corrigir: Nada de querer abraçar o mundo. Evite fazer várias coisas ao mesmo tempo, realize cada atividade no seu tempo e foque nos problemas importantes e específicos. “Tire o melhor do seu cérebro reduzindo a taxa de distratores”, sugere Teles. Outra dica é evitar ambientes pesados e bagunçados, evitando assim o bombardeio de estímulos.

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3. Rotina

É bem menos trabalhoso seguir um roteiro já traçado, mas a rotina automatiza os processos mentais. Por conta dela, deixamos de raciocinar, criar e perdemos a chance de exercitar os neurônios. “Os trabalhos repetitivos, relações interpessoais que caíram na mesmice, falta de projetos, planos, metas, enfim tudo isso leva a uma preguiça cognitiva”, confirma Teles.

Como corrigir: Busque coisas novas e faça a rotina de jeito criativo, alterando caminhos e ambientes, conhecendo pessoas e lugares novos. É importante alimentar o cérebro de vivências intelectualmente mais interessantes. Segundo Wyse, a leitura é uma motivação importante para o cérebro, pois o força a realizar novas conexões, recordar alguma situação, vivenciar uma nova história. Na prática, faz o cérebro trabalhar.

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4. Sedentarismo

A atividade física age no sistema nervoso central em vários níveis. “Reduz a ansiedade, derruba os níveis de cortisol e adrenalina, estimula a formação de redes dentro do hipocampo (região responsável pela memorização) e melhora o sono”, informa Teles. Por isso, ficar parado é um problema para a saúde cerebral. Além disso, a falta de atividade física aumenta o risco de obesidade, pressão alta, colesterol elevado, problemas cardíacos, doenças que podem ainda aumentar o risco de doenças isquêmicas, o conhecido AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Como corrigir: Comece devagar e pare de adiar aquela caminhada. Ao se movimentar, ocorre otimização da concentração, do processo criativo e do pensamento lógico. A prática de atividade física tende a elevar a autoestima, ativando regiões cerebrais ligadas ao prazer. “Com isso, o circuito cerebral libera dopamina, o hormônio do prazer que mantém o cérebro ativo e alegre”, fala Wyse.

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5. Tecnologia

Não dá mais para viver desconectado, afinal o computador e o smartphone tornaram-se essenciais para a vida social e profissional. Porém, nas redes sociais consumimos uma quantidade enorme de informação sem ao menos conseguir assimilar ou pensar sobre cada uma delas. “Há ainda o risco de terceirização cognitiva, pois as pessoas delegam ao celular, por meio de vários aplicativos o ajuste e lembrete de datas, horários e tarefas e, com isso, a pessoa começa a ficar mais sedentária mentalmente”, alerta Teles.

Como corrigir: É importante não permitir que se desenvolva um grau de dependência, apostando na delimitação de tempo. Pode ter acesso à tecnologia, mas sem ficar refém disso. Também é possível criar vínculos em redes sociais, mas sem abrir mão do mundo real, pois as interações sociais fazem o cérebro trabalhar e ativam a região do prazer.

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6. Notícias ruins

Assim como se escolhe o que colocar no prato, também é importante ficar atento às notícias que estão alimentando o nosso cérebro. Uma overdose de informações negativas ativa memórias ruins e interfere na liberação de dopamina.

Como corrigir: É fundamental, de tempos em tempos, equacionar o tipo de estimulo que tem recebido do externo. Aqui, a proposta não é ficar alienado, mas procurar alimentar o cérebro também com informações positivas para ativar os neurônios do bem, como dopamina (prazer) e serotonina (bem-estar).

Nessa quarentena é possível praticar os exercícios cognitivos cientificamente testados para manter o cérebro sempre em forma

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Estudo de pesquisadores do Brasil e do Canadá indica que cérebro pode ser afetado em casos graves de Covid-19

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Trabalho foi publicado na revista científica Trends in Neurosciences nesta terça-feira (21). Eles observaram casos em UTIs da China e França. Estudo vai prosseguir com a análise clínica de dados de pacientes.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) e da Queen’s University, do Canadá, publicaram um artigo sobre a possibilidade de que o sistema nervoso central possa ser afetado em casos graves do novo coronavírus. O trabalho foi publicado na revista científica Trends in Neurosciences na terça-feira (21).

A pesquisa, assinada por quatro pesquisadores brasileiros e um canadense, usa dados sobre a Covid-19 (SARS-CoV-2), sobre outros tipos de coronavírus e outras famílias de vírus.

Os pesquisadores usaram como uma das bases para o trabalho, dados de pacientes do coronavírus em UTIs na China e na França. Nos dois locais, eles observaram danos cerebrais em uma relevante parcela dos pacientes que estavam internados com sinais severos da doença.

A pesquisadora disse ainda que a infecção dos neurônios já havia sido observada em outros tipos de coronavírus e o tipo de inflamação observado na Covid-19 pode ser semelhante. No entanto, ela lembra que todo conhecimento sobre o coronavírus que gerou a pandemia no mundo ainda é muito novo.

“Os pacientes severos devem ser seguidos com cuidado porque eles podem ter um risco aumentado de desenvolver demência e doenças neurodegenerativas como, Alzheimer e Parkinson. E já tem associações de infecção no sistema nervoso e aumento do risco dessas doenças. Acho que é mais um fator para a população ficar ligada, principalmente a população que segue o conceito de ser uma gripezinha e algo leve. Os impactos podem ser muito grandes e duradouros e pode aumentar a prevalência de doenças degenerativas no Brasil e no mundo”, explicou.

Andamento do estudo

Fernanda Tovar-Moll, diretora-presidente do Instituto Idor, disse que o estudo terá andamento com a análise de casos clínicos que vão observar, de várias maneiras, os efeitos da Covid-19 no cérebro do maior número possível de pacientes.
A pesquisadora disse ainda que os pacientes que fazem parte do estudo também terão suas funções cognitivas mapeadas a longo prazo para identificar os efeitos do coronavírus.

“Estas capacidades cognitivas que serão investigadas serão em diversos domínios, como memória, tomada de decisão e outras funções e estes dados serão relacionados com as informações de imagem”, disse.

Casos leves

A professora do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da UFRJ ressaltou que, nos casos mais leves, pacientes também podem apresentar sintomas de origem neurológica, como dor de cabeça e perda do olfato, sintomas da doença que ficaram conhecidos, mas que não deixam sequelas.

“Pode ser que a doença também esteja impactando o cérebro em casos mais leves também. Mas aí, enquanto não fica grave, o corpo está acostumado a combater e resolver. Então, a gente acha que os problemas não devem ser mais acentuados, pois temos os nossos mecanismos de proteção”, afirmou.

Novas maneiras de melhorar a saúde do cérebro

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Durante décadas, esperamos que a comunidade científica encontre uma cura para a doença de Alzheimer – mas muito pouco progresso foi feito. O primeiro medicamento usado para tratar os sintomas da doença de Alzheimer foi o Cognex (tacrina), aprovado em 1993; e o mais recente foi o Namenda (memantina), aprovado em 2003. Isso significa que, nos últimos 16 anos, não houve novos medicamentos aprovados. Mas a notícia é ainda pior do que isso: nesses dezesseis anos, mais de 100 medicamentos foram testados em ensaios clínicos e nenhum se mostrou eficaz no tratamento da doença de Alzheimer. Nenhum. E, durante esse período, nenhum medicamento demonstrou melhorar com segurança e eficácia a função cognitiva em adultos saudáveis, ou reduzir o risco de demência.

Esse conjunto contínuo de resultados decepcionantes da indústria farmacêutica aumentou o interesse nas chamadas abordagens “não farmacológicas” – um termo genérico que inclui tudo, desde dieta a exercícios, até treinamento cerebral.

Nós da Posit Science (NeuroForma no Brasil) somos grande defensores de abordagens “não farmacológicas” para a saúde do cérebro. Uma das razões pelas quais inventamos o BrainHQ é porque acreditamos que o treinamento cerebral era a maneira mais direta de melhorar a saúde do cérebro.

Recentemente, nosso ponto de vista (que compartilhamos com muitas pessoas) recebeu um grande impulso de um importante grupo de defesa chamado UsAgainstAlzheimers, uma organização que trabalha para criar e compartilhar conhecimento sobre pesquisa e acelerar ensaios clínicos. Esta organização foi fundada por um grupo de pessoas afetadas pela doença de Alzheimer em suas famílias e que compartilham um objetivo comum de interromper a doença até 2025. A UsAgainstAlzheimers acaba de lançar um novo relatório intitulado “Terapias não farmacológicas na doença de Alzheimer: Uma revisão sistemática ”- você pode ler um resumo ou fazer o download do relatório completo. O relatório é uma revisão sistemática de mais de 300 estudos publicados de intervenções não farmacológicas relevantes para melhorar a função cognitiva e / ou retardar o aparecimento de demência. Cada tipo de intervenção foi sistematicamente classificado com um “nível de evidência” que descreve a força dos dados por trás da intervenção.

Entre intervenções dietéticas e nutricionais, a dieta MIND (uma versão da dieta mediterrânea saudável para o coração, com modificações adicionais para apoiar a saúde do cérebro) foi classificada com alta classificação, com resultados promissores também observados para cacau / chocolate, vitaminas do complexo B e ácidos graxos essenciais . O exercício aeróbico também foi altamente avaliado.

O treinamento cognitivo também foi classificado com alta classificação, com o relatório observando que “um resultado terapêutico com uma população específica é muito claro: o uso de programas de treinamento cognitivo computadorizados no envelhecimento normal, independentemente do domínio estudado, melhorou significativamente o desempenho cognitivo e do mundo real. Isso é apoiado por vários grandes estudos, ensaios clínicos bem executados e meta-análises publicadas. ”

Nosso próprio BrainHQ foi um foco específico do relatório, destacado em um estudo de caso sobre intervenções disponíveis baseadas em evidências para apoiar a saúde cognitiva. O BrainHQ foi descrito como “uma terapia computadorizada notável disponível agora”, e o relatório estava ansioso para ver o BrainHQ avançar em outros estudos para avaliar o efeito do treinamento regular do BrainHQ na prevenção da demência. Fico feliz em dizer que vários desses estudos estão começando agora, financiados pelo Instituto Nacional do Envelhecimento.

Estou empolgado com a promessa de todas essas intervenções (e, claro, do BrainHQ em particular). É cada vez mais claro que manter o cérebro saudável como órgão biológico – por meio de exercícios, nutrição e treinamento cerebral – pode manter e melhorar a função cognitiva e ajudar nossos “intervalos de cérebro” a corresponderem a nossos períodos de vida crescentes. Este relatório da UsAgainstAlzheimers mostra o que é necessário para tornar realidade a nova ciência do aprimoramento cognitivo não farmacológico: investimentos na ciência básica por trás dessas abordagens e na realização de rigorosos ensaios clínicos necessários para demonstrar eficácia. Este trabalho agora está valendo a pena para todos nós – e não pode chegar em breve!

Dr. Henry Mahncke, CEO da Posit Science

8 dicas da neurociência para aumentar a produtividade no home office

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O trabalho homeoffice pode ser motivado por uma situação emergencial, como aconteceu na quarentena contra o covid-19. O cérebro, contudo, costuma estranhar o novo contexto.

”Isso porque, ao acordar até chegar ao escritório, aproximadamente 40% das atividades realizadas são inconscientes e autômatas, incluindo escovar os dentes e pegar o transporte”, descreve a neurocientista Thaís Gameiro, sócia-fundadora da Nêmesis Neurociência Organizacional. “O cérebro atua assim para poupar energia”, explica.

Quando a rotina e o ambiente de trabalho mudam, há a necessidade de mais concentração em atividades que antes passavam batidas, gastando recursos e gerando cansaço. Além disso, a neurocientista lembra que assimilamos informações do ambiente de forma inconsciente, que também interferem na produtividade.

”O escritório frequentado diariamente emite ‘pistas’ de que é hora de trabalhar. Sua cadeira, mesa, sala, entre outros, são fatores ambientais que influenciam inconscientemente nessa disposição”, informa. Já a casa pode transmitir informações opostas, de que lá é um local de descanso e para a família.

A boa notícia é que, por ser um órgão plástico, o cérebro é capaz de produzir novas conexões e fixar hábitos inéditos para potencializar o trabalho em casa. Dicas simples ajudam nessa tarefa!

MANTENHA A MESMA ROTINA DE VIDA
Acordar e iniciar o expediente nos mesmos horários do escritório ajuda o cérebro a “entender” o trabalho em casa. “O erro é dormir mais porque não haverá o tempo do deslocamento para o escritório”, lembra Gameiro. “Na prática, o profissional se atrapalha com demandas domésticas, e o atraso para começar o expediente engole, em efeito dominó, os demais compromissos do dia”, adverte.

ESCOLHA UM ÚNICO ESPAÇO DA CASA PARA TRABALHAR
Como consolidar um hábito exige repetição, mudar o posto de trabalho diariamente atrapalha. “Deixe no local escolhido água e tudo o que você precisa para o dia, evitando o abandono do posto para procurá-los. Toda interferência prejudica a produtividade”, acrescenta.

MESA ORGANIZADA
Sem as gavetas do escritório, a chance da papelada acabar em cima da mesa de casa é grande. A psicóloga da Universidade de Princetown (EUA), Sabine Kastner, descobriu que o córtex cerebral é sensível à desordem visual, prejudicando a atenção e esgotando as funções cognitivas rapidamente. Assim, mantenha à vista somente o essencial.

TIRE O PIJAMA
Segundo Gameiro, o pijama emite sinais inconscientes de relaxamento e descanso. “Um exemplo é que nossa postura social e corporal muda quando vestimos uma determinada roupa”, ilustra. Contudo, você pode deixar o terno e gravata no armário. “Escolha uma roupa que você poderia usar em uma call sem parecer desleixado”, recomenda.

SAIBA A HORA DE PARAR
Sem as regras de horário do escritório, o profissional pode extrapolar na jornada de trabalho em casa. “Mas conforme a semana evolui, o cansaço e estresse prejudicam as funções cognitivas”, alerta Gameiro. Para delimitar o fim do dia, agende um compromisso para o horário escolhido. “Seja brincar com seus filhos, ver uma série, ir à academia, etc.”, orienta.

UMA TAREFA POR VEZ
De um lado, família e problemas domésticos. Do outro, prazos e cobranças nos aplicativos de mensagem e e-mail. As orientações são respirar; separar os momentos de resolver problemas familiares do trabalho; diferenciar as demandas importantes das urgentes e responder uma solicitação por vez. “A capacidade de fazer várias tarefas simultaneamente é um mito. O cérebro apenas alterna o foco de uma coisa para outra, em um processo que gasta recursos e causa sobrecarga cognitiva”, destaca Camila Campanhã, professora da Especialização em Neurociência e Psicologia Aplicada na Universidade Presbiteriana Mackenzie. O estresse de tentar ser multitarefa ainda derruba o neurotransmissor dopamina, fundamental à atenção.

NĀO SE ISOLE
Campanhã explica que o trabalho colaborativo gera motivação –algo desafiador quando não se está no mesmo ambiente que a equipe. “Somos seres sociais e a sensação de pertencimento está ligada ao instinto de sobrevivência”, contextualiza. “Assim, se mostre disponível aos colegas e peça ajuda quando necessário, mesmo a distância”, finaliza.

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A NeuroForma possuí ferramentas incríveis que vão fortalecer sua capacidade de atenção ajudar na resolução de problemas. A ferramenta é disponibilizada gratuitamente por um período de testes e pode ser acessada do seu computador, tablet ou smartphone.

Entenda como funcionam os hormônios da felicidade no nosso cérebro

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A dopamina, serotonina e adrenalina são neurotransmissores, substâncias químicas produzidas pelos neurônios, que regulam o humor e a liberação de alguns hormônios. Quando liberados no cérebro, dão sensação de bem-estar e felicidade. Saiba o que a ciência já descobriu sobre o assunto.

A dopamina, serotonina e adrenalina são neurotransmissores, substâncias químicas produzidas pelos neurônios, que regulam o humor e a liberação de alguns hormônios. Quando liberados no cérebro, dão sensação de bem-estar e felicidade.

Um artigo publicado em 2014 discutiu que há aspectos endógenos e externos (socioculturais, econômicos, geográficos, eventos da vida), que influenciam a felicidade. Entre os endógenos, há cinco fatores: genética, neurotransmissores cerebrais, hormônios e glândulas endócrinas, saúde física e biótipo.

Tem pessoas que possuem genes mais favoráveis à liberação de serotonina, ou seja, produzem mais serotonina. Mesmo que você seja uma pessoa que geneticamente produz menos serotonina, tudo bem. Isso só quer dizer que você vai precisar se esforçar mais para sentir-se feliz. Ter um gene favorável à produção de serotonina não determina que você será mais feliz, mas é uma constatação de que a genética influencia, sim, no seu estado de humor. Estudos com gêmeos sugerem que fatores genéticos influem 35-50% na felicidade.

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COMO LIBERAR OS NEUROTRANSMISSORES DO PRAZER?
1) Tenha pensamentos positivos: o pensamento positivo aumenta a liberação de endorfina, o que equilibra o sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático e dá sensação de felicidade. Pensamento positivo não é só achar que tudo vai dar certo, mas pensar em algo que lhe traz felicidade, como um momento bom que teve no passado.

2) Faça atividade física: quando fazemos atividade física, o corpo libera dopamina, que dá motivação para correr mais; e serotonina que dá bem-estar mais prolongado. Vale lembrar que não funciona só se mexer de vez em quando! Se você tem dificuldade de fazer atividade sozinho, convide alguém para ir com você. Além de liberar dopamina, você ainda libera endorfina.

3) Praticar treinamento cognitivo digital: A Neuroforma disponibiliza no Brasil e em países de língua portuguesa a plataforma BrainHQ. Única com mais de 100 estudos e pesquisas científicas comprovando os reais benefícios dos exercícios.

4) Faça o bem: um estudo mostrou que comprar presentes para uma pessoa que precisa mantém a sensação de felicidade e bem-estar por mais tempo do que comprar presente para si próprio.

5) Coma chocolate: o chocolate tem teobromina, substância que aumenta a produção de dopamina. Só tome cuidado com exageros. Saiba que após comer, você vai sentir-se feliz, mas logo depois ficará com vontade de comer mais para manter a sensação de prazer, se tiver tendência a comportamentos de compulsão

6) Abrace: o abraço aumenta a ocitocina, que facilita relacionamentos e melhora comportamentos sociais. Aumenta conexões.

7) Ouça música: olhe fotos antigas e converse sobre momentos felizes do passado com amigos. Isso aumenta a serotonina.

8) Medite: os neurocientistas descobriram que monges que passam anos meditando apresentam um maior crescimento do córtex pré-frontal esquerdo, a principal parte do cérebro responsável pelo sentimento de felicidade. Mas não se preocupe. Você não precisa passar anos vivendo isolado e em silêncio como celibatário. Bastam cinco minutos por dia observando sua respiração. Enquanto faz isso tente ser paciente.

Especialistas explicam por que, em meio a coronavírus, parece que a vontade de tocar o rosto é maior

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Com tantas recomendações para não levar a mão próximo ao nariz, olhos e boca para prevenir a covid-19, existe a impressão de que a vontade do corpo é, justamente, de contrariar a orientação

Uma das principais medidas para prevenir o novo coronavírus é não encostar as mãos nos olhos, boca e nariz. Porém, em meio a tantas recomendações parece que a vontade de tocar ou coçar o rosto é ainda mais persistente. É apenas uma impressão? Não, isso está acontecendo mesmo, e existem duas explicações.

A primeira delas é que com as orientações para conter a pandemia da covid-19 a consciência sobre o onde colocamos as mãos é maior. O que antes era automático, agora está sendo vigiado.

“Não conseguimos mudar tão rapidamente um hábito, por isso temos a percepção de que está acontecendo o contrário. Tudo que a gente se programa para não fazer acabamos fazendo naturalmente, porque estamos tentando combater o que já está programado em nosso cérebro”, afirma Kátia Bonfadini Pires, psicóloga especialista em psicologia hospitalar e mestre em saúde coletiva, da clínica Leger.

Keitiline Viacava, pós-doutora em neurociência cognitiva pela Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos, concorda. “Tocar o rosto é um comportamento que temos há muitos anos, desde a barriga da mãe, é muito automatizado, a gente faz quase sem querer.”

A notícia ruim é que por se tratar de um hábito, a mudança não será instantânea. A alteração de um costume é lenta e gradativa. “É como um aprendizado: precisa de tempo para observar, assimilar e depois passar a reproduzir”, explica a psicóloga. No entanto, por ser algo que já estava estabelecido ainda é necessário um período maior para ‘apagar’ o que já é uma prática.

A notícia boa é que o primeiro passo para deixar de fazer algo no automático é perceber que isso está ocorrendo antes mesmo de pensar. “Essa impressão na verdade pode ser apenas a nossa tomada de consciência. Isso é fundamental para que a gente consiga controlar essa vontade. Hábito é difícil de transformar, não se frustre se não conseguir imediatamente”, diz a neurocientista.

Agora vem a parte que não é tão otimista: esse desejo quase que incontrolável de coçar mais o nariz, a boca e os olhos pode ocorrer porque todos os alertas para não colocar as mãos no rosto podem, em alguns casos, funcionar como um gatilho. Esse fenômeno também é conhecido como espelhamento e é o mesmo do bocejo. Ao ver uma pessoa bocejando, surge no mesmo momento a vontade de bocejar também.

Portanto, para ser considerado uma reação a um estímulo o impulso de tocar o rosto tem que surgir no mesmo momento em que se ouve uma recomendação para não fazê-lo. “O cérebro não compreende muito bem os processos do não. Mecanicamente estamos tentando evitar um funcionamento natural”, ressalta a mestre em saúde coletiva. Ao tentar proibir um comportamento, gasta-se energia para primeiro negá-lo e depois para consolidar a atitude nova.

Dicas para deixar de tocar no rosto
Mas se não é muito efetivo passar a mensagem de que algo é proibido, como mudar um hábito? “É possível mudar, mas leva um tempo. Para uma situação de crise, uma emergência, o cérebro funciona melhor com as instruções assertivas do que com as negativas”, explica Kátia. Segundo a especialista precisamos mudar a maneira que “falamos” com nós mesmos. No lugar de pedir para “não colocar as mãos no rosto”, é melhor orientar para “deixar as mãos longe do rosto”.

Além de ter consciência das vezes em que você descumpre a recomendação para prevenir o coronavírus também é importante chamar atenção das pessoas que estão a sua volta. Keitiline reforça que isso deve ser feito de maneira empática e afetiva: “fale sorrindo, descontraído, deixe o julgamento de lado, nós estamos todos no mesmo barco. Ser mais leve cria ambientes psicologicamente seguros e existe uma maior adesão a orientações de segurança”.

De acordo com a neurocientista, outro passo para mudar o hábito é “revisar o momento” em que você percebe o erro. Pergunte-se algo em específico fez você tocar o nariz, a boca e os olhos. Assim, é possível alterar também contextos e situações que levem ao comportamento indesejado.

Fonte: Vida e estilo/ Terra

Demência atinge 6,6 milhões de mulheres, mais do dobro dos homens

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A demência atinge na Europa cerca de 6,6 milhões de mulheres, mais do dobro dos homens, segundo dados hoje divulgados num relatório da Alzheimer Europe.

“As mulheres continuam a ser desproporcionalmente afetadas pela demência: 6.650.228 mulheres para 3.130.449 homens com demência na Europa”, refere o relatório divulgado hoje pela Alzheimer Europe durante um almoço-debate do Parlamento Europeu organizado por Christophe Hansen, eurodeputado do Luxemburgo.

O novo relatório da Alzheimer Europe espelha os resultados da análise colaborativa dos estudos de prevalência recentes, revelando os índices atualizados da prevalência da demência na Europa.

Relativamente às mulheres, à exceção do grupo etário entre os 75 e os 79 anos, houve uma redução na prevalência de demência nos últimos 10 anos em comparação ao projeto da Alzheimer Europe European Collaboration on Dementia — EuroCoDe (2006-2008).

O documento estima que o número de pessoas com demência na União Europeia a 27 seja de 7.853.705 e nos países europeus com representação na Alzheimer Europe de 9.780.678.

Comparando com estimativas anteriores, estes números constituem uma redução significativa dos 8.785.645 para a União Europeia a 27 e dos 10.935.444 para as outras regiões europeias, refere em comunicado a Alzheimer Portugal.

Segundo o documento, o número de pessoas com demência na Europa irá quase duplicar por volta de 2050, sofrendo um aumento para 14.298.671 na União Europeia e para 18.846.286 nas restantes regiões da Europa.

O Anuário da Alzheimer Europe realça ainda “limitações significativas” na investigação disponível quanto à prevalência da demência, assim como a inexistência de investigação relativamente à prevalência de pessoas jovens com demência (com menos de 65 anos).

Aponta ainda as limitações relativas à prevalência dos diferentes tipos de demência, ao número de pessoas afetadas nos diferentes estadios, incluindo as com défice cognitivo ligeiro e à prevalência da demência em pessoas de minorias étnicas.

Comentando estes resultados, o diretor-executivo da Alzheimer Europe, Jean Georges, afirmou que “é prometedor verificar que estilos de vida mais saudáveis, melhor educação e maior controlo dos fatores de risco cardiovascular parecem ter contribuído para reduzir a prevalência da demência”.

“No entanto, o nosso relatório demonstra também que se prevê que o número de pessoas que vivem com demência sofrerá um aumento substancial nos próximos anos, o que acarretará maior pressão nos cuidados e nos serviços de apoio, a menos que sejam identificadas melhores formas para o tratamento e a prevenção”, afirma Jean Georges no comunicado divulgado pela Alzheimer Portugal.

Defendeu ainda que, “para que as pessoas com demência, as suas famílias e os seus cuidadores tenham acesso aos cuidados de alta qualidade e centrados na pessoa de que necessitam, os governos devem assegurar que os seus sistemas de saúde e de cuidados estão preparados para atender a esta necessidade, sendo necessários maiores investimentos na investigação para tratamento e prevenção da demência”.

Os resultados hoje apresentados baseiam-se numa análise colaborativa dos estudos publicados após a conclusão do projeto EuroCoDe. Nessa análise foram incluídos 16 estudos que cumpriam os critérios de qualidade pré-definidos.

Alzheimer é tema de exposição na Casa de Ciência da UFRJ

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Projeto reúne obras de vinte artistas brasileiros que apresentam seus olhares sobre a doença. Entrada é gratuita.

Vinte artistas brasileiros aceitaram o desafio de apresentar através da arte uma visão sobre o Alzheimer. O resultado dessa iniciativa poderá ser vista na exposição “Alzheimer – 20 Artistas e uma das Maiores Crises de Saúde do nosso Tempo”, que começa nesta quinta-feira (5) e vai até 31 de maio, na Casa da Ciência da UFRJ.

Participam da exposição os artistas Alberto Pereira, Gustavot Diaz, Ingrid Bittar, Marcia Albuquerque, Camile Sproesser, Diego Max, Mauricio Planel, Mazola Marcnou, Pas Schaefer, Andre Mogle, Domitila de Paulo, Marcel Lisboa, Mariana San Martin, Jesso Alves, Flavio Grão, Bárbara Malagoli, Hanna Lucatelli, Pina, Luiza de Alexandre e Apolo Torres.

Idealizada pelo coletivo ArtBio e patrocinada pela Rede D’Or São Luiz, a exposição propõe um diálogo com a temática do cérebro, explorando questões como memórias e o envelhecimento. A entrada é gratuita.

Associada à senilidade, a doença provoca perda de memória, dificuldade de atenção, orientação, além da perda de outras funções cognitivas. Atualmente, estima-se que haja 35,6 milhões de casos de Alzheimer no mundo e, no Brasil, o número chega a 1,2 milhão.

Fundador da ArtBio, Igor Fonseca avalia que embora a doença ainda não possa ser curada ou interrompida, ações de sensibilização e acesso à informação são fundamentais. “Acreditamos que a arte tem potência para sintetizar questões fundamentais para a humanidade. Por isso, buscamos estimular debates relevantes através da perspectiva artística”, explica.

Para o professor da UFRJ e pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), Stevens Rehen, que participará de uma mesa sobre o tema no dia 19 de março, o olhar artístico humaniza a própria ciência, e tanto demência quanto a doença de Alzheimer são assuntos cuja reflexão se faz oportuna devido ao envelhecimento da população. “A arte nos possibilita enxergar o mundo de uma forma mais sensível e nos ajuda a debater temas que nem sempre são fáceis. É ousada a proposta da exposição, mas é necessária. A expectativa de vida continua aumentando, acompanhada de mais casos de Alzheimer no mundo”, avalia.

Igor explica que cada artista teve total liberdade para criar a sua obra. Alguns já vivenciaram o drama da doença, seja através de casos familiares ou pelo convívio com pessoas próximas acometidas. Outros exploraram o assunto a partir de pesquisas e percepções próprias. “Reunimos artistas visuais experientes e jovens talentos que estão despontando no cenário das artes. Homens e mulheres com identidade própria, com personalidade, com diferentes histórias de vida”, conta.

O resultado é um painel de interpretações que, em comum, da colagem ao graffitti, da pintura a óleo ao carvão, revelam um olhar sensível e humanista sobre o tema. Na exposição, as obras, produzidas originalmente em diferentes técnicas, serão apresentadas em ampliações de aproximadamente dois metros de altura e acompanhadas de breves textos escritos pelos artistas que complementam suas interpretações.

Ações complementares

A mesa com a participação do Stevens Rehen faz parte de uma série de ações complementares que serão realizadas em paralelo à exposição. O encontro do dia 19, que também será na Casa da Ciência da UFRJ, intitulado ‘Experiências e Memórias’, contará com a presença de pesquisadores e artistas. Entre eles: Mariana San Martin, Marília Zaluar, Cláudia Figueiredo, Maurício Planel, Marcia Albuquerque e Alberto Pereira. Haverá ainda uma campanha de divulgação de busdoor que apresentará as obras artísticas nas traseiras de ônibus urbanos, funcionando como uma galeria móvel a céu aberto. E também será produzido um documentário, que abordará de forma sensível o envelhecimento e a doença de alzheimer.

Serviço

Alzheimer – 20 Artistas e uma das Maiores Crises de Saúde do nosso Tempo

Local: Casa da Ciência da UFRJ – Rua Lauro Müller, 3 – Botafogo – RJ
De 05/03 até 31/05 – terça a sexta, das 9h às 20h / sábado, domingo e feriados, das 10h às 20h
Entrada Gratuita

fonte: G1