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Benefícios do exercício físico podem ser sentidos pelo cérebro até 24 horas depois de realizados, diz novo estudo; entenda


É normal e natural sentir dores musculares depois de realizar exercícios físicos após um tempo sem fazer, ou depois de fazer um treino novo. Mas pesquisadores da University College London (UCL) descobriram que, além dos músculos, o cérebro também “sente” efeitos positivos um dia depois dos treinos.

Segundo os pesquisadores, aqueles que fizeram atividade física moderada a vigorosa em um determinado dia tiveram melhor desempenho em testes de memória no dia seguinte do que aqueles que fizeram exercícios mais leves.

Isso ocorre porque, a curto prazo, o exercício aumenta o fluxo sanguíneo para o cérebro e estimula a liberação de neurotransmissores como norepinefrina e dopamina, que auxiliam em diversas funções cognitivas. Acredita-se que essas alterações neuroquímicas duram até algumas horas após o exercício.

No entanto, outros estudos mostram que o benefício associado ao exercício poderia ser mais duradouro, podendo melhorar o humor de uma pessoa, por exemplo, por até 24 horas.

De acordo com os cientistas, atividade moderada ou vigorosa pode significar qualquer movimento que aumente a frequência cardíaca, como por exemplo: uma caminhada rápida, dança ou subir alguns lances de escada.

“Nossas descobertas sugerem que os benefícios da atividade física para a memória de curto prazo podem durar mais do que se pensava, possivelmente até o dia seguinte, em vez de apenas algumas horas após o exercício”, disse Mikaela Bloomberg, da University College London.

Benefícios no sono
Os participantes, com idades entre 50 e 83 anos, usaram rastreadores de atividade por oito dias e fizeram testes cognitivos todos os dias. Os cientistas analisaram quanto tempo eles passaram sedentários, praticando atividades físicas leves e praticando atividades físicas moderadas ou vigorosas. Eles também quantificaram a duração do sono e o tempo gasto em sono mais leve (movimento rápido dos olhos, ou REM) e em sono mais profundo, de ondas lentas.

Os benefícios também foram sentidos por pessoas que passaram menos tempo sentadas e dormiram seis horas ou mais.

Dormir por longos períodos foi associado à melhora da memória episódica e de trabalho e da velocidade psicomotora, uma medida da rapidez com que uma pessoa detecta e responde ao ambiente.

Por outro lado, passar mais tempo sedentário do que o normal foi associado a uma pior memória de trabalho no dia seguinte.

“Este foi um estudo pequeno e, portanto, precisa ser replicado com uma amostra maior de participantes antes que possamos ter certeza sobre os resultados”, afirma Bloomberg.

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O que é ‘doomscrolling’? Como excesso de notícias negativas pode causar danos no cérebro

Você já começou o dia pegando o celular e passando minutos ou até horas olhando manchetes de notícias negativas e preocupantes? Se sim, você pode estar praticando o “doomscrolling”, um comportamento que se tornou comum e que consiste em consumir incessantemente notícias negativas.

Com guerras em andamento, tragédias climáticas e um ambiente político cada vez mais polarizado, é comum que uma avalanche de informações negativas nos bombardeie diariamente. O problema é que para muitos, isso resulta em um ciclo compulsivo de leitura de más notícias

O que é doomscrolling?

O termo que combina as palavras “doom” (desgraça) e “scrolling” (rolar a tela) ganhou popularidade durante a pandemia de Covid-19, quando as pessoas passaram a acompanhar obsessivamente o número de casos e mortes.

Em 2020, ele foi reconhecido pelo Dicionário Oxford como uma das palavras do ano. Segundo especialistas de Harvard, o doomscrolling é hoje uma ameaça significativa para a saúde mental e física.

“O acesso facilitado e os algoritmos das plataformas digitais contribuem para isso, pois priorizam conteúdos sensacionalistas, que prendem a atenção e geram engajamento”, explica a psiquiatra Cintia Braga em entrevista ao Terra Você.

A médica conta que além disso, o viés de negatividade, uma característica natural do cérebro humano, faz com que prestemos mais atenção a informações preocupantes. “Evolutivamente, isso foi essencial para a sobrevivência, pois detectar ameaças aumentava as chances de evitar perigos”, afirma.

Como o cérebro reage ao consumo excessivo de más notícias?

Braga diz que o doomscrolling afeta diretamente o sistema límbico, a região do cérebro que regula emoções e respostas de sobrevivência. A amígdala, responsável por processar o medo e identificar ameaças, pode ficar hiperativa, gerando um estado de alerta constante. Já o córtex pré-frontal, que controla nossas emoções e decisões, pode ter sua capacidade de regular a ansiedade comprometida.

“Essa sobrecarga também libera altos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, o que impacta negativamente o hipocampo, área responsável pela memória e aprendizado”, explica Cintia.

O resultado pode incluir sintomas como ansiedade crônica, insônia, irritabilidade e até problemas físicos, como dores de cabeça e tensão muscular.

Como identificar que o doomscrolling está prejudicando sua saúde?

Os sinais de que o hábito está afetando negativamente sua saúde mental incluem:

  1. Aumento da ansiedade ou sensação de angústia após consumir notícias.
  2. Insônia ou dificuldade para adormecer, especialmente se o consumo ocorre antes de dormir.
  3. Irritabilidade, cansaço mental e sensação de estar sobrecarregado.
  4. Dificuldade de concentração e memória prejudicada.
  5. Negligência com atividades importantes do dia a dia devido ao tempo excessivo gasto em redes sociais ou sites de notícias.

Estratégias para quebrar o ciclo

Superar o hábito exige uma abordagem consciente e disciplinada. Confira algumas dicas da psiquiatra:

  • Estabeleça limites de tempo: Use aplicativos para monitorar e restringir o tempo gasto em redes sociais ou sites de notícias.
  • Consuma notícias de forma programada: Defina horários específicos para se informar e evite acessar notícias antes de dormir.
  • Desative notificações: Reduza distrações desnecessárias e impeça que conteúdos negativos interrompam sua rotina.
  • Pratique atividades relaxantes: Inclua meditação, mindfulness ou exercícios físicos no seu dia a dia para aliviar o estresse.
  • Desconecte-se intencionalmente: Reserve momentos para hobbies, leitura ou interações sociais presenciais.
  • Busque ajuda profissional: Se o doomscrolling estiver afetando significativamente sua qualidade de vida, um psicólogo ou psiquiatra pode ajudar a desenvolver estratégias mais personalizadas.

Adotar uma relação mais saudável com o consumo de informações não significa ignorar o mundo ao seu redor, mas sim proteger sua saúde mental enquanto se mantém informado.

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Médicos mostram como o álcool afeta o cérebro

Depois de uma noite bebendo álcool é natural acordar no dia seguinte com alguns sintomas da famosa ressaca. Dores de cabeça, fadiga, enjoo, vômitos e até um pouco desanimado, como se não tivesse ânimo para sair da cama. O que levanta o questionamento: valeu a pena beber tanto na noite anterior?

Segundo a médica Hana Patel, em entrevista ao Daily Mail, há uma forte ligação entre o consumo excessivo de álcool (mais de 14 unidades por semana) e a depressão. O que poderia explicar esse sentimento de desânimo no dia seguinte.

“As ressacas muitas vezes fazem você se sentir ansioso e deprimido por horas e até dias. Se você já se sente ansioso ou triste, beber pode piorar isso, então diminuir o consumo pode deixá-lo com um humor melhor em geral. A razão pela qual o álcool pode nos deixar assim é porque ele é um depressor. Isso significa que causa alterações químicas no cérebro que podem fazer você se sentir mais calmo e relaxado no início”, explica.

Especialistas dizem que, embora isso não signifique que a pessoa seja alcoólatra, mas se sentir ansioso com uma boa frequência, pode ser sinal para reduzir ou parar o consumo de álcool.

Como o álcool funciona no cérebro? O álcool afeta a via do ácido gama-aminobutírico (GABA) no cérebro. Quando você ingere álcool, ele estimula esse receptor e ativa o “sistema inibitório”, fazendo você se sentir desinibido e relaxado. No entanto, na manhã seguinte, quando metaboliza o álcool, o cérebro continua a produzir GABA, bem como o neutrotransmissor glutamato — fazendo com que se sinta ainda mais ansioso.

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Por que a pessoa que reclama danifica os próprios neurônios; estudo explica

Aparecem naturalmente quando o trânsito está parado, quando o motorista do carro da frente não liga o pisca-alerta, se você se incomoda com o comportamento ou as falas de outra pessoa, se ouve a fala de um político com quem não concorda e em muitas outras situações do dia a dia.

As reclamações fazem parte do vocabulário cotidiano, se infiltram nas conversas e podem ser motivadas tanto pela insatisfação das pessoas quanto pelo ambiente. Mesmo em várias ocasiões, é muito provável que comecem a ser emitidos inconscientemente porque – como já mencionado – são incorporados ao modo de falar.

“Reclamar faz mal ao cérebro”, essa frase considerada comum à primeira vista, poderia ser descrita como correta, pois, afinal, reclamar implica expressar fatos e palavras negativas. No entanto, poucos sabem que reclamar constantemente ou ser exposto a reclamações de outras pessoas deteriora o funcionamento do cérebro. Isso é destacado por um antigo estudo da Universidade de Stanford, que também revelou que a exposição a apenas 30 minutos de reclamações todos os dias pode danificar fisicamente o cérebro ao danificar os neurônios do hipocampo – a parte do cérebro responsável por resolver problemas e funcionamento cognitivo.

Somado a essa descoberta, Travis Bradberry, autor do livro Como Reclamar Reprograma Seu Cérebro para a Negatividade, escreve em seu trabalho que a reclamação constante faz com que o cérebro se configure, ou se acostume, para que reclamações futuras apareçam mais rapidamente. Dessa forma, o cérebro entende que é mais fácil ser negativo do que positivo, independentemente do que esteja acontecendo no ambiente.

— Reclamar se torna seu comportamento padrão, o que muda a maneira como as pessoas o percebem —, escreve Bradberry.

Reclamar pode ser tentador porque você se sente um pouco leve depois de fazê-lo, mas como muitas outras coisas que parecem prazerosas à primeira vista – como fumar ou comer fast food – elas têm efeitos nocivos a longo prazo sobre sua saúde.

Os pesquisadores de Stanford usaram imagens de ressonância magnética de alta resolução que lhes permitiu detectar “ligações entre experiências de vida estressantes e exposição prolongada a hormônios do estresse e, consequentemente, encolhimento do hipocampo”, escreveram os autores.

— Quando estamos estressados ​​ou frustrados, seja por algo que está acontecendo em nosso meio ou por ter uma conversa complicada, o corpo interpreta que está em perigo e começa a liberar substâncias que visam ajudar a superar aquela situação de emergência. Clinicamente, quando isso acontece, diz-se que o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é ativado e o cortisol é liberado — explica a neurologista Lucia Zavala.

Somado a isso, a profissional destaca que, quando esses processos são acionados e para responder ao estado de alerta, o cérebro começa a substituir os neurônios, remodelando os dendritos – partes dos neurônios cuja função é receber o impulso nervoso e transmiti-lo ao corpo de neurônio – e, como resultado, faz com que o sistema nervoso mude para formar conexões nervosas em resposta a novas informações – um fenômeno conhecido como neuroplasticidade.

De qualquer forma, nos casos em que alguém está cronicamente sob muito estresse/negatividade, podem ser desencadeados desequilíbrios nos circuitos neurais, alerta Zavala.

— Várias funções são afetadas: capacidade de decisão, facilidade para descansar, comer sem pensar, fumar ou consumir álcool em excesso, entre outras — revela.

O dano pode ser revertido? O nosso cérebro e o nosso corpo têm tendência a adaptar-se ao estilo de vida que cada um tem, ou seja, se não levarmos uma vida neuro-saudável, o cérebro não terá a mesma neuroplasticidade ou capacidade de adaptação.

— O estilo de vida e o ambiente em que vivemos nos afetam e esses efeitos não são totalmente ‘reversíveis’, pois podem causar alterações na atividade genética — disse a especialista.

No entanto, nem tudo são más notícias, uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia descobriu que as pessoas que se esforçaram diariamente para cultivar pensamentos de gratidão tiveram melhora no humor e energia e substancialmente menos ansiedade porque tinham os níveis mais baixos de cortisol. Isso seria algo como detectar quando está tendo pensamentos negativos ou pessimistas e modificá-los pensando em algo positivo. Seguindo os princípios da neuroplasticidade, para uma pessoa neuro-saudável essa atitude positiva pode lentamente se tornar um estilo de vida.

“Somos quem nos rodeia”

Trevor Blake, empresário e autor de Three Simple Steps: A Map to Success in Business and Life (Três Passos Simples: Um Mapa Para o Sucesso nos Negócios e na Vida) descreve em seu livro como os neurocientistas aprenderam a controlar a atividade cerebral quando confrontados com vários estímulos, incluindo uma longa sessão de reclamação.

— O cérebro funciona como um músculo que precisa ser treinado, portanto, se você ficar preso em uma conversa por muito tempo ouvindo alguém ser negativo, é mais provável que comece a se comportar dessa maneira também — explica Blake em seu trabalho.

Para afastar a negatividade e evitar ser infectado por reclamações, Blake recomenda o seguinte:

1. Se distancie

— Meu pai era um fumante inveterado. Tentei mudar o hábito dele, mas não foi fácil — revelou. Blake sabia que a fumaça do cigarro também poderia danificar seus pulmões, então ele refletiu que seu único recurso era se distanciar.

— Deve-se ver as reclamações da mesma forma. Por exemplo, quando ouço ou reclamo, penso que é o mesmo que fumar passivo. Se você se afastar do reclamão e desses hábitos, seu cérebro vai agradecer — afirma.

2. Peça ao “reclamão” para resolver o problema

Às vezes a distância não é tão fácil, principalmente se o vínculo que você tem com essa pessoa é muito próximo. Por isso, outra estratégia de enfrentamento que Blake propõe é pedir à pessoa que reclama que tente resolver o problema.

— Normalmente, respondo a uma reclamação externa com ‘o que você vai fazer a respeito?’ e, em resposta, alguns reclamam e vão embora com raiva porque não lhes dei o que queriam; mas outros usam isso como um chute e realmente tentam resolver o problema — diz o autor.

3. Escudos para cima!

Outra opção para lidar com as reclamações é usar técnicas mentais para bloqueá-las e salvar seus neurônios. Blake ilustra essa recomendação com um exercício mental realizado pelo ex-golfista espanhol Seve Ballesteros durante uma competição contra Jack Nicklaus, partida em que a torcida queria que o espanhol perdesse.

— Ele estava tendo dificuldade em lidar com a hostilidade da multidão, então imaginou um sino de vidro que ninguém poderia ver descendo do céu para protegê-lo. Você também pode tentar se retirar mentalmente para um lugar imaginário que traga paz ou prazer. Enquanto as pessoas reclamavam e deliravam, eu me imaginava caminhando nas areias brancas de uma ilha particular. Ao mesmo tempo em que faziam suas reclamações, eu sorria para eles e acenava com a cabeça, mas por dentro estava passeando na minha praia paradisíaca — relata Blake.

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Dormir mal aos 40 anos está ligado ao envelhecimento do cérebro, diz estudo


Pessoas na meia-idade (faixa etária entre 40 e 60 anos) que têm um sono ruim podem apresentar sinais de envelhecimento cerebral, de acordo com um estudo publicado na revista médica Neurology, da Academia Americana de Neurologia.

O estudo não prova que a má qualidade do sono pode acelerar o envelhecimento do cérebro, mas mostra uma associação entre sono ruim, incluindo dificuldade para dormir ou despertares frequentes, e sinais de envelhecimento cerebral.

“Problemas de sono foram associados em pesquisas anteriores a habilidades de pensamento e memória ruins mais tarde na vida, colocando as pessoas em maior risco de demência”, diz o autor do estudo Clémence Cavaillès, da University of California San Francisco, nos Estados Unidos, em comunicado à imprensa. “Nosso estudo, que usou exames cerebrais para determinar a idade cerebral dos participantes, sugere que o sono ruim está associado a quase três anos de envelhecimento cerebral adicional já na meia-idade.”

Para chegar às conclusões, o estudo incluiu 589 pessoas que tinham idade média de 40 anos no início da pesquisa. Os participantes preencheram questionários de sono tanto no início do estudo e após cinco anos. Além disso, eles foram submetidos a exames cerebrais 15 anos após o início do trabalho.

A partir das respostas dos participantes, os pesquisadores enumeraram a quantidade de características associadas ao sono ruim, como:

• curta duração do sono;
• má qualidade do sono;
• dificuldade para dormir;
• dificuldade para permanecer dormindo;
• despertar cedo pela manhã;
• sonolência diurna.

Em seguida, eles dividiram os participantes em três grupos. O primeiro, chamado “grupo baixo”, não tinha mais do que uma característica de sono ruim. O segundo, chamado “grupo médio”, apresentava de duas a três características. Por fim, o “grupo alto” apresentava mais de três características.

No início do estudo, cerca de 70% estavam no grupo baixo, 22% estavam no meio e 8% estavam no grupo alto.

Por fim, os pesquisadores analisaram os exames cerebrais de participantes e usaram aprendizado de máquina (um tipo de inteligência artificial) para determinar a idade cerebral de cada um deles.

Após ajustar fatores como idade, sexo, pressão alta e diabetes, os pesquisadores descobriram que as pessoas no “grupo médio” tinham uma idade cerebral média 1,6 anos maior do que aquelas no “grupo baixo”, enquanto aquelas no “grupo alto” tinham uma idade cerebral média 2,6 anos maior.

“Nossas descobertas destacam a importância de abordar os problemas de sono mais cedo na vida para preservar a saúde do cérebro, incluindo manter um cronograma de sono consistente, praticar exercícios, evitar cafeína e álcool antes de ir para a cama e usar técnicas de relaxamento”, afirma a autora do estudo Kristine Yaffe, da University of California San Francisco e membro da American Academy of Neurology, no comunicado.

“Pesquisas futuras devem se concentrar em encontrar novas maneiras de melhorar a qualidade do sono e investigar o impacto de longo prazo do sono na saúde do cérebro em pessoas mais jovens”, acrescenta.

Apesar dos achados, os pesquisadores apontam para uma limitação do estudo: os participantes relataram seus próprios problemas de sono, sendo possível que esse relato não tenha sido feito com precisão. Por isso, mais estudos são necessários para validar as descobertas.

Sono e envelhecimento cerebral
De acordo com o Manual MSD, conjunto de referências médicas elaboradas pela farmacêutica Merck & Co., durante a maior parte da vida adulta, o funcionamento do cérebro é relativamente estável. No entanto, após uma determinada idade — que varia de uma pessoa para outra –, o funcionamento do cérebro diminuiu e algumas áreas podem, até mesmo, diminuir de tamanho.

A diminuição da função cerebral resultante do envelhecimento pode levar a alterações em substâncias químicas do cérebro (neurotransmissores) e nas células nervosas, alterando os níveis de substâncias tóxicas que se acumulam no cérebro, alterando o fluxo de sangue para a região. Com isso, algumas funções podem ser afetadas, como a memória a curto prazo, a capacidade de aprender coisas novas, habilidades verbais e uso das palavras, e o desempenho intelectual.

Estudos anteriores já haviam associado a má qualidade do sono na meia-idade ao processo de envelhecimento do cérebro. Um trabalho publicado na revista Neurology no início deste ano mostrou que pessoas que têm mais interrupções do sono na faixa dos 30 e 40 anos têm duas vezes mais chances de ter problemas de memória e pensamento uma década depois.

Em média, descobriu-se que os participantes do estudo dormiam cerca de seis horas por noite e cerca de um quinto do seu tempo de sono era interrompido. No geral, as pessoas que experimentam mais fragmentação do sono, ou que passam uma maior parte das horas de sono em movimento, têm maior probabilidade de receber pontuações cognitivas baixas em todos os testes, mais de uma década depois.

O sono insuficiente pode ser um dos fatores externos que afetam a cognição, conforme aponta Diogo Haddad, neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em matéria publicada anteriormente na CNN. Além do sono, o tabagismo, o abuso de álcool, o sedentarismo, a alimentação inadequada e o estresse também são fatores de risco para declínio cognitivo no envelhecimento.

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Fonte: CNN

Como preparar seu cérebro para uma prova


Cientistas dizem que novidades e histórias são ótimas estratégias para melhorar o processo de aprendizagem, enquanto sono e atividade física são cruciais para reduzir o estresse e reter informação.Neste domingo (03/11) e no próximo, 4,3 milhões de brasileiros farão a prova do Exame Nacional do Ensino Médio 2024 (Enem) para tentar garantir uma vaga no ensino superior.

Preparar-se para as provas pode ser desafiador, e muitos adotam rotinas intensas de estudo, repassando conteúdos por horas a fio.

Mas e se o segredo de uma boa revisão não for apenas mais horas de estudo, mas sim entender como o cérebro aprende e lembra das coisas?

Cada um aprende de um jeito

O neurocientista Bogdan Draganski, do Hospital Universitário Insel em Berna, na Suíça, diz que não existem truques rápidos ou “atalhos fáceis” para o sucesso escolar.

Segundo ele, aprender é um processo individual, onde as “diferenças individuais de motivação, atenção e cognição” de cada um fazem com que não exista uma forma única de aprender.

Sendo assim, o que diz a ciência sobre como otimizar o aprendizado para os exames?

Como o cérebro aprende informações complexas

O cérebro armazena memórias como conexões entre os neurônios, particularmente nas regiões do hipocampo e da amígdala cerebral. A essas conexões dá-se o nome de sinapse.

Novas memórias são formadas quanto os neurônios criam novas sinapses com outros neurônios, gerando uma teia de conexões neuronais. Mas é preciso trabalhar na manutenção dessas memórias se quisermos acessá-las depois.

Só que a ciência ainda não sabe ao certo o que acontece no cérebro quando aprendemos informação que é mais complexa que uma única memória.

“Os mecanismos que regem a formação, consolidação e recuperação bem-sucedidas da memória episódica ainda são elusivos”, afirma Draganski.

Isso porque, segundo ele, o aprendizado é um processo “tremendamente complexo” no cérebro, que depende de estímulos sensoriais, emoções, níveis de estresse, centros de processamento cognitivo e, claro, redes de memória.

“E tudo isso varia de indivíduo para indivíduo de acordo com o sexo, gênero e fatores socioeconômicos e ambientais”, explica o neurocientista.

É por isso, frisa Draganski, que cabe a cada um encontrar seu próprio processo individual de aprendizagem – e, sim, ele pode ser diferente daquele que te foi inculcado na escola.

O poder das histórias

Aprender e reter novas informações depende de dois processos principais: a codificação, quando as novas informações são inicialmente aprendidas, e a consolidação, quando essas informações são fortalecidas nas áreas de memória do cérebro.

Estudos sugerem que praticar a “recuperação ativa” – o ato de testar a si mesmo sobre o que aprendeu – melhora a retenção da memória em comparação com o estudo passivo, que inclui hábitos como a releitura de anotações.

Neurocientistas também apontam que nosso cérebro é programado para buscar novidades. Isso significa que você provavelmente lembrará melhor de informações novas e interessantes, enquanto ambientes previsíveis, como algumas salas de aula, podem te fazer se sentir desmotivado.

A atenção é crucial nesse processo de fixação do aprendizado. Por isso, é importante encontrar várias formas diferentes de aprender a mesma coisa – pode ser com vídeos educacionais, leitura, podcasts, memes e até mesmo desenhando ou cantando sobre o que você aprendeu.

Outra boa estratégia é inventar histórias sobre o que se aprendeu. Estudos mostram que o cérebro retém 50% mais informação de textos narrativos do que descritivos.

O fator estresse

A ciência também mostra que o estresse tem um grande impacto nos processos de aprendizado e formação de memórias.

Um pouco de estresse pode de fato melhorar a formação de memórias. Mas estresse demais vai te impedir de acessá-las e atualizá-las posteriormente com novas informações – e isso pode ser fatal no dia da prova.

Quando o estresse toma conta de você, ele inibe a capacidade do cérebro de codificar informações, tornando o processo de aprendizagem mais penoso e menos eficaz. Em casos extremos ele pode levar à ansiedade, que torna tudo ainda mais desafiador.

Dicas testadas pela ciência para um aprendizado mais eficaz

Draganski tem um conselho para adolescentes que querem aprender melhor: “Viva uma vida saudável.” Por vida saudável, entenda-se: manter rotinas saudáveis de sono, alimentação e atividade física.

O sono, em particular, é crucial para o processo de aprendizagem e consolidação da memória. É durante o sono que o cérebro processa e organiza informações, fortalecendo as conexões neuronais que ajudarão a lembrar delas depois.

Já a falta de sono, além de aumentar os níveis de estresse, pode prejudicar a concentração e a memória.

Adolescentes precisam dormir entre oito e dez horas para manter o bom funcionamento cognitivo do cérebro, e Draganski aconselha os jovens a zelar por esse repouso, ainda que isso signifique “desafiar as autoridades escolares, caso a escola comece muito cedo”.

Atividade física e redução dos níveis de estresse

Outra dica de Draganski é praticar atividades físicas com frequência, já que isso traz benefícios profundos para o funcionamento do cérebro, especialmente entre adolescentes.

Exercícios físicos ajudam a administrar o estresse, reduzindo os níveis de cortisol e liberando endorfinas, que promovem a sensação de bem-estar. Mesmo uma caminhada curta ou uma ginástica leve podem ajudar a aumentar o foco, reduzir a ansiedade e tornar a revisão de conteúdos escolares mais eficiente.

Draganski, porém, ressalta que o sucesso escolar na juventude também depende em alguma medida do apoio que se tem dentro de casa.

Meditação ou técnicas de respiração profunda podem ajudar a manter o estresse sob controle – tanto para lidar com as provas quanto com a família.

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Fonte: Revista Isto é

Música pode revelar como cérebro se adapta ao envelhecimento, diz estudo


Pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, fizeram uma descoberta importante sobre como o envelhecimento afeta o cérebro. Ao contrário do que se pensa, o processo não significa necessariamente um declínio nas funções mentais. Em vez disso, o cérebro dos idosos encontra maneiras de se adaptar às mudanças que ocorrem com o tempo, ativando outras áreas para compensar aquelas que ficam menos eficientes. As descobertas foram publicadas em um artigo na revista científica Communications Biology, que investigou as respostas cerebrais de jovens e idosos enquanto ouviam música clássica.

No estudo, 76 pessoas foram divididas em dois grupos: 39 idosos (com mais de 60 anos) e 37 jovens (entre 18 e 25 anos). Todos ouviram trechos de uma peça musical de Johann Sebastian Bach e os pesquisadores analisaram a atividade cerebral de cada um usando exames de ressonância magnética e magnetoencefalografia (MEG). Enquanto os jovens reconheceram facilmente novas melodias, o cérebro dos idosos mostrou dificuldades. Porém, algo interessante aconteceu: os cérebros mais velhos ativaram com mais intensidade as áreas sensoriais, especialmente o córtex auditivo, que processa sons.

Isso significa que, quando os idosos ouviam uma música familiar, partes do cérebro responsáveis pela percepção auditiva trabalhavam mais para compensar a menor atividade nas áreas de memória. Ou seja, o cérebro “se esforça” mais para lembrar algo que já conhece, compensando a redução da função das áreas diretamente envolvidas na memória.

O que isso significa para o envelhecimento?
Esse achado é importante porque desafia a ideia de que o envelhecimento é sempre sinônimo de declínio mental. Em vez disso, o cérebro dos idosos aitem grande capacidade de adaptação. O aumento da atividade em áreas sensoriais mostra que o cérebro busca outras maneiras de continuar funcionando bem, mesmo quando algumas regiões não são tão ativas quanto antes.

Essa capacidade de adaptação do cérebro pode ser uma chave para entender melhor o envelhecimento saudável e também para diagnosticar doenças como a demência. Os cientistas esperam que, no futuro, seja possível usar esses conhecimentos para detectar mudanças no cérebro de forma precoce, o que ajudaria a prevenir ou tratar problemas de memória antes que eles se tornem graves.

Mas por que Bach?
A escolha da música de Bach para esse experimento não foi por acaso. As composições de Bach são bem estruturadas, com padrões claros que são fáceis de memorizar. Isso ajudou os pesquisadores a ver como o cérebro dos participantes reagia à repetição e à mudança nas sequências musicais. A música, por ser intuitiva e fácil de lembrar, foi uma ferramenta valiosa para entender como o cérebro processa informações ao longo do tempo.

Agora, os pesquisadores planejam expandir o estudo, incluindo pessoas com demência leve. Eles acreditam que essas descobertas podem ser aplicadas para identificar precocemente os sinais de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, e ajudar no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes.

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Fonte: Revista Veja

Superidosos: ciência desvenda cérebro das pessoas de 80 anos com memória até 30 anos mais jovem


Quando se fala em envelhecimento, tendemos a presumir que a cognição piora à medida que envelhecemos. Nossos pensamentos podem ficar mais lentos ou confusos, ou podemos começar a esquecer coisas, como o nome do nosso professor de inglês do ensino médio ou o que pretendíamos comprar no supermercado. Mas esse não é o caso de todo mundo.

Há pouco mais de uma década, cientistas vêm estudando um subgrupo de pessoas que eles apelidaram de “superidosos”. São indivíduos de 80 anos ou mais, mas cuja capacidade de memória equivale à de uma pessoa 20 a 30 anos mais jovem.

A maioria das pesquisas sobre envelhecimento e memória se concentra no outro lado da equação – em pessoas que desenvolvem demência e, por isso, têm a perda cognitiva acelerada. — Mas se estamos constantemente falando apenas sobre o que está errado no envelhecimento, não capturamos todo o espectro do que está acontecendo na população adulta mais velha — diz Emily Rogalski, professora de Neurologia da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, que publicou um dos primeiros estudos sobre “superidosos” em 2012.

Agora, um novo artigo publicado em abril na revista científica Journal of Neuroscience ajuda a esclarecer o que há de tão especial no cérebro desse subgrupo. A principal conclusão, em combinação com um estudo complementar publicado no ano passado sobre os mesmos “superidosos”, é que seus cérebros têm menos atrofia (encolhimento) do que o normal.

A pesquisa foi realizada com 119 octogenários da Espanha: 64 “superidosos” e 55 idosos com capacidade de memória comum para a idade. Os participantes realizaram vários testes para avaliar a memória e as habilidades motoras e verbais. Além disso, foram submetidos a exames cerebrais e coleta de sangue e responderam a perguntas sobre seu estilo de vida e comportamento.

Os cientistas descobriram que os “superidosos” tinham volumes superiores em áreas do cérebro importantes para a memória, principalmente o hipocampo e o córtex entorrinal. Eles também tinham uma conectividade mais preservada entre as regiões da parte frontal do cérebro que estão envolvidas na cognição.

Tanto os “superidosos” quanto o grupo de controle apresentaram sinais mínimos de presença da doença de Alzheimer em seus cérebros, o que é importante para descartar uma influência do diagnóstico nas variações, explica Bryan Strange, professor de Neurociência Clínica da Universidade Politécnica de Madri, na Espanha, que liderou os estudos:

— Ao termos dois grupos com baixos níveis de marcadores de Alzheimer, mas com diferenças cognitivas e cerebrais marcantes, estamos realmente falando de uma resistência ao declínio relacionado à idade.

Essas descobertas são respaldadas pela pesquisa de Rogalski, realizada inicialmente quando ela estava na Universidade Northwestern, nos EUA, que mostrou que os cérebros dos “superidosos” se pareciam mais com os cérebros de pessoas de 50 ou de 60 anos do que com os de seus pares de 80 anos. Além disso, quando acompanhados por vários anos, os cérebros dos “superidosos” se atrofiaram em um ritmo mais lento.

Não há números precisos sobre quantos “superidosos” existem na população geral, mas a Rogalski acredita que eles sejam “relativamente raros”, observando que “muito menos de 10%” das pessoas que ela atende preenchem os critérios.

Mas, quando você conhece um “superidoso”, é fácil reconhecê-lo, diz Strange: — São pessoas realmente muito enérgicas, você consegue ver. Indivíduos idosos, mas motivados e com muita disposição.

Os especialistas não sabem como alguém se torna um “superidoso”, embora tenham notado algumas diferenças nos comportamentos de saúde e estilo de vida entre os dois grupos no estudo espanhol.

Mais especificamente, os “superidosos” tinham uma saúde mental e física ligeiramente melhor, incluindo em termos de pressão arterial e de metabolismo da glicose, e tiveram um desempenho superior num teste de mobilidade. Os “superidosos” não relataram fazer mais exercícios em sua idade atual, porém eram mais ativos durante a meia-idade.

Mas, de modo geral, Strange afirma que havia muitas semelhanças entre os “superidosos” e os idosos comuns. — Há muitas coisas que não são particularmente impressionantes sobre eles. Vemos algumas ausências surpreendentes, coisas que você esperaria que fossem associadas aos “superidosos”, mas que na verdade não estavam lá” — cita.

Por exemplo, não houve diferenças entre os grupos em termos de dieta, quantidade de sono que dormiam, histórico profissional ou uso de álcool e tabaco.

Os comportamentos de alguns dos “superidosos” de Chicago também foram uma surpresa. Alguns se exercitavam regularmente, mas outros nunca haviam se exercitado; alguns seguiam uma dieta mediterrânea, outros se alimentavam de jantares assistindo à TV; e alguns deles ainda fumavam cigarros. No entanto, algo consistente entre os “superidosos” era o fato de que eles tendiam a ter relacionamentos sociais sólidos, diz Rogalski.

— Em um mundo ideal, descobriríamos que todos os super-idosos comiam seis tomates todos os dias e que esse era o segredo — brinca Tessa Harrison, cientista assistente de projetos da Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos EUA, que colaborou com Rogalski no primeiro estudo sobre “superidosos” de Chicago.

Em vez disso, continuou Harrison, os “superidosos” provavelmente têm “algum tipo de predisposição à sorte ou algum mecanismo de resistência no cérebro em nível molecular que ainda não compreendemos”, possivelmente relacionado a seus genes.

Embora não exista uma receita para se tornar um “superidoso”, os cientistas sabem que, em geral, comer de forma saudável, manter-se fisicamente ativo, dormir o suficiente e manter conexões sociais são hábitos importantes para o envelhecimento saudável do cérebro.

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Fonte: O globo

Estudo recente revela que cérebro ‘cochila’ enquanto estamos acordados

Todos concordam que reservar um momento depois do almoço para tirar um cochilo é um dos grandes prazeres da vida. Descansa o corpo, a cabeça e recupera as energias gastas para atravessar o restante do dia com muito mais disposição. O que poucos sabiam é que pequenas regiões do cérebro são capazes de fazer esse trabalho mesmo enquanto estamos acordados.

A recente revelação é fruto de um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Washington (WashU), em St. Louis, em parceria com membros da Universidade da Califórnia, Santa Cruz (UCSC), que se estendeu ao longo de quatro anos.

A grande constatação, resultado da observação de um grupo de nove ratos, é que essas áreas podem se desconectar por frações de segundos, fazendo com que o cérebro vivencie microcochilos ao longo do dia.

Para a pesquisa, que reuniu uma importante quantidade de dados, eletrodos instalados em dez regiões diferentes do cérebro dos animais registraram a voltagem das ondas cerebrais e rastrearam pequenos grupos de neurônios até o microssegundo.

Com isso, foi possível identificar que, em determinados momentos, algumas partes do cérebro entram em estado de cochilo enquanto outras continuam em vigília.

Na prática, os animais observados faziam breves pausas em sua movimentação enquanto alguma região do cérebro “cochilava” e, ainda que acordados, agiam como se estivessem desconectados de seu entorno.

Chamada de “intermitências”, a capacidade até então desconhecida dá conta de que o cérebro é capaz de transitar por ambos os estados, de sono e de alerta, ao mesmo tempo.

A descoberta permite que a comunidade científica invista em novas terapias para tratar doenças neurodegenerativas e do neurodesenvolvimento. Também apresenta diferentes caminhos no tratamento de distúrbios do sono.

Atenção ao sono
Ano passado, a revista Science publicou uma pesquisa conduzida pela University College London (UCL), no Reino Unido, e pela Universidade da República do Uruguai (UdelaR), que atestava que tirar uns minutinhos durante o dia para dormir pode ter impacto significativo na longevidade.

Autora do estudo, que constatou que a diferença no volume cerebral entre aqueles que dormem e os que se mantêm alertas durante todo o período diurno foi de até 6,5 anos, a pesquisadora sênior da UCL Victoria Garfield declarou em nota que cochilos curtos ao longo do dia podem ajudar a preservar a saúde do cérebro à medida que envelhecemos.

Um estudo anterior desenvolvido por cientistas chineses e publicado na American Heart Association Journals, no entanto, chama a atenção para que esses pequenos momentos de descanso podem mascarar noites maldormidas, aumentando em 12% as chances de desenvolver pressão alta e em 24% as possibilidades de sofrer derrames.

— A espécie humana dorme na fase escura das 24 horas e, a partir da segunda infância, tem um sono monofásico. Agora, se há condições na vida que impedem isso, como turno de trabalho e necessidades domésticas, a gente pode ter um sono bifásico como complementação da rotina — afirma a especialista em medicina do sono Andrea Bacelar.

Quando durmo e acordo espontaneamente no mesmo horário e me levanto satisfeita, restaurada física e mentalmente para viver um novo dia, é sinal de que descansei o suficiente”
— Andrea Bacelar, especialista em medicina do sono
Segundo ela, é no período de descanso profundo que concentramos a produção de hormônios, eliminamos substâncias e toxinas que acumulamos ao longo do dia, entre outros benefícios para a saúde como um todo. Por isso o perigo de noites maldormidas.

— Precisamos de um sono de qualidade para viver. A falta dele tem consequências negativas para a saúde — afirma Andrea.

Ainda que cada faixa etária tenha um período médio de sono indicado, a médica alerta para o fato de que a quantidade necessária varia de organismo para organismo.

— Quando durmo e acordo espontaneamente no mesmo horário e me levanto satisfeita, restaurada física e mentalmente para viver um novo dia, é sinal de que descansei o suficiente — exemplifica.

O melhor jeito de entender e regularizar esse ritmo é durante as férias, quando a falta de compromissos e estresses relacionados à rotina, que muitas vezes resultam em noites maldormidas, faz com que o corpo estabeleça o tempo de que ele precisa para se refazer.

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Fonte: O globo