11 de Junho, 2015 –
Desvendando a química do amor…
A investigação da neurociência sobre o amor tem algumas conclusões interessantes que podem te surpreender. Confira a seguir 5 posts!
Quando o amor bate para valer
A pesquisadora Helen Fisher passou sua vida acadêmica tentando descobrir o que acontece nos cérebros daqueles que estão apaixonados, naqueles momentos inebriantes em que as pessoas sentem “borboletas no estômago”. Helen examinou os cérebros de jovens amantes e descobriu que quando eles focam no objeto de sua afeição, toda uma sequência de partes do cérebro se ativa. Primeiro, ela descobriu que o núcleo caudado – parte primitiva do cérebro basal – é altamente ativo nos apaixonados. Como esperado, ela também viu as áreas do cérebro associadas com a produção de dopamina e norepinefrina se ativarem. A liberação dessas substâncias está associada a atividades prazerosas.
– Não me admira que os amantes se falem a noite toda ou que escrevam poesias extravagantes e e-mails auto-reveladores, que cruzem continentes e oceanos para estar com a pessoa amanda por apenas um fim de semana ou mudem de emprego, estilos de vida. Encharcados de produtos químicos que conferem foco, resistência e vigor, e impulsionados pelo motor motivador do cérebro, amantes sucumbem a um apelo de cortejo hercúleo – ressalta.
Helen também observou que outras partes do sistema de recompensa, como as que são ativadas quando você está comendo chocolate, desempenham um papel durante esta fase do amor. Ela apoia a hipótese de que assim como o que ocorre com o chocolate, estar apaixonado é viciante. A dopamina como se sabe também é liberada quando se consome drogas como a cocaína, por isso que não é surpreendente que – como sugerem outros estudos a respeito dos efeitos da dopamina no cérebro – um término de namoro ruim é como estar no início de uma crise de abstinência.
Segredos para um casamento feliz
O pesquisador Ted Huston, por sua vez, é mais interessado em estudar o que acontece em relacionamentos de longo prazo. Um revelação interessante de uma de suas pesquisas é que, ao longo da vida, os casais que idealizavam um ao outro tiveram um casamento bem mais feliz. Para Huston, “ter uma boa opinião sobre o seu par e vê-lo de uma forma melhor do que ele ou ela é realmente, pode ajudar muito”.
Huston também encontrou diferenças de gênero nos quesitos necessários para um casamento feliz. Por exemplo, alguns de seus estudos tem mostrado que as mulheres são mais felizes em seu casamento se elas passam muito tempo com o marido, com os amigos e familiares, enquanto os homens que estão felizes com suas finanças tendem a ser mais felizes no casamento. Ambos os sexos são mais felizes quando eles sentem que têm “influência” sobre o seu cônjuge. Provavelmente você já poderia ter adivinhado tudo isso sem precisar saber desses resultados de anos de pesquisa do Huston.
Há, é claro, as pessoas que estão juntas há décadas e ainda agem como duas crianças no amor. Ao examinar a atividade cerebral dos “pombinhos” casados há muito tempo, os resultados obtidos se parecem muito com os resultados dos recém-namorados, conforme foi demonstrado por Helen Fisher. Em particular, a atividade cerebral é bem similar em regiões associadas com a motivação, a ansiedade e a recompensa. O pesquisador Arthur Aron e seus colegas observam que “enquanto o amor romântico é um mistério e que a capacidade de mantê-lo pode nunca ser totalmente compreendida, os estudos fornecem evidências sobre o que podem ser atividades essenciais para fazer com que o amor possa sempre durar”.
Dicas para manter viva chama da paixão
Muitos especialistas em relacionamento sugerem que os casais que estão juntos há muito tempo podem manter o romance vivo com noites de encontros românticos regulares. A neurociência nos mostra que a noite de encontro pode ajudar a manter um relacionamento sempre renovado e gratificante, mas se, e somente se, você fizer as coisas do jeito certo. A chave aqui é a novidade: você e seu par devem se engajar em novas experiências que sejam divertidas e emocionantes para que possam ter a dopamina e norepinefrina fluindo e assim recompensar os seus cérebros. Lembre-se de que quando você se apaixonou, a dopamina e a norepinefrina desempenharam relevante fator. As pesquisas neurocientíficas mostram que a novidade é um dos fatores-chave na condução de plasticidade cerebral positiva – que é capacidade de o seu cérebro transformar-se para funcionar melhor.
Que tal mudar o seu cérebro ao combinar um encontro romântico num local para fazer escalada ou algum esporte mais radical? Se esportes radicais não são seus tipos preferidos de atividades, talvez você possa levar em conta a proposta do pesquisador e psicólogo Richard Slatcher. Ele descobriu que aqueles casais que saem juntos com outros casais são “mais propensos a ter relacionamentos românticos felizes e satisfatórios.” Poderia ter algo a ver com a quebra da rotina e à introdução de novidades de outras fontes. Então, talvez você ainda possa ir para o mesmo restaurante todas as semanas, mas desde que a reserva seja para 4, e não para dois.
Oxitocina, o hormônio do amor?
Você já ouviu falar sobre a ocitocina, também chamada de “hormônio do amor? Estudos em humanos e animais mostraram que esse hormônio desempenha um papel na criação de afeto: quando lançada em seu cérebro durante certos tipos de contato humano, ela tem um efeito que cria uma ligação entre você e a outra pessoa envolvida. Isto faz muito sentido, porque sabe-se que a ocitocina é liberada quando uma mulher está amamentando seu bebê, quando duas pessoas estão se abraçando e durante a atividade sexual. Também já vem sendo demonstrado em pesquisas que a ocitocina esteja envolvida em outras respostas emocionais, como na construção da confiança e empatia. Algumas pesquisas sugeriram que a ocitocina poderia ser usada terapeuticamente em pessoas que sofrem de distúrbios como o autismo ou esquizofrenia, doenças que dificultam a ligação e o desenvolvimento de relacionamentos positivos. Em outros estudos, foram obtidos resultados promissores quando se aplicava uma dose do hormônio por meio de spray nasal em tais pacientes.
No entanto, as coisas nunca são tão simples como parecem. Pesquisas mais recentes sobre a ocitocina sugerem um lado obscuro para o chamado “hormônio do amor.” Enquanto ela afeta comportamentos positivos de confiança e de ligação, ele também pode provocar comportamentos opostos, como o ciúme, a inveja e a suspeita. Isto sugeriria que, ao contrário da crença anterior, gatilhos de ocitocina amplificariam os sentimentos sociais de todos os tipos, não apenas os positivos. Nas palavras da pesquisadora Simone Shamay-Tsoory, “quando a associação da pessoa é positiva, a ocitocina reforça comportamentos pró-sociais; quando a associação é negativa, o hormônio aumenta sentimentos negativos”. Para o psicólogo Greg Norman isso mostra que a ocitocina não é um hormônio do amor; seus efeitos variam em cada tipo de pessoa. Então, melhor adiar essa coisa de spray nasal para outro momento.
Ouça música e evite junk food
Será que todo esse papo de romantismo faz você se sentir um pouco entediado? Temos uma boa notícia: um estudo recente mostrou que escutar a sua música favorita tem um efeito semelhante no seu cérebro assim como outras atividades indutoras de prazer, como as relações sexuais. Se você prefere Tchaikovsky, Mozart, Madonna, ou até mesmo um garboso Tango, estudos com ressonância magnética e tomografias revelaram que, quando você ouve músicas que te deixam animado ou relaxado, seu cérebro vai liberando a poderosa dopamina durante os momentos mais emocionantes da música e até mesmo na antecipação desses momentos.
Algumas atividades que fazemos podem produzir tanta dopamina que, ao longo do tempo a resposta a ela vai diminuindo, o que significa que você pode perder a capacidade de sentir qualquer tipo de prazer em tudo! Os culpados habituais deste efeito de embotamento da dopamina são drogas como a cocaína e a heroína, o que é uma boa notícia para a grande maioria de nós que não somos viciados em substâncias ilícitas. A má notícia é que, se você é viciado em alimentos gordurosos, a mesma coisa poderia acontecer com você.
Em outro estudo, observaram que ao deixar os ratos comerem a quantidade de queijo, bacon, linguiça e outros alimentos gordurosos a vontade, além deles ficarem obesos, as suas respostas à dopamina diminuíram com o tempo. Portanto, uma pequena fatia de doce ou aquele alimento gorduroso que você tanto gosta (de vez em quando) pode manter a sua dopamina fluir no seu corpo, mas o exagero pode ter consequências negativas tanto para o seu cérebro quanto para sua cintura.
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