Ondas Sonoras
Pratique Agora!Ondas sonoras é um exercício auditivo, concebido para acelerar e aguçar a audição. O cérebro precisa ouvir os sons de forma rápida e clara para gravá-los com precisão. E apenas quando essas informações são gravadas com precisão, é possível recuperá-las (lembrar-se) posteriormente.
Em Ondas Sonoras, você escuta mudanças de frequência — sons que começam graves e ficam mais agudos e vice-versa — e identifica se eles estão subindo (“uip”) ou descendo (“uup”). E o que isso tem a ver com a sua vida?
Acontece que é essencial que nossos cérebros identifiquem mudanças de frequência para compreender a fala. Embora não percebamos conscientemente essas mudanças quando alguém fala, muitos dos sons comuns na fala, como /p/, /d/, /t/, /g/, /k/ e outros, são, na verdade, compostos por uma série de mudanças como as deste exercício. Nossos cérebros têm de ser capazes de perceber essas mudanças para identificar o que outra pessoa está falando. Por exemplo, uma mudança de direção é tudo o que diferencia os sons /g/ e /d/ — portanto, é o único recurso que o cérebro tem para diferenciar as palavras “gata” e “data”.
Repare que a maior diferença entre os sons /d/ e /g/ está na linha horizontal superior — a banda de frequências do /d/ desce, enquanto a do /g/ sobe.
Essas mudanças de frequência ocorrem num intervalo de milissegundos. Esse é todo o tempo que nosso cérebro tem para identificá-las corretamente — e o som, a palavra e a frase de que elas fazem parte. Mas, com o avanço da idade (e devido a certos distúrbios cognitivos), o cérebro tende a ficar mais lento. Fica cada vez mais difícil identificar essas mudanças de sequência de forma rápida e precisa… ou seja, passamos a ter mais dificuldade para diferenciar sons.
Muitas vezes, é possível compensar essas perdas parcialmente, valendo-se do contexto. Por exemplo: pode ser difícil diferenciar as palavras “falsa” e “valsa”, mas, nas frases “minha amiga é falsa” e “vou dançar uma valsa”, não é necessário perceber o primeiro fonema da palavra com precisão. Intuitivamente, podemos deduzir o que ouvimos de forma quase imediata, a partir do contexto da frase e dos demais fonemas da palavra. Na verdade, é possível que nem percebamos que não estamos conseguindo diferenciar muito bem as palavras “falsa” e “valsa”.
Mas isso gera consequências na sua memória. O cérebro gravará as palavras falsa ou valsa de forma confusa. Portanto, quando você tentar recuperar essa informação, ela não estará clara, mas coberta de ruído.
Com o tempo, a incapacidade do cérebro em reconhecer mudanças de frequência com rapidez pode até mesmo afetar as suas conversas com outras pessoas. Como as conexões cerebrais continuam enfraquecendo, as outras palavras da frase — as que forneciam o contexto — podem se tornar difíceis de reconhecer. Se o trecho “minha amiga” começar a soar de forma confusa — e você não mais ter certeza se ouviu “minha amiga”, “minha bexiga”, “mina bonita” e por aí vai —, será mais difícil interpretar a primeira parte da frase a partir do contexto. Distinguir os sons se mostra ainda mais complicado quando o interlocutor é uma criança que fala rápido ou alguém que não pronuncie as palavras muito claramente.
Aí você se pega perguntando “Quê?” toda hora, ou começa a responder com apenas um sorriso quando alguém o aborda, pois não sabe muito bem o que foi dito.
As Ondas Sonoras acabam com esse problema. Esse exercício treina seu cérebro a reconhecer novamente mudanças de frequência com rapidez e precisão, para que você entenda facilmente o que foi dito e crie lembranças cristalinas do que ouviu.
Como? Pedindo que você identifique mudanças em diversas faixas de frequência e em diferentes intervalos. Veja como o exercício evolui:
Frequência: Ao avançar pelos níveis, as mudanças serão de frequência. Algumas soarão altas, e outras, baixas.
Por quê? As mudanças de frequência permitem que o cérebro diferencie um som de outro — como /b/ e /d/. As mudanças nesse exercício reproduzem mudanças de frequência que fazem parte da fala humana. O exercício cobre todas as frequências mais comuns na fala humana, de 500 a 5000 Hz.
Intervalo entre estímulos (IEE): Nos níveis mais avançados, o intervalo entre as mudanças muda. Intervalos menores são mais difíceis de identificar.
Por quê? O exercício altera o IEE para ajudar seu cérebro a processar os sons separadamente, mesmo que eles sejam emitidos muito próximos um do outro. Em cérebros mais lentos, pode acontecer um “mascaramento retrógrado”. Isso acontece quando um segundo som é emitido imediatamente após o primeiro, gerando uma interferência. O cérebro ainda está tentando interpretar o primeiro som, quando o segundo aparece. Ao forçar seu cérebro a ouvir corretamente com IEEs menores, o exercício de Ondas Sonoras ajuda a acelerar o processamento cerebral para superar o problema.
As mudanças ficam mais rápidas conforme seu desempenho melhora. Assim, seu cérebro será sempre desafiado a se superar.
Ondas Sonoras em poucas palavras
Tarefa | Objetivo | Evolução | Pontuação |
Ouvir dois sons que se “movem” para cima ou para baixo e identificar a direção deles | Velocidade de processamento auditivo | As frequências sonoras variamO intervalo entre as mudanças diminui | Os pontos são marcados em milissegundos. Conforme seu desempenho melhora, as mudanças ficam mais rápidas, garantindo uma pontuação menor (melhor) |