20 de Maio, 2015 – Nos últimos anos, vários estudos científicos sobre os efeitos da meditação, mais especificamente a meditação plena (ou mindfulness, em inglês), têm sido conduzidos por universidades em todo o mundo.
Um desses estudos foi publicado em 2011 pelo professor Jon Kabat-Zinn, da Universidade de Massachusetts, na revista Psychiatry Research: Neuroimaging. O trabalho analisou 16 pessoas, com idade entre 25 e 55 anos, que foram treinadas e participavam fazendo meditação por cerca de 30 minutos durante 8 semanas. Nos exames realizados após o término do treino, o cérebro dos praticantes apresentou a massa cinzenta bem mais espessa do que era antes, em várias regiões, entre elas o hipocampo: área cujas atividades têm relação com a aprendizagem, memória, orientação espacial e a regulação das emoções.
Recentemente, um estudo da Universidade Carnegie Mellon (na Pensilvânia, EUA) conseguiu, de acordo com o professor e autor principal do estudo J. David Creswell, “uma das primeiras explicações biológicas baseadas em evidências”. E, segundo ele, tudo se deve à redução do estresse que a meditação plena promove.
Quando uma pessoa está estressada, a atividade no córtex pré-frontal (área do cérebro responsável pelo pensamento consciente e planejamento) diminui, enquanto a atividade na amígdala, no hipotálamo, e no cíngulo anterior do córtex – regiões que ativam respostas ao estresse – aumentam.
De acordo com o estudo, a meditação inverte esses padrões: ela aumenta a atividade pré-frontal, o que pode regular e “desligar” a resposta biológica ao estresse. Isso torna possível reduzir o risco e a gravidade de doenças ligadas a essas respostas, como depressão e problemas do coração.
O professor acredita que, ao entender como esse tipo de exercício mental afeta diferentes doenças e distúrbios, os pesquisadores serão capazes de desenvolver melhores tratamentos e trabalhar com os que já existem de forma mais eficaz.