Jogo da Memória
Pratique Agora!
No Jogo da Memória, sua tarefa é combinar cartas que representam sílabas. Mas por que nossos cientistas escolheram essas sílabas em particular? E por que elas não soam muito naturais?
Porque o Jogo da Memória não expande a memória apenas desafiando o cérebro a combinar mais e mais sílabas. Esse objetivo também é obtido aguçando-se o processo auditivo. O processo auditivo é um dos elementos básicos mais importantes da memória. As informações precisam ser captadas com muita clareza para que o cérebro consiga armazená-las e recuperá-las com exatidão. No entanto, muitas pessoas têm dificuldade para entender claramente tudo que escutam, embora nem percebam isso. Nossos cérebros às vezes não conseguem separar eventos auditivos, que acabam interferindo entre si. Por exemplo, na palavra “mel”, se o cérebro não consegue separar os sons /m/, /e/ e /l/, eles se sobrepõem, confundindo a maneira como a palavra é armazenada.
O Jogo da Memória melhora o processo auditivo ajudando seu cérebro a aprimorar a capacidade de separar eventos auditivos individuais. Conforme essa habilidade se desenvolve, o cérebro passa a perceber e transmitir sons de forma mais precisa, além de interpretá-los e gravá-los com mais exatidão. Mais uma vez, vamos usar a palavra “mel” como exemplo. Quando os sons /m/, /e/ e /l/ são transmitidos para o córtex auditivo com exatidão, os neurônios dessa área do cérebro podem montar e representar a palavra “mel” de forma precisa. A partir daí, a palavra pode se deslocar para o restante do córtex sensorial e, por fim, para o córtex associativo, onde as palavras recebem significados com base em experiências anteriores — o cérebro se lembra do que é “mel” e associa a palavra a várias experiências. Quanto mais precisa for a recepção e a transmissão dos sons da palavra “mel”, melhor será a capacidade do cérebro de gravá-la e relacioná-la a outras experiências.
Para melhorar a habilidade de separar eventos auditivos, estes exercícios de memória usam sílabas que representam combinações de sons comuns na língua portuguesa. Elas fazem parte da fala natural e foram cuidadosamente manipuladas pelos nossos neurocientistas para ativar com mais eficácia mecanismos de processamento relevantes do cérebro. Veja como:
- Partes da fala que são mais difíceis para o cérebro captar — em especial eventos curtos que mudam rapidamente, como as consoantes das palavras — são exageradas e separadas.
- Sons longos e fortes (principalmente vogais) são enfraquecidos para que não “mascarem” (confundam) as consoantes curtas.
Com a prática frequente, a habilidade do cérebro em separar eventos auditivos na fala é aprimorada.
Duas observações adicionais sobre a fala manipulada nestes exercícios:
- 1. Os exercícios usam fala natural manipulada, e não fala sintetizada. Um dos motivos para isso é porque a novidade e as diferenças são benéficas. São apresentados diferentes exemplos de fala (voz masculina x voz feminina, sotaques diferentes, velocidades diferentes etc.), para que o cérebro adquira prática em todo tipo de fala e consiga identificar uma palavra independentemente de quem a pronuncie.
- 2. Um engano comum é que o objetivo da manipulação da fala seja tornar o discurso mais compreensível. O objetivo da fala manipulada é atingir a cóclea e o córtex auditivo e normalizar os neurônios dessas áreas, reensinando-os a separar eventos auditivos.
O Jogo da Memória em poucas palavras
Tarefa | Objetivo | Evolução | Pontuação |
Clicar em cartas, escutar sons e combiná-los para fechar uma sequência | Memória | As sílabas mudam, tornando-se mais parecidas A voz é modificada e os tons são manipulados |
Conforme seu desempenho melhorar, você receberá mais cartas para combinar |