14 de Maio, 2015 – Só de ouvir a trilha sonora do filme de suspense Psicose já é suficiente para acelerar o coração de muita gente, não é mesmo? Mesmo quando não estamos conscientes desse fato, ouvir música pode afetar tanto nossos corpos quanto nossas mentes de maneira estranhamente semelhante.
Mas será que os efeitos fisiológicos da música são mais peculiares a uma ou outra cultura ou eles são mais generalizados?
Para responder a esta pergunta, cientistas selecionaram 40 canadenses do centro de Montreal e 40 pigmeus da floresta tropical do Congo. Todos os voluntários ouviram trilhas sonoras dos filmes Psicose, Star Wars, Lista de Schindler, assim como também ouviram músicas da cultura pigmeu. À medida que os participantes ouviam, os pesquisadores observaram as suas reações emocionais, bem como as respostas fisiológicas, como alterações do ritmo cardíaco, respiração e a taxa de produção de suor na palma da mão.
Os dois grupos discordaram a respeito do fato de que uma seleção musical em especial era feliz ou triste. Mas todos eles tinham níveis semelhantes de excitação, medido por suas respostas fisiológicas.
Estes resultados sugerem que alguns aspectos da forma como reagimos à música são universais, e não estritamente culturais. O estudo foi publicado na revista Frontiers in Psychology [Hauke Egermann et al, Music induces universal emotion-related psychophysiological responses: comparing Canadian listeners to Congolese Pygmies].
Características acústicas fundamentais, incluindo ritmo, afinação e timbre parecem ser responsáveis pelas respostas semelhantes dos canadenses e dos pigmeus congoleses. Será que esse achado significa que a Ciência pode ajudar a criar a música pop mais envolvente e universal do mundo? Nessa frente, a ciência pode estar a favor de Pharrell Williams e hits seus como “Happy”.